História Is It Enough? - Friendship

Lauren's  P.O.V

Senti os braços de Dinah me envolverem e minhas costas colidirem com seu inseparável Aston Martin DBS preto. Ela era tão bruta, mas estar em seus braços era tão reconfortante... Me permiti apoiar minha cabeça em um de seus ombros e deixar as lágrimas rolarem livremente, molhando sua blusa.

- Hey... Quer me falar o que houve, pequena? - Separo o abraço e olho em seus olhos.

- DJ, eu tenho 10 minutos! Me leva pra casa, por favor, te explico no caminho. - Assentiu e entramos no carro. Dinah deu partida e eu expliquei a situação em meio as lágrimas teimosas que insistiam em cair, enquanto encarava minha amiga, que dirigia pensativa. Quando acabo de falar, ela se pronuncia.

- Porra, Lauren! Ela não podia ter feito isso! Sempre te impediu de ir morar com seu pai, e agora faz uma merda dessas? Você é filha dela, no mínimo ela deveria querer te ver feliz. - Ela estava indignada. - Mas quer saber? Eu não vou deixar que nada abale esse seu sorrisão Luminous White. - Sorrio fraco. - Se ela acha que vai te deixar pra baixo, ela está muito enganada. Pelo menos você está livre agora! E... Eu sei que não está fácil para você, mas Laur, tu não está sozinha nessa, conta comigo. Você pode ficar na minha casa até se acertar com o tio Mike, vai ser bom pra você esfriar a cabeça. Você vai passar por isso e eu vou estar aqui para te apoiar. - Sorrio em agradecimento. Ela havia me deixado sem palavras.

Durante anos da minha vida, eu me senti sozinha. Eu precisava de um ombro amigo para chorar, precisava de um apoio, de alguém que me fizesse sorrir quando eu chorava, que aguentasse  meus 'ataques de louca apaixonada', e principalmente, que me levantasse quando eu caía, afinal, isso é amizade. Tem um amigo é ter alguém para compartilhar momentos, sejam eles bons ou ruins, alguém que te estenda a mão e te tire do fundo do poço, que você possa confiar de olhos fechados, que te faz rir de algo idiota...
Um amigo é um irmão que nasceu de outra mãe, mas a vida uniu por algum motivo e nem o maior terremoto do mundo poderia separar, pois a força de uma amizade é o suficiente para suportar qualquer coisa.

Dinah tem se mostrado uma grande amiga, desde o início, nos nossos 13 anos.

* Flashback on *

Eu caminhava "tranquilamente'' pelos corredores da escola, enquanto os olhares de todos se voltavam a mim.

Estranho... Eu sempre fui a garota invisível desse inferno que algumas pessoas costumam chamar de escola.

Continuo caminhando sem dar muita importância.

Vou até meu armário para pegar o material de história, que seria minha primeira aula, mas sou impedida por algo colidindo com minha cabeça. Me viro rapidamente e sinto mãos segurando meus dois braços, me deixando completamente imóvel. Tento me soltar, mas era impossível, devido a força das duas monstras que me imobilizavam.

Taylor Momsen e Amy Lee, as duas góticas populares da escola.

Taylor, que segurava meu braço esquerdo levanta a manga de minha camisa, expondo as cicatrizes que haviam alí.

Começo a entrar em desespero quando vejo uma "rodinha" de alunos curiosos se formando ao nosso redor.

- Vejamos... O que é isso? Você caiu da escada ou brigou na rua? Oh... Não me diga que está se cortando... - Amy começa a falar com a voz carregada de sarcasmo. Tento me soltar novamente, porém, meu esforço é em vão. - Se você quer chamar atenção e deixar de ser uma nerd escrota, nós vamos te dar uma ajudinha com a primeira parte, porque, infelizmente, você nunca vai deixar de ser essa excluída escrota!

- Ou você pode estar querendo se matar! Não nos importaríamos em te ajudar com isso também, porque pelo visto, você está tendo dificuldades... - Taylor se pronuncia. - Você não tem nada melhor para fazer, não?

- É provável que seja isso mesmo, afinal, se eu fosse uma perdedora como você, eu também me mataria. - Lee estica um dos braços e bate um Hi-five com Momsen, ao ouvir o "Woow" da 'platéia' que havia alí.

A essa altura eu só queria abrir os olhos e ver que isso tudo não passou de um pesadelo. Infelizmente, isso não aconteceu. Eu estava mesmo sendo humilhada em frente ao colégio todo, afinal, eles tinham motivos! Eu era a nerd excluída, pelo menos agora eles tinham o que falar.

Em meio a tentativas falhas de me soltar das mãos das duas brutamontes que me seguravam, eu só conseguia pensar em como fui idiota por confiar na primeira pessoa que apareceu dizendo ser amiga. Ela fez eu me abrir, parecia ser tão confiável... Foi a única que me notou, que se importou comigo.

Estou falando de minha "melhor amiga", Lorde.

Eu deveria desconfiar, o que a garota mais popular da escola iria querer com uma nerd excluída?

Droga! Será que todos os seres humanos são assim? Eles dizem que se importam com você, que você significa algo para eles, e que eles te amam. Mas ao final, você descobre que foi um iludido novamente, que o amor verdadeiro só existe nos contos de fadas, pois nem o amor de uma mãe é capaz de suportar algo que vá contra a ética da sociedade. Você descobre que os padrões impostos estão acima do amor.

Esses detalhes me fizeram duvidar da existência do verdadeiro amor há muito tempo e desconfiar ainda mais dos seres humanos.

Sinto meus olhos se encherem de lágrimas com esses pensamentos. Eu estava me segurando a tanto tempo! Não poderia fraquejar agora.

Pisco várias vezes na tentativa de disfarçar que estava prestes a desabar.

Rolo meus olhos pelas pessoas que nos cercavam, sinto meu estômago se revirar quando estes se encontram com os de Lorde, que estava entre os curiosos e me olhava com um sorriso sarcástico no rosto. Seu sorriso pareceu aumentar ainda mais ao perceber que eu havia notado sua presença.

- Lolo! - Respiro fundo. Se eu não estivesse totalmente presa, essa garota levaria uma boa surra! - Ah, qual é Lauren! Você achou mesmo que EU iria ser amiga de uma nerd suicída como você? - Pergunta retoricamente, me olhando com cara de nojo. - PESSOAL! Agora que todos sabem o segredinho da suicída aqui, o que acham de fazermos uma 'vaquinha' para comprarmos uma faca de verdade, que faça o serviço direito?

- Pular da ponte ainda é de graça... E é eficaz! - Momsen fala, fazendo todos caírem na gargalhada.

Sinto meu coração se apertar, eu não aguentava mais isso.

- O que está acontecendo aqui? - A voz do Sr. Lewis soa pelo ambiente, fazendo com que as duas garotas soltassem meus braços.

Eu estava aliviada, como se tivesse acordado daquele pesadelo.

- Nada, Sr. diretor! Estávamos apenas conversando. - Não consegui identificar quem havia dito isso, eu precisava sair dalí.

Corro para o banheiro mais próximo. Suspiro ao ver que o mesmo estava vazio e me tranco em uma das cabines.

Meu corpo tremia e eu finalmente podia chorar, liberar o medo, a raiva, a tristeza que haviam dentro de mim. Diminuir a dor que dilacerava meu peito e quebrava meu coração em mil pedaços. Me aliviar de todo o peso das palavras que ecoavam em minha mente.

Eu estava cansada de tentar ser forte. Nesse momento, eu chorava feito uma criança, e nem me importava se alguém iria ouvir.

Ouço a porta do banheiro sendo aberta e passos vindo em minha direção. 

- Hey... Me chamo Dinah. - Ouço uma voz desconhecida e um barulho na porta da cabine em que eu estava. - Eu ví o que aconteceu, e eu sinto muito. Eu queria ter impedido, mas, você sabe... Elas são mais fortes. Se você quiser conversar, eu estou aqui... Lauren, você é uma garota linda! Eu não sei seus motivos para fazer isso, mas eu posso te dizer que se você precisar de ajuda... Bem, eu não sei exatamente o que te dizer, é só que... Por favor, confia em mim... - Eu não sabia se devia confiar nela, pois já havia sido muito magoada, porém, sua voz era firme, transbordava confiança.

E se ela fosse só mais um ser humano fingindo se importar?

Mas e se ela estivesse falando a verdade?

Não custa tentar, não havia mais nada que o colégio todo não soubesse sobre mim mesmo...

Levo uma das mãos até a fechadura e a destranco.

Quando a porta se abre por completo, encontro uma garota loira, alta, dona de um olhar impactante, e admito, muito bonita. Talvez eu tenha encontrado uma verdadeira amiga.

* Flashback off *