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História Invisible Things - Passado queimado


Escrita por: mjwjb

Notas do Autor


Oláááááá!
Boa leitura!

Capítulo 19 - Passado queimado


Fanfic / Fanfiction Invisible Things - Passado queimado

 Estava escuro, um brilho chamou sua atenção, um brilho que envolvia a face de Jace, ela começou a caminhar até ele, se sentiu presa. Claro demais, seus olhos não suportavam
  “Eu sei o que você fez... Eu sei o que você fez... Eu sei...”, as palavras se repetiam sem parar, enchendo sua cabeça com o eco da mesma frase. Um par de olhos vermelhos a encarava, suas amarras, que ela não sabia ter, se soltaram, o chão se tornou fogo, e as paredes chamas, ela procurou por algo para escapar.

 Ouviu seu próprio grito ao longe, sentiu seu corpo se desintegrando, olhou para cima uma última vez, Jace a encarava, ela sussurrou seu nome, procurando, de alguma forma, tomar a própria vida de volta, fixou e sustentou os olhos nos seus, os olhos de Jace se encheram de um sangue negro, sua boca também. “Me ajude... Mas, eu ainda sei o que você fez” dizia ele, as chamas o engoliram, elas foram se extinguindo, deixando para trás um punhado de flashes de suas memórias.

 Lyv acordou com um solavanco, pulando da cama, suava frio, os gritos ainda ecoavam na sua cabeça. Ela respirava fundo muito rápido, passou a costa da mão pela testa, sentiu sua visão se desfocando, e focando novamente, num ciclo torturante ela via o sangue e em seguida ele desaparecia. Jogou-se de costas na cama, procurando algum alívio. O despertador ainda não havia tocado, e ao olhá-lo percebeu que ainda nem amanhecera.
  – Um pesadelo...? – a voz veio do canto oposto do quarto. Raphael a encarava com os grandes vermelho enferrujado bem abertos, Lyv quase se esquecera que ele estava ali, realmente, esqueceu. – Você não parece muito bem, garota. Estava se revirando na cama e murmurava coisas que eu nem podia distinguir.
  – Por que não me acordou? – perguntou a morena, indignada.
  – Parecia grosseria te acordar no meio do sono... então te deixei dormindo. – Lyv se levantou bruscamente.
  – Se quiser sobreviver... saia da casa agora, eu já vou... – disse ela, olhando pela janela, para o céu estrelado.
  – O que vai fazer?! – perguntou o vampiro, se levantando.
  – Um incêndio. – explicou. – Vai! Logo! – gritou, quando percebeu que ele não havia movido um músculo.
  – Onde você vai morar se fizer isso?! – perguntou ele, não soava exatamente como se quisesse saber. Soava mais como se se perguntasse algo muito inconveniente ela não o esperaria o sair dali pra começar o fogo. – Como vai fazer isso?
  – Eu dou meu jeito... – ele saiu do quarto bem rápido, Lyv encarou um dos porta-retratos e viu o vidro deste se rachando pelo calor que ela estava concentrando ali. Logo, este começou a pegar fogo.

 Lyv se certificou de que o fogo se expandiria, queimando a casa toda, criando novos fogos pelo caminho. Pegou duas mudas de roupa, algumas coisas mais importantes e saiu as pressas, mesmo que tivesse certeza de que as chamas não a afetariam.

 

 Jace olhava distraidamente para o teto, Cristine havia dormido a algum tempo, mas ele não tinha um pingo de sono. Se sentiu tentado a pegar a adaga-pulseira outra vez. Mas, ao começar a revirar os acontecimentos das últimas semanas, esqueceu-se disso. Levantou da cama devagar, concentrado em não acordar a garota. Colocou as peças de roupa que espalhadas pelo chão e se dirigiu por um caminho que conhecia como se fosse a própria espada. Bateu na porta.
  – Alec... está acordado? – ele sabia que o amigo não estaria, mas ouviu uma movimentação do lado de dentro do quarto, e abriu a porta. O amigo estava sentado na cama, com cara de sono. – Eu sei que a gente não anda conversando muito ultimamente... – começou ele, fechando a porta, e se escorando nesta. – Na realidade, nem precisamos conversar, mas as vezes é bom falar um pouco. Eu tenho que te contar algumas coisas estranhas, e você deve estar irritado pra caramba comigo por não ter te dito antes.
  – Pensei que me diria quando estivesse confortável com isso. – disse o parabatai, dando espaço para ele se sentar.
  – Alec, eu sei que eu nunca me importei de estar com a Cristine, mesmo que eu não “goste” dela, nunca fez diferença... Mas, ultimamente, parece tão errado ficar com ela. Eu não consigo mais dormir direito, meus olhos parecem se obrigarem a ficar abertos... parece que eu não confio nela, mesmo que não sinta assim.
  – Se sente assim... desde que a... Lyv, apareceu, não é? – o garoto confirmou com a cabeça. E viu seu amigo baixando os olhos. – Quem sabe você está apaixonado por ela.
  – Não acho que seja algo assim... – Jace disse as palavras se lembrando da lembrança da lição que seu pai lhe deu alguns anos atrás: “Amar é destruir, e ser amado é ser destruído.” – Parece... Impossível.
  – O que você sente quando à vê? – perguntou o garoto, seus olhos intensamente azuis o encarando lhe diziam para não mentir.
  – Eu sinto um aperto... Aqui. – respondeu o loiro, colocando a mão sobre o peito. – Eu sinto como se meu estômago estivesse cheio de formiguinhas voadoras, e as palmas das minhas mãos não conseguem segurar nada direito. E... quando a gente, sabe, se beijou, começou a chover... e dar tempestades de raios. Mas ela é tão inconstante.
  – Você também é inconstante. Esqueceu que um dia depois de você beijar ela pela primeira vez... e de vocês dormirem juntos, você chamou ela de vadia?
  – Como você sabe quando...?
  – Quando você beijou ela, eu senti como se você fosse infartar, você se encheu de um sentimento intenso de euforia no meio de uma confusão, e então pareceu que haviam minúsculos raios passando pela minha pele.
  – Desculpe. – Alec abraçou o parabatai. – O que eu faço, Alec?! Não sei como reagir, de qualquer jeito parece errado.

 Uma batida soou na porta da frente do Instituto, e ao chegarem na base da escada, Lyv estava no meio do corredor, olhando para fora, como se estivesse esperando algo acontecer, a morena empurrou a porta, que se fechou com um estrondo.
  – E ai? – cumprimentou ao se virar para olhá-los.
  – Sério Lyv, por que você bateu na porta se podia abri-la? – perguntou Izzy, o chicote se enrolando novamente no pulso. – São 04:37... Não podia esperar até amanhã?! – continuou a morena indignada.
  – Ah, é que eu acabei de descobrir que posso fazer isso. Eu sei que horas são... e não, a não ser que eu quisesse morrer queimada. E, eu vou ficar aqui por um tempo...
  – Por quê? – perguntaram os parabatais, indignados.
  – Ah, eu botei fogo “acidentalmente” na minha casa... E se eu não puder ficar aqui, acho que vou passar uma temporada no DuMort... – ela apontou pra fora como se considerasse mesmo essa opção.

 Um garotinho apareceu ao pé da escada, encarando a morena atentamente. Ele passou a impunhar a adaga que trazia do lado do corpo. Isabelle se postou na frente de Max, e por um segundo Jace não soube se para protegê-lo, ou se para proteger Lyv.

 A morena olhou para o garotinho e em seguida para Alec.
  – Ei, Alec... eu não sabia que Caçadores-de-Sombras podiam se clonar. – Izzy riu.
  – Não podemos... – respondeu o garotinho, sua voz soava firme, mas ainda assim apavorada.
  – Ele é meu irmão não meu clone. – completou Alec. E Jace ouviu a morena sussurrar algo que soou “ tem certeza?”.
  – Jace, pegue-a, é uma feiticeira! – esbravejou o garotinho.
  – Calma, Max... ela é uma amiga. – explicou Isabelle, vendo o olhar de “isso é sério” da morena.

 

 Um garotinho de enormes olhos azuis a encarava como se ela fosse uma espécie de vírus.
  – Então é assim que é... – resmungou a garota, baixando os olhos, ainda com o sorriso torto. – Bom, eu já vou indo agora.
  – Você não vai a lugar nenhum. – disse uma voz que ela reconhecia como a de Hodge, que vinha do lado do elevador.
  – Valeu, Hod! – ela sorriu pra ele pelo ombro. – Mas eu não pareço ser muito bem vinda aqui. – explicou ela virando-se novamente para a porta.
  – Se você sair... – essa voz a fez congelar no lugar, de repente, tornou-se incapaz de se mexer. – Eu não vou te perdoar. – completou Jace. Ela ainda não tinha se virado de volta.
  – Eu... não preciso... do seu perdão, Jace. – ela sentiu as faíscas nas pontas dos dedos, que ela apertou nas palmas. – Mas, se fazem tanta questão que eu fique. Eu durmo no sofá. – ela se encaminhou para um sofá que ficava em algo que seria uma “sala de estar” para as pessoas normais. Antes de chegar a esse, ela parou e observou pelo reflexo, e só ai notou que tinha pessoas ali que ela não conhecia. – Oi! – disse ela, fechando os olhos e sorrindo – Eu sou a Lyv! – então deitou-se no sofá, mesmo sabendo que não dormiria hoje, e ficou parada até ouvir que todos tinham ido se deitar.

 As lágrimas começaram a cair devagarinho dos seus olhos, enquanto ela soluçava o mais baixo de conseguia. “ Então é ela...”, e se dobrou de chorar.


Notas Finais


Até o próximo capítulo!


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