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História Ironside's Daughter - Vikings - TRÊS


Escrita por: I_R_R_Borba

Capítulo 3 - TRÊS


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UMA mecha locomoveu-se para o meio, mas acabou encontrando-se na esquerda. Uma outra também deslocou-se para o meio, mas quedou-se para a direita.  A terceira permaneceu parada, então se estabeleceu no meio, não por muito tempo, pois logo foi conduzida para a esquerda. Outra vez tentou destinar-se ao centro, mas acabou encaminhando-se para a direita. As três mechas de tanto tentarem seguir o mesmo caminho, ficaram entrelaçadas formando um trança perfeita. Puxadas e enroladas, se firmaram no centro com finos e delicados grampos de prata. Finalmente, Siggy terminou sua última trança, no alto de sua cabeça, interligada com todo o seu longo cabelo, juntamente com pequenas correntes, enroladas em suas tranças como serpentes prateadas.

Levantou-se da cama e arrumou seu vestido.  Sua saia caía até a altura dos calcanhares, de um verde como o grosso musgo que brota nas rochas de um rio de águas tranquilas, junto a pequenos detalhes de uma costura muito delicada. Tudo era muito formoso, mas deixava-a extremamente desconfortável. Com os problemas em se movimentar com o vestido, mas também para coisas que Siggy geralmente adorava fazer ele era totalmente inútil.  A porta do quarto se abriu revelando Lagertha de pé prontamente vestida muito donairosa. Siggy caminhou até ela, sua avó lançou-lhe um olhar doce, mas ainda indisposto. 

-- Não irei me desculpar, não disse nada de errado.- disse Siggy antes de qualquer palavra saísse dos lábios de sua avó. 

Lagertha suspirou e pôs seu braço em volta dos ombros de Siggy, obviamente desistindo de qualquer discussão que claramente não levaria a algum lugar. As duas conduziram-se para fora do quarto. Desconfiada, Siggy procurou Torvi por onde passava, com intuito de não ter a surpresa de encontrá-la. Ainda não suportava a ideia de hospedar-se na casa de Bjorn, que também era de Torvi. Não queria lhe dever nada, a nenhum dos dois. Lagertha olhou-a por um instante, vendo sua cabeça girando para os lados como se estivesse procurando um urso entre as árvores. Rolou os olhos e pegou as peles para cobrir os ombros de ambas, então continuou a andar para fora da casa . 

A noite estava gélida e o céu coberto por estrelas. Rapidamente chegaram a casa do rei, estava movimentada e podia-se ouvir a música cantada levada pelos ventos. Siggy espiou dentro do salão antes de entrar e encontrou rostos totalmente desconhecidos e muitos poucos foram reconhecidos por ela. Olhou para o lado, onde sua avó estava e reparou que a mesma firmava-se no lugar e fixando o olhar em outro local além das duas. Siggy se aproximou de Lagertha e seguiu seu olhar, mas não via nada e nem ninguém. Quando Lagetha se virou de volta, quase esbarrou seu rosto no de Siggy, levando um leve susto. Isso a fez rir.

-- O que tanto olha, mãe?- perguntou Siggy com um doce sorriso. Lagertha lhe retribuiu o sorriso, então pegou a mão de Siggy, que estava gelada como um rio pela manhã. Ela a apertou em seguida apontou brevemente na direção onde estava observando.

-- Terei que resolver algo, vá na frente, logo me juntarei a você no banquete.- Disse Lagertha soltando a mão de Siggy e rapidamente caminhando para longe antes mesmo da garota lhe responder. 

Siggy pensou em ir atrás de sua avó, mas a mulher foi tão rápida que  já havia lhe perdido de vista dentre as outras casas ao redor. Claramente não iria correr, pois o vestido a impedia de esticar completamente as pernas. Mais um motivo para odiar vestidos.  

Conformada, Siggy passou pelos portões da casa, onde levava imediatamente ao salão, que por sinal, estava totalmente preenchido por mulheres, homens, crianças e jovens. Ao entrar, sentiu os olhares se virando para ela. Por um segundo pensou que estavam achando-a ridícula no vestido. Queria sua avó consigo, pois Lagertha era mais que admirada por todos em kattegat, sendo assim não se sentiria deslocada como agora. Avistou um grupo de guerreiras de sua vila, deu um passo a caminho da mesa onde todas estavam, mas algo chamou a atenção de sua visão. Era Ubbe, o rapaz estava acenando com os dois braços em sua direção. Quando finalmente teve a atenção que queria, chamou-a para perto. Siggy sorriu e logo caminhou até a mesa onde todos os seus jovens tios estavam bebendo e rindo de Ubbe. Ela se aproximou e rapidamente seu tio Sigurd a fez sentar-se ao seu lado bruscamente. Todos os três jovens estavam olhando-a com um sorriso enorme no rosto. Siggy olhou em volta e viu Ivar, bebendo seu hidromel sem muito interesse em sua presença. 

-- Karlvi! Traga uma caneca para minha sobrinha!- gritou Sigurd para a serva que perambulava para todos os lados carregando enormes jarras de hidromel. 

-- Está muito bonita, sobrinha.  Está bem diferente com este vestido.- disse Ubbe olhando-a. Seus irmãos concordaram e ela agradeceu levantando a caneca de hidromel que Karlvi pôs á sua frente como um relâmpago. -- Na verdade- ele olhou seus irmãos com um grande sorriso -- A mais bela jovem guerreira que já vi.- então ergueu sua caneca a ela. Os outros irmãos o seguiram em seu gesto muito alegres, até mesmo Ivar que parecia se encontrar com um humor não muito agradável.

-- Certamente você não sai muito de Kattegat.- ela riu juntamente com seus tios. -- E não precisa me chamar de sobrinha, todos vocês, é estranho. Siggy está de bom tamanho.

 -- Lhe contaram a origem de seu nome?- perguntou Ubbe. 

Siggy concordou com a cabeça e tomou um gole de sua bebida. 

-- Foi a mulher que se sacrificou para salvar os pequenos filhos de Ragnar da morte em um lago congelado. Lagertha me contou e fiquei honrada.- Todos lhe deram um sincero sorriso. Siggy pensou na mulher desconhecida que vinha seu nome. Nunca ouviu nada além do sacrifício dela, mas Lagertha sempre dizia que a mulher fora uma grande amiga e apesar de seus conflitos, no fundo seu coração era muito bom.

Hvitserk estava á frente de Siggy, seu sorriso travesso era presente em seus lábios outra vez. O jovem era muito belo, assim como todos os tês rapazes. Cada um com uma beleza única, destacando-se um do outro. Os olhos de Hvitserk eram de um verde como as folhas de uma árvore. Seus cabelos mais escuros do que os de seus irmãos, também era o segundo mais alto dos quatro. Todos eram fortes e lhe pareciam bastantes espertos. O olhar de Ivar estava em Siggy, sempre ilegível. Reparou que tinha os olhos de um azul familiar. Foi então que lembrou-se de seu avô, estava mais que ansiosa para conversar e beber junto a ele. Olhou aos redores do salão, mas nem sinal dele. Virou-se para Sigurd que estava virando sua caneca de hidromel.

-- Onde está Ragnar?- perguntou ela animada. Só em pensar em seu avô o maravilhamento que tinha era maior que qualquer coisa, logo, lhe escapava uma pequena felicidade dos lábios. 

-- Não sabemos, ele vive perambulando por ai, evitando as pessoas.- respondeu Ubbe. Siggy virou-se para ele com certo desapontamento.

-- Ele não virá?- perguntou ela.- Ubbe deu de ombros. 

-- O que esperava? O povo está com raiva.- Todos concordaram com o irmão, exceto Ivar que rolou os olhos com o comentário de Hvitserk. Ele se virou para Ivar com um careta. -- Acha que aquele acontecimento na vila os acalmou? Eles perderam suas famílias naquele lugar. 

-- Não foi Ragnar que os matou, foi?- perguntou Siggy não muito cautelosa. 

Os quatro rapazes olharam-na imediatamente. 

-- Ele matou o homem que conseguiu escapar para avisar que todos do assentamento tinham sido mortos só para salvar a própria pele.- disse Sigurd. 

-- Vocês teriam feito diferente?- perguntou Siggy. -- De certeza eu não. - Os irmãos entreolharam-se em silêncio. -- Aproxima coisa que eu faria seria...

-- Vingança.-completou Ivar. Eu também teria feito o mesmo. Se tivesse uma segunda vez faria de novo.- disse Ivar com convicção. -- Ele deu a chance a todos de matá-lo se assim desejassem.- Ivar se virou para Hvitserk que estava ao seu lado. -- Não foi, irmão?-  Ele olhou nos olhos de Ubbe por breve momento, em seguida olhou nos de Sigurd.  -- Não vi nenhum de vocês tentados a enfrentar Ragnar para ser Rei.- Aquilo deixou Siggy surpresa, nem imaginou Ivar estaria ouvindo-a. Além disto, ela ouviu do quarto, Torvi contar a Lagertha que em sua volta, Ragnar ofereceu sua espada dando a oportunidade para quem quisesse matá-lo que fossem em frente. Ninguém se moveu, sendo assim, Ragnar ainda é rei de Kattegat. A contemplação dela com relação a seu avô só aumentou. Ivar lançou-lhe um pequeno sorriso, que foi retribuído por ela. Hvitserk olhou para ambos, mas permaneceu em silencio. 

As cantorias que soava pelo salão se sessaram e todos direcionaram seus olhares para a ponta do salão, onde a cadeira do Rei localizava-se, mas era Aslaug que assentava-se nela. Ao seu lado como sempre havia duas servas, paradas feito sentinelas. Três pessoas se aproximaram de Aslaug. Dois homens e uma mulher. Um dos homens possuía longos cabelos escuros e uma barba grossa. Era alto e forte, com pesadas vestimentas de pele. O outro era um pouco mais baixo, de cabeça raspada e tatuagens por toda ela. Suas vestimentas eram semelhantes a do primeiro homem. A mulher era pequena, loira e parecia assustada. O homem de longos cabelos a tinha presa pelo braço. Ele a puxou para frente e mais próximo de Aslaug.

-- Eu encontrei os dois na cama trepando!- vociferou o homem.

 Aslaug olhou para a mulher que estava com os olhos marejados. 

-- Isto é verdade?- perguntou ela. A mulher danou-se a chorar, fungando sem parar. Então ela se virou para o homem acusado de ter dormido com a mulher de outro. -- O que tem a dizer em defesa?- O homem sorriu e deu de ombros.

-- É a mais pura verdade. Se ele soubesse satisfazer sua mulher, isso não teria acontecido.- soltou o homem com humor. Todos no salão deram gargalhadas. O homem traído soltou a mulher e foi em direção ao outro homem, com os olhos cheios de fúria. Tentou lhe acertar um soco, mas o homem de cabeça raspada foi rápido se abaixando e lhe acertou no estomago com o punho.  Mais uma vez, todos riram da cena. Os homens começaram uma pequena briga, mas logo foi ordenado que os separassem, cada um sendo imobilizado.

Aslaug levantou a mão pedindo quietação de todos no salão. 

-- Os que acham que este homem deve ser decapitado por satisfazer uma mulher levantem as mãos.- disse Aslaug.  

Ninguém se atreveu. Só se via o braço do homem traído estendido. Ao ver que ninguém estava a favor de sua causa ele berrou de raiva.

-- Isso não é justiça!- gritou ele.

Aslaug levou seu cálice até a boca e tomou um longo gole. Em seguida olhou ambos pensativa. 

-- O voto deve ser unanime, o povo decidiu não puni-lo. Agora procure outra mulher ou aprenda a satisfazê-la. - O homem enfurecido soltou um riso de raiva. -- Caso não esteja feliz, podemos resolver isso em um combate logo pela manhã. 

-- Estou totalmente errado em pedir justiça de uma traição a rainha.- disse o homem, encarou sua mulher por um momento e logo se foi empurrando todos para lhe dar passagem. 

Um silêncio se instalou no salão. Siggy olhou os quatro rapazes que evitavam encarar sua mãe. Estava tentada a perguntar do que o homem estava falando, mas achou melhor guardar para si. Aslaug sorriu erguendo seu cálice. 

-- Vamos comer!- disse ela, respondida com gritos alegres. As cantorias voltaram, então surgiu várias servas trazendo o tão esperado banquete da noite.

Siggy olhou em volta com esperança de encontrar Lagertha, até então não tinha voltado. Ragnar também estava ausente. Mais além, avistou Torvi, que ergueu o olhar a ela lhe oferecendo um pequeno sorriso, Siggy ignorou-a virando-se.  Seu tio Sigurd lhe serviu mais hidromel que ela agradeceu lhe dando um rápido beijo em seu rosto. O rapaz ficou satisfeito com o gesto e deixou a jarra sobre a mesa, então ergueu sua caneca a ela, que também o fez e ambos emborcaram a bebida juntos.  

-- Soube que ainda não se encontrou com Bjorn.- disse Ubbe. 

-- Sim, por isso foi uma chegada agradável.- respondeu Siggy secando os cantos de sua boca.

Sigurd riu, mas ao ver os rostos de seus irmãos desfez o sorriso. 

-- Há rancor de sua parte com relação a ele?- perguntou Hvitserk. 

Siggy soltou um suspiro e o encarou.

-- Só se guarda rancor de alguém quando ele algum dia significou algo em sua vida, para mim seu irmão nunca significou nada.- Ela tomou mais um gole de seu hidromel. 

-- Então irá ao Oeste?- perguntou Ivar, finalmente referindo-se a ela. Siggy o olhou e sentiu algo estranho se formar dentro de si. Forçou-se a desviar o olhar e fez um gesto para Sigurd lhe servir mais um pouco da bebida. 

-- Estou com Lagertha, não sei os planos ainda.- Ubbe sorriu para ela ao ouvir sua resposta. 

-- Amanhã estaremos treinando com espadas, junte-se a nós.- disse Hvitserk animado. 

-- Está bem.- respondeu ela contente com o convite. Inevitavelmente, pescou o olhar de Ivar. Seus olhos eram hipnotizantes e por um rápido pensamento, considerou que os seus também eram para ele, pois o rapaz sempre a olhava como se estivesse compartilhando segredos. 

Siggy sentiu alguém pondo a mão em seu ombro e ao levantar o olhar viu que era Ragnar. Ela imediatamente sorriu, ele se inclinou e beijou o topo de sua cabeça. Ragnar empurrou Ubbe para o lado sentando-se e tomou de suas mãos a caneca. O jovem o encarou, Ragnar puxou-o e lhe deu um beijo em seu rosto.  Ele olhou para seus filhos e neta sentados ao seu redor e sorriu. 

-- Jovens bonitos.- disse ele, tomando um longo gole da bebida de Ubbe, em seguida sorriu para Siggy. -- Do que estavam falando?

-- Iremos todos praticar com a espada manhã.- disse Ubbe. O rapaz ao lado de Ragnar parecia ser seu eu mais jovem, pois a semelhança era gritante. 

-- Muito bom, talvez eu passe para olhá-los.- Ele olhou em direção a Ivar que estava distraído encarando Siggy. Virou-se rapidamente e tomou mais de seu hidromel. -- Principalmente Ivar.

Ivar imediatamente olhou seu pai.

-- Principalmente eu?- perguntou ele com seu sorriso. 

Ragnar deu de ombros.

-- Ouvi boas coisas sobre suas habilidades.- disse Ragnar, olhando em volta do salão. Siggy reparou que ao fazer isso sua expressão mudou. Ela sentiu os olhares de desgosto em Ragnar  vindo de algumas pessoas presentes. Aquilo a deixou inconformada. Ingratos. 

Siggy considerava Ragnar um grande visionário. O homem era apenas um fazendeiro querendo o melhor para sua família e ansiava descobrir novos rumos e destinos para as invasões. Antes, todos os guerreiros eram mandados para o Leste pelo Earl Haraldson que naquele tempo governava Kattegat. Então, Ragnar descobriu um jeito de navegar em mar aberto rumo a Oeste, para explorar até então terras desconhecidas e também consideradas inexistentes. Com a ajuda de seu irmão, Rollo e um construtor talentoso de barcos, ele começou a traçar seu grande plano de invasão para saquear as terras inimagináveis nunca vistas antes por seu povo.  Haraldson não aprovava as ideias de Ragnar, considerava-o tolo e insubordinado. Acusava-o de encher a cabeça de seus guerreiros com fantasias de uma terra que não existia. Ainda assim, escondido e sem permissão, Ragnar e os guerreiro que conseguiu convencer começaram a preparação para a sua viagem ao Oeste. Com um barco pago com as economias de Ragnar, eles partiram e após alguns dias navegando descobriram enfim uma terra chamada Inglaterra.
Após retornar com as boas novas e muito ouro, a fama de Ragnar começou a se espalhar pelas vilas. Foi invejado pelo Earl Haraldson, que com o temor de que Ragnar quisesse tomar seu trono, perseguiu sua família e amigos. Claro, sendo o verdadeiro viking, desafiou Haraldson para um duelo pelo trono, venceu matando-o e como era lei o simples fazendeiro, mero guerreiro aos olhos dos nobres, tornou-se Earl de Kattegat. Levou muitos que estavam agora no salão olhando-o com desprezo a riquezas, tirou famílias diante da face da miséria. Ragnar trouxe esperança para uma nova vida a seu povo, uma nova e longa vida.

Ragnar comeu juntamente com seus jovens filhos e neta. Ao terminar, levantou-se e tratou de caminhar para fora do salão. Não antes de beijar o topo da cabeça de Siggy novamente. 

-- Irei me acostumar com isso.- disse ela contente. Ragnar sorriu.

-- Assim espero.- disse ele, então se foi.

Seus tios estavam bêbados e com risos fáceis. Sigurd estava dormindo ao seu lado, Hvitserk ainda rindo das histórias que um homem que ela desconhecia estava lhe a contar.  Ivar tinha se retirado, assim que o banquete fora servido. Siggy, mais uma vez olhou em volta do salão e finalmente avistou Lagertha. Ela estava conversando com suas guerreiras, que muito atentas ouvia a mulher falar. Siggy pegou sua caneca e levantou-se para ir em direção a ela. Ao chegar a seu lado, rapidamente a mulher se interrompeu.

-- Onde esteve?- perguntou Siggy.

-- Tratei de alguns assuntos.-respondeu Lagertha sorrindo. Aquilo deixou Siggy irritada.

-- Posso saber que assuntos ou será que só compartilhará com elas?-perguntou apontando para as mulheres sentadas na mesa.

-- Logo saberá, deixe de ciumenta.- Lagertha sorrindo. Siggy achou aquilo estranho, pois ela nunca mantinha segredos. -- Seu pai voltará amanhã.- disse por fim.

Siggy suspirou e tomou seu último gole de hidromel. Já havia tomando o bastante para lhe deixar com a visão levemente turva. Deixou a caneca na mesa onde Lagertha estava sentada.

-- Irei dar uma caminhada.- avisou.

Então caminhou para fora do salão, a noite estava mais fria que antes. Sentiu o gelado vento em seu rosto. Andou ao redor da casa, sem rumo. Só queria esquecer o fato de ter que encontrar Bjorn. Queria que ele demorasse mais tempo na tal vila, de preferência que nunca mais voltasse. Siggy se deparou perto dos estábulos, logo quis ver como Harvert estava. Desde que a serva o tinha levado não o vira. Andou mais um pouco, o chão estava formando lama em seus sapatos, por conta da sereno da noite. Siggy procurou Harvert entre tantos cavalos, até que o encontrou, comendo seu feno. Ela se aproximou dele e lhe fez uma carícia.

-- Está confortável?- perguntou ela ao cavalo.

Mais além de Siggy, vinha um som desconhecido, ela tentou ignorar, mas logo se tornou mais audível. Então, vencida pela curiosidade, seguiu o som e conforme foi se aproximando, revelou claramente ser gemidos de uma mulher. Ao perceber o que estava acontecendo por ali, ela recuou silenciosamente.

-- Ubbe, calma!- disse a mulher em meio aos seus gemidos e risos. 

Siggy rolou os olhos e caminhou rapidamente para fora dali. Fez o mesmo trajeto para voltar ao salão, mas foi parada por um homem passos depois do estabulo. 

-- Se não é a menina de Bjorn.- o homem riu de seu próprio comentário.

Siggy desviou do homem e continuou a caminhar para o salão, mas sentiu uma enorme mão agarrar seu braço. Por puro e rápido reflexo, ela a pegou e torceu. O homem soltou um berro de agonia. Em seguida ela chutou seus pés fazendo-o cair de costas na lama. Siggy olhou o homem tão miserável friamente e o deixou dando-lhe as costas.

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