História Is It Love? Matt - Jantar... romântico?

O despertador tocou espalhando todo aquele barulho pelo quarto. Juro que se tivesse um martelo nesse momento, o quebraria em mil pedacinhos. Mal consegui dormir, pois pensamentos rondavam na minha mente. Depois de ser forçada a me levantar, escovei os dentes e coloquei uma roupa qualquer. Passei um pouco de maquiagem, sem exageros, só pra esconder essas minhas olheiras. Peguei minha bolsa e corri em direção a porta, sem nem perceber a presença do meu pai na cozinha.

- Filha? Vai pegar o trem? - Ele disse fazendo eu parar e olhá-lo.

- Quase isso. - Falei recuperando o fôlego. - Ah, bom dia.

- Não vai tomar café da manhã, não? Fiz panquecas. - Falou com um sorrisinho, parecia empolgado.

- Não, não. Eu tô atrasada, como alguma coisa lá.

- Não acredito que você vai rejeitar essas panquecas, olha que delícia. - Levantou a sombrancelha. Eu olhei para elas, elas me olharam. Ok, não resisti. Confesso que estavam maravilhosas, meu pai mandava bem na cozinha.

A cidade estava movimentada hoje, mais que o normal. Carros e motocicletas percorriam por as ruas em grande velocidade, assim como os pedrestes que lotavam as calçadas de Nova York. Ao chegar na frente das Empresas Carter, me deparei com um homem que parecia muito com o Matt. Mas ao me aproximar, percebi que era o Daryl.

O que diabos ele está fazendo aqui?

- Daryl? - Franzi o cenho. Ao perceber a minha presença, ele exibiu um grande sorriso. - Tá esperando alguém?

- Estava. Esse alguém acabou de chegar. - Me pergunto o motivo dele me esperar na calçada da empresa. - Bom, como você não atendia minhas ligações, nem respondia minhas mensagem, resolvi vir aqui. - Foi aí que eu me lembrei que meu celular havia descorregado e eu esqueci de pôr pra carregar.

- Ah, me desculpe. Mas por que veio? - Perguntava ansiosa pela resposta, já estava bem atrasada.

- Queria jantar comigo essa noite? - Ai meu Deus. E agora, o que eu respondo? Fiquei alguns segundos sem falar nada.

- Aham, claro. - Respondi com um sorriso nervoso no rosto. Alguma coisa me dizia que eu não deveria ter aceitado.

Depois de combinarmos o lugar e a hora de nos encontrar, eu fui para minha mesa com um pouco de desespero. Ao me sentar na cadeira, respirei fundo recuperando o ar.

- Oi, princesa. - O Matt estava me observando sem eu notar e eu levei um pequeno susto.

- Olá, Matt. - Dei um sorrisinho.

- Você demorou, hein! Fui obrigado a dar uma desculpa para o Gabriel. - Exibi um sorriso de agradecimento.

- Bom dia, senhorita Rodriguez. - O Gabriel se aproximou de mim com a mesma segurança de sempre. Eu me levantei apressadamente para cumprimentá-lo.

- Bom dia, senhor Simons.

- Está melhor? O Matt me falou que você estava com um problema de coluna. - Eu franzi o cenho, logo depois lançando um olhar para o Matt que segurava a risada.

- Ah, eu tô melhor sim. Eu… só dormi de mal jeito. - Forcei um sorriso. O Gabriel assente e se afasta voltando para sua sala. - Matt!! Será que não havia uma desculpa melhor? - Me viro para o Matt e me sento.

- Desculpa, foi só o que me veio na cabeça. - Ele sorri, divertido. Eu reviro os olhos e sorrio logo após.

Vesti um vestido não muito curto, mas que valorizava a minha cintura. Um salto não muito alto, juntamente com uma maquiagem leve. Estou feliz com o resultado. Achei melhor não comentar com o Matt sobre isso. Ele e o Daryl não se davam muito bem. Sentia que ele ficava desconfortável quando o Daryl se aproximava ou era o assunto da nossa conversa. Decidi evitar confusões.
Ouvi batidas na porta, devia ser ele. Me olhei uma última vez no espelho e me dirigi pra sala. Meu pai já havia atendido e olhava pra o Daryl franzindo o cenho. Pareciam até que eles se conheciam.

- Vamos? - O Daryl sorriu ao me ver e eu fui em sua direção.

- Não demore muito. - Meu pai deu uma piscadela e eu sorri me despedindo.

O Daryl abriu a porta do seu carro pra mim. Havia me esquecido o quanto o seu carro era elegante e espaçoso. Coloquei o cinto que se tornava mais essencial do que já era quando eu estava com o Daryl e respirei fundo.

- Aquele é o seu pai? - Ele fala assim que entra no carro e eu assinto. - Achei que morasse sozinha.

- Sim, morava. Até ontem. - Ele franzi o cenho. - É uma longa história. - Não queria tocar nesse assunto agora.

Já no caminho, o Daryl acelera o carro, fazendo com que meu coração salte. Eu olho para ele que sorri com a minha expressão de desespero.

- Eu não quero morrer agora, Daryl.

- Pode confiar em mim, gatinha. - Ele pisca o olho. Admito que o Daryl estava muito atraente, vestia uma camisa que ia até o cotovelo e mostrava um pouco o seu peito, dando um ar sensual.

Quando chegamos ao restaurante, observei o lugar que por sinal era muito chique. A sua elegância era de impressionar. O Daryl cumprimenta algumas pessoas que estão em suas mesas. Pelo jeito ele era acostumado a frequentar lugares assim. Me sinto um pouco tensa. Nos sentamos em uma mesa que ele já tinha reservado e ele mesmo fez os nossos pedidos.

- O Matt tem muita sorte de namorar você. - Ele me encara com um olhar misterioso.

- Nós não namoramos. - Falo desconfortável.

- Ah, não? Desculpe, eu pensei que ele já tinha te pedido em namoro. - Eu suspiro já me arrependendo de ter vindo. Tenho certeza que ele só perguntou pra provocar.

- Pensou errado então. Somos apenas amigos. - Explico.

- Tem certeza? Não precisa mentir pra mim, linda. Eu vi o jeito que vocês se olham. Você não me ouviu quando eu falei que o Matt não sabia o que queria.

- Você não tem nada haver com isso. Podemos mudar de assunto? - Falo irritada, senti que fui grossa, mas bem que ele merecia. O que eu tenho com o Matt não diz respeito ao Daryl. Se bem que ele estava com um pouco de razão. Agh. O Daryl ergue os braços se rendendo. - É… E você está melhor? - Perguntei tentando quebrar o gelo.

- Bem melhor, apenas com uma dorzinha na coluna. - Assenti, me lembrando do Matt pela manhã.

- Você nos deu um susto.

- Soube que você estava no hospital comigo, não? Obrigada. - Ele deu um sorriso carinhoso.

- É ao Matt que você deve agradecer. Eu só fiz companhia a ele. - Falei dando uma garfada no salmão. Estava de lamber os beiços. Nunca comi algo tão delicioso assim.

- Qual é a longa história do seu pai? Se quiser pode me contar. - Ele disse tomando um gole do seu vinho. Estranhei o seu interesse.

- Ele se separou da minha mãe e foi embora de casa. Agora ele está de volta. - Dei de ombros, não estava afim de contar detalhes.

- Por que ele decidiu voltar? - Questionou me encarando.

- Não sei bem o motivo. Por que?

- Nada. Só curiosidade. - Sorriu e eu levantei a sombrancelha assentindo.

Depois que a gente terminou de jantar, ele me deixou na frente da minha casa. Ele saiu do carro e logo depois abriu a porta pra mim.

- Então… Obrigada pelo jantar. Foi ótimo. - Dei um sorriso e ele retribuiu.

- Não precisa agradecer. - Ele se aproximou de mim e meu coração saltou.

- É… Até mais. - Fui em direção a porta, mas ele me puxou pelo braço fazendo com que meu corpo colasse no seu. Ele olhava para os meus lábios com uma cara maliciosa. De repente, ele selou nossos lábios com um selinho. Eu fiquei imóvel como uma pedra.

- Até mais. - Deu uma piscadela e entrou no seu carro dando a partida. Permaneci por alguns segundos paralisada.

Ok, o que aconteceu aqui?