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História Ir ou não? Eis a questão. - É só o começo.


Escrita por: Araujs

Notas do Autor


Nesse capítulo Olivia passará por um grande aperto. Quem será a pessoa misteriosa da ligação? Só lendo para conferir.

Capítulo 6 - É só o começo.


Fanfic / Fanfiction Ir ou não? Eis a questão. - É só o começo.

Uma voz feminina completamente desesperada ecoa sobre meus ouvidos através do celular, seu pedido de socorro me fez congelar dos pés a cabeça. 

— Que... quem está falando? - Minha voz quase não sai.

Preciso da sua ajuda, por favor... Acredite, você é a  última pessoa em que eu recorreria em uma hora dessa, mas me disseram que só poderia ligar para você. - Ela pausa brevemente. — Pode ter certeza. Então por favor entende o meu desespero. -Ela realmente pareceu falar sério.

— Sophie?... - Fiquei surpresa.

Sim, sou eu. - Ela pausa a fala por alguns minutos e então começa a falar mais baixo. — Tem uma pessoa aqui, ela me sequestrou assim que voltei da casa de Valerie. - Ela chora enquanto fala — Eles me disseram para ligar para você.

Em poucos minutos o desespero toma conta de mim. — Para mim? Consegue me dizer onde você está? Vou ligar para a polícia!

— Não, não ligue para a policia! Venha sozinha, ele me disse que se você vir acompanhada ele me mata. Por favor, não faça isso. - Consigo sentir o desespero no seu tom de voz. — Sei que não nos falamos e que você não tem o menor motivo para me ajudar depois de tudo que fiz com você.  É que eu não sei onde estou... parece um laboratório e eu... eu estou com muito medo, está escuro e... e ele vai voltar a qualquer momento. 

— Ele quem?

Sophie se mantém em silêncio e ainda com o celular no ouvido consigo escutar passos de alguém se aproximando. De fundo escuto uma breve conversa, mas não entendo sequer uma palavra. Os gritos de Sophie parece tomar conta do ambiente. "Não! Por favor! Eu fiz o que você pediu, eu liguei para ela, ela está vindo. Não me machuque por favor" - Escuto seus soluços pela ligação e alguém pegar o celular. 

— Hora, hora... O que temos aqui! - um curto silêncio. — Olá Olívia Clark! - Uma voz masculina e estranhamente medonha me assusta.

 O que você quer de mim? - Minha voz sai antes que eu pudesse pensar no que dizer.

Apenas informações. - Ele solta uma risada assustadora.

Por instantes cheguei a pensar que poderia ser algum tipo de pegadinha, ou piada de mal gosto. Mas a maldade de Sophie não chegaria a esse nível, e ela também não é inteligente o suficiente para planejar algo assim. Pensei em ignorar mas e se realmente fosse verdade? 

— O que Sophie tem haver com isso? solte-a! - Minha voz autoritária cobre minha voz de pânico.

Essa menina chata aqui, nada! Eu só precisava de algum incentivo para te trazer até a mim. - Ele pausa por um curto período de tempo. — Pensei na sua melhor amiga, mas é muito clichê. Se eu fosse você eu viria logo, não sou uma pessoa muito paciente. 

— E onde eu o encontro? - Por um tempo, não acreditei que arriscaria minha vida para salvar a de Sophie,  com quem eu poderia estar me metendo? E eu não poderia envolver polícia. Minha coragem realmente me surpreendeu.

Na sua escola, e venha sozinha, para seu próprio bem. - Ele solta outra risada macabra e desliga antes que eu pudesse responder. 

Pego meu celular, as chaves de casa e vou correndo para escola, pensei em avisar os pais de Sophie, mas eles ligariam para a policia e poderia acontecer algo bem pior. Tento disfarçar meu desespero e medo enquanto corro pela rua e distrair minha mente com outro tipo de pensamento mas nada adianta.

Chego na escola que está vazia por ter finalizado os horários de aula e encontro a porta da frente com uma brecha aberta. Nenhum guarda ou segurança por perto, eu apenas entro devagar analisando todos os cantos por onde passo. Olho em cada sala chamando por Sophie e escuto um barulho baixo de choro vindo do laboratório de Química, rapidamente e sem fazer barulho corro até lá.

 — Sophie? - Abro a porta com toda delicadeza e a encontro no chão, apoiada em um dos balcão.

Ela está amarrada,vendada e apavorada, tiro as vendas dos olhos dela e ela me olha aliviada. 

— Quem fez isso com você? - Tento desamarra-la enquanto pergunto, a vejo olhar fixamente para a porta.

Precisamos sair rápido, depressa com isso! - Ela sussurra para mim.

A desamarro e levanto. Apoio o braço dela sobre meu ombro e a ajudo a se levantar. Ela aparenta estar suja, como se estivesse rolado na grama e com a perna esquerda levemente arranhada, devagar a ajudo a caminhar.  

Passamos pela porta do Laboratório, chegamos ao último corredor até a saída da escola quando de repente sou puxada por alguém, Sophie se solta de mim e caí no chão, enquanto sou puxada pelos pés e arrastada pelo chão da escola, ela me encara por um breve momento, com um olhar de quem se arrependeria mais cedo o mais tarde com o que estaria prestes a fazer. Vejo Sophie Green passar pelos portões da escola e correr desconsiderando qualquer ajuda minha com ela naquele momento, como sempre, ela pensou nela como prioridade.

Uma mistura de medo, raiva e pavor toma conta de mim, mas minha unica reação é chorar e gritar, sinto uma pancada na minha cabeça e lentamente vou fechando os olhos, por um breves momentos vejo cenas curtas, vultos, alguém passando na minha frente e me deixando em algum canto da escola. Depois de um tempo fui acordando aos poucos, escuto alguém rindo e conversando, ainda sem abrir os olhos. Minha cabeça dói muito e ao finalmente abri-los, aos poucos reconheço o lugar. Estou novamente no laboratório de Química, exatamente no lugar onde encontrei Sophie Green.

- Alguém cujo qual não consigo ver quem é se aproxima e se abaixa na minha frente. — Bom dia... dia não! Boa noite bela adormecida, você está aí a um bom tempo, já estava ficando impaciente. - Não consigo ver seu rosto, por causa de uma touca preta que o escondia,  e por tudo em minha volta estar rodando. Mas percebo seu sorriso irônico  enquanto falava comigo.

O que aconteceu? Quem é você? - digo quase chorando, por conta do medo e da enorme dor que sinto na cabeça ao fazer qualquer esforço. 

- Ele se levanta. — Bom, o que aconteceu minha linda, é que você não deu crédito a minha palavra, tive que provar que não estou para brincadeira. 

— Fala logo o que você quer de mim, o que eu fiz para você? 

- Ele para e pensa por alguns segundos. — Para mim, você? Você não fez nada, não se preocupe. Meu problema não é com você. 

Ele começa a mexer nas mesas e abre os armários procurando alguma coisa, mexe nos tubos de ensaio, nas provetas e pega um dos bisturis usados para dissecar sapos.

 — Por que precisa de mim então?- Tento não transmitir o medo que estou sentido enquanto falo. 

Odeio ter que colocar você nessa história, você é tão bonitinha. Confesso que não queria, de verdade... -Ele se aproxima de mim com o bisturi na mão. — Meu problema é com o seu novo amigo Dilan. A tempos venho o seguindo, nunca o vi sair mais de uma vez de casa a menos de um mês, até ele te conhecer, a não ser pela univerdade. E parece que você tem algum significado para ele. Ele tirou de mim tudo que era importante na minha vida então vou fazer o mesmo. E se você tem algum significado para ele, atingir você será a melhor vingança. Se é que me entende...

Meu desespero finalmente me consome. Eu sabia que ia morrer ali, pensei em mamãe, na Amy, me senti mal por não ter dado um último adeus e de não ter perdoado Amy como deveria. 

— Oh... Não chore bebê. - Ele novamente se abaixa na minha frente e enxuga minhas lagrimas, tento desviar meu rosto de seu toque mas estou praticamente impossibilitada. — Você precisa facilitar as coisas para mim, prometo ser rápido. 

Fecho os olhos esperando pelo pior e pedindo perdão a minha mãe mentalmente quando escuto um barulho muito alto vindo do lado de fora. Não só eu mas o rapaz que me sequestrou também, ele vira para trás e levanta devagar. 

— Você fique quietinha aqui, qualquer tentativa de fulga ou quaquer coisa tosca que você tente fazer e mudo meus planos sobre sua morte rápida. - Seu rosto se endurece, ele caminha lentamente até a saída da sala.

Estou sentada com as pernas esticadas e as mão amarradas, estou encostada em uma das mesas do laboratório e ao fazer um pequeno esforço, batendo com as costas na mesa consigo derrubar um dos tubos de ensaio fazendo ele se quebrar em varios pedaços no chão. Pego um dos cacos de vidro e tento soltar uma das mãos, escuto barulhos de pancadas do lado de fora da sala e começo a acelerar o processo.

— Vamos... por favor. - Suplico a mim mesma e ao pedaço de vidro que seguro. 

No fim, consigo cortar o pano que me prendia no meio e seperar uma mão da outra e devagar levanto do chão. Vejo tudo balançando por conta da pancada na cabeça que levei, me apoio pelos cantos da sala mas minha cabeça dói ainda mais quando me levanto. Pego o bisturi que ficou em cima da mesa do professor e ao poucos tento chegar até a porta. Percebo que os barulhos que viam do lado de fora pararam e escuto  também alguém se aproximar. Me escondo atrás da porta para me preparar para um atacar assim que ele entrasse. Um rapaz entra na sala e quando eu ia atacar, rapidamente ele se vira e segura minha mão no ar.

— Calma. Sou eu! - Sua voz familiar soa calma e preocupada ao mesmo tempo.

Dilan! - Solto o bisturi e então o abraço com a força que ainda me resta.

Você está bem? Ele te machucou? - Ele me pergunta ainda me abraçando. Parece estar realmente preocupado com meu estado.

- Me solto dele. — Estou bem, eu acho. Minha cabeça dói muito e estou com um pouco de tontura. 

— Venha, vou te levar para casa. - Ele passa um dos meus braços sobre seu ombro e me pega no colo. 

— Mas e... - Antes que eu terminasse a frase ele me interrompe. 

Não se preocupe com ele, ele não vai mexer com você nunca mais. - Suas palavras parecem realmente convincentes. 

Enquanto ele me carrega no colo até a saída da escola e ao seu carro, eu o observo, é a primeira vez que realmente paro para observar o seu rosto. Ele me põe brevemente no chão e abre a porta do carro, me coloca no banco da frente, ao lado do motorista, da meia volta e entra no carro também.

— Como me achou aqui? - Minha cabeça ainda dói quando tento falar, ainda mais agora que saí da escuridão e estou exposta a claridade do por do sol.

Vi quando Sophie saiu correndo da escola toda apavorada. Perguntei o que ela tinha e ela disse que não podia falar, desconfiei e entrei na escola, escutei parte da conversa. - Ele não tirou a atenção da estrada enquanto me respondia.

E quem era ele?

— Um velho conhecido, paranóico, insiste em dizer que tirei tudo que o pertencia. Então agora só vive para tentar me atingir.

Perco o interesse na história e me calo o resto da viagem de volta para casa. 

Ao chegar, ele sai do carro e abre a porta para me ajudar a sair. Já está de noite, Beth não está mais em casa e Dilan entra junto comigo, ele abre a porta da cozinha e me deixa no sofá da sala. 

— Tem alguma coisa por aqui para tratar essa sua dor de cabeça? - Ele ajeita algumas almofadas nas minhas costas. — Eu não vejo nenhum galo ou machucado, não está sangrando também. Talvez algum medicamento e uma noite bem dormida resolva isso. - Ele mexe na minha cabeça procurando algum hematoma.

Deve ter algum remédio no espelho do banheiro. - Aponto uma das mãos na direção do banheiro.

Certo, já volto. - Ele se levanta e caminha na direção.

O conheço a menos de uma semana  fui literalmente atropelada, ele já veio na minha casa, fui sequestrada por causa dele e ainda corro o risco de até estar gostando dele. Confesso ter sentido ciúmes vendo Sophie o entregar o convite de sua festa, falando nela, como ela pôde? Eu saí para ajudá-la e na primeira oportunidade ela me largou para ser morta. Se existia uma mínima chance de perdão, já não existe mais, minha raiva sobre ela se multiplicou e se não fosse por ela, eu não teria passado por tudo que passei hoje. 

Dilan volta com um frasco de remédio nas mãos. 

— Acho que isso deve resolver. - Ele me entrega dois comprimidos e caminha até a cozinha para buscar água.

Muito obrigada. - Coloco o comprimido na boca e ele me entrega o copo com água. 

Sinto muito você ter que passar por isso. 

— A culpa não foi sua. Quem imaginaria que um inimigo seu tentaria me matar? Com ajuda da minha inimiga? Imagina. 

- Ele sorri por meio segundo. — Preciso ir logo mais. Chamei uma pessoa para ficar com você essa noite. 

— Quem? - O encaro com espanto. Queria que fosse ele, confesso.

De repente alguém bate na porta e eu pulo do sofá, ainda traumatizada com minha aventura de hoje.

— Se acalma. - Dilan se levanta e então abre a porta, Amy entra. 

Meu Deus, fiquei preocupadíssima com você. - Ela corre em minha direção e comigo ainda sentada no sofá ela me abraça, quase me sufocando. 

Cuidado! - Suplico a ela.

Ainda não esqueci o que ela fez e estou nervosa.

Você está bem baby? Seu amigo me contou tudo, vim correndo assim que soube, disse a minha mãe que passaria essa noite com você. 

Dilan, escorado na parede nos encara atentamente.

— Obrigado por ter vindo Amy, preciso ir. Prazer em conhecê-la. -Ele estica uma das mãos para cumprimentá-la. 

Eu que agradeço pelo aviso. O prazer é todo meu, é...

— Dilan! - Ele completa a frase. — Olly, vejo você amanhã. 

Amy e eu observamos Dilan sair pela porta da cozinha.

— Você realmente está bem? Não acrediro que Sophie fez isso com você! Que descarada! 

- A encaro ironicamente por alguns segundos. — Pelo menos eu a vi sair, ela não sumiu de repente sabe. 

- Amy me olha como quem dissesse que entendeu o recado. — Poxa Olivia, vai começar de novo? Eu não já te pedi desculpas? Ok! Eu errei, feliz?! Eu amo muito você, não quero perder sua amizade. Não sabe como a culpa de ter deixado você lá sozinha e de te deixar brava comigo está me corroendo. Me perdoa, vai? Prometo nunca mais fazer isso com você... Nem pelo gato mais gato do mundo. 

- Solto uma risada involuntária. — Nem pelo gato mais gato? 

— Do mundo! - Ela sorri de volta.

E como ficar brava com você? Vem aqui. - Abro os braços e ela mais uma vez me abraça quase me sufocando, dessa vez eu não ligo. 

Obrigada Olly, prometo ser uma amiga melhor, começando com te ajudar a subir até seu quarto.

Depois disso, tomei banho, comi um lanche e escrevi sobre meu dia  no meu diário, Amy ficou no quarto de mamãe, então tive a oportunidade de pensar na vida, no Dilan, em tudo. Ligo para mamãe e ela atende no segundo toque. 

— Oi querida! - Ela parece realmente feliz em receber minha ligação. 

— Oi mamãe. Como vão as coisas? 

— Estou em um restaurante com meu chefe, finalmente tenho meus minutos de folga.  Está tudo bem aí filha? 

Pensei em contar tudo a ela, mas estragaria sua noite e a deixaria muito preocupada.

— Está tudo bem sim.- Consigo nitidamente disfarçar toda mentira na minha voz. 

— Fico feliz... - Ela pausa a fala por meio segundo. — Filha, você sabe que eu amo conversar com você mas eu realmente preciso ir. Amei ter recebido sua ligação e se tudo for como planejado, domingo estarei em casa e passaremos alguns dias juntinhas, sem impedimentos.

— Sim, sem impedimentos. -Repito. — Eu só queria escutar sua voz. Um bom jantar e tenha uma ótima noite. 

— Uma boa noite para você meu amor, amo você.

— Também amo você. 

Desligo e antes de dormir dou uma ultima conferida no celular, tem a notificação de uma mensagem de Dilan. " boa noite, anjo. Nosso encontro fica para outro dia. Sonhe comigo."  Um sorriso surge antes que eu perceba, desligo o celular e finalmente vou dormir.















Notas Finais


Que dia foi esse? Mais capítulos em breve ♡


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