História Invictus - Admirável Mundo Novo - Parte 2

POV Paul

Procurei por Alex em tudo que é lugar, mas ao que parece ele tinha dado uma saída com um grupo pra dar conta de uma horda pequena que tinha sido vista próxima a Alexandria.

Resolvi sentar no pequeno coreto já que eu não tinha muito o que fazer agora depois da reunião com Rick para decidir quem iria amanhã. Eu ficaria, alguém ligado a Angel tinha que ficar para tomar conta dela. Se conheço bem aquela ali, e sei que conheço, ela ia arrumar um jeito de ficar ocupada já que não teria todos por perto pra vigiar. Eu tinha que zelar por ela e pelo bebê. Essa criança nem tinha nascido e já tinha começado a controlar a mãe, começando pelo repouso. Ri sozinho imaginando Daryl com um bebê, com certeza vai ser bem divertido. Imaginei eu mesmo sendo pai, o que era uma realidade que provavelmente não aconteceria devido toda a situação atual do planeta. Alex seria um bom pai, com certeza me tiraria do sério mas ele ia ser incrível.

E falando nele, parece que esse homem sabia quando eu estava pensando nele. Alex vinha andando em minha direção com aquele sorriso de dono do mundo e o óculos aviador dando um ar de confiança.

-E aí docinho?-

-Docinho?- Fiz cara de nojo.

-Só queria ver sua cara.- Riu me roubando um beijo. -Ta fazendo o que aqui sozinho?

-Pensando só.

-Hmm por isso o cheiro de fumaça.

Rolei os olhos.

-Você está especialmente lindo hoje.

O olhei franzindo a sobrancelha.

-O que você aprontou?

-Nada, só estou admirando o amor da minha vida.

-Alex.- Fiz cara de tédio.

-É que eu achei uma coisa, e acho que você vai gostar.

Ele tirou algo do bolso e estendeu revelando um cordão com pingente de águia. Sorri pegando da mão dele.

-Encontrei em uma casa, parece muito com um que você tinha e eu achei que gostaria porque não te vi com aquele antigo.

Dei um beijo delicado nele e sorri.

-Obrigado.- Coloquei o cordão. -Como está lá fora?

Ele suspirou.

-O de sempre, walkers cada vez mais podres, silêncio, os lugares cada vez mais com cara de abandonados. Mas pelo menos temos isso aqui.- Sorriu pra mim.

Devolvi o sorriso.

-Angel está grávida.- Anunciei pra ele que me olhou como se tivesse levado um susto.

-Arizona King vai ter uma cria?- Confirmei. -Nossa, isso é maravilhoso.

-É mesmo.- Sorri

Alex analisou meu rosto e me abraçou de lado.

-Talvez nós possamos ter a nossa cria algum dia.

Ri sem humor.

-Meio impossível já que nenhum de nós tem um útero.

-Podemos adotar.- Ele falou sem se abalar. -Tenho certeza que existem crianças precisando de pais, e nós somos candidatos maravilhosos.

-Metido.- Ri.

Ele riu junto.

-Amanhã eu vou com Rick e os outros.- Falou assumindo um tom sério.

-Só tome cuidado.- Falei segurando a mão dele que não estava no meu ombro.

-Prometo.- Me deu um beijo.

POV Daryl

Não conseguia parar de pensar em Arizona. Metade do caminho para Washington e eu não tirava da cabeça que eu e Trevor viemos, e ela ficou lá com os irmãos mais novos. Tem gente capaz em Alexandria, claro. Mas minha mente paranóica que agora tinha plena consciência de uma cria na barriga dela não parava de imaginar uma porrada de coisas que podiam dar errado.

Bufei frustrado com minha mente de merda e reparei Trevor me olhando com um risinho.

-Que foi?- Perguntei nervoso.

-Você não sabe esconder que está preocupado. Ela ta bem, Connor e Dakota estão lá pra colocar juízo nela. E também tem Jesus, ele com certeza não vai sair de perto dela.

Não respondi. Eu sabia que ela ia ficar bem, mas eu ainda ficava preocupado. Trevor deu de ombros e se encostou de novo no seu canto da caçamba da caminhonete.

Reparei que o velho, de Washington, me encarava. Olhei pra ele de volta e fechei mais a cara. Arizona achava que eles falavam a verdade, mas eu sentia que alguma coisa não muito boa ia sair disso.

Respirei fundo, tentando pensar em coisas boas. Meu filho que estava a caminho, Alexandria que agora poderia se reerguer junto das outras comunidades, a família que o fim do mundo me deu. Ainda assim eu não confiava totalmente. E ainda tinha meu casamento.

Casamento. Quando que eu ia pensar que um dia ia estar noivo de uma mulher tão incrível e esperando um filho? As coisas eram tão merda na minha vida que isso até parecia um sonho. Só que eu não queria nada demais, só me amarrar com ela e pronto. Por mim só estar na frente do padre pra oficializar tudo já estava de bom tamanho. Acho que pra Arizona o simples era o ideal também, mesmo ela parecendo ser o tipo de mulher que se casa em uma grande festa. Minha mulher sempre me surpreendia, e acho que eu tinha que me preparar pra surpresa em relação a isso também. Se ela me disser que quer uma festa, uma festa então ela teria.

Por enquanto, era melhor eu me concentrar em Washington.

POV Arizona

Um saco cheio de amoras foi o que eu ganhei de Daryl em troca de prometer ficar quieta em casa sem tentar arrumar alguma coisa pra fazer que coloque em risco o bebê. Eu não ia fazer nada mesmo, queria garantir que essa criança ficasse bem. Mas já que ele quis colher as amoras pra mim, não reclamei.

Trevor e ele foram com outros até Washington conhecer o líder deles e ver como está a comunidade. Eu não sentia que aqueles três visitantes estavam mentindo sobre Washington, afinal eu tinha o pressentimento da cidade ter resistido desde o início. Mas é claro que ainda assim eu ficava preocupada, tudo era arriscado hoje em dia.

Fechei os olhos sentindo os raios de sol suaves da manhã na varanda. O ar tinha um cheiro suave de grama e um toque de lavanda, era bom e me fazia sorrir. Tudo estava me fazendo sorrir na verdade. A gravidez e o pedido de casamento tinham me transformado em uma quase Dakota, porque parecia que tinha um cabide na minha boca tão grande era meu sorriso. Só de lembrar do que aconteceu noite passada eu sentia um arrepio gostoso de animação por todo o corpo. Um casamento em meio a tantas outras coisas que estavam acontecendo parecia loucura. Mas eu estava tão feliz que só conseguia pensar que isso traria ares de renovação e alegria pra todos.

-Angel.- Abri os olhos vendo Paul subir os degraus da varanda.

-Bom dia.- O abracei apertado.

-Alguém parece muito feliz hoje. A noite foi boa pelo visto.

Ri o soltando.

-Foi maravilhosa Paul, eu não sei nem dizer o quanto.

-Eita, não quero saber dos detalhes não. Se controla.- Falou rindo.

-Não, não foi por isso.- Respondi rindo, o que o fez franzir a testa. -Minha noite foi maravilhosa porque Daryl me pediu em casamento.

Paul parecia que tinha sido paralisado. Ele não piscava, não falava e nem se mexia.

-Fala alguma coisa Rovia.- Falei depois de dois minutos em silêncio.

-Você vai se casar.- Ele disse pausadamente.

-É, achei que fosse ficar feliz com a notícia.- Falei meio confusa.

Paul pareceu se iluminar aos poucos e então levantou me abraçando e rodando no ar.

-Me coloca no chão seu louco, esqueceu do bebê?- Gritei rindo.

-Ah me desculpa.- Me pôs no chão. -Não consegui evitar.

Balancei a cabeça. Esse sim era o meu melhor amigo, essa pessoa que tem uma reação exagerada pra tudo.

-Angel, você vai casar.- Disse baixo segurando meu rosto. -Tenho que confessar que não imagino o Dixon de terno te esperando no final do corredor, mas acho que será maravilhoso.

-Eu não quero nada ostensivo meu amor.- Falei me sentando na cadeira. -Só quero que seja tudo simples, nada que tome muito o tempo de todos.

-Ah Angel, que bobagem. Você merece um casamento de verdade. Com cerimônia, festa e lua de mel.

-Lua de mel?- Ri perguntando.

-É, alguns dias em uma das comunidades parceiras seria bom.

-Paul Rovia, acho que existem coisas mais importantes pra se planejar.

-Larga de ser chata.- Ele reclamou se encostando no corrimão da varanda. -Você tem que se divertir um pouco também. Todos temos. Uma festa de casamento seria ótimo pra tirar a tensão dos ombros de todos. Pensa nisso como uma coisa que você está fazendo pra todos se sentirem mais felizes.

Soltei um riso fraco.

-Você é mesmo impossível.

-Eu sei.- Sorriu. -E é por isso que você vai concordar comigo e fazer um casamento decente.

-Meu Deus do céu, só quero ver no que isso vai dar.

POV Daryl

Portões grandes, altos e pelo visto bem grossos estavam na nossa frente enquanto o velho, Victor, saltava da caminhonete e andava em direção a eles.

Washington parecia que tinha só passado por problemas pequenos, já que se ouvia barulho do que parecia muita gente lá dentro. Lembro que quando chegamos em Alexandria também ouvimos o movimento da comunidade. Isso me fez me acalmar um pouco.

Victor acenou pra um local do portão, que foi aberto nos deixando passar depois que ele subiu na caminhonete de novo.

Ali dentro parecia menos ainda que o lugar tinha sido afetado. Os prédios continuavam com cara de novos, as ruas limpas, os carros estacionados nos acostamentos, as pessoas andavam tranquilas mas curiosas com a nossa chegada.

-Nada mal não é mesmo?- Victor disse reparando que eu e Trevor observávamos a cidade.

Seguimos pela avenida em comboio, e um tempo depois paramos em frente ao prédio com uma cúpula, o Capitólio.

-Tudo bem, chame o seu líder.

O grandão, Luke se eu me lembrava bem, andou em direção a entrada do prédio e conversou rapidamente com um dos homens que montavam guarda e ele logo entrou no prédio.

-Alerta, todos.- Rick disse.

-Não é necessário.- A loira disse.

-Se alguma coisa acontecer, lembrem-se que temos uma comunidade esperando por nós.

A loira revirou os olhos. Rick estava certo de nos manter alertas, tinha muito em jogo.

-Ele está vindo.- Luke sorriu chegando perto.

Um homem que parecia ter seus quase setenta anos saiu pela porta, seguido do guarda que Luke tinha falado e mais três pessoas. Ele se aproximou calmamente.

-Owen Jackson, quem diria.- Alex sussurrou ao meu lado.

-Bem vindos.- Ele disse. -Bem vindos a Washington. Luke, Jena, Victor, estou feliz em vê-los de volta. Estes são o grupo que foram observar?- Se dirigiu aos três.

-Sim senhor.- Jena respondeu. -Eles são de Alexandria, e alguns são de comunidades parceiras deles.

O homem levantou um pouco as sobrancelhas e voltou a nos analisar.

-Então estávamos certos, há mais comunidades do que pensávamos.

-Sim, e elas são maravilhosas.- Victor disse. -Este grupo de comunidades acabou de ganhar uma guerra contra uma comunidade comandada por um tirano. Eles são boas pessoas, vimos isso nesses dias de vigia e nesses dois dias que passamos lá dentro de Alexandria. E agora trouxemos o líder de Alexandria para conversar com o senhor.

Victor apontou pra Rick, que aproximou um passo do líder de Washington.

-Sou Rick, muito prazer.

Owen estendeu a mão, a qual Rick apertou.

-Nós temos muito o que conversar.

Das pessoas que vieram com Owen, uma delas era uma mulher que devia ter a idade de Arizona e não parava de me encarar com um sorrisinho de canto. Franzi a testa incomodado.

-Vamos dar uma volta.- O líder deles disse.

Rick nos olhou e fez com a cabeça para que o seguíssemos. Estávamos em dez. Alex, Trevor, Rick, eu, Sasha, Rosita, Aaron, Morgan e mais dois de Hilltop que eu ainda não lembrava o nome.

Seguimos pela rua em frente ao Capitólio.

-Como podem ver, Washington resistiu bem a tudo o que houve nesses últimos tempo. Eu fiz e continuo fazendo de tudo para que sejamos uma comunidade forte e próspera. Sei que a maioria dos lugares não tiveram a mesma sorte que nós. Deu uma pequena pausa. -Mas sinto que é nosso dever trabalhar para reerguer o mundo. Inclusive, trabalhar para que uma cura seja encontrada. Aqui em Washington nós temos de tudo, agricultura e pecuária, desenvolvimento de armas, treinamento, escolas, casas e prédios confortáveis, geradores a luz solar que conseguimos instalar algumas semanas após o cerco montado. Temos também um centro de pesquisas, onde temos alguns cientistas e engenheiros da cidade que sobreviveram e outros que chegaram com tempo.- Ele ia falando e casualmente cumprimentando as pessoas pela rua. -Foi muito difícil no início.- Assumiu um tom mais sombrio. -Perdemos muitas pessoas para os mordedores. Mas aprendemos a lidar com tudo e agora queremos nosso mundo de volta.- Ele parou e virou para nós. -Não podemos deixar que essas coisas dominem o que é nosso.- Ele tinha um leve sorriso, mas ainda assim um rosto sério.

Owen passava a imagem de um homem que já viveu muito, já viu de tudo e que acredita no melhor.

-Minha intenção é montar uma rede de comunicação com as comunidades sobreviventes, um tipo de relação que já é bem conhecida da nossa raça. Teremos sim que recomeçar a história da humanidade, e isso pra mim é vital. Já temos duas comunidades que são nossas parceiras, e espero que Alexandria e suas parceiras possam se unir a nós também.

Rick pigarreou e nos olhou em busca de algum sinal de contradição. Nenhum de nós disse nada, ou expressou nada. Acho que o sentimento de que Washington nos ajudaria rumo ao futuro era unânime. Pensei em Arizona, e em como ela ficaria radiante em saber que o mundo seguiria seu rumo.

-Acho que falo por todos quando digo que estou impressionado com como Washington resistiu. É uma comunidade bem grande, uma cidade quase toda. E sim, nem todos os lugares tiveram o mesmo destino. Nem todas as pessoas deram a sorte de encontrar Washington ou algum lugar parecido.

Owen assentiu com a testa franzida. Era como se ele demonstrasse que sentia dor em pensar que nem todo mundo tinha tido a mesma oportunidade que Washington. O cara era um líder, isso era claro como água.

-Tivemos alguns problemas em Alexandria. Perdemos algumas pessoas, ganhamos outras, conhecemos um inimigo cruel e insano. Esses problemas foram superados, e acho que nossas comunidades estão prontas pra expandir sua rede de relações.

-Ah, maravilha! Bom, vou mostrar mais um pouco de Washington pra vocês. Luke, o precisam de você no controle. Jena e Victor podem vir comigo.

A garota que me encarava pigarreou atraindo a atenção do líder.

-Claro, que falha a minha. Esses são meus filhos Jake e Anne e este meu braço direito Antony.- Apontou pras três pessoas.

A garota ainda me olhava sorrindo de lado. Me senti incomodado e respirei fundo.

Um ônibus chegou perto de nós e Owen nos pediu para entrar pra conhecer mais a cidade.

Era incrível, em cada rua tinha gente, tinha vida, tinha uma rotina normal. As pessoas pareciam felizes, não tensas e alertas. O ônibus passava e elas olhavam curiosas os visitantes.

-Nana estava certa.- Trevor sussurrou comigo. -Ela dizia desde o início que Washington tinha alguma coisa, dizia que sentia isso.

-Ela vai querer ver isso tudo.- Respondi olhando pela janela.

-Vai.- Trevor riu. -Aquela lá é curiosa até demais, e se eu conheço bem vai querer vir logo.

Ri concordando e reparei a menina me olhando de novo. Eu sentia merda vindo.

POV Arizona

Era noite, eu tinha passado o dia todo com Paul e Maggie organizando meu casamento por mim, e agora estava na varanda esperando o pessoal voltar. Trevor me disse que eles voltariam a noite, não pretendiam passar a noite longe de Alexandria.

Os mais novos eu quase não vi o dia todo, e agora estavam se ajeitando para irem dormir.

Connor saiu pela porta e sorriu.

-Vai pra seu turno?

-Sim, tenho que voltar a fazer turnos a noite.

Estendi a mão e ele segurou.

-Toma cuidado.

-Vou tomar, e a senhorita entre pra descansar. Meu sobrinho tem que ficar bem.

Sorri apertando a mão dele.

-Só tô esperando os outros voltarem.

-Cadê Paul?

-Foi pra vigia também, mas me avisou um milhão de vezes pra ficar dentro de casa.

-Teimosa como é, ta aqui na varanda.

-Já vou entrar.- Falei rindo.

-Eu vou lá. Dakota e Oliver já deitaram.- Me deu um beijo na bochecha e sumiu pela noite.

Não demorou mais muito tempo e eu ouvi carros entrando na comunidade. Logo Daryl e Trevor vinham em minha direção.

-E então, como foi?- Perguntei me levantando.

-Por que você está aqui fora?- Trevor perguntou cruzando os braços.

-Porque eu quis, agora me responde.

Daryl bufou.

-Não tem jeito mesmo.- Resmungou.

-Foi bem, muito bem. Washington está tão preservada e ativa que até parece que nada mudou no mundo. Em todo o momento eu lembrava de você. Você estava certa Nana.

Suspirei aliviada.

-Rick vai manter contato com eles, vamos entrar na rede de comunidades que são parceiras de Washington.

-Isso é maravilhoso.- Respondi meu irmão.

-Mas e você? Como está?- Daryl perguntou.

-Muito bem. Nada demais aconteceu hoje além do fato de Paul e Maggie ficarem organizando nosso casamento por nós.

-Espera aí, casamento?

Olhei pro meu irmão.

-Daryl, você disse que contaria pra ele. Eu já contei pra todo mundo que veio aqui hoje.

-Me esqueci.- Daryl resmungou coçando a cabeça.

-Maninho eu e Daryl vamos nos casar. E se depender de Paul e Maggie vai se o evento do ano.

Ele riu e me abraçou.

-Nana, isso é muito bom. E Dixon, boa sorte casando com essa maluca.

Bati nele.

-Eu vou correr o risco.

-Ei, parem. Eu sou maravilhosa.

-E humilde também.- Daryl disse baixo.

-Ok, vamos entrar e nos preparar pra dormir porque eu só estava esperando vocês chegarem.

Seguimos pra dentro de casa e depois deles comerem, e eu também é claro, subimos pros nossos quartos.

Daryl estava mais quieto que de costume. Sentei na cama e o encarei.

-O que aconteceu lá?

Ele me olhou e deu de ombros.

-Conhecemos o lugar, almoçamos com o líder. Nada demais.

O analisei.

-Nada demais mesmo?

Ele contorceu o rosto.

-Uma mulher ficou me encarando, a filha do líder.

Levantei uma sobrancelha.

-Não gostei disso, ela não parava de me encarar.

Ri me deitando enquanto ele deitava do meu lado.

-Você não acha isso estranho?

-Eu?- Perguntei. -Não amor, não acho. Acho que você se subestima demais.

-Pra você tudo bem uma mulher ficar me olhando esquisito?

-Contanto que você não retribua o olhar, por mim tanto faz.- Dei de ombros chegando mais perto dele.

-Hm, tá bom então.

Ele olhou pra minha barriga e sorriu colocando a mão ali.

-Sua mãe é maluca.- Falou.

-Maluca nada, eu confio em você.- Respondi rindo.

Ele sorriu e me abraçou suspirando.

Eu realmente não me importava de olharem pra ele. Era uma graça Daryl não saber reagir a muitas coisas que um casal normal passava.

O que me importava no momento era o futuro. Meu futuro bebê, meu futuro casamento, o futuro das comunidades. Eram muitas incógnitas ainda, e eu estava ansiosa pra que tudo corresse bem. Nem todas as comunidades estavam totalmente unidas, e isso era um problema a se resolver. Mas algo me dizia que logo logo tudo seguiria seu rumo.

O mundo novo ainda tinha muito pra nos surpreender. E era como se uma voz me dissesse que era melhor eu me preparar, porque as emoções seriam colossais.

Me ajeitei aconchegando um pouco mais, era melhor descansar. Amanhã seria um novo e maravilhoso dia.

Droga, eu parecia mesmo Dakota agora.