1. Spirit Fanfics >
  2. Irresistible Deal >
  3. Safety.

História Irresistible Deal - Safety.


Escrita por: _rachm

Notas do Autor


Boa leitura! 💞

Capítulo 16 - Safety.


Fanfic / Fanfiction Irresistible Deal - Safety.

Justin Bieber P. O. V — Buckhead, Atlanta. 13h20min PM.

Suspiro, reunindo todo o esforço para retirar-me da cama. Considero manter a calça de moletom em meu corpo, já que a minha intenção limita-se em apenas deixar Stella no ateliê e voltar para casa e assim, dormir no restante do dia. No entanto, o olhar questionador da mulher sobre a peça de roupa indica que serei submetido à alguns minutos de tortura para, provavelmente, ser apresentado à pessoas que não faço questão de conhecer. Reviro os olhos, seguindo rumo ao closet. 

* * *        

Pretendo finalizar o trajeto de volta à minha casa quando a voz de Scott Stap alcança meus tímpanos e, instantaneamente, recordo-me do dia em que Selena estivera no banco ao lado cantarolando versos de My Sacrifice. Encaro o visor do celular por alguns até decidir que mais uma tentativa não faria mal. 

A ligação é iniciada sem que ela diga algo. 

— Selena? — a voz soa como um ruído, cuja o som parece ter sido forçado a sair. — Está tudo bem? Ei, eu queria te ver. — acrescento em seguida, ansioso por uma resposta positiva. 

— Agora não dá. — durante o tempo que se manteve em silêncio, imaginei que a morena estivesse cogitando a possibilidade, contudo, ao que noto seu tom fanho, sei que algo está errado.

— O que aconteceu? Você está chorando? — desato a falar, sentindo uma fisgada de preocupação percorrer toda a minha espinha ao ouvi-la fungar, sem que sua garganta seja capaz de produzir algo. — Selena, fala alguma coisa!

Estaciono o carro no acostamento, abafando o barulho causado pelo tráfego. Selena resmunga algo inaudível, mas logo reformula a frase.

— Eu preciso ir à um enterro. 

Estupefato, perco o som em minhas cordas vocais. Tenho a confirmação de que ela permanece na linha devido aos soluços contínuos que fluem de maneira aguda.

— A mãe da Ashley está morta. — profere, em um fio de voz. Sinto o meu peito contrair-se o bastante para tensionar todos os meus músculos sobre o estofado do banco. Ensaio algumas palavras, contudo, nenhuma parece suficiente. 

— Você está em casa? — indago e, sem obter qualquer resposta, aviso: — Eu vou até ai. 

— Justin, não precisa, eu...

— Chego em alguns minutos. — corto-a, poupando justificativas que eu faria questão de ignorar. 

[...]        

À poucos metros do prédio residencial, avisto-a na portaria do mesmo. Estaciono o carro na calçada oposta e fixo o olhar em seu rosto enquanto me aproximo. Selena sustenta o corpo no portão de grades, embalada por uma brisa causada por um dia ensolarado, que movimenta seus cabelos de forma leve. Alguns fios pairam em sua testa, camuflando alguns pontos do semblante entristecido. 

Ela nota a minha presença, recompondo-se em sua postura. No entanto, os ombros rebaixam novamente e a minha reação imediata é envolvê-la com meus braços. Espero transpassar algum conforto, embora ela aparente estar mais calma.

— A minha cara está horrível, eu sei. — ela diz, mantendo o rosto pressionado contra o tecido da minha camisa. 

Afago a extensão ondulada dos fios escuros até a costela, pressionando a outra mão na cintura, como um apoio ao seu corpo. O aroma de lavanda emana até as minhas narinas, causando-me a habitual sensação de tranquilidade. 

— Eu entendo. — murmuro, ao que ela se afasta para olhar-me. — Como a sua amiga está?

Selena encaixa os ombros sob o meu braço e seguimos até o carro.

— Arrasada e em pânico. — ela nota a minha expressão interrogativa e, quando adentramos no veículo, a morena prossegue. — Ela nem enterrou a mãe ainda e já tem milhões de problemas. 

— Tipo o que?

— Ela tem um irmão de sete anos que sofre de autismo e o padastro é um alcoólatra que nem mesmo consegue entender a doença do filho. — há raiva em seu tom vocal, apesar do lamento evidente. — A Ashley já relatou algumas vezes em que ele não teve paciência e ameaçou bater no Kyle.

Divido o olhar entre as ruas vazias e a mulher que parece vagar em pensamentos acompanhando as imagens retorcidas através da janela. 

— E quem ficava com ele?

— A mãe deles, apesar de estar debilitada pelo câncer. — Selena suspira longamente ao girar seus globos oculares para cima, livrando-se das lágrimas que ameaçavam rolar por seu rosto. — Ashley trabalhava por meio período em um supermercado e passava o resto do dia com o Kyle.

— Eles sabem que ela é prostituta? — questiono, curiosamente. embora não deseje parecer invasivo.

— Não. Ela saia escondido. 

Aceno positivamente e, estreitando os olhos, noto que sua face adere um tom avermelhado. Selena está prestes a ter uma crise de choro e, de algum modo, a compreendo. Penso em parar o carro com o intuito de ampará-la novamente, porém, a morena inspira o ar com certa força, esfregando os vestígios de lágrimas em sua pele ruborizada. 

— Ela vai superar isso. Ela precisa superar. — sussurra e, neste momento, sei que ela não está falando diretamente comigo.

* * *        

Uma cerimônia breve e simples encerra precocemente a vida da mulher. Apesar da quantidade escassa de pessoas, Ellen me parece ter sido alguém que esbanjava bondade. Selena esteve ao lado de Ashley à todo momento, partilhando de sua dor. Ao contrário do homem de meia idade, posicionado em frente ao caixão, poupando-se de esboçar qualquer emoção. Nem mesmo uma lágrima. 

A razão óbvia para a minha presença é Selena, senti a necessidade de apoiá-la de alguma forma, contudo, fui arrebatado por uma sensação diferente no instante em que o pequeno garotinho surge em meu campo de visão, correndo até as pernas da loura, agarrando-se à elas posteriormente. Ela agacha para que suas alturas se igualem e os dois trocam palavras rápidas. O mais novo demonstra inquietação, embora não tenha consciência do que realmente está acontecendo, acredito eu. Sinto-me comovido, a inocência não o permite enxergar o semblante devastado de sua irmã e eu me pergunto quantas vezes ele precisaria vivenciar momentos dolorosos sem se quer compreendê-los. Ele não merecia. 

A morena sinaliza para que eu a acompanhe, ela toma a atenção do menino ao envolvê-lo com seus braços.

— Oi, meu anjinho. — cochicha de forma amorosa. Ele sorri em resposta. 

— Oi Sel. 

As duas mulheres trocam olhares, a loura suspira, voltando a observar seu irmão. 

— Não tive com quem deixar ele. — Ashley diz, o tom soa fatigado, como se cada palavra proferida exigisse algum esforço vocal. — Eu ainda preciso resolver algumas coisas, pode tirá-lo daqui? — com um olhar de súplica, ela entrelaça as mãos na altura do rosto. 

— Claro, com certeza. Ei, Kyle, vamos dar uma volta? — ele anui movimentando a cabeça e estende uma das mãos à mulher. — Olha, esse é o Justin.

Seu corpo consiste por detrás das pernas da mulher, ele espia por uma lateral e as esferas amendoadas fitam-me curiosamente. 

— Oi Kyle.

— Justin, o Kyle adora super heróis, sabia? — Selena lança-me um olhar sugestivo, sorrindo levemente.

— É mesmo? — finjo surpresa, inclinando o tronco para frente, aproximo-me do menino para um contato direto. —Então você gostaria de ir comer um lanche e ganhar um brinde de herói, não é?

Ainda que timidamente, ele demonstra menos receio com a minha presença e esboça um pequeno sorriso.

— Ótimo, vamos então.

 — Ele não tem problemas de sair sem a irmã? — sussurro e a morena nega. 

[...]        

O interior da rede de fast-food estava vazio e, em razão disso, não demoramos a ter nossos lanches preenchendo a mesa que escolhemos. Kyle foi o primeiro a terminar, o distraímos de possíveis perguntas, porém, de todo modo, o menino parecia empolgado demais com seus brindes para pensar em qualquer outra coisa. O liberamos para correr pelo espaço vazio do estabelecimento, enquanto simula um voo de seu super-herói favorito. 

Sentada à minha frente, a morena mergulha algumas batatas-fritas no ketchup, no entanto, seu interesse em ingeri-las parece ser nulo. 

— A doença não o afeta de maneira agressiva, mas prejudica na relação dele com outras pessoas. — ela comenta, enquanto nossos olhares estão fixos aos movimentos aleatórios do garoto. 

Ele parece absorto à sua própria imaginação e solta risadas algumas vezes. 

— Eu quero ajudá-la, Selena. — sinto o peso de seu olhar sobre mim e quando giro o rosto em sua direção, ela fita-me com uma expressão confusa. — A Ashley, quero ajudá-la. 

Os cílios parecem pesar toneladas em suas piscadas lentas, os lábios formam um círculo quando ela os abre minimamente. 

— Você está falando sério? — Selena franze o cenho, o gesto condiz com o tom incrédulo em sua voz.

— Sim. Eu sei que você me imagina como um crápula sem coração. — solto uma risada, habituado com tal fato. —Depois de conhecê-lo, não conseguirei ficar em paz sabendo o que ele pode passar. — confesso, estreitando os olhos até o menino, que permanece distraído com seus novos brinquedos. — A casa deles está no nome dela?

— Não, infelizmente, a casa é do Mark. — ela rola os olhos para cima, suspirando em seguida.

— Ela tem algum lugar para ficar?

— Sim, ela pode ficar comigo. 

Pondero por alguns segundos, fazendo uma breve análise da situação. Selena atenta-se a cada movimento que produzo, ansiosa por uma resposta. 

— Eu vou pagar um advogado pra ela. 

— Nossa. — seus olhos arregalam-se, ela umedece os lábios e uma risada flui como um som aliviado dos lábios polposos. — Meu Deus, eu não sei como te agradecer, olha... Ela vai ficar muito feliz. 

Ela toca a minha mão por cima da mesa em um gesto carinhoso, porém, logo encerrado.

— Ela pode lutar pela guarda do Kyle, as chances dela ganhar são grandes. — afirmo, o contentamento em sua feição intensifica-se. — Só tem um problema. 

— Qual?

— A Havanna. Ela precisa mudar de vida.

Selena assente, parece conformada, suponho que ela já tenha imaginado tal possibilidade.

— Obrigada. — há algo diferente na maneira qual ela me encara, como uma sutil desconfiança mas, apesar disso, um lampejo de felicidade cintila nas íris pardas. — Você está sendo tão atencioso e... Por que está fazendo isso?

— Eu preciso ter um motivo? — ela movimenta a cabeça positivamente. Dou de ombros, não encontrando qualquer razão específica. — Empatia.

[...]        

Após a chegada de Ashley, seguimos para a casa de Selena. Através do retrovisor, pude ver a loura repetir o mesmo movimento inúmeras vezes, secando suas lágrimas e acariciando os cabelos de seu irmão. No banco ao meu lado, Selena os observa com um olhar terno e, embora seja perceptível o quão devastada ela está, a força que Ashley exibe para confortar o menino é admirável.

Selena convida-me para subir, acompanho-as em silêncio e, quando adentramos no apartamento, sinto que cada centímetro pertence à morena, visto que seu cheiro parece emanar por todo o perímetro em que estamos. 

— Você sabe que pode ficar aqui o quanto quiser. — ela profere, dirigindo-se à amiga. 

— Eu não sei como te agradecer, Sel. — a loura suspira. — Na verdade, à vocês dois. — diz, virando-se até mim, posteriormente.

— Não se preocupe com isso. — peço.

— Justin, você não precisaria se preocupar comigo e mesmo assim quer me ajudar...

— Eu ficarei satisfeito em ver o Kyle feliz. — sorrio, em uma tentativa de tranquilizá-la. 

— Eu preciso me arrumar para ir pra boate. — Selena intervém. — Ash, você pode fazer algo para vocês comerem, tudo bem?

Ashley escolhe um canal de desenhos animados que, aparentemente, toma total atenção de Kyle. O cômodo é separado da cozinha unicamente por uma bancada, entretanto, o mármore consiste em uma distância segura dos ouvidos do menino. 

— Eu entendo um pouco a sua dor. — digo, posicionando-me ao lado da loura. — Mas quando aconteceu comigo, eu não tive tanta responsabilidade nas minhas costas.

O avermelhado que circunda o tom cerúleo de suas íris intensifica-se ao que ela desvia o olhar até Kyle.

— Eu não vou deixar aquele homem colocar as mãos no meu irmão.

— E nem deve. Lute sempre pela sua família. — incentivo-a, visto que estou familiarizado com tal sentimento. — Como você fez para conseguir esconder a sua... Vida dupla, esse tempo todo?

— Depois do jantar, todos sempre dormiam no mesmo horário. Eu me certificava de que ninguém estava pela casa, trancava a porta do meu quarto e saia pela janela. Funcionou durante um bom tempo, mas o Mark começou a desconfiar. — relata, as lágrimas tornam a inundar seus olhos devido às lembranças dolorosas. — O agravo da doença da minha mãe o distraiu um pouco. Ele odiava ouvi-la se queixar de dor e passava mais tempo fora de casa. É um monstro.

— Você sabe que, para conseguir a guarda do Kyle, terá que deixar a Havanna, certo? — indago e ela movimenta a cabeça positivamente. 

— Eu sei. — suspira longamente. Seus cabelos são contidos por trás da orelha no movimento em que ela esfrega as mãos por todo o rosto até alcançá-los. — Mas é que todos os lugares que não pedem um diploma pagam muito mal, eu preciso me sustentar, pagar o tratamento do Kyle e agora, também precisarei de alguém para ficar com ele durante a noite.

— Eu acho que posso te ajudar nisso também.

A expressão confusa em seu rosto transforma-se rapidamente em espanto.

— Como?

— Eu tenho um amigo que tem procurado por uma empregada. Mas ele quer alguém que fique em tempo integral, a maioria das pessoas experientes possuem família e não aceitam isso. — ela assente, acompanhando o raciocínio. — Bom, você sabe lavar pratos e cozinhar, certo?

— Sim, claro. 

— Então você tem menos um problema.

Surpreendo-me com o sorriso largo que parece iluminar todo o seu rosto, ela envolve os braços por meus ombros de modo desajeitado, porém, rápido. Rimos conjuntamente e a loura agradece-me em um tom baixo. 

— Ei, estou indo. — o aviso de Selena desperta a nossa atenção. 

Seus cabelos estão presos em um rabo alto e a maquiagem forte indica que ela deseja apagar vestígios do choro ao longo do dia. Como sempre, um traje provocante molda o seu corpo.

— Eu vou te deixar lá. — aviso, seguindo-a.

* * *        

Trocamos poucas palavras durante o caminho, não questiono, afinal, havíamos acabado de retornar de um enterro. Ela demonstra tranquilidade enquanto enlaça o próprio corpo, deslizando os dedos por toda a extensão de seus braços. Acredito que ela esteja mais interessada em devaneios, contudo, direciona o olhar até mim algumas vezes. 

Ao chegarmos em nosso destino, ela cede-me um sorriso e agradece quando sai do carro. Sinto um nó sendo formado em minha garganta, acumulando palavras que eu deveria formular para dizê-las. Observo-a adentrar na boate, rumando à uma longa noite de homens estranhos tendo a posse de seu corpo e, no instante seguinte, surge o incômodo. Como se um instinto de proteção tivesse sido ativado após o dia que tivemos, irrito-me com as imagens idealizadas em minha mente. Ela estaria exposta à todos eles e só consigo pensar no quanto eu a quero só para mim.


Notas Finais


That's all folks!

OI OI! Hoje vou ser rápida porque estou com muita pressa, capítulo tristinho, né? Mas foi necessário. Desfrutem do Justin bem príncipe, viu? Ah, e eu devo postar de novo ao longo da semana e na sexta, volto com mais isso. (Isso aí, tô frenética).
Muito obrigada pelos comentários de vocês, amo muito. Vou responder assim que eu conseguir tempo.

Até o próximo! Um beijo e um queijo! ❤


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...