História Irmãs de alma. - Celular

SAKURA:

— Ino? Aconteceu algo? Onde está o Sai? — Me aproximei dela após encontrá-la com um péssimo animo na sala.

— Sai está dormindo, e por favor, fale mais baixo para não acordá-lo. — Falou ela saindo do seu estado de transe. — Estou preocupada. Sasori disse que daqui a uma semana vem ficar na casa do tal primo dele e que queria acertar as contas com meu namorado.

— Ele quer bater no Sai? Mas por qual motivo?

Nunca pensei que Sasori fosse do tipo que arranjasse briga atoa.

— Na verdade isso tudo começou por causa do Gaara. Ele que fingiu ser meu namorado através de uma mensagem para provocar o Sasori e agora eu estou nessa situação complicada.

Ando tão afastada de Ino que eu não sabia o que estava acontecendo esses conflitos. Qual é o problema desses ex-namorados que só voltam para atormentar quando já nos esquecemos deles.

— O Gaara anda mexendo muito com a sua vida ultimamente. — Ele realmente mudou muita coisa nesse último mês. Eu não tinha percebido, mas Ino ainda está apaixonada por ele.

Arranjou um emprego para pagar o vidro do carro dele.

Talvez ela até goste um pouco do Sai, mas é bem provável que ela esteja com ele na esperança de esquecer os dois ruivos que ela tanto ama.

­— Eu sei. E o pior de tudo é que eu gosto muito dos dois e acabo me esquecendo que estou com Sai. — Disse ela aos prantos.

— Calma você pode sempre contar comigo porquinha.

— Obrigada testuda. — Disse ela enxugando as lagrimas.

Por fim nos abraçamos e botamos os assuntos em dia.

Depois de um dia cansativo na faculdade, eu e Ino passamos a tarde resolvendo o que faríamos com o Sasori. Mesmo com Ino falando que não era necessário, decidimos pedir a ajuda de Gaara.

INO:

Eu Sakura decidimos que o melhor a fazer seria pedir a ajuda do ruivo raivoso para parar com as ameaças de Sasori.

Como era uma maravilhosa quinta feira, eu tinha que ir trabalhar, já que meu chefe me colocou para trabalhar também as quintas, mas como na sexta havia aula na faculdade, ele sempre me liberava antes das 22 horas.

Falei para Sai que ele não precisaria me buscar porque Sakura iria me buscar com o carro dela, mas na verdade ela pediu para que Gaara fosse me buscar no Píer 62 às 22 horas.

O serviço foi puxado, aquele bar é o melhor da região, então sempre fica lotado.

Depois de passar a noite servindo drinks, cervejas e porções para acompanhar, meu chefe me liberou para que eu pudesse ir para casa.

Ao sair do estabelecimento me deparo com Gaara encostado em seu carro, ele trajava uma blusa preta de mangas compridas, uma calça jeans e all star preto, ele fica incrivelmente lindo com roupas escuras. 

Eu admito que ele não é mais bonito que Sasuke, mas tem algo em sua beleza que me chama atenção. São belezas distintas.

Não percebi que ele me encarava enquanto eu o admirava. Caminhei em direção ao carro dele, e sem falar nenhuma palavra ele abriu a porta para que eu pudesse entrar, e eu entrei.

Ele deu a volta, se sentou e começou a dirigir em direção ao meu apartamento.

Ficamos em silêncio o tempo inteiro, por sorte eu estava trocando mensagens no celular com Sai, e isso me ajudou a não ficar tão nervosa e incomodada com o silencio entre nós dois.

Estar novamente naquele carro me trazia péssimas lembranças.

Em menos de 5 minutos já estávamos em frente ao meu prédio, já que meu serviço era perto da faculdade e ficava a uns 15 minutos a pé do meu apartamento.

— O que você quer comigo? — Disse ele desligando o carro logo em seguida.

Bem direto e rude.

Eu hesitei por um instante, mas eu estava decidida, ele vai me ajudar, querendo ou não.

— Bom, não sei nem por onde começar. — deu uma risada sem graça. — Lembra do meu tal ex-namorado que não parava de me incomodar?

Ele apenas assentiu com a cabeça em sinal de que eu continuasse.

— Então, ele esta voltando pra cá, e disse que tem assuntos para resolver com meu “namorado”.

— Sim, mas onde eu entro nessa historia? — Disse ele me encarando. — Que eu saiba, seu namorado é o Sai e não eu.

No mesmo momento eu arregalei meus olhos. Nem parece o mesmo garoto que me ofereceu ajuda na casa de praia.

— Mas você disse que se ele voltasse a me incomodar você me ajudaria. — disse quase suplicando por sua ajuda. — E não quero meter o Sai nesses problemas, você sabe que ele poderia se machucar feio.

E mais uma vez, ele permanece em silêncio me encarando.

Ele bufou, passou as mãos pelo cabelo e depois fez um estalo com a língua.

— Tudo bem. Eu te ajudo. — decidiu ele por fim. — Mas só se você prometer deixar o Sai de fora dessa. Não quero que meu amigo se machuque mais por sua causa.

O que ele quis dizer com machucar mais o Sai?

— Não quer que ele se machuque mais? Quando foi que eu o machuquei? Caso você não saiba, mas eu só o faço mais feliz.

— E como você acha que ele vai se sentir quando descobrir que você o ama, mas apenas como amigo, e que nunca levou o relacionamento de vocês a serio. Ele vai se sentir feliz?

Ele parecia estar irritado por eu estar namorando Sai. Mas provavelmente é só coisa da minha cabeça

Realmente não entendo como, mas Gaara era o único que conseguia enxergar a verdade por trás de nosso relacionamento.

— E quem foi que disse que eu não o amo como namorado? Estamos juntos vai fazer um mês, e é tempo suficiente para eu me apaixonar.

No inicio do namoro nós tínhamos conversado sobre meus sentimentos por ele, mas Sai acha que depois disso tudo eu estou me apaixonando por ele, quando na verdade, cada dia que se passa, eu o vejo mais como amigo.

— Ino eu vejo em seus olhos. Você está sim apaixonada, mas não é por ele, e provavelmente deve ser pelo seu ex. — Agora ele mantia seus olhos em algo distante do lado de fora da janela.

— E quem é você para me dizer por quem eu sou apaixonada ou não? — dei um soco na janela ao meu lado.

Acho que ele se assustou com minha atitude, pois agora ele me encara com as sobrancelhas erguidas.

— Me desculpe. — disse eu tampando o rosto com a mão. — Isso tudo é muito difícil de lidar.

Ele relaxou o corpo e encostou a cabeça no volante.

— Sabe Ino, eu passei pelo mesmo caso que você. Mas a diferença é que eu era o único apaixonado na relação. — Disse ele mantendo o rosto ao volante evitando o Maximo possível me olhar nos olhos. ­— Por isso eu sei que você não esta interessada nessa relação, pois eu vivi em um namoro igual ao de vocês. E é por esse motivo que eu não quero que Sai se magoe como eu me magoei.

Agora quem estava de boca aberta era eu. Gaara estava me contando sobre sua vida.

Sobre seus sentimentos. Mas por quem ele foi magoado?

­— Eu sinto muito pelo seu namoro. — Eu suava de tanto calor que estava fazendo naquele carro. — E eu prometo consertar toda essa burrada com Sai, e vou fazer isso evitando magoá-lo.

Ele olhou para mim e pela primeira vez o vejo sorrir, ele não mostra os dentes, mas pelo meno não é um sorriso forçado, ou um sarcástico, e sim um sorriso amigável e sincero.

— Ok, eu vou ajudá-la, amanhã conversamos, esta tarde e precisamos dormir.

— Obrigada Gaara, sei que isso não é da sua conta, mas obrigada por me ajudar nessa. — Eu abri a porta do carro e fui para fora. — Boa noite.

Quando me virei ele deu mais um sorriso e canto e o escutei dizer “tenha uma boa noite loira” antes que eu fechasse a porta do carro seguindo em direção ao prédio.

Ao entrar em casa, Sakura me aguarda ansiosamente com um sorriso no rosto.

— Eai? Ele topou? — Disse a rosada um tanto agitada.

— Sim ele topou. — Disse já dando pulinhos de comemoração

Tive que segurar minha vontade de gritar de felicidade.

Passei a noite conversando com Sakura, mas eu não a contei sobre o desabafo dele.

O tom de voz dele... Parecia que ele ainda amava a tal ex-namorada.

Eu queria poder entender qual é meu problema. Eu tenho um namorado maravilhoso que faz tudo por mim, mas estou querendo outro, que está apaixonado por outra. Nunca vou entender esse meu coração

No dia seguinte, após uma longa noite tentando dormir, eu fiz o que sempre faço em dias de aula.

Tomo banho, escovo os dentes, me visto e espero por Sakura para tomarmos café antes de irmos para a faculdade.

Enquanto eu tomava meu café, Sakura chegou furiosa.

— Não faz nem dois dias que eu estou ignorando o Sasuke e ele vem e me pede seu numero? — ela socou a mesa quase derramando meu café. — Ele é muito cara de pau mesmo, e ele sabe que você namora.

Verdade, Sasuke sabe que eu namoro com o Sai, por que ele faria isso com seu amigo?

— Calma amiga, é só você não dar meu numero para ele. E você sabe que eu não tenho interesse nenhum no Sasuke.

— Eu sei amiga. ­­— Disse ela parecendo mais calma. ­— Mas por isso mesmo eu dei seu numero para ele, caso ele mande mensagem, quero que você de um fora nele.

­— Por mim tudo bem. — continuei comendo minha torrada.

Logo em seguida Saruka tomou seu café e seguimos a pé para a faculdade.

Já era quase o horário do almoço. Eu e Sakura estávamos na aula de Bioética do professor Kabuto. Quando eu recebi uma mensagem de um número desconhecido, contendo o seguinte:

“Bom dia, espero não estar atrapalhando sua aula. Pedi para Sasuke pegar seu número com a Sakura para mim. Gaara”.

Rapidamente mostrei meu celular para Sakura, onde ela leu a mensagem e pude ver um sorriso aliviado brotar em seus lábios. A satisfação de saber que Sasuke não está interessado em mim, e só queria meu numero por que Gaara pediu.

Na hora do almoço, pela primeira vez em semanas, decido me sentar com as meninas.

— Vejam quem veio sentar com a gente, você é nova por aqui? — Brincou Temari.

— Verdade, parece até uma novata, não te vemos há anos. — Como sempre, Tenten sendo dramática demais.

Enquanto nós almoçávamos, elas me faziam milhões de perguntas sobre meu namoro com Sai, percebi que Karin e Sakura se encaravam como se a qualquer instante fossem avançar uma sem cima da outra.

— Tudo isso só por causa do Uchiha. — Hinata sussurrou nos meus ouvidos. — Deveríamos todas sair juntas hoje, que tal? — agora ela dizia em voz alta.

— Poderíamos ir juntas para a festa do Neji esse sexta à tarde. — Sugeriu Tenten.

— Mas nós não temos convites. — Karin parou e encarar Sakura e agora se voltava para nós.

— Eu consigo convites extras, consegui alguns para o Naruto ­— Disse Hinata. — A propósito, a festa será na casa da nossa família.

— Então fechou. — Não sei por que me animei tanto de repente, mas acho que é pelo motivo de ter uma pitada de esperança que Gaara também vai estar.

Depois disso fui para casa já que não haveria mais aula.

Passei a tarde trocando mensagens com o Gaara.

Conversamos sobre como iniciaríamos nosso plano de afastar Sasori e sobre meu relacionamento com Sai. Acabei que desabafando com ele sobre meus sentimentos em relação ao Sai.

Estava tão entretida que quando vi já eram 17h55min e meu turno no trabalho começava às 18 horas.

Liguei para Sai e pedi para que ele me levasse de carro ao meu serviço, pois eu havia cochilado. Claro que eu tive que mentir para o coitado, não sei se ele gostaria de ouvir que me atrasei por que passei a tarde conversando com o ruivo sedução.

Tomei um banho de 2 minutos, nem pude lavar meu cabelo. Solução? Iria ter que ir com ele preso. Coloquei minha calça jeans, meu All star azul claro e uma de minhas varias blusas brancas que eu tive que comprar já que meu chefe exigia que as garçonetes usassem blusas desse tipo.

Ouvi Sai buzinar com seu carro, não tive tempo de fazer mais nada, peguei meu delineador e um batom rosinha e coloquei em minha bolsa de serviço e desci as pressas.

— Boa noite atrasadinha. — Sai me deu um selinho enquanto eu o mandava voar em direção ao meu serviço. — Você me deve uma. Vou ter que lavar a louça do Naruto por 3 dias, já que ele iria usar o carro para visitar a Hinata. 

— Sim, você é o melhor. — Falei sorrindo. Ele é realmente incrível. 

Chegamos lá apenas 10min atrasados, acho que não receberia uma bronca por isso.

— Te vejo amanhã cedo. — Beijei meu namorado, peguei minha bolsa e corri em direção ao estabelecimento.

Falei com meu chefe e amigas de trabalho. Logo em seguida fui até o banheiro e fiz minha maquiagem básica.

Delineado gatinho e batom rosinha.

Procurei meu celular por toda bolsa, queria terminar de conversar com Gaara, mas havia esquecido meu celular no carro do Sai.

Puta merda.

Tentei não ficar nervosa. Na verdade, acho que ele não seria capaz de fuxicar meu celular. Então decidi por a mão na massa e fui servindo as mesas. Como já era uma sexta feira, o local estava bastante movimentado. Meu expediente durava até uma da manhã, mas a noite foi tão corrida que eu nem percebi que já se passavam de uma e meia.

Peguei minhas coisas e sai daquele ambiente lotado de jovens bêbados.

Ao atravessar a porta, me deparei com Sai encostado no carro me esperando. Hoje era dia da Sakura vim me buscar, mas vejo que ele veio no lugar dela.

Vou me aproximando dele e noto que ele parece estar um pouco tenso, nervoso. Olho para sua mão esquerda e o vejo segurar com força um objeto.

Meu celular.

Agora ele está me encarando, e sim, eu estou com as pernas tremendo.

—Precisamos conversar. — Ele me diz com uma expressão e voz mais séria do que o comum. — Acho que isso lhe pertence, — Disse ele me entregando meu celular.