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História Irresistible Deal - Yes.


Escrita por: _rachm

Notas do Autor


Boa leitura! 💕

Capítulo 20 - Yes.


Fanfic / Fanfiction Irresistible Deal - Yes.

QUATRO MESES DEPOIS.        

Justin Bieber P. O. V — França, Paris. 13:15 PM.

É quase como andar em círculos atravessar o gigantesco corredor, repleto de lojas que parecem se repetir cada vez mais. Arrependo-me amargamente do instante em que concordei fazer essa viagem com Stella, mal havia me recuperado da semana torturante após casamento. De qualquer forma, assim como em nossa lua-de-mel, ela transformou tudo em uma oportunidade para renovar seu closet. Somente no dia de hoje, contabilizei vinte e sete lojas que fui obrigado a entrar.

Com uma pequena distância de nós, um segurança contratado pela mulher carrega as dezenas de sacolas, como um pobre burro de cargas. O meu corpo implora por algum descanso, sinto os calcanhares queimarem de dor, em contrapartida, a minha esposa parece revigorada como quem acaba de sair de um SPA.

— Já acabamos? — pergunto, minha voz soa arrastada pelo cansaço, no entanto, possui uma faísca de esperança.

— Apenas mais duas lojas. — ela sorri em minha direção e eu me esforço para retribuir o gesto, embora esteja xingando-a em minha consciência.

[...]        

Quando me canso de implorar, Stella decide dar um tempo ao seu cartão de crédito e paramos em um restaurante do shopping. Ainda que a comida da França me desagrade em proporções gigantescas, opto pela refeição mais saborosa, aparentemente, oferecida pelo estabelecimento. Enquanto aguardamos, ela começa a tagarelar sobre diversos assuntos. Finjo dar importância à maioria deles.

— Então, como vamos fazer sobre aquele assunto? — ela sussurra, como se fosse possível alguém por aqui estar bisbilhotando a nossa conversa. — Eu não quero que as pessoas saibam que teremos um filho de um estranho.

Estou quase arrependido da ideia, Stella tem sido tão obcecada por esse assunto que conseguiu me deixar saturado. Ela parece extremamente determinada formar a família perfeita para exibir em todos os lugares que puder.

— Não será de um estranho. Vai ser metade meu. — contesto, ofendendo-me pela maneira qual ela fala da criança que nem se quer existe ainda. — Podemos fazer tudo no seu tempo, já encontramos uma clínica.

— Mas e a mulher? — ela morde os lábios, em um gesto receoso. — Justin, eu não quero que você tenha vínculos com ela.

Sua preocupação que alguém desperte a minha atenção e me faça abandoná-la é evidente. Embora esta seja, realmente, a minha atenção, não pretendo fazer isso por enquanto.

— Eu não terei, amor. — tranquilizo-a, em um falso tom doce. — A nossa única interação será para resolver assuntos financeiros, afinal, eu preciso dar suporte à ela durante a gravidez.

Meus pensamentos vagam na imagem da morena que, infelizmente, tem me privado de sua companhia há três semanas. Tivemos alguns contratempos e só nos comunicamos por telefone, o que vem sendo uma tortura para mim. Imagino-a grávida e tudo o que poderia acontecer depois disso, mesmo que ela não tenha aceitado a proposta. Ainda.

— Certo. Nós vamos dizer que preferimos manter segredo para preservar a nossa privacidade. — vendo-a falar tão seriamente, começo a temer as consequências dessa ideia. De todo modo, não tem mais volta. — Para todos os efeitos, este bebê foi feito aqui. Quando voltarmos, escolheremos a data para você fazer os exames necessários.

Aceno positivamente, ingerindo alguns goles de água da minha taça. Minha pele gela, é uma sensação estranha. Pela primeira vez, parece que estou alcançando algo que nunca imaginei, como se estivesse indo longe demais. 

— Ah! Eu me esqueci de passar na Dior, precisamos fazer isso depois.

— Como quiser, querida.

* * *        

Selena Gomez P. O. V — Castleberry Hill, Atlanta. 21h12min PM.

O primeiro cômodo que entra em meu campo de vista está vazio, no entanto, consigo escutar a voz rouca de Justin ecoar em todo o apartamento. Guiada pelo som, rumo na direção que este soa, chegando até o quarto.

— Oi. — digo em baixo tom, visto que o louro está em uma ligação no celular. Ele faz um sinal para que eu aguarde, assinto movimentando a cabeça.

Seu nervosismo é perceptível em poucos segundos, ele caminha de um lado para o outro, segurando com firmeza o aparelho em sua orelha. A face está tomada por um tom ruborizado, evidenciam as veias que sobressaltam em sua pele.

— Você está mentindo pra mim, eu consigo sentir na sua voz. — ele profere, após alguns minutos em silêncio que presumo ser para ouvir o que a pessoa na linha diz. — Mãe, por favor, se algo estiver acontecendo, me diga.

Há uma pausa e, devido a alteração na expressão de seu rosto, deduzo que o assunto em questão seja sério ao ponto de descontrolar o louro. Ele chuta o estofado lateral da poltrona preta localizada no canto direito do quarto, próxima à porta do banheiro. Sinto a minha estrutura balançar apenas com um grito estridente provindo dos lábios dele.

— C-como? — ele gagueja, desta vez, os fios dourados em seus cabelos são reféns das mãos, que os puxam rudemente. — Pattie, por que não me disse antes?! Ele só pode estar brincando! Todo aquele dinheiro é nosso também, entenda isso! — em um novo intervalo, Justin solta uma forte lufada de ar, como se expulsasse parte da raiva que habita em seu corpo neste momento. — É claro que você deve fazer questão, o meu pai trabalhou duro para construir aquela empresa.

Assisto toda a cena, paralisada no centro do quarto e receosa que acabe atingida por algum objeto que ele decida atirar contra a parede. Justin parece irado, suas narinas inflam constantemente, como um animal prestes a atacar. Sorrateiramente, tomo distância e sento na poltrona que fora retirada de seu devido lugar com os pés do Bieber.

— Eu não vou admitir isso, terei uma conversa com ele e agora eu mesmo cuidarei disso. — avisa, seu tom vocal está alterado, embora ele não pareça rude. Não é nela quem ele quer descontar sua raiva. — Mãe, isso não me importa, irei resolver imediatamente! — sem tempo para respostas, ele encerra a ligação e, posteriormente, joga o celular com certa força contra o colchão da cama.

Reprimo os lábios, hesitante sobre dizer algo ou esperar que seus neurônios parem de fervilhar. O louro ainda está bufando quando minutos se passam e eu decido perguntar:

— O que aconteceu?

Ele cobre o rosto, porém, logo torna a fechar as mãos em punho e direciona seu olhar flamejante até o meu. A coloração caramelada brilha como fogo.

— Aquele velho passou dos limites. — franzo o cenho, esperando por alguma explicação específica. Ele nota a minha dúvida e acrescenta, de modo incrédulo. — Você acredita que a minha família esteve vivendo com migalhas há meses e eu não estava ciente disso? — seu tom volta ao normal, embora isso não desfaça a feição enfezada em seu rosto. — A minha mãe recebe uma quantia todo mês, que é referente à nossa porcentagem na empresa. Fredéric proibiu a transferência do dinheiro! — ele completa, visivelmente inconformado e bravo. Em seguida, acaba desferindo um soco contra a parede. — Você tem noção, Selena?

— Ele pode ter algum motivo... — pondero, em uma tentativa de amenizar a situação. De todo modo, o louro não teria um raciocínio lógico estando com tanta raiva.

— Não há motivo e, de qualquer forma, ele não tem esse direito! — protesta, suas pupilas estão dilatadas, o olhar se perde no vazio opaco da parede atrás de mim. — Aquele filho da puta está gastando o nosso dinheiro, enquanto a minha família se torna dependente dele. — as sobrancelhas se unem e a ira se desfaz. Ele suspira longamente. — Isso é tão frustrante.

— Shh, se acalme, vem cá. — me levanto, cedendo o espaço da poltrona para que seu corpo relaxe sobre a mesma. Posteriormente, ajeito-me em seu colo, trazendo o rosto para o meu colo. Seus músculos contornam a minha cintura enquanto mergulho os dedos entre os fios dourados e macios, arrastando-os com suavidade pela região. — Não faça nada irritado, pense bem antes de qualquer coisa.

Desejo confortá-lo por inúmeras razões mas, a principal delas é o incômodo que se abriga na parte superior do meu estômago por assisti-lo sofrer por sua família. Eu não imaginava que ele se importasse tanto, até então.

— Eu sinto que não posso lutar contra ele mas, ao mesmo tempo, não consigo simplesmente largar tudo. — confessa, em um sussurro. Seu rosto está esmagado contra a curvatura do meu pescoço. Abraço seus ombros com mais força, tentando acalmá-lo. — Não posso desistir.

— A sua mãe mora sozinha com os seus irmãos no Canadá? — ele acena positivamente. Fico imaginando como seria a relação deles. — Com qual frequência você os vê?

— Bem pouca. Eles vieram para Atlanta no meu casamento, mas eu não fazia ideia do que já estava acontecendo.

Com o passar do tempo, tenho enxergado algo além do homem ambicioso e determinado, embora tudo pareça loucura e, muitas vezes, eu me sinta como uma criminosa ao compactuar com seus planos diabólicos, lamento por sua família, por todas as perdas irreparáveis que eles vem passando desde que Jeremy morreu.

Justin possui inúmeras facetas, uma delas é pouco vista, a qual ele faz questão de esconder. A fragilidade e o medo de não ser o suficiente, de não reproduzir da maneira correta o que havia aprendido com o pai. Ele se sente responsável pela família e, apesar de priorizar seus próprios interesses na maioria das vezes, deduzo que ele não suportaria decepcioná-los.

— A minha família é a minha base. — afastando nossos troncos, posso encarar seus olhos, que transmitem coisas indecifráveis para o meu cérebro. — Eu só quero o melhor pra eles.

Temos repetido esse assunto em várias ocasiões ao longo dos meses, contudo, sinto que ainda existem muitas lacunas em toda essa história. Fréderic ainda me parece como um vilão misterioso.

— Justin, o seu pai não foi amigo do Lancaster durante anos? — indago, minutos depois. O louro havia tornado a apoiar seu rosto em meu ombro, mas ergue a cabeça novamente. — Eu não consigo acreditar que ele queira o mal da sua família.

— Você nunca conviveu com ele, Selena. — seu tom vocal flui com pesar. — Há algo naquele homem que nunca me desceu, ele nem esperou o corpo do meu pai esfriar para já ir tomando providências legais sobre a empresa. — relata, as lembranças o fazem balançar a cabeça negativamente. — Além disso, eu sempre achei que ele só tinha interesse pelo talento do meu pai para os negócios.

— Como você consegue conviver com uma família que detesta?

— Porque os meus motivos são maiores do que qualquer sentimento. — ele fala, de modo amargurado.

Permaneço quieta pelos minutos seguintes, porém, os meus pensamentos fervilham em suposições. Assim como na primeira vez que conversamos, pareço estar participando de um filme, tudo soa tão surreal que não me espantaria se eu acordasse de um sonho a qualquer momento.

— Eu preciso ir. — aviso, lembrando-me de que pretendia dar uma passada rápida por aqui antes de ir para a Havanna. Eu havia esquecido os meus documentos na noite passada e precisava vir buscar.

— É, eu também. — ele resmunga. Levanto de seu colo e ele ajeita o tecido da camisa social que acabou sendo amassada. — Nos vemos essa semana ainda?

— Tenho folga no sábado. — digo, enquanto sigo até o criado-mudo ao lado da cama, exatamente onde o meu porta documentos estivera. Jogo-o dentro da bolsa deixada ao lado da poltrona e acompanho os movimentos do louro, que também se arruma para sair. — Justin?

— Hm? — ainda sem me olhar, arruma algumas folhas em uma pasta cinza, apoiadas na cama.

— Eu aceito a proposta. Vou gerar o seu filho.

A minha voz soa determinada e firme, porém, o louro encara-me com espanto, parece duvidar do que acabara de ouvir.

— É sério?

Suspiro, certificando-me mentalmente de que estou convicta. Eu não tinha nada a perder, de qualquer forma. Poderia ser a maior imprudência da minha vida mas, pior ainda seria se eu não tentasse.

— Prepare o contrato.

Ele sorri, parece algo tão leve que é como se eu tivesse retirado o peso de uma tonelada de seus ombros. Sinto-me satisfeita por isso também. Eu quero ajudá-lo e vê-lo feliz, por hora, é a única maneira que encontro para retribuir o que ele havia feito por mim.

* * *        

Virgínia Highland, Atlanta. 22h49min PM.

As juntas dos meus pés latejam por serem esmagadas dentro do bico fino de um salto e, estar parada há mais de dez minutos escutando um sermão idiota do meu chefe torna a situação ainda mais massante. Devin dita algumas novas regras que resolveu impôr na boate, estas não despertam a minha atenção, de toda forma. Eu não pretendo continuar aqui por muito mais tempo.

— Se tiverem alguma reclamação, podem pegar suas coisas e sumirem daqui. — nenhuma das garotas se absteve, logo, começam a se dispersar para se arrumarem. — Quero falar com você. — o homem agarra o meu pulso quando me viro na intenção de seguir o mesmo caminho que as demais.

Em silêncio, nos encaminhamos até o escritório localizado no segundo andar da boate. O ambiente fede a mofo e cigarro e, em meio a toda desorganização de papéis e móveis envelhecidos, algumas peças femininas podem ser encontradas.

— O que é? — indago, assim que ele se ajusta em sua poltrona de couro.

Devin me fita com seu olhar intimidador, as íris azuladas escurecem quando ele firma um contato visual. Girando uma caneta entre os dedos, o tom grisalho de seus cabelos reluzem sob a luz fraca do ambiente.

— Quantas vezes eu vou precisar lembrar quem manda por aqui? — a voz soa rude. — Acha que ficará nessa boa vida de faltas até quando, Selena? O que foi? Não precisa mais do meu dinheiro? Arrumou algum cafetão?

— Eu tive os meus motivos, Devin. — defendo-me, cruzando os braços sobre o peito. Ele solta uma risada sarcástica.

— Seus motivos são dar para aquele bacana que costumava aparecer por aqui? — arqueando uma sobrancelha, me encara de forma inquisitiva. — Você deu uma bela chave de boceta nele, não é?

— Cala a boca, seu verme. — rosno, sentindo faíscas de irritação percorrerem minhas veias. Ele sorri com escárnio, sua expressão revira o meu estômago. — Você deveria dar graças a Deus que ainda estou nessa espelunca, qualquer boate de strip vale mais do que isso aqui.

Desde o dia em que havia pisado no chão sujo desta boate, Devin nunca conseguiu me impor medo com sua pose de macho ridículo. E, estando tão perto de me livrar deste lugar, não hesitaria em menosprezar suas reclamações idiotas.

— Essa espelunca te tirou das ruas, vagabunda ingrata. — profere, visivelmente afeto por minha indiferença. Sua masculinidade fora efetivamente afetada. — Eu queria saber de onde veio toda essa marra... — ele estuda a serenidade estampada em minha face. — Sua e da loirinha que vazou.

— Você fala como se tivesse tido moral algum dia. — retruco, com deboche.

— A sua sorte é que eu tenho consideração pela grana que você me rende, se não já teria estragado esse rostinho juvenil.

O tom ameaçador não me acua, portanto, reviro os olhos petulantemente e falo de maneira entediada:

— Era isso o que você queria falar?

Sua expressão se transforma em algo raivoso, reprimo os lábios para segurar a risada que ameaça escapar deles.

— Eu espero, no mínimo, dois mil dólares de você hoje, Selena.

Inclino-me sobre a mesa de madeira, aproximando nossos rostos. Seu hálito horrível exala ao nosso redor, deveria ser algo como whisky, mas parece cachaça envelhecida.

— E eu espero que você morra. — sorrio com sarcasmo, posteriormente, dou-lhe as costas e saio do escritório.

Aguardo ansiosamente o momento em que não precisarei mais olhar na cara desse ser desprezível e, finalmente, dar um rumo em minha vida.


Notas Finais


That's all folks!

Oi gente. Enfim, postei mais um capítulo. É, a Selena aceitou a proposta do Justin e agora tem tudo pra dar errado, hahahaha. Brinks. Não sei. Bom, muito obrigada pelos comentários do capítulo passado, amo vocês.

Até o próximo! Um beijo e um queijo! ❤


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