História Is It Love? Matt - Idiota.

Havia se passado uma semana desde o ocorrido com o Daryl. Desde então não tivemos mais contato. Me sinto meio culpada por o que aconteceu, o Matt não sabe disso e eu não pretendo falar.
Era fim de tarde e meu pai havia saído em busca de uma casa para ficar, eu estava esticada no meu querido sofá até alguém bater na porta.

- Matt! - Ele sorriu e eu me aproximei pra depositar um beijo em sua bochecha, mas ele virou o rosto me dando um selinho demorado.

- Quer dar uma volta? Eu senti saudades de você. - Eu aceitei, mesmo sem estar preparada pra sair e completamente desarrrumada.

- Eu só preciso me arrumar. Você espera?

- Mas você está ótima assim, princesa. - Fez uma cara de surpresa e eu revirei os olhos sorrindo.

O Matt entrou e ficou me esperando no sofá. Eu tomei banho e me arrumei rapidamente, colocando uma roupa simples mas bem atraente. Quando eu terminei, o Matt me aguardava na sala e me olhou encantado.

- Vamos? Eu tenho uma surpresa pra você depois do nosso passeio. - Exibi um sorriso, animada.

Assim que íamos saindo, o meu pai que ia chegando nos olhou com cara de confuso.

- Ah, você por aqui de novo! - Ele estendeu a mão para o Matt que me olhou com o cenho franzido.

- É... É melhor irmos, não? - Dei um sorrisinho já sabendo que vinha interrogatório do Matt. O pior de tudo era que eu teria que contar sobre o Daryl. Que droga! Estou totalmente ferrada.

Caminhavámos em silêncio pelo Central Park, só se dava pra ouvir o canto dos pássaros, folhas que balançavam nas árvores e algumas crianças que brincavam alegremente perto dali. De repente, o Matt se vira pra mim.

- Não vai me contar o que está acontecendo? - Ele me encarava e eu já comecei a ficar nervosa.

- O meu pai voltou, Matt. Ele voltou e está morando comigo por enquanto. - Eu respondi indo em direção a um banco e me sentando, o Matt fez o mesmo.

- Você não me contou isso.

- Não faz muito tempo. Aconteceu tudo muito rápido, sabe? - Eu respondi desconfortável, torcendo para que ele estivesse esquecido do que meu pai falou.

- Eu não me lembro de tê-lo conhecido, sendo que ele já me viu. - Eu rapidamente desviei o meu olhar para o chão. - Anna...

- Ele deve ter se confundido, Matt. - Eu não conseguia encará-lo e olhava para qualquer outra coisa na tentativa de fugir do seu olhar.

- Por que está nervosa então?

- Eu não estou nervosa. - Olhei em seus olhos pra parecer confiante, mas isso foi pior. O Matt me conhecia, não conseguiria mentir pra ele.

- Anna... Você está me escondendo algo.

- Que tal um sorvete? - Falei fugindo do assunto e o puxei pra uma sorveteria próxima de onde estávamos. Me sentei em uma cadeira e ele também.

- Agora me conta. - Eu respirei fundo antes de começar a falar.

- O Daryl... - Ele me encarava esperando eu continuar. - Eu saí com ele, só isso. - Fui rápida.

- Com o meu irmão? - Assenti devagar. - Gêmeo?

- Matt, claro que foi com ele, com quem mais seria?

- Você não ia me contar isso, não era? - Eu fiquei em silêncio e ele ficou mais irritado. - Eu sabia. - Ele deu um pequeno soco na mesa, me assustando.

- Eu ia te contar, sim. Eu... - Me sentia a pessoa mais babaca do mundo nesse momento. Um sentimento de culpa me invadiu e a minha vontade era só de fugir dali. - Não aconteceu nada, ok? Apenas... Apenas um selinho. - Guaguejei. Decidi dizer a verdade, era melhor do que esconder. A merda já estava feita mesmo. - Você sabe que eu não teria nada mais com o Daryl, não sabe? Me sinto horrível, é sério, eu... - O Matt apenas me olhava, havia fúria em seus olhos. Meu coração parecia que ia pular pela boca a qualquer momento.

- Quantas vezes eu te avisei pra ficar longe dele, Anna? Me diz. - Ele quase gritou, fazendo com que algumas pessoas olhassem pra gente. Eu me encolhi, estava com vontade de chorar naquele momento. Ele pareceu se acalmar mais quando viu que exagerou. Eu respirei fundo tentando não desabar.

- Desde quando eu te obedeço? Matt, é sério, o que você tem? Eu sei muito bem me proteger, se for por isso. Se estiver com ciúmes... - Revidei e o Matt deu uma risada debochada, eu nunca havia visto ele assim antes.

- Por que eu teria ciúmes de você? A gente não tem nada. - Quando ele falou aquilo, meu mundo pareceu desabar. Foi como se ele estivesse me usando esse tempo todo. Meus olhos estavam marejados e meu coração estava descompassado.

- Verdade, né? Então por que se preocupa tanto? - Eu me levanto rapidamente da cadeira, a garçonete havia acabado de se aproximar e ainda pude ver sua cara de confusa e assustada. Eu só queria sair dali o mais rápido possível. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto junto com os pingos de chuva. Sim, chovia fraco, já era noite e eu estava com o coração partido. Olhei ao meu redor afim de encontrar um bendito táxi e ir para casa. Era apenas isso que eu queria. Quando de repente, o Matt se aproximou correndo e chamando pelo meu nome. Ele não se toca?

- Anna!! - Ele se aproximava mais e mais, então acelerei os meus passos o mais rápido que pude. Senti ele segurar meu braço, me impedindo de andar. Maravilha!

- Me solta, Matt!! - Falei alterada me virando e o encarando. Ele estava molhado pela chuva e me olhava com carinho.

- Me desculpa… Anna… Eu…

- Eu não quero ouvir suas desculpas.

- Deixa eu te levar pra casa. - Ele sussurrava, estávamos muito próximos e eu só ouvia os pingos da chuva batendo no chão. - Por favor…

- Prefiro ir à pé. - Tentei me soltar, mas ele segurava meu braço com força.

- Está chovendo, não quero que pegue um resfriado. Eu te levo, vem… - Ele segurou minha mão e me arrastou pra sua moto.

Eu estava com os nervos a flor da pele, não queria ir com ele, mas não tive escolha. Subi na moto bufando e hesitei em colocar minhas mãos em volta da sua cintura. Percebendo isso, o Matt pegou minhas mãos e colocou em sua cintura, as acariciando.

- Princesa… Por favor… - Eu fechei os olhos torcendo pra que isso acabasse logo e eu chegasse em casa.

A chuva havia se acalmado, só chuviscava. Meus cabelos voavam com o vento frio da noite. Quando o Matt foi parando a moto, eu estranhei. Aquela não era a minha rua, não era o meu apartamento. Eu desci devagar e esperei o Matt descer.

- Essa não é a minha casa. Matt, eu não acredito…

- Bem-vinda a minha humilde residência. - Naquele momento eu queria pular na cara dele.

- Eu não posso acreditar. Você é mais idiota do que eu pensava. Se está pensando que eu vou entrar, está muito enganado. - Ele estava concentrado em abrir a porta. - Tá me ouvindo? - Ele sorriu e desviou seu olhar pra mim.

- Calminha, princesa. Amanhã eu te levo em casa. Temos muita coisa pra conversar. - Se aproximou e deu um delicado beijo na minha testa.

- Eu te odeio tanto… - Suspirei e fui obrigada a entrar na sua casa. Ele sorriu novamente.

Idiota. Idiota. Idiota.