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História IRMÃOS HELL - Querido Romeu


Escrita por: ParkGoJeon

Capítulo 8 - Querido Romeu


Fanfic / Fanfiction IRMÃOS HELL - Querido Romeu

Me envolvi em seus braços o dia inteiro, era o melhor, sempre era. Peguei minhas coisas e assim que sai da sala Theo entrou. Desviei o rosto e passei por ele.


- Hell – ele chamou quando eu já estava no final do corredor. Me virei. – eu não vou contar a ninguém. Prometo.


Ele levantou dois dedos fazendo o sinal de juro, ele picou  e eu sorri, agradecida. Droga! Aquilo não era meu feitio ! Me virei e voltei a andar.


Cruel estava do lado de fora, com um casaco na mão, o colocou sobre os meus ombros e me envolveu com um dos braços.  entrei no carro, segurando a bolsa no colo. Cruel entrou e me olhou, tirou a bolsa de mim e a jogou no banco de trás. O caminho foi rápido, e dessa vez eu me dei o privilegio de olhar algumas pessoas na rua. Tanta coisa tinha acontecido, Theo, Mircela, Cruel noivo, e agora Theo tinha descoberto o meu maior segredo que eu guardava as sete chaves. A coisa só piorava. Suspirei e virei o rosto, olhando para Cruel ,seu rosto estava concentrado, cansado e distante. Para as pessoas que estavam fora com toda certeza era diferente ,mas era eu, e  sabia que ele estava irritado e cansado com tudo aquilo, talvez esse fosse o preço de amar alguém.


Seus olhos encontraram os meus através do retrovisor, um sorriso apareceu em seus olhos, segurei sua mão e encarei seus olhos , estavam brilhando diferentes do normal, estavam mais limpos, como quando éramos crianças, porém ao contrário daquela época não éramos mais crianças e muito menos puros como uma criança deveria ser.


Embora nunca tenhamos sido puros, nascidas do ódio e da cobiça nasceram os Hell, não tínhamos quase humanidade.  A tínhamos desligado a tempos, era o melhor ,mas agora não ter sentimentos parecia cruel o bastante, até mesmo para nós.


O carro estacionou sem eu nem mesmo reparar, nem ao menos percebi que Cruel saiu do carro e deu a volta abrindo a porta para mim. Seus olhos estavam vidrados em mim, as mãos descansaram ao lado dos meus quadris, seu braço forte me prendia entre seus músculos me intimidando, me forçando a reagir. Sua mão tocou meu rosto e eu toquei o seu, embora o frio nos envolvesse apenas bastou ele me tocar que tudo foi embora.


Sua mão desceu e puxou minha blusa para baixo, procurando a tatuagem, sorri, eu sabia oque ele queria dizer, vai ficar tudo bem, ninguém vai nos separar. O abracei, se ele dizia eu acreditava.


Seus braços me puxaram de dentro do carro me suspendendo no ar.


- vamos – o chamei, e ele me puxou para baixo.


Fechei a porta do carro e segurei sua mão.


Mexi as panquecas enquanto tomava um copo de café, estava esgotada. Estava enrolada em apenas uma camisola e um roupão fino comprido, Cruel tinha me deixado a algum tempo, estava estudando no quarto a uma hora, mas esse não era o pior quanto mais tempo ele passava enfurnado naquele quarto mais pensamentos passavam por mim.


Desliguei o fogão e me apoiei na bancada, estava me sentindo um pouco mal desde que tinha chegado, eram pequenas pontadas no estômago que não estavam sendo nada bem vindas, e em nenhum momento por mim seriam.


Olhei para as panquecas uma por uma, Cruel iria ficar um pouco irritado.


- 7... 8 ... 15 ... Você pretende alimentar um batalhão?


Dei um pulo com susto, ele estava atrás de mim. Os cabelos presos em um rabo, com um óculos no rosto e com uma calça de tecido grosso.
Dei de ombros e peguei meu prato indo  em direção a mesa.


Me sentei e Cruel se sentou logo a minha frente com uma maçã nas mãos.


- você vai realmente comer tudo isso?


- sim – respondi, com impaciência, me sentei na cadeira e o olhei entre as grafadas de massa – já terminou de estudar?


Ele assentiu. Me levantei da mesa a atravessando, me sentei em seu colo, puxei as panquecas para mim. 


- você não acha que está comendo demais?  - ele perguntou com graça enquanto mexia nos meus cabelos.


-ahn, não.


Dei mais uma garfada e me ajeitei inquietamente em seu colo, suas mãos me puxaram e me deixaram em uma posição confortável.

- melhor ?

Assenti. Seus dedos começaram a mexer em meus cabelos em um  carinho. Me encostei contra seu peito, seu rosto se posicionou na curva do meu pescoço, apertei seus braços em torno de mim. Estava quase acabando de comer quando senti as mãos de Cruel acariciando minha barriga, o rosto  sem expressão, a respiração lenta e os pensamentos longe. Eu podia ler sua mente, e tinha certeza do que era, o nosso maior medo e desejo, uma criança.

Era um dos nossos desejos, ter um filho, fruto do nosso amor e obsessão, contudo, nossa vida era difícil, enquanto Lucian tivesse minha guarda ter um filho era algo que eu não podia pensar, era arriscado. E ainda assim, mesmo sabendo que o daria amor, eu tinha medo de ser como Rose, de negligenciar meu filho, de não o amar e em um futuro não muito longe o transformar em um monstro.

Condenando dois em uma tacada só.

Coloquei minha mão em cima da sua a apertando.

Um dia, eu sei, o nosso desejo será concedido, nem que para isso precisemos matar. As asas do demónio que nos encobre um dia cairão e a armadilha que ele preparou para nós será virada contra ele.

Eu irei vencer o meu destino, irei mata-lo.

Serei feliz para sempre.

 

- Mamãe!

O menino gritou, tinha os cabelos loiros e os olhos verdes. Lilith olhou sobre os ombros e sorriu.

-Venha Romeu.

O chamou, mas ele não veio. Ele a olhou horrorizado e começou a chorar, alto ,fazendo o chão tremer. Mãos  agarraram Lilith a  puxando para a escuridão.

- Romeu!

Lilith tentou se aproximar, mas assim que chegou perto dele, o suficiente para ver seu rosto, ele sumiu. Virando sal em suas mãos.

- você não vai pega-lo. Esse é o seu preço. Um amor pelo outro.

- Romeu!

Lilith gritou e a sombra se aproximou.

- eu avisei Lilith. Avisei a sua mãe, se ela não fosse minha não seria de ninguém e você é o suficiente parecida com ela.

- me largue! Cruel! Me largue!

 

- ME LARGUE!

- Lilith ! Sou eu !

Meus olhos se abriram em meio a escuridão, me levantei com um salto, suando e com a cabeça embrulhada em memoria. Meu estômago girou e se apertou, me levantei correndo em direção ao banheiro, abri a porta e me debrucei sob a pia, jogando tudo para fora de mim.

Cruel chegou momentos depois atrás de mim, segurando meus cabelos sem fazer nenhum ruído. Segundos mais tarde, quando já tinha tirado tudo de mim, Cruel me sentou no vaso e limpou minha boca com algo que eu não prestei atenção, minha cabeça ainda vagava no sonho.

- Lilith.

Levantei o rosto, Cruel estava abaixado a minha altura.

- vamos ao hospital.

Foi tudo oque eu consegui dizer.

Cruel me colocou na banheira, me deu banho, secou e me vestiu.  Tomou seu banho rapidamente, pegou alguns documentos, a chave do carro e me tirou do apartamento.

Eu estava paralisada. Sempre tinha tido  pesadelos, minha família me deixou essa herança, mas eu sempre acordava e percebia que aquilo havia passado, que nada daquilo existia e que eu estava apenas cansada. Mas oque aconteceu, oque eu vi e sonhei era desesperador, a sombra, aquele menino.

Romeu. Consegui me lembrar.

Cruel estacionou o carro e me olhou, sem perguntar nada, ele pensava a mesma coisa que eu e sabia oque a confirmação que podíamos receber hoje poderia mudar nossas vida e de mais alguém.

Saímos do carro de mãos dadas. Chamamos a atenção assim que entramos, todos pararam para nos olhar, mas daquela vez eu não me importei, eu precisava saber oque estava acontecendo comigo, eu precisava saber que aquilo não era verdade.

Cruel me deixou sentada por alguns minutos, e depois voltou me chamando para assinar alguns documentos, os assinei rapidamente, embora para mim a cada Hell que eu escrevia parecia durar mais do que o necessário.

Já eram duas da manhã quando entramos na sala, a medica não falou nada apenas apontou para que eu me sentasse na cadeira. Provavelmente já tinha visto muitos casos assim.

- o resultado do exame saíra por e-mail em  6 horas.

Não falei nada, muito menos assenti, Cruel me puxou e voltamos a andar em movimentos mecânicos. 

Eu não queria voltar para casa, e muito menos queria ficar no hospital, eu apenas queria ficar em um lugar em que nada me alcançasse, em que nenhum pensamento ou lembrança pudesse me danificar.

Mas eu sabia, esse lugar não existia.

mas havia algo que chegava perto disso. 

- me deixe dirigir.

-Lilith – ele me olhou com cuidado e me viu séria, hesitou e me deu a chave.

Dirigi por uma hora, existia um lugar que eu me sentiria melhor, não o suficiente, mas era o melhor que conseguiria. Era uma montanha, escondida por árvores de 200 metros, ninguém podia me escutar ali, não podia me ver e muito menos m atingir.

Adentrei a mata com Cruel atrás de mim com passos silenciosos como os de um gato, o vento fraco balançava os meus cabelos em meio a relva apagada pela escuridão. Por um momento parei e olhei para trás, estávamos a apenas alguns centímetros de distancia um do outro, seus olhos me encararam, olhando apenas os meus olhos, rezando para que aquele resultado fosse negativo e ao mesmo tempo esperançoso que fosse um sim. Segurei sua mão durante todo o caminho. Subimos na montanha com facilidade, era um caminho um pouco costumeiro, nos desviamos de galhos e afastávamos alguns empecilhos da frente. Quando subimos ainda estava escuro, nos sentamos na grama amarelada e olhamos para algo além dali, para o nosso futuro. Deitamos juntos, encaixando o corpo um no outro, sem conseguir dormir.

- se essa criança existir, se eu realmente....

Engasguei na palavra, eu ainda prefira não acreditar, eu tinha pena daquela criança, eu sabia que poderia dar negativo, eu sabia que tinha chances, mas eu sentia, no fundo eu sabia quão grandes eram as chances de ser verdade.

- vai ficar tudo bem. A protegermos, a daremos amor, a tornaremos a criança mais amada. Não cometeremos o erro deles, Lilith. Eu prometo.

Sua mão deslizou pelo meu cabelo, o acariciando. Apertei sua cintura e tentei com todas as forças não chorar. Eu não consegui, chorei, berrei, e Cruel apenas me abraçou.

Já era algumas horas mais tarde quando acordei, Cruel estava ao meu lado, deitado e com os olhos fechados em sono. Estava me sentando quando ouvi seu celular vibrar, gelei. Sem saber oque fazer.

Olhei para Cruel, tentando tomar uma resposta.

Me estiquei e peguei o celular do bolso. Olhei para a tela de bloqueio, era preta e simples, destravei e vi uma foto minha, deitada apenas de camisola o olhando com um sorriso no rosto, eu ainda conseguia me lembrar do momento, na noite do seu aniversario a uma semana, aquele tinha sido o seu presente, uma foto minha, foi oque ele pediu. Sorri, não importava tanto agora o resultado eu sabia que ele me amava, e eu precisava apenas daquilo. Abri a mensagem e fiquei paralisada ao ver a resposta, na mesma hora Cruel se levantou e olhou o celular por cima do ombro.

Eu estava errada, importava, o resultado importou.

O celular caiu das minhas mãos e eu olhei para Cruel por cima do ombro, os olhos gelados e paralisados. Levei a mão a barriga, ali estava oque mais eu tinha medo, estava o meu filho, o meu Romeu.









  
 


Notas Finais


E ai oque acharam?
Oque será que acontecerá nos proximos capítulos? Oque será de Romeu?


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