História "Irmãs" Infernais - Jantar Infernal

C.3 - Um Jantar Infernal

O ambiente na sala de jantar estava tendo, mas eu não estava nem aí, comia calmamente a minha lasanha enquanto recebia aqueles olhares mortais de Leona e Josi. Luana também comia normalmente como se aquele ambiente pesado rodeado de intensão assassina não lhe afetasse.

Eu me segurava para não rir, foi engraçado ver a cara delas quando eu disse “A qualquer momento eu posso me vingar”. Me pergunto o que elas acham que eu vou fazer… sinceramente eu também não sei o que fazer, eu disse aquilo no calor do momento então não sei o que exatamente eu devo fazer.

- Então Wedson, seu pai me disse que suas notas são ótimas. — Victória foi a primeira a se pronunciar naquela mesa.

- Sim, sou o quinto melhor da escola.

- As notas da Luana também são ótimas, ela está em primeiro lugar entre os 50 melhores da escola.

Então além de popular ela também é a melhor aluna da escola. Por que será que eu não estou surpreso?

- Oh! Eu não sabia disso, talvez seja porque eu procuro mais o meu nome é esqueço de ver os outros da lista.

Continuamos a comer e a nota conhecer melhor, descobri que o sobrenome delas e Richmond, bem diferente - falou o cara que tem o nome Wedson que era para ser Edson. As três irmãs não falavam muito comigo, quem mais me fazia perguntas era a mãe delas, até que ela é bem divertida. Acho que ela está tentando dar uma boa primeira impressão, diferente das filhas, mas não ia ajudar muito, afinal, eu conheço a real face delas.

- Você tem namorada Wedson? — Novamente Victória perguntou.

Leona e Josi pareciam querer rir, mas elas se contentam. Elas sabem que eu não tenho namorada, sou o garoto mais odiado das escola, como algumas garota iria gostar de mim?

O rosto delas até que está ficando engraçado vermelho daquele jeito, com certeza estão fazendo o possível pra conter a risada.

- Não, eu não me interesso por relacionamentos ainda.

- É uma pena, um garoto tão bonito, eu podia jurar que várias garotas brigam por você. — Ela disse, é isso foi o ápice para Leona e Josi caírem na gargalhada, mas devo admitir, eu também iria rir se estivesse no lugar delas. — Por que as risadas? Tenho certeza que vocês também morreriam para ficar com ele.

Elas riram mais.

- Hahaha! Com ELE?! Nem se me pagassem eu não faria isso! — Disse Leona rindo.

Elas riam tanto que começaram a lacrimejar.

Depois de toda essa gargalhada de hiena nós acabamos de comer. Meu pai se ofereceu para lavar os pratos e tirar a mesa, porém ele me deu o pior trabalho da noite:

- Filho, poderia mostrar a casa para elas enquanto eu lavo os pratos?

Sim eu iria ser o guia turístico da casa.

- Fazer o que né…

Me levantei e pedi para que me seguissem.

Eu mostrei o básico, sala de estar, cozinha, jardim, garagem e novamente a sala de jantar. Acabamos por ficar na sala de estar vendo TV, Leona estava com uma cara de tédio, Josi mexendo no celular, Luana como sempre lendo seu livro, me pergunto o que se passa na cabeça dela, e por fim Victória estava admirando a coleção de estatuetas do Velhote. Ele gosta de mitologia, então coleciona estatuetas de deuses, monstros e etc.

- onde fica o banheiro? — Perguntou Josi. Putz esqueci de mostrar onde fica.

- Segundo aquele corredor, é a porta azul. — apontei para o corredor ao lado da sala de jantar.

Ela se levantou e foi andando para uma porta azul escuro… espera aí… o banheiro fica no mesmo corredor dos quartos, e as únicas portas azuis são a do próprio banheiro que é azul bebê e a do meu quarto que é azul escuro.

Ela vai entrar no meu quarto!

- Aí não! — Corri até ela, mas já era tarde, ela entrou no meu quarto.

As outras ficaram curiosas e foram ver o por que do meu desespero. Agora, quase toda a família está reunida na porta do meu quarto. Só faltava o Velhote para completar a “Grande família”.

Os olhos de Victória foram direto para a mesa do meu computador onde tinha o retirado de uma mulher segurando um bebê. Era o retrato da minha mãe, e não preciso falar que o bebê sou eu.

Victória se aproximou e segurou o retrato. Ficou alguns minutos olhando para aquela foto, como se desejasse estar ali.

- Que linda, quem é? —Ela perguntou.

- Minha mãe, agora podem sair do meu quarto. — Eu disse um pouco alterado.

Foi rude, eu sei, mas não gosto que invadam minha privacidade mesmo que tenha sido um acidente.

Elas ficaram surpresas com o meu tom de voz e saíram do quarto.

Depois daquilo eu não sai mais do mesmo, eu sei que não devia ter falado daquele jeito vem elas, mesmo sabendo o que elas fazendo comigo todo dia… elas ainda são pessoas como eu, e uma coisa que odeio é deixar as pessoas magoadas. Mas esse é o meu quarto, tem coisas aqui sobre meu passado que elas não devem saber… pelo menos não ainda.

Eu podia ouvir o Velhote conversando com elas e se desculpando por mim. Ele não devia fazer isso, a culpa foi minha, quem errou fui eu e não ele.

Fiquei um bom tempo naquele quarto até ouvir elas se despedindo. Victória disse que na próxima semana elas já se mudariam para cá. Então eu tenho apenas mais alguns dias pacíficos na minha própria casa.

Ouvi a porta da frente sendo aberta. Eu não ia conseguir dormir sem me desculpar com elas. Mesmo aquelas três sendo as pessoas que mais pegam no meu pé na escola, tenho certeza que como qualquer outra pessoa iriam querer que eu me desculpasse.

E foi isso que eu fiz. Abri minha cortinas e peguei um pincel e uma folha de cartolina. Escrevi bem grande na mesma e abri a janela.

- EI! — Gritei chamando a atenção delas.

Elas olharam, abri a cartolina e elas leram, está escrito em letras bem grandes DESCULPA. Victória sorriu com isso é gritou para eu poder ouvir:

- Até semana que vem Wedson! Foi bom conhecer você! — ela acenava para mim com um sorriso enorme no rosto.

Quando Victória entrou no carro, as duas piores cabeças do Cerberus aproveitaram para dizer:

- Até mais nerd! — Disse Leona e Josi com um sorriso nos lábios, não sei dizer que foi um sorriso maligno ou um sorriso comum... Não, vindo delas com certeza foi maligno.

As duas e entraram no carro, sobrando apenas Luana que não disse nada, apenas acenou com a mão se despedindo e por fim entrou no carro.

-Esse com certeza foi um jantar infernal…

[…]

- NÃO ACREDITO NISSO!! — Gritou Pedro surpreso pela minha história. — Logo elas cara? Você realmente é o cara mais azarado do mundo.

-Pode apostar nisso… — Eu disse jogado na carteira, o professor havia faltado e por isso conseguimos um tempo livre, Soph também estava surpresa com a minha história. — Mas mudando de assunto, quem foi mesmo que você encontrou na praia, sempre que você vai contar alguém atrapalha, isso me deixou puto.

- Quando? — Ele perguntou confuso.

- Nas férias… — Respondi, não vai dizer que ele esqueceu?

- Ah sim! — Ufa. Finalmente vou matar minha curiosidade. — Foi…

Mas por inconveniência do destino, um outro professor entrou na sala atrapalhando a conversa. PORRA! Vou morrer de curiosidade assim.

Eu amaldiçoava mentalmente esse professor por sempre entrar na hora errada.

Enquanto eu resmungava, vi Pedro rasgar um pequeno pedaço de papel e escrever algo nele. Quando terminou de escrever, dobrou e jogou em cima daquele minha carteira. Na curiosidade peguei o mesmo e abri, lendo em seguida. Isso realmente me deixou de olhos arregalados e é claro com um grande sorriso no rosto.

Estava escrito:

“Foi a Joana”.