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História IRMÃOS HELL - Eu não te esquecerei


Escrita por: ParkGoJeon

Capítulo 12 - Eu não te esquecerei


Fanfic / Fanfiction IRMÃOS HELL - Eu não te esquecerei

 

Cruel

O carro estacionou, era uma mansão , que ficava nos limites da cidade, desci do carro.

 

–  você ficará aqui por um tempo, ninguém sabe do lugar. –  Theo falou, estava do meu lado e tinha começado a andar.

 

Ele abriu a porta e entramos, era o mais discreta possível por dentro.

 

–  e sua irmã? Ela sabe?

 

–  não, mas se tiver força de vontade o suficiente não duvido que ela apareça. Mas não se preocupe, mesmo que ela apareça não fará nada, ela gosta de você.

 

Fiquei calado, mal conhecia a garota, não era importante para mim, embora para as pessoas ela fosse minha noiva, para mim ela não era nada. A pessoa que realmente importava estava presa com um filho meu no ventre.

 

Lilith, eu não sentia nada desde que ela tinha ido, apenas queria acha-la, então eu voltaria a sentir, teria ela e meu filho comigo.

 

Um ano.

 

Como eu aguentaria tudo aquilo ? como eu conseguiria viver sem ela? ,  era algo impossível para mim.

 

Sem ela eu perdia a sanidade, perdia o controle e focava em apenas uma coisa. Matar.

 

–  seu quarto fica no segundo andar, mas imagino que não queira dormir. Vou lhe mostrar o meu lugar preferido.

 

No final do corredor tinha uma porta dupla ele as abriu em um gesto fácil e logo uma sala de treinamento apareceu.

 

Tatames, armas, carregamentos, computadores holográficos, e uma tonelada de drogas.

 

– você exporta drogas ? –  passo a mão por uma arma, uma M4A1, a segurei com as duas mãos a apontando para um alvo logo a frente.

 

– não é bem assim, eu faço apenas algumas entregas, seu amiguinho Gaye é um dos meus clientes mais exigentes.

 

Ignoro sua voz, sabia que Gaye tinha envolvimento no trafico, e em muitas outras coisas, as drogas ficavam para ele, Maria ficava com os computadores e as armas para mim, era uma boa parceria, não me surpreendia que ele tinha contato com Miller.

 

Atirei varias vezes, aquele era meu futuro alvo, conseguia ver sua forma, Lucian e talvez até mesmo Aaron, não via a hora de vê-los no chão, abaixo da terra, embaixo dos meus pés sendo pisados pela minha ira e poder.

 

Eu iria mata-los, era mais que uma promessa.

 

Dei um ultimo tiro.

 

 

Não falei mais nada, fiquei parada a olhando dar voltas ao meu redor.

 

–  me disseram que estava gravida, não imaginei que tanto – ela se apoia na mesa que ficava no meio da sala. –  não consigo imaginar como você é tão próxima a Cruel, um homem tão maravilhoso como ele, e você sua irmã detestável e inconveniente.

 

–  quem você acha que é para falar dele ? – falo, sínica. permaneço do mesmo lugar, ela não tinha o direito de nem mesmo pronunciar seu nome, como ela ousava! – você não tem o direito de falar dele. Nem mesmo o nome, não tem o direito de nada.

 

Principalmente agora que ele está...

Pensei em dizer, mas a Lilith que falava aquilo era fraca, e talvez se eu falasse não teria mais forças para nada.

 

–  desde que eu vi vocês pela primeira vez, juntos, naquela festa. Eu percebi que algo acontecia, era como se o desejo os cobrisse como uma bolha protetora, e mesmo tentando disfarçar, no fundo dos seus olhos qualquer um podia perceber. Aquilo era doentio.

 

Aquilo não era apenas doentio, era mais que isso.

 

Era amor.

Era poder.

 

Fixei meus olhos nos seus, ela ainda não sabia, era apenas mais um boneco de Lucian. O nosso olhar foi ficando mais intenso.

 

–  você está invadindo um espaço que não te convém.

 

Levantei a cabeça e me afastei com os cabelos dançando em minhas costas.

 

–  de quem é a criança? De algum homem qualquer imagino, me diga Hell, de quem é essa criança amaldiçoada?.

 

A olho por cima do ombro, não me importaria de ter uma arma aqui, acabaria com os zumbidos, com todo esse incomodo que ela representa.

 

Pensei em ignora-la, mas não seria o suficiente para mim.

 

–  me diga você Mircela, já que você sabe tanto do meu relacionamento com ele.

 

Demorou, mas logo o choque se estampou em seu rosto. Nascido do nosso amor e obsessão, você esqueceu de algo quando começou seu joguinho, eu sou uma Hell, e mesmo que eu desmorone eu levarei você comigo para os confins do inferno.

 

 

7 meses depois.

 

O tempo parecia ficar mais difícil de se contar, mas mesmo assim eu continuava, passava cada dia remoendo as lembranças do rosto dele, estavam começando a ficar embaçadas, como eu podia esquecer de tudo aquilo?

 

Mircela nunca mais veio, muito menos Lucian, acho que resolveram me deixar só por um tempo.

 

Theo, o nome surgiu em minha mente, será que ele ainda está vivo? Provavelmente. Ele sempre dava um jeito, assim como ...

 

Reprimi meus pensamentos, o nome dele agora era como uma maldição para mim. Agora eu entendia, o nome Cruel agora fazia jus ao que representava.

 

Me encolhi na cama, o lençol caído nos meus quadris era quase imperceptível , o tempo me tirou tudo, a morte dele me tirou tudo.

 

A vida tinha sido cruel.

 

Pouco a pouco me despedaçando, tirando um pequeno pedaço por vês, sem eu nem mesmo notar, para no final me tirar tudo.

 

Esperança.

 

Força.

 

Amor.

 

Será que um dia eu voltaria a sentir? Eu não sabia responder. Ninguém sabia.

 

Uma lagrima escorregou, acontecia muito ultimamente, eu estava só.

 

Senti uma pontada, um chute, forte e repetitivo, não totalmente só.

 

Mas aconteceu uma coisa que eu não esperava nem tão cedo, os chutes não pararam e a dor também não.

 

 Ele estava vindo.

 

***

Um tiro zumbiu pelo meu ouvido, disparei sem atingi-lo.

 

–  até que você não é ruim – Theo fala. Não me importo com sua opinião, parei de me importar a meses.

 

 sem ela não havia sentimentos.

 

Era a mesma sensação, a solidão, a frieza, a armadura. Tudo  oque eu tive antes dela nascer, e agora parecia a mesma coisa, mas eu sabia que em algum lugar ela existia, mas ainda assim eu precisava esperar.

 

Maldito seja o tempo.

 

Recarreguei a arma e atirei de novo, estava treinando Theo, que embora tenha uma tonelada de drogas em uma sala secreta, e vários carregamentos de bala no porta luvas tinha uma péssima mira.

 

Estávamos a meses tentando invadir a mansão, tentando achar um jeito de invadi-la, de tirar Lilith de lá.

 

Mas era impossível, aquela casa era a mais protegida que eu conhecia, invadi-la demoraria mais do que o previsto.

 

Mas eu iria conseguir, eu iria tira-la de lá, iria matar todos que a tocaram, enterrar todos sobre as ruinas que representava a casa dos Hell.

 

–  vamos parar por hoje – abaixei a arma e a coloquei no mesmo lugar, sai da sala, não estava conseguindo fazer as coisas por muito tempo, eu me desconcentrava, pensar nela me desconcentrava, me tirava do mundo, do meu inferno particular.

 

Mas agora eu não conseguia sair dele internamente, não sem ela, ela ainda estava lá, eu precisava busca-la.

 

Nascidos um para o outro, criados com o mesmo proposito, se proteger, mas agora separados, a blusa aprova de balas estava no chão, a armadura de titânio estava quebrada. Nada me protegia como ela.

 

Nada me curava com ela, era isso, a distancia era como um ferimento, quanto mais passava mais se abria, mas antes, quando passávamos horas eu sabia que iria encontra-la logo em seguida, que poderia sentir o seu corpo assim que a visse, mas tinham se passado dias, semanas, meses e até agora eu não a tinha.

 

A ferida estava prestes a me rasgar por completo, prestes a me destruir e me transformar no que eu era antes.

 

E o pior, eu não tinha nada dela para me segurar, nem suas fotos, roupas ou acessórios, apenas suas lembranças, seu rosto, seu sorriso e sua risada que em toda a minha vida eu escutei apenas uma vez.

 

Tudo isso era um tormento, até mesmo pensar em seu nome. Lilith o primeiro demônio a existir, a deusa da sedução e da escuridão, a primeira mulher de adão.

 

Uma imagem me veio a cabeça, os cabelos caindo loiros pelas costas enquanto olhava fixamente para a janela, tinha tido um pesadelo, as noites eram seu tormento, ainda continuavam?

 

Pela primeira vez eu não sabia o que dizer sobre ela. Eu que sempre soube de tudo, que a vi dar os primeiros passos, que tirei sua pureza, que a trouxe para o pecado que seria o amor, agora não sabia nada dela.

 

Estava subindo para o meu quarto quando ouvi a porta se abrir com um estrondo. Gaye junto com Maria, e logo atrás vários homens armados.

 

–  eu consegui! –  ele gritou –  eu descobri o código!

 

Ele se aproxima e eu desço as escadas.

 

–  vamos essa noite – ele toca o meu ombro –  vamos tira-la de lá, eu prometo.

 

 Olho em volta, Maria sorri para mim e Theo no canto da sala confirma com a cabeça.

 

Está na hora do seu império cair Lucian.

 

 

 

Um grito saiu pelos meus lábios , minha testa estava cheia de suor. Mais um grito que se ecoou, e mais uma pontada, segurei na cabeceira da cama, mas ainda assim não foi o suficiente.

 

Foi então que momentos depois, um ultimo grito meu saiu e foi substituído por um choro de criança.

 

Era uma sensação inexplicável, alivio e ao mesmo tempo falta.

 

Me joguei contra os travesseiros e segundos depois me sentei e olhei para a criança.

 

Assim que a peguei no braço as lagrimas vieram aos meus olhos, olhar para ele era como levar uma facada no coração. Ele era a cara do pai, era como ver o homem que eu amei em tamanho menor, era como pega-lo nos braços.

 

Mas agora ele não existe mais.

 

Somos apenas dois querido, nesse  mundo feio, apenas nós dois.

 

O apertei em meio a soluços então senti suas mãozinhas tocarem meu rosto, seus olhos estavam abertos, eram grandes e verdes como os meus, não chorava mais , apenas me encarava enquanto observava minhas lagrimas caírem.

 

Tinha o espirito de um Hell a coisa que eu mais temia.

 

–  bem vindo ao mundo Romeu.

 

Ele sorri, como se reconhecesse o nome, como se esperasse ser chamado, o mesmo sorriso, como ele podia ser tão parecido?

 

 O segurei mais, parecia tão delicado e frágil, nunca tinha segurado um bebê antes, eu tinha medo e se ele caísse? Segurei uma de suas mãozinhas gorduchas.

 

Agora eu tinha um motivo para viver, proteger aquela criança, proteger o meu filho.

 

Fruto do nosso amor e obsessão nasce mais um Hell. Oque você diria Cruel se visse seu filho?

 

Dei um beijo em sua mão.

 

–  não vou deixar ninguém toca-lo, eu vou protege-lo. Eu prometo.

 

–  ele nasceu antes do que eu esperava –  no vão da porta estava Lucian com Mircela logo atrás com um sorriso gigante no rosto –  vamos, vá pegar o seu filho Mircela.

 

Ela se aproxima e ao primeiro passo Romeu chora, o deito na cama e me levanto.

 

– não chegue perto. –  ela ergue uma sobrancelha.

 

–  vai fazer oque Hell?, não tem uma arma consigo. –  ela continua andando e assim  que ela se aproxima da cama a puxo pelo cabelo e dou um chute na sua barriga.

 

– algo que estava querendo desde o momento em que eu vi você dirigir o olhar a Cruel – a ajoelho no chão com força enquanto ela gritava por Lucian, mas ele não se movia, apenas observava. – você vai morrer Mircela, e vai ser pelas minhas mãos.

 

Eu podia sentir a ira me domando, a que eu guardei por muito tempo, eles haviam trancado um leão em uma jaula, e não iriam sair vivos dela.

 

–  você me desafiou Mircela. Você me provocou. – apertei seus cabelos e a joguei no chão, e assim que ela tentou levantar eu dei um chute em sua barriga. –  você sabe qual o lema dos Hell Mircela?

 

Ela gemeu debaixo dos meus pés e eu a chutei mais uma vez, agora colocando meu pé em seu rosto.

 

–  amar é destruir – apertei com mais força –  e faço questão de provar isso a você.
 

Eu vou destruir você com as minhas mãos.

 

Eu estava prestes a dar um mais um chute quando eu ouvi um barulho. Uma explosão, forte o suficiente para ser ouvida do subsolo.

 

Olhei para o teto que começava a se mecher. Foi quando meu coração se apertou, eu ouvi uma voz, talvez eu tivesse delirando mais eu tenho certeza que eu ouvi, eu ouvi a voz de Cruel.

 

Olhei para o chão Mircela estava apagada, nem sequer se mechia mais, estava viva ainda. Olhei para a porta, Lucian também havia desaparecido.

 

Corri para a cama e peguei Romeu em meus braços, comecei a sair da casa, estava quase subindo as escadas quando da porta aberta um rosto conhecido surgiu.

 

–  parece que vamos nos encontrar sempre em situações ruins, não é mesmo Hell?

 

**

Assim que Gaye colocou a bomba e ela explodiu entramos, todos com armas nas mãos, ela estava ali, eu conseguia sentir, eu queria correr, pega-la em meus braços, mas esse era o papel de Theo, ele iria tira-la dali.

 

Ninguém apareceu, muito menos os seguranças.

 

–  vou subir. Acho que sei onde ele está. –  falo e Gaye assente.

 

–  tome cuidado. –  olho para Maria que me estende mais uma arma.

 

–  seis tiros Cruel. Nada mais.

 

Subo as escadas e assim que viro vejo Aaron no final do corredor.

 

Corro e me aproximo, batendo o seu corpo na parede, dou chutes em todo o seu corpo, o derrubo no chão enquanto ele tenta revidar e continuo a bate-lo, aponto a arma em seu rosto.

 

–  aonde está ? –  ele sorri, a boca cheia de sangue o dá um aspecto demoníaco.

 

–  lá embaixo com Mircela, suas duas putas estão em reunião porque não vai participar ?– aperto a arma contra seu rosto.

 

–  aonde Lucian está ? –  pergunto deixando minha voz mais rouca, seis balas. Ele não responde logo meu numero de balas diminui. Ele tosse e grita de dor engasgado com o próprio sangue. Mas ele não responde novamente, e mais uma bala se vai.

 

Os gritos param, me levanto vendo o corpo jogado abaixo de mim, frio e com um sorriso no rosto.

 

Era doentio, olha-lo assim, mas eu sempre soube que isso aconteceria, desde o momento que eu o vi pela primeira vez a dez anos atrás, eu era o fim de sua vida, o fim de sua linhagem.

 

E eu estava a um passo de termina-la.

 

Continuei a andar até que assim que eu virei o corredor eu vi, Lucian, com uma arma na mão e com um corpo preso nos braços, era Mircela. Estava desacordada e cheia de hematomas.

 

Eu não queria mata-la, apenas seria um desperdício de balas, e ela era irmã de Theo.

 

–  parece que nos encontramos novamente. Esperava que estivesse morto –  dou um passo a frente recarregando a arma.

 

–  um Hell não morre tão facilmente, e se acha que aquele acidente iria me derrubar estava mais do que enganado.

 

–  e você também se esquece, caro sobrinho que eu também sou um Hell.

 

Nego com a cabeça, e levanto a arma.

–  você nunca vai ser um Hell. –  miro e ele recua sacando uma arma –  vamos ver quem é mais rápido.

 

Dou mais um passo.

 

–  nem mais um passo Cruel. Eu posso matar ela aqui mesmo.

 

Estava prestes a puxar o gatilho quando uma bala zumbiu perto de mim. Olho pelo canto do olho, Theo estava com uma arma levantada.

–  oque está fazendo aqui , onde está Lilith?.

–  ela está em segurança, não se preocupe. –  olho para frene, a bala tinha acertado Mircela, dando o impacto para Lucian que a jogou no chão e começou a se afastar.

–  a tire da minha frente antes que eu faça alguma coisa.

–  ok, acho melhor ser rápido. Você tem 5 minutos antes de irmos.

Confirmo com a cabeça e vou atrás de Lucian. Só se podia ouvir tiros, os homens de Gaye contra os de Lucian, estava ficando sem tempo quando vi Lucian entrar no escritório.

Abri a porta com tudo e o olhei, a bala não tinha só feito impacto a bala o tinha atingido também.

–  não se aproxime! –  ele grita.

–  você perdeu Lucian –  ele se apoia na cadeira cambaleando, é tarde demais para tentar viver. –  não tem mais volta.

–  Aaron! –  ele grita e eu me aproximo.

–  ele não vai escutar. Está morto, eu o matei. –  seus olhos se arregalam. Sempre foi claro que por mais que Aaron fosse filho bastardo era o seu preferido, aquilo era apenas uma parte do que ele passaria.

–  você está mentindo – ele falou, incrédulo e eu neguei com a cabeça. Estava a poucos passos dele quando ele caiu no chão ajoelhado.

O olho de cima e coloco a arma em sua testa, isso ainda é pouco. Aperto o gatilho e ouço o barulho da arma, sangue espirra pela minha roupa e eu atiro mais uma vez, e quando faltava apenas uma bala eu parei.

– te encontro no inferno. – guardo a arma e saio ouvindo seus gritos.

Assim que desço as escadas vejo Gaye atirando com mais dois homens ao seu lado, não tinha nem sinal de Maria.

Me desvio das balas, derrubando homens com movimentos rápidos de luta, assim que cheguei perto de Gaye ele me jogou uma arma.

–  temos que sair o mais rápido possível.  Me de cobertura.

Jogo a arma que estava comigo no chão e saco a outra atirando a cada ameaça, já estávamos saindo quando ouvimos um barulho de carro.

Era Theo, abrimos a porta e entramos, eu no banco da frente e Gaye no banco de trás, assim que olhei para o retrovisor eu vi um corpo, Mircela, os olhos estavam apagados, sem brilho, a pele parecia estar mais branca e no vestido que usava uma grande mancha vermelha se espalhava.

–  está morta. –  ele falou sem olhar para trás.

–  ainda está respirando –  Gaye falou. E Theo negou com a cabeça.

–  para mim está morta. Ela não merece viver.

Fechei os olhos respirando fundo, acalmando a respiração. Ninguém falou nada o caminho todo, já estávamos no meio do caminho quando Mircela parou de emitir ruídos, havia morrido, bem ali.

Em um momento eu olhei para Theo, os dedos estavam segurando forte o volante e as lagrimas banhavam o rosto, ele tentava não emitir soluços, mas estava quase falhando.

Foi então que amanheceu e o carro parou em uma avenida abandonada. Havia apenas um carro preto, desci do carro assim que ele parou e finalmente eu pude respirar, perto do carro saindo logo de trás estava Lilith, com os cabelos presos e suas roupas costumeiras, assim que ela me viu correu e me abraçou assim como eu. A prendi em meus braços firmemente, ela jamais sairia dali.

–  você está vivo! – ela se separa e me beija sem nem me dar tempo de responder, mas aquilo não era importante, ela era.

Suas mãos foram em direção a minha nuca me puxando para baixo com desespero, apertei sua cintura colando seu corpo no meu, senti suas lagrimas e as minhas se misturarem.

Parecia um sonho, ela estava aqui comigo. E eu não a deixaria levarem de novo, não deixaria que me separassem dela de novo, ninguém jamais ousaria fazer isso.

Nos separamos e ele sorri ainda me olhando, os olhos brilhando e um sorriso no rosto, nos interrompemos quando ouço um barulho, um choro, olho para além dela. Perto do carro estava Maria com um bebê nos braços, Lilith se afasta e o pega com delicadeza e o trás para mim.

– te apresento o mais novo Hell –  ela olha para ele sorrindo –  olhe para ele querido, olhe para o seu pai.

Ela o coloca nos meus braços com cuidado, e então ele abre os olhos. Era pequeno, tinha nascido prematuro,  os poucos cabelos que tinha eram loiros, os olhos eram grandes e verdes, o rosto era forte e o olhar firme.

–  ele tem nome ?- ela concorda e o cobre mais com a mantinha que o protegia, parecia até mesmo outra pessoa.

–  seu nome é Romeu, Romeu Hell.

 

**

Estávamos no aeroporto, tinha se passado apenas algumas horas desde o resgate, estava com Romeu em meus braços, ele chorava a cada instante, não podia parar de olhar para ele que ele começava a chorar.

Era como o pai, adorava atenção, agora eu teria um mini Cruel para cuidar.

Os braços de Cruel me envolvem, estávamos sentados esperando o Voo, estávamos sozinhos, Maria e Gaye estavam limpando o nosso caminho para que não fossemos presos, mas oque mais me preocupava era Theo, eu não o via desde o amanhecer, quando reencontrei Cruel, e quando eu tentei falar com ele nem sequer me  olhou, foi então que eu vi atrás, no banco deitada estava Mircela, ela podia ser a pior pessoa do mundo, mas ainda assim era a sua irmã, a única pessoa que ele tinha.

Então eu não esperava que ele viesse, mas eu queria pelo menos uma ultima vez ver seu rosto, ver o rosto do meu único amigo.

–  ele está bem, Gaye vai cuidar dele –  Cruel fala como se lesse meus pensamentos, era tão bom quando ele fazia isso, me dava a sensação que nada tinha mudado.

Foi então que o voo foi chamado e nos levantamos caminhando para o embarque, estava quase entrando quando resolvi olhar para trás.

Correndo em nossa direção estava Theo, coloquei Romeu nos braços de Cruel que confirmou com a cabeça, corri e senti os braços de Theo me envolverem.

–  seu idiota! Achei que você não iria vir! –  ele não fala nada, mas eu sinto uma lagrima cair no topo da minha cabeça.

–  não poderia deixar você ir antes de me despedir Hell.

Me afasto e nego com a cabeça.

–  não me chame mais de Hell, pode me chamar de Lilith, somos amigos não somos?. –  ele sorri e cola minha testa na dele.

– somos. –  ele afirma e bagunça meu cabelo, eu iria sentir a falta dele. O voo é chamado novamente e ele se separa e segura meu dedo mindinho o enroscando com o seu. –  nos encontraremos em breve. Apenas espere, agora vá! Eles estão te esperando!

Me afasto, mas acabo voltando, lhe dou um beijo na bochecha e corro em direção ao embarque sentindo seu olhar sobre mim.

–  não esqueça de falar de mim para ele! Diga a ele que ele tem um tio maravilhoso! –  ele grita e eu sinto lagrimas deslizarem, não olho para trás em nenhum momento, não sabia o que eu podia fazer se olhasse.

Assim que entro no avião Cruel já estava sentado com Romeu nos braços que dormia tranquilamente. Me sento ao seu lado e sinto sua cabeça se apoiar no topo da minha, seus dedos se entrelaçam com os meus e eu sinto o avião levantar voo.

Aquele era o fim da minha historia, o fim da historia de Lilith Hell, porque agora tudo tinha mudado, tudo estava começando de novo.

Olho para a janela vendo as nuvens, este é o mundo que eu quero mostrar para você querido, o mundo de luz que você vai viver, e lembre-se, eles o amarão, você terá amigos e será uma pessoa normal. Você mudará o destino dos Hell, e provará que podemos andar na luz.

 

**

A vejo ir para longe, não tinha mais volta, eu não podia dizer, saio do aeroporto e vejo o carro de Gaye estacionado, a porta abre e eu entro.

–  conseguiu falar para ela? –  ele pergunta e se vira para mim.

– eu não tenho chances contra Cruel, e mesmo que dissesse talvez o que ela me considera agora poderia ser quebrado.

–  Theo...

–  está tudo bem, eu não me importo, vou apenas esquecer esses sentimentos. –  sorrio forçado, eu fui logo me apaixonar por uma Hell, uma pessoa tão inalcançável, eu nunca tive chances desde o inicio eu sabia, mas ainda assim eu tentei me aproximar, mas desde o começo eu nunca estive jogando, Cruel sempre foi o ganhador.

O carro começa a andar e eu olho para o céu onde um avião começava a pegar voo.

Espero e rezo para que o caminho que você decidiu seguir esteja cheio de felicidade.

É a única coisa que eu posso pedir.

Mas saiba, mesmo estando longe eu não te esquecerei, nem sequer uma vez.

Ainda vamos nos encontrar .

É uma promessa.

                  FIM

 



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