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História Irresistible Deal - Children.


Escrita por: _rachm

Notas do Autor


Boa leitura! 💞

Capítulo 12 - Children.


Fanfic / Fanfiction Irresistible Deal - Children.

Justin Bieber P. O. V — Atlanta, 10h27min AM.

Melancolia. É um sentimento qual eu estou acostumado a ter ao rever a mesma fotografia, abandonada no fundo da gaveta. O dia da chegada de Jaxon à nossa casa, juntamente à inauguração da nova cede da CMA. Aquele, provavelmente, fora um dos dias mais felizes da vida do meu pai. Hoje, eu não saberia dizer se ele teria orgulho do rumo em que está sendo tomado.

O blindex fumê localiza-se anguladamente ao centro da cidade, dando-me à vista do alto de ruas e prédios em sua total funcionalidade diária. A movimentação intensa contrasta com a malacia no interior do pavimento, imerso em um silêncio relaxante.

A fumaça que evapora através da caneca térmica embaça o blindex, formando alguns desenhos abstratos que me distraem por algum tempo. A doçura do chocolate quente preenche o meu estômago, este tem gosto de infância. Recordo-me das tardes de inverno, sob a luz da lareira, costumava observar o meu pai concentrar-se em seus projetos enquanto a neve pintava toda a cidade.

Consigo visualizá-lo com suas olheiras, dividindo-se entre o trabalho, sua esposa e filhos. Apesar de um evidente cansaço, ele parecia feliz por ser tão requisitado. Ele era feliz por ter uma família e, de alguma forma, sinto-me apreensivo para viver tal experiência.

* * *        

Estico-me para buscar o maço de cigarros no bolso de uma calça, contudo, pondero sobre quanto tempo ouviria Stella reclamar com o cheiro ruim emanando por todo o quarto. Suspiro, desistindo posteriormente. Ela atravessa o cômodo ainda nua, rumando até o closet para retornar trajando um robe que cobre parcialmente seu corpo.

Enquanto penteia os cabelos emaranhados, ela sorri levemente em minha direção ao notar que a observo. Desloco o olhar de volta à cama, a qual o meu corpo consiste desajeitadamente esticado, analisando a bagunça entre os lençóis brancos. Logo, uma questão incomum paira em meus devaneios.

— Por que eu nunca te vi tomando pílulas? — Stella sobressalta, visto que havia me pronunciado repentinamente, quebrando o silêncio que propagava por todo o quarto.

— Perdão? — ela franze o cenho, devido à sua distração, a minha voz soou apenas como um chamado, logo, ela não conseguiu distinguir as minhas palavras.

— Pílulas anticoncepcionais. — explico de modo pausado, suas sobrancelhas se erguem. — Eu nunca a vi tomar.

Stella gira seu corpo na direção contrária e cessa os passos na frente da penteadeira, de costas para mim.

— Isso é importante? — questiona curiosamente. Ainda distante, consigo notar a oscilação em suas íris essencialmente esverdeadas sob a luz fria do cômodo.

— É. — respondo, em uma falsa casualidade. — Eu estive pensando... Quantos filhos você gostaria de ter?

Ela se mantém muda por alguns segundos, como se ainda estivesse processando a minha fala. Busco o reflexo de seu rosto através do espelho, está pálido.

Estranho a reação, ela parece desconfortável.

— Filhos? — Stella solta uma risada nasal, que soa como um ruído agitado. — Eu não sabia que pretendíamos ter algum.

Forço uma expressão surpresa, embora o nosso casamento tenha sido a pauta da maior parte de nossas conversas, filhos nem se quer entraram em questão. Eu nunca havia me imaginado vivendo isso com ela, de todo modo.

— É claro que teremos, Stella. — abro um sorriso amplo. — Em breve, eu espero.

Ela une seus cabelos em um coque no alto da cabeça. Tenho a sensação de que ela está enrolando para voltar a me encarar.

— Você nunca me falou sobre isso antes. — murmura, posteriormente, isola o olhar em seu colo. — Quero dizer, eu pensei que você não queria filhos.

Ao longo de alguns dias, estive reformulando essa conversa em diversas situações. O desejo de ter uma família poderia unir-se à minha ambição para conquistar, finalmente, a presidência da CMA, contudo, ter um filho com Stella poderia vir a ser o ato mais destrutivo que eu poderia fazer na minha vida.

Porém, ainda assim, eu preciso de uma garantia para concretizar os meus planos.

— É claro que eu quero, amor. Ser pai é o meu sonho. — digo com uma emoção teatral. — Eu tenho me lembrado muito do Jeremy e... Enfim, eu me imaginei como ele, sabe? O nosso casamento está próximo e eu consigo me imaginar começando uma família.

Stella pigarreia e, ao virar-se novamente para mim, sua face está coberta por um semblante preocupado.

— Nós temos prioridades maiores, você não acha?

— Família é prioridade. — rebato, sua reação começa a me causar desconfiança. — Eu não conseguiria viver sem ter filhos, Stella.

— Como assim?

— Eu não me sentiria completo se não tivesse filhos. — acrescento, ela caminha lentamente até a cama, firmando o nosso contato visual direto. Está nervosa. — Você não consegue imaginar um filho nosso?

— Sim, mas...

— Eu acho que nos faria muito bem. — interrompo-a. Stella me fita com um olhar alarmado, perdendo o foco constantemente. — Sabe, a minha mãe iria ficar radiante e com certeza iria se esforçar para se dar bem com você. — o tom persuasivo em minha voz passa despercebido, no entanto, surte o efeito necessário na mulher. — E o seu pai, então? Você vê como ele é com a Mel, faz tudo pela Susan só para ficar perto da neta. — reforço.

O meu empenho em convencê-la quase me faz acreditar que desejo, realmente, ter um filho com ela. Camuflo a culpa com pensamentos positivos.

Pensativa, ele torna a deitar ao meu lado e, ao ajeitar sua nuca na altura correta de um travesseiro, brinca com a barra de um lençol.

— Ele a trata como se fosse a filha favorita por isso, a que lhe deu uma neta, a herdeira. — profere, em um tom amargurado. Sei que atingi seu ponto fraco, a inveja da irmã mais velha.

— Seria bom dar essa alegria à ele novamente, não é? — comento. — Ele ficaria muito feliz por nós, por você.

— É, seria... — a voz flui fraca e trêmula, isto chama a minha atenção diretamente ao seu rosto que acabara de recuperar sua tonalidade comum. — Mas isso não vai acontecer.

Assusto, erguendo o tronco até estar sentado sobre a cama. Stella desvia o olhar, acanhada com a minha reação.

— Como não vai? — indago, controlando a alteração em meu tom vocal. — Por que não?

— Não vamos ter filhos, Justin. — ela parece convicta de sua decisão, apesar de um visível nervosismo.

— Stella, essa é uma decisão que...

— Não vamos! — seu tom eleva, ela cobre o rosto com as duas mãos e assim, noto o quão trêmulas estão.

— O que aconteceu? — me aproximo, contudo, ela recua. — Por que está nervosa assim?

— Esqueça esse assunto!

— Eu não posso, você está alterada. — digo, começando a sentir-me verdadeiramente preocupado. Stella grunhe e, com cautela, retiro as mãos de seu rosto. Os olhos estão vermelhos e marejados por lágrimas. — O que foi?

— Por favor, não fale sobre isso. — pede, de um modo desesperado.

Para o azar dela, isso aguça a minha curiosidade.

— Eu não vou desistir, Stella. — aviso, ela choraminga, encolhendo-se contra a cabeceira da cama. — Diga.

— Não posso...

Ela parece apavorar-se com a minha insistência, trazendo-me a sensação de que há algo que me foi escondido por muito tempo.

— Não pode por que?

— N-não posso... — ela suspira longamente e, ao fechar os olhos, duas lágrimas rolam por suas bochechas. — Não posso ter filhos.

Paraliso, sendo tomado pelo choque que atravessa cada célula que compõe o meu corpo. As minhas cordas vocais falham, enquanto inúmeros pensamentos desconexos invadem a minha mente.

Puta que pariu.

— C-como? — gaguejo, piscando lentamente ao que a forma de seu rosto desfocaliza em minha visão. Eu nunca poderia imaginar que ouviria isso.

Stella aparenta dificuldade ao dizer, obviamente, trata-se de um assunto delicado. Massageio seus braços com a ponta dos dedos, tentando fazê-la, de alguma forma, relaxar com o toque.

— Eu ainda estava na adolescência quando fiz um exame de rotina e descobri algumas infecções. — conta, seu tom embargado denuncia o choro formando-se. — Elas continuavam a aparecer e isso me causou uma obstrução tubária, isso me deixou infértil. — ela me encara, sua feição está cabisbaixa, apreensiva. — Não posso ter filhos, Justin. Não lhe darei um.

Novamente, estagnado, sou impactado por suas palavras. Absorvo suas palavras com dificuldade, formando alguma boa resposta que possa fazer a tensão amenizar, contudo, não encontro. Neste momento, enxergo Stella além da patricinha que sou obrigado a aturar para sustentar um casamento forçado. Seu olhar vagueia por todo o meu rosto, buscando uma resposta que não sei se virá.

— Nossa... — balbucio, completamente atordoado. O meu cérebro ainda trabalha em função da revelação dela. — Meu Deus, eu não fazia ideia. Por que nunca me contou?

Ela dá de ombros, secando as lágrimas que umedecem sua face.

— Pensei que não faria diferença para você.

Enrugo a testa, pensativo. Qual seria a visão que Stella possui de mim? Frio e egoísta?

— Por que você me fez usar preservativo em todo esse tempo? — questiono, após toda a explicação, milhões de dúvidas começam a ser construídas.

— Eu não queria contar, eu não sei... — murmura. — Você não pode me abandonar por isso, não desiste de nós! — pede, de um modo desesperado. Me afasto levemente, pois sua reação me assusta.

— Eu não vou, é só... — a frase se perde em meus lábios, suponho que a decepção por inúmeras razões esteja estampada em minha feição. Não tenho a intenção de desesperá-la, porém, a minha falta de palavras ocasiona em um surto emocional de Stella.

Ela ergue o corpo, quase impulsionando-o contra o meu. Seus olhos estão saltados, ela me toca de um modo desesperado, prendendo o meu rosto entre suas mãos.

— Eu faço qualquer coisa, Justin. Eu não sei se tenho jeito pra isso mas, eu aprendo. — garante, proferindo tudo de forma rápida e embolada. Tento responder, contudo, ela acrescenta: — É o seu sonho, eu não quero que você me abandone por isso.

Me espanto com suas palavras, o semblante aterrorizado me intimida e, por alguns segundos, temo o que ela seja capaz de fazer por esse casamento.

— Stella, se acalma, eu nem disse nada.

— Você está decepcionado?

— Estou. É que... — ela me encara atentamente, mordendo os lábios de um modo compulsivo. Respiro fundo, tornando a apoiar as minhas costas na cabeceira. — Bem, eu imaginei que isso seria parte da minha vida, que eu teria uma esposa e filhos.

Stella permanece em silêncio por alguns segundos, analisando meticulosamente cada movimento meu.

— E eu não vou poder te dar isso... — assinto lentamente, ela choraminga. — Eu faço qualquer coisa.

Não entendo o significado de sua fala, entretanto, devido ao aparente desespero, qualquer proposta que viesse a seguir não me surpreenderia.

— O que?

— Se você quiser, se te fizer feliz, eu faço qualquer coisa. Nós podemos... Não sei, adotar um bebê. — sugere, sorrindo posteriormente. — Eu viajo por um tempo e ninguém precisa saber que não é nosso.

O meu maxilar suspende, incrédulo, estou boquiaberto, demonstrando a minha surpresa. O sorriso nos lábios de Stella é forçado e trêmulo, transformando-o em algo amedrontador.

Deus. Essa mulher está completamente descontrolada.

— Você tem certeza que...

— Sim. — diz, sua convicção não me surpreende mais.

Tenho dúvidas sobre o fundamento de sua atitude. Amor ou egoísmo em excesso? Reconheço que, de alguma forma, é um gesto altruísta para me fazer feliz, no entanto, sou incapaz de ignorar o fato de que Stella enlouqueceria caso eu desistisse do casamento.

— Eu faço isso por você, Justin. — ela parece satisfeita com a minha escolha de não relutar. Aspira o ar, soltando-o em uma arfada. — Não posso ser abandonada.

— Você não será. — murmuro, com o intuito de tranquilizá-la. — Obrigado por ser compreensiva. 

Ela acena positivamente e, em seguida, deita seu corpo sobre o meu, apoiando o rosto em meu peito.

— Apenas fique comigo, ok?

Não respondo, embora tente garanti-la de que a nossa relação está segura. Verdadeiramente, estou assustado. Começo a cogitar a possibilidade de Stella ser tão doentia e ambiciosa quanto eu.

* * *        

Selena Gomez P. O. V — Atlanta, 04h17min PM.

— Kyle, não tome o sorvete tão rápido, meu anjo. — Ashley pede, cessando seus passos para limpar os cantos da boca do menino. Ele sorri para a loura, absorto as suas reclamações.

A substância cremosa com sabor de baunilha lhe parece bem mais interessante.

— Ei, o que acha de irmos jogar depois? — sugiro, dirigindo-me diretamente ao menino. Kyle dá uma resposta positiva de maneira embolada, concentrado em equilibrar a casquinha entre seus pequenos dedos. — Legal.

Ele está entre Ashley e eu quando atravessamos a rua, rumando para a calçada contrária a qual caminhávamos. Com o fim de tarde, o movimento de pessoas transitando pelo centro da cidade diminui, assim, facilitando o nosso percurso até o shopping mais próximo.

— Então, tem falado com o cara loiro? — Ashley pergunta, despertando a minha atenção que, anteriormente, estivera focada em um outdoor.

— Justin? — ela acena positivamente. Havia se acostumado com o apelido. — É, nós nos encontramos nas últimas duas semanas. Ele tem saído do trabalho no horário de almoço para ir me ver.

Ashley sorri maliciosamente e eu acabo revirando os olhos, imaginando o que estaria por vir.

— Hm, parece que ele leva à sério esses... — se policiando devido à presença de Kyle, ela pigarreia. — Encontros de vocês.

— Claro que não, Ashley. — rebato em um tom indiferente. — Sou só o passatempo.

— Ah, eu queria ser o passatempo de alguém. — comenta, suspirando melancolicamente. — Eu nem me lembro como é ter uma companhia por livre e espontânea vontade.

— Só porque você quer. — dou risada, desdenhando de seu drama evidente. — Você é linda, divertida, carinhosa...

— É, mas também sou algo além de tudo isso, que nnão posso colocar no currículo. — interrompe, lançando-me um olhar sugestivo. Seu rosto adere uma feição rabugenta. — Nenhum cara me aceita por muito tempo.

— É porque homens são inseguros e babacas.

— Você aceitaria namorar alguém nessas condições?

Reflito por alguns segundos o questionamento, contudo, sinto que julgo à mim mesma quando crio dúvidas em minha mente.

— Não é como se a culpa fosse sua, você não tem escolha. — respondo. Ashley dá de ombros e, por fim, encerramos o assunto.

— Enfim, onde vamos almoçar?

— Hambúrguer! — Kyle se manifesta de maneira entusiasmada, intercalando o olhar entre a irmã mais velha e eu. O tom avelã no interior de suas íris intensifica com a ideia.

— Kyle, hoje não é dia para...

— Hm, que tal McDonald's? — ignorando uma futura resposta chata e certinha da loura, Kyle e eu acenamos positivamente, batendo as nossas mãos em um gesto posterior. — A gente não liga para o que a sua irmã diz mesmo.

O menino gargalha sobre os resmungos aborrecidos dela.

— Ei Sel, não é aquela mulher que estava com o Justin na festa? — Ashley chama a minha atenção ao apontar na direção de uma loja.

Ao erguer o olhar até o local, reencontro os traços que seria impossível esquecer. Belos e naturais. Stella, pelo o que me lembro, sorri à volta de algumas mulheres, enquanto estas apresentam-lhe diversos tecidos de tons claros. Desloco o olhar até a fachada da loja, identificando o ateliê especial para noivas.

Provavelmente, ela está à procura do vestido de seu casamento com Justin. A felicidade estampada em sua face me causa incômodo, sinto uma sensação ruim se espalhar por cada membro do meu corpo. É como se toda a tristeza futura que ela pudesse sentir, estivesse sendo transpassada para mim.

A mulher aparenta estar radiante e, de algum modo, me culpo porque, além de compactuar constantemente com infidelidades, sei que nunca terei um futuro como o dela devido à isso. 


Notas Finais


That's all folks!

RELOOOOU! Tem alguém ai ainda? Hahahha.
Primeiro de tudo, mil desculpas pela demora para atualizar. Eu não tenho uma boa justificativa mas lamento sinceramente por ter feito vocês esperarem tanto.
Segundo, me perdoem por esse capítulo mega chato também. É que ele foi muito necessário.
Bom, agora está tudo explicado. Sem chances de rolar baby Lancaster, amém!
Então né gente, como vocês estavam cogitando bastante, quero explicar. Para o Justin, ter um filho com a Stella não parecia tão absurdo, já que ele é extremamente ambicioso. A vontade de proteger o patrimônio da família dele vai além de qualquer coisa, por enquanto. Por isso, esperem bastante erros da parte dele sim.
Essa moça maravilhosa na foto é a Stella, como vocês devem saber.
E, para que vocês não me odeiem, talvez role outro capítulo ao longo da semana, mas não prometo nada, irei tentar! Ok? Ok.
Enfim, semaninha agitada essa, né? Até por um plágio passamos, hahahaha. O apoio de vocês me incentivou muito, muito obrigada por cada comentário, por terem tentado me ajudar. EU AMO VOCÊS! Felizmente, está tudo certo agora.
Comentem bastante para eu saber que vocês estão gostando.

Até a próxima! Um beijo e um queijo! ❤


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