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História Is That You (Suga) - I want to be happy, but i'm in a prison


Escrita por: ItsBTS

Notas do Autor


Mil e uma desculpas pelo sumiço ;o
não me matem kkkk
eu estive em semana acadêmica, cheia de palestras pra assistir e provas também. Mas não me esqueci de vcs :*
Não me abandoneeeeeeeem
Ta aí um capítulo pra vcs <3

Capítulo 17 - I want to be happy, but i'm in a prison


Fanfic / Fanfiction Is That You (Suga) - I want to be happy, but i'm in a prison

Não preguei os olhos durante toda a noite. Eu não estava preparada para encarar o que tinha acontecido ontem, eu não queria pensar, eu não queria acreditar que isso tinha acontecido mas toda vez que fecho os meus olhos a cena volta a minha cabeça. Lee foi esperto me atraindo para um dos poucos lugares da BigHit que não tem câmeras.
- O-o que está fazendo? -meus lábios trêmulos disseram sem eu nem me dar conta de que estava falando.
O rosto sombrio deu lugar a um sorriso perverso e cheio de malícia. Um arrepio dolorido percorreu minha espinha quase me fazendo curvar.
"Ele não vai fazer nada... ele não pode fazer nada, ele é  um artista com uma grande carreira e muitos fãs. Não faria nada que pudesse prejudicar isso. Apenas respire, se controle." - eu dizia a mim mesma mentalmente.
- Estou apenas curioso sobre você, Samantha. É  esse o seu nome, né?
Fico calada. Fecho as mãos tão forte que posso sentir as minhas unhas cravando na pele da palma da minha mão.
- Você me intriga. - diz me soltando e sentando-se. Ele me lança um olhar enfurecido. - Você não vai sentar?
Engulo em seco.
- Não, tenho que ir para o quarto. Começo a trabalhar em menos de seis horas. Boa noite. - digo girando nos calcanhares pronta para fugir dalí quando escuto um pigarreio seguido de uma risada nasal e novamente sinto sua mão agarrar meu punho, me puxando com força e brutalidade. Ouvi meu ombro estalar, seguido de uma dor profunda nas juntas do mesmo. Quase caí tropeçando nos meus próprios pés.
- Eu vou explicar mais uma vez para ver se fica claro pra você, cinderela. Isso aqui não é um conto de fadas, Suga não é o príncipe  e eu não sou a madrasta que vai perder tudo no final. A única que tem coisas a perder aqui - se afasta e abre os dois braços olhando para um lado depois o outro, como se estivesse procurando alguém, seu olhar para em mim. - é você. Sente-se. - diz fazendo um gesto indicando a cadeira.
As lágrimas embaçavam a minha visão e eu me sentia inferior, incapaz e desesperada. Me sentia perdida.
Olho para a cadeira e para ele e depois para a cadeira novamente.
- Você é  muito mal educada, mas eu já esperava isso de uma americana. Quem foi o responsável por sua educação,  Samantha?
Fico calada.
- Seja quem for, estou desgostoso e desprezo-o. - ele estala os dedos.- ah, eu havia me esquecido. Você não tem pais não é?  Claro! Isso é  bom. Deus poupou duas pessoas do desgosto de ter você  como filha, uh? - ri.

Eu me odeio por não saber o que dizer, por não saber como rebater, por deixá-lo pisar em mim desse jeito. Mas ele é  bom demais, bom demais nesse jogo de tortura, ele sabe as palavras certas a dizer, sabe as exatas palavras que me machucam. Como ele pode saber tanto?
- Sorria, Sam! Me deixe ver esses dentes. - se aproxima. - sorria pra mim como sorri pro Suga... ou o TaeHyung, ou para os dois. Você é  uma vadiazinha gulosa, uh? Quer os dois?  - pega no meu rosto com uma das mãos de forma que meu queixo ficou na palma da sua mão, seu dedo polegar em uma bochecha e os outros dedos na outra bochecha e apertou
As lágrimas começaram a escorrer.
Eu me sentia pequena demais.
- Não é...
- Shh! - ele encosta o dedo indicador da outra mão nos meus lábios. - eu ainda não terminei de falar. Não é  educado interromper o seu superior. Pelo visto você ainda não perdeu os costumes da América, eu vou te mostrar como ter disciplina, não se preocupe. Primeira lição - levanta o dedo indicador - eu mando e você obedece. - ele apoia uma mão em cada ombro meu me empurrando para trás - quando eu mandar você sentar, você SENTA!- nesse momento ele pressiona as palmas das mãos nos meus ombros, me empurrando para baixo. Minhas pernas entortam e escuto o osso do meu ombro ranger quando caio na cadeira.
- Para com isso. - digo em meio ao choro tampando a boca enquanto choro. O outro braço  imóvel, eu não me atreveria a levantá-lo, a dor mandava calafrios por todo o corpo.
- O que disse?
Tento recuperar o ar, fechando os olhos tento controlar o choro, sem sucesso.
- Eu...eu quero ir para o meu quarto.
- Quer? - se ajoelha na minha frente e prende o cabelo que estava no meu rosto atrás da orelha. - Eu não  me importo com o que você quer, Sam. Você não escutou o que eu disse?  - diz suavemente, como se eu fosse uma criança, eu me sentia resumida a uma. - Eu mando em você. Eu sou mais que você, pequena e miserável. Esse é o significado do seu nome? Pequena e miserável?
Estava desesperada pelo conforto dos braços da minha mãe, queria gritar por ela para que ela me protegesse e me tirasse daqui. Mas ela não está aqui, quem eu poderia chamar? Por mais que eu a grite, ela não vai aparecer, ela nunca vai aparecer para me resgatar.
Seu toque repugnante me deixava enjoada, eu queria que ele tirasse suas mãos  de mim.
- Vou deixar que vá para o seu quarto. Você  está horrível. - faz uma cara de nojo e se levanta limpando  as mãos  nas calças  como se eu as tivesse sujado.
Monstro repugnante.
- Vai. - indica com a cabeça a porta.
Enquanto tentava levantar, todo o meu corpo parecia estar moído, o simples fato de respirar já doia.
Suspira sem paciência  e anda até  mim segurando meus dois braços me puxando para si, fazendo com que eu levante. Fecho os olhos e mordo o lábio inferior com tanta força que sinto o gosto de metal e sangue. Com nossos corpos próximos,  ele sorri de forma inocente antes de desferir um tapa no meu rosto. Sinto minha bochecha arder e as lágrimas vem com toda força.
- Mais uma coisa... se pensar em contar alguma coisa sobre nossa conversa para alguém... eu tomarei minhas medidas. Não queira saber quais são. - Ele me vira e me empurra porta fora.
- Ah, Sam! - paro sem olhar para ele. - não esqueça,  eu mando. Esse é o nosso segredinho.
 
Passava das nove horas e eu não conseguia me levantar. Meu rosto queimava, meu ombro latejava, minhas pernas doíam com o menor dos movimentos. Minha testa era puro suor, eu não conseguia me mexer... e nem queria. Era como se eu estivesse me vendo de outro ângulo. Eu estava me vendo deitada de lado na cama, o corpo  levemente torto, o olhar vazio e confuso, os lábios pálidos e círculos escuros rodeavam meus olhos, mas eu não estava lá. Era como se fosse apenas uma casca oca, pequena e miserável. Que ironia.
Eu já deveria estar trabalhando, mas eu não queria, não tinha condições  e não estava preocupada com isso, eu não queria mais trabalhar aqui. Não vejo como eu poderia viver com Lee fazendo de tudo um inferno. Isso não é  viver, é  sobreviver, é  apenas existir.
Meu peito subia e descia. O suor acumulava em minha testa, a dor era quase insuportável, eu sabia que havia algo errado com o braço. Minha tentativa de levantar foi repleta de angústia e gemidos de dor. As batidas na porta começaram. Me arrastando e sentindo os olhos fundos, abri a mesma. Era ahjuma.
- Annyeong, Sam. Bang PD pediu que viesse lhe chamar para o trabalho. Derrubaram café no chão da sala de entrevistas.
Assinto sem nenhum ânimo.
- Está bem? O que houve com seu braço?  Vc está torta. - ela levanta a mão para me tocar mas eu recuo sofrendo com a dor mesmo antes de sentir.
Ela sorri sem graça,  o que faz eu me sentir mal, mas não tenho forças para me desculpar agora, farei isso em outro momento.

 Eu não conseguia mover o braço e algo parecia fora do lugar. A dor intensa me mandava arrepios pela coluna,  calafrios vinham e iam. Eu com certeza havia sofrido algum trauma no ombro. Lee me apavorava. O que eu pensei ser apenas uma implicância é bem mais do que isso, parece perseguição,  psicopatia, obsessão. Mover o corpo para frente e para trás enquanto eu passava pano no chão estava quase insuportável, meus movimentos eram minimamente calculados.
Eu caminhava calmamente até o refeitório na hora do almoço, teria que pedir a Mi-Cha que me levasse ao hospital ainda que eu saiba que ela vai me encher de perguntas, eu não posso continuar assim, não parece o tipo de dor que vai embora sozinha. Normalmente ela está sozinha no refeitório no início do horário de almoço.
Assim que cheguei no lugar minhas pernas pareciam que tinham virado gelatina. Lee estava lá com ela. Por pouco não caí. Antes que eu pudesse me retirar os olhos dela pararam em mim e seu sorriso se desfez.
- O que houve com você?  Está se sentindo bem? - sua voz soou um pouco mais alta fo que eu gostaria.
Balancei a cabeça freneticamente afirmando que sim, eu estava bem. Lee me olhava como se eu fosse uma preza e ele o predador a espreita, com seus olhos puxados semicerrados e a boca contraída em uma lina fina. O rosto inclinado para o lado sendo sustentado pela mão que ontem me machucara.
Meu ar estava faltando, eu precisava sair dalí e rápido.
- Por que está torta? Eu conheço você. Quer que eu chame alguém.
- Eu estou bem... - digo engulindo em seco.
- Ela já disse que está bem Mi-Cha, isso deve ser coisa de mulher... como chamam? TPM? - solta uma risada nasal.
Minha amiga me olha e depois olha para Lee. Forço uma risada.
- Está mesmo bem? - ela levanta.
Se ela chegar perto vai querer me tocar, eu preciso me esquivar disso.
- Eu preciso voltar ao trabalho, me liga mais tarde.- digo.
Ela assente.
- Certeza? - ela pergunta silenciosamente mas consigo ler seus lábios.
Sorrio em resposta.
Eu estava pronta para sair do refeitório quando um par de mãos se projetou nos meus ombros e fez força para baixo, nesse momento senti meu joelho ir de encontro ao chão e escutei um grito alto seguido de um choramingo, e depois outro, e soluços e mais soluços. Não poderia ter vindo de Mi-Cha, a boca dela estava fechada e ela parecia surpresa, o grito parecia ser fino demais pra ser de Lee ou de TaeHyung, o grito não era de nenhuma pessoa se não de mim mesma. Parecia que a minha espinha havia se contraído e puxado o músculo do meu braço consigo, eu nem sei se isso é possível mas foi o que senti.
- Que grito foi esse? - levantei a cabeça para ver um Jimin ofegante parado na porta como quem correu por mais de 3 km. TaeHyung se agachou do meu lado.
- Eu machuquei você? Me desculpe, Sam. Não foi a minha intenção, eu não imaginava que fosse te machucar.
- Sam, tem certeza que está mesmo bem? Tem algo com o seu ombro? - Mi-Cha correu até  mim.
Lee, lá de trás me lançava um olhar de advertência.
- Foi só um susto. - tento controlar a respiração.
- O que aconteceu? - Suga chega na porta e empurra Jimin para passar, seguido por HoSeok.- Porque está chorando?
Eu estou? Nem havia percebido.
- Seu ombro está inchado demais, Sam. - Jimin se aproxima e eu me encolho.
- Eu só preciso de um saco de gelo. - digo um pouco baixo demais.
- Eu vou pedir a ahjumma. - Hobi se pronuncia.
- Eu sinto muito, Sam. Não queria machucar você. - a culpa e a preocupação era evidente em seu olhar, ele estava quase chorando.
- FOI VOCÊ? - Suga gritou para Tae que arregalou os olhos, o mais velho deu um passo em direção a ele no exato momento em que NamJoon chegou.
- Ei, o que diabos é isso? - franziu o cenho e puxou a camisa de Suga para trás.
- Não foi ele! - levanto meu braço bom em um sinal de pare. Suga olha para mim, sua respiração acelerada.
- Acham bonito? Somos um grupo, nada de brigas. Que merda está acontecendo aqui?
Pelo reflexo do vidro eu via a diversão estampada nos olhos de Lee. A raiva me subiu de um modo inexplicável, assim como o pânico. Era a pior sensação que eu já havia sentido.
Receber toda aquela atenção era demais para mim, eu não estava gostando nem um pouco de ser o foco de todos.
- Aqui! - Hobi chega com um saco de ervilhas congeladas e se agacha, encostando a peça gelada e molhada no meu ombro. Estremeço por um momento e quase não noto que quase caí para trás mas ele coloca uma das mãos nas minhas costas me dando apoio.
- Eu faço isso. - Hobi passa o saco para Suga e ele se abaixa ao meu lado. - O que aconteceu? - ele praticamente sussurra enquanto levanta a manga dos meus braços e coloca o saco de ervilhas em cima da pele levemente arroxeada.
- Você consegue mexer o braço? - ele pressiona a palma da mão contra a parte interna do meu braço como se estivesse me incentivando a levantar o braço e eu gemi alto. - Acho que você deslocou o ombro. - ele franze a sobrancelha.
- Deslocou? Alguém bateu em você? - Mi-Cha dá um grito deixando todos calados e apreensivos, olhando para mim à espera de uma resposta.
Engulo em seco. Puta merda.
- Ela já teve seus quinze minutos de fama, pode voltar ao trabalho agora. - Lee levanta e anda casualmente até nós com as mãos nos bolsos da calça perfeitamente passada. - Lembre-se de jogar esse saco de ervilhas no lixo, não queremos comer nada infectado e ter uma indigestão.
Nesse exato momento eu vejo apenas o vulto de Suga indo para cima de Lee, que dá um passo atrás assim que Jimin passa os braços em volta da cintura de Yoongi e o puxa para trás. Lee levanta as duas mãos como se estivesse se rendendo, mas o sorriso que ele deu com certeza instigou ainda mais Suga a querer bater nele, porque ele se sacode de um jeito nos braços de Jimin que NamJoon tem que ajudá-lo.
- Indigestão a gente vai ter se continuar olhando para a sua cara. - Mi-Cha diz mas logo cobre a boca com as mãos.
- Você não tem vergonha de tratá-la assim? Isso vai contra as regras de Hyuk-ssi. - Suga fala alto, se debatendo para sair do aperto de Jimin e NamJoon. Como sempre eu estava paralisada.
- Gosto desse tipo de revelação. - sorri de canto. - protegendo a empregada, menino YoonGi? talvez algumas regras tenham sido quebradas aqui também, uh? Agora estamos quites. O sujo não deveria falar do mal lavado. - ele passa as mãos na roupa como se estivesse limpando pó.
YoonGi abre os braços de uma vez só e empurra NamJoon e Jimin, depois de dois passos ele segura o colarinho da blusa de Lee e o empurra na parede, o mais velho a atinge com um baque e sua cabeça bate contra a parede.
Confesso que o que eu mais queria era que ele desse uma surra no Lee, que o fizesse se sentir do mesmo modo como ele fizera eu me sentir ontem. Queria que ele se sentisse impotente, insignificante, paralisado, amoado, oprimido, indefeso, violado, sozinho. Mas quem eu queria enganar? Isso nunca aconteceria.
- FICA ESPERTO! - Diz, embora ele esteja de costas para mim eu sei que seu maxilar está cerrado.- Eu posso acabar com você em um piscar de olhos.
Mi-Cha me ajuda a levantar e eu ignoro a dor, andando em passos rápidos até Suga e colocando a mão em suas costas. Ele estava pronto para me dar uma cotovelada, até perceber que era eu. Assim que seus olhos encontraram os meus, eles suavizaram e ele parecia perdido.
- Para, por favor... - sussurro.
Todos nos olhavam boquiabertos, mas em completo silêncio.
Suga continua me olhando por um segundo, seus olhos pareciam pesados. Ele puxou Lee e depois empurrou-o de novo contra a parede o fazendo bater a cabeça na mesma de novo.
- Já chega, Suga. - NamJoon coloca a mão no ombro do amigo. - Estamos em local de trabalho.
Suga se deixa ser puxado.
- Antes de me ameaçar deveria ter certeza de que é mesmo à prova de balas. - provoca Lee e Suga ameaça ir para cima dele de novo, mas Jimin o puxa para trás.
-Não suje suas mãos com esse cara, Suga.
Ajeitando a gola da camisa polo Lee sai andando de modo convencido.
- O que diabos acabou de acontecer aqui? - Hobi estava com os olhos arregalados, parecia que cairia duro no chão à qualquer momento, assim como eu.
Eu não conseguia processar nada, minha mente estava um turbilhão, as imagens pareciam cortadas. Era quase como se eu estivesse bêbada.
- Jimin, liga pro Jungkook e pede para o Jin vir com a van pra cá. Vamos levar a Sam ao hospital. - disse NamJoon.
- Gente, eu vou dar na cara desse homem, tô avisando! QUE FILHO DA PUTA! - Mi-Cha se descontrola e grita.
Por mais que eu goste desse instinto protetor de todos eles comigo, creio que não será bom para ninguém. Mi-Cha principalmente, não devíamos nem estar aqui com eles, quanto mais xingando um deles, isso poderia acabar muito mal.
- Mi, está tudo bem. Não grita, estamos no local de trabalho.- imploro com o olhar e sua expressão suaviza, mas a carranca continua estampada no seu rosto.- eu não quero que se prejudique. Vocês podem voltar ao trabalho, eu estou bem. Só bati o braço.
-Bateu o braço ? - Suga franze a sobrancelha.

Meia hora depois estamos todos dentro da sala de espera para o meu atendimento.
- Realmente não precisava disso tudo. Eu estou bem. Não é  necessário atendimento médico.
- Sam, você não aguenta que encostem no seu braço. Cala a boca!- Mi-Cha se manifesta.
- Chega de briga por hoje, uh? - Jin puxa a sua blusa mostrando a cor branca como se simbolizasse a bandeira da paz. - Eu só quero ver a bronca que vamos tomar do Sejin e do Bang PD.
Fecho os olhos. Eu não queria ser a responsável pela briga... tudo aconteceu por minha causa. Sejin brigará com eles porque eles foram me defender. Eu espero que isso não tenha aumentado a fúria do Lee, apesar de estar bem claro que aumentou.
O pensamento manda-me arrepios pela espinha.
- Está dizendo que deveríamos ter deixado ele falar com ela daquele jeito? - Tae pergunta olhando para Jin. Eu nunca o vi tão sério.
- Não estou dizendo isso. O que eu quero dizer é que já está bom de briga por hoje, TaeuHyung. Não acho que fizeram errado em defender a Sam, de maneira alguma. Eu faria o mesmo. Já fiz na frente de Hyuk. Só estou pensando nas consequências que isso pode ter não só pra gente, mas pra Sam e pra Mi-Cha que resolveu xingar o cara.
Bufo.
- Me desculpem mesmo. - eu estava soando frio. Estava com medo.
- Não se culpe, Sam. Teria feito o mesmo por nós. - Hobi coloca a mão no meu ombro se esquecendo da dor que aquilo me causa e depois de ver meu rosto ele retirou a mão rapidamente. - aigoo, desculpa.
- Tudo bem... - disse quase silenciosamente.
- Eu não estava brigando com ela, vocês não conhecem nossa amizade, então fecha a boca. - Mi retorna e faz uma carranca.
- Okay, okay! Chega! Só fiquem em silêncio e vamos esperar. - NamJoon estava com a Expressão bastante irritada. Eu não olhei em seu rosto em nenhum momento por medo de me sentir mais culpada, afinal se ele estava irritado era por minha causa.
- De onde estávamos não dava para sermos vistos. - Jimin tenta acalmar.
- Mas a câmera do corredor grava o áudio. - JungKook responde.
- Eu que fui para cima dele, quem vai ser chamado sou eu. Relaxem! - Suga diz como se isso não tivesse nenhuma importância. - A questão não somos nós, e sim elas. Eles vão brigar com a gente e pronto, elas podem ser demitidas.
é incrível que apesar de eu ter estragado tudo, a preocupação deles ainda é comigo.
Suga tem razão, como eu sempre digo, eles são a fonte de renda da Big Hit, com certeza se for para resolver o problema eles não vão mandar o BTS embora. Empregada e secretária tem de monte por aí.
Quando o homem vestido de branco anuncia meu nome na porta do consultório eu me sinto aterrorizada. Detesto médicos. Me lembro de quando dois deles me tiraram à força do banheiro quando me encontraram e encontraram minha mãe. O lugar tinha um cheiro pútrido de corpo em decomposição e enxofre, eu nunca vou me esquecer do modo como eles retiraram minha mãe da banheira sem nem um pingo de sentimento estampado no rosto, pareciam meros robôs. Eles me assustam demais. A roupa branca me trás horror.
Quando Suga pega na minha mão eu pisco repetidas vezes.
- Quer que eu vá com você?
Balanço a cabeça positivamente. Ele se levanta e passa o braço por minha cintura, me dando apoio. Embora minhas pernas estejam em boas condições para andar me sinto muito fraca por causa da dor, ter um apoio é bom.
Sei que todos atrás de nós estão olhando o modo como estamos, mas no momento não me importo nem um pouco e pelo que vejo, ele também não está dando à mínima.
- Samantha Hastings? - o homem de jaleco branco com um daqueles aparelhos que dá para escutar o coração em volta do pescoço.  - Sou o Doutor Park.
Assinto sem olhar no seu rosto, meus olhos voltados para o chão.
- No que eu posso ajudar? - ele indica a cadeira para Suga e me instrui a sentar-me na maca. - Seu ombro está muito inchado. - ele levanta a manga da minha blusa e examina a área, tomando a liberdade de pressionar a pele arrocheada me fazendo reprimir um gemido de dor. - O que aconteceu?
Nesse momento Suga inclina a cabeça para o lado como se para analisar a minha expressão melhor e ao mesmo tempo ver com detalhes o que o médico está fazendo.
- Eu caí. - desvio o olhar.
O médico franze o cenho mas não fala nada.
- Eu vou apalpar o seu ombro, quando doer me avise. - alerta.
Ajeitando a luva, ele aproxima a mão do meu ombro. A pessão começa de modo suave, quase insensível e aos poucos foi aumentando até que uma dor aguda me atinge como um soco e eu grito mas logo coloco a mão na boca me desculpando. Suga levanta e se aproxima, passando as mãos no cabelo em um gesto nervoso que já o vi fazer várias vezes.
- Há um afundamento no músculo lateral deltóide do seu braço. E considerando que seu ombro esquerdo está mais baixo que o direito e consequentemente deformado, creio que seja uma luxação no ombro.
Fico calada.
- O que tem sentido? consegue mexer o braço? - encara o hematoma arroxeado.
- Não...
- E a mão? Consegue?
- Sim, mas sinto fraqueza nos dedos... como se eu não conseguisse segurar nada. - sussurro quase inaudivelmente.
Ele assente.
- Há quanto tempo você caiu?
- Ontem de noite.
- Ontem de noite e não pensou nem em me ligar para te levar no médico? Isso é coisa séria, Sam. - Suga repreende claramente irritado.
- Me desculpe. Eu não queria incomodar, Suga.
- Ele tem razão, srta. Hastings. Quando esse tipo de fratura danifica os vasos sanguíneos, deixa a circulação prejudicada e por isso o braço fica gelado e roxo como o seu está agora. Mais algumas horas e poderia perder o braço. - diz em tom calmo mas repreensor.
Me sinto uma verdadeira criança. O curso que isso poderia tomar me deixou boquiaberta. Perder o braço? Nunca pensei que as consequencias pudessem ser tão drásticas e sérias.
- Vamos tirar um raio-x rápido para eu ver o grau de seriedade, ok?
Assinto e deito na maca. Ele puxa uma máquina como se fosse uma espécia de TV deitada e posiciona sobre o meu ombro.
- Fica tranquila, os raios não machucam. - diz notando a minha tensão. - Vou pedir que não se mexa, mantenha a posição e segure a respiração só para eu tirar o raio-x.
Pensei que os técnicos que fizessem essas coisas de raio-x, não o médico. Talvez aqui não tenham técnicos, ou talvez tenham faltado.

Minutos depois ele nos mostra o resultado na tela de um computador. Eu já havia visto aquilo em filmes, mas nunca pensei que eu precisaria fazer uma radiografia, ainda mais por agressão. O nó na minha garganta aperta e eu engulo em seco. Minha maior vontade era de fugir para bem longe, nunca mais ver Lee, nunca mais me sentir daquele jeito. Eu que sempre fui dona de mim, que sempre disse para mim mesma que não queria ser mandada por homem ou dependente de um, que nunca toleraria agressão de qualquer tipo, hoje sou refém disso. A vida só pode estar me castigando, sem dó.
- O ombro é muito vulnerável a luxações já que é uma das articulações que mais se movimentam, provavelmente você caiu de braço esticado e por isso deslocou. Aqui, você pode ver que a cabeça do úmero - ele aponta para a parte arredondada do  osso mais alongado que aparece na imagem. - foi deslocado para fora do glenóide, que é essa parte mais achatada onde o osso é encaixado, digamos assim. Mas o que é mais estranho... - ele coloca a mão em cima da boca pensativo encarando a imagem.
Suga observava tudo atentamente, mas estava impaciente pela demora do doutor em dizer o que estava estranho. Eu implorava mentalmente que ele não falasse nada que fosse denunciar que eu não caí, que isso foi uma agressão, eu orava silenciosamente.
- O que? - Suga pergunta.
- Aqui. - ele aponta para a imagem. - parece que a tração do ombro dela está para frente, como se o braço tivesse sido puxado. Normalmente em quedas temos uma adução do osso, ele vai para trás. Aqui tivemos uma rotação externa.
Suga me encara, mas eu permaneço olhando para a tela do computador, ele saberá que estou mentindo seu eu olhá-lo, se é que já não sabe. Porque ele sempre parece saber quando estou mentindo? Parece que ele sente, isso é péssimo para mim.
- De onde você caiu mesmo? - YoonGi pergunta.
- Escada...- digo ainda sem olhá-lo. Ele assente parecendo duvidoso e olha para o doutor.
Eu odeio esse modo desconfiado dele. Sim, estou mentindo, sim ele tem motivos para desconfiar, mas eu não quero que ele desconfie, esse é o ponto. Eu não quero ter que encarar a ira de Lee, se ele já deslocou o meu braço, imagina o que fará comigo se descobrir.
"Antes de me ameaçar tenha certeza de que é à prova de balas."- sua fala volta a mina cabeça. Ele ameaçou dar um tiro em Yoongi.
A imagem de um Suga ensaguentado no chão me manda arrepios e um nó se forma em minha garganta em uma mistura de pavor, tristeza, medo, pânico e aceleração no coração. Seria essa as consequencias a que ele estava se referindo? Se alguém descobrir ele matará Suga? Ele faria isso. Minha respiração começa a ficar abafada, a dor em meu ombro piorando, eu podia jurar que estava pestes à desmaiar, o suor gelado se acumulando no meu rosto, talvez eu já estivesse azul.

Me deito de costas na cama, o doutor pega o meu braço delicadamente.
- Isso pode doer um pouco.
- Jura? - Suga levanta a sobrancelha para o doutor que resolve ignorá-lo.
- SungJoo. - o doutor chama e um rapaz baixo de cabelos pretos e pele morena entra no consultório. - o sedativo por favor. - o rapaz assente e volta com um comprimido e um copo de água. O Dr. Park me entrega e eu tomo.
Minutos depois estou meio zonza, mais ainda consciente.
Ele levanta o meu braço em um ângulo de noventa graus em relação ao meu corpo. A dor do movimento me faz morder o lábio e fechar os olhos fortemente.
- Se você segurar na mão do seu namorado pode ser melhor. - sugere.
Estou prestes a dizer que Suga não é meu namorado quando sinto sua mão macia na minha e seus dedos entrelaçam os meus. Sinto-me mais relaxada, confiante e protegida intantâneamente. Não há remédio que me tranquilize mais do que ele.
O doutor pega na minha mão do braço que está deslocado e puxa, como se tivesse fazendo uma tração, o movimento era lento e constante, me mandava calafrios por todo o corpo. Era quase insuportável, eu queria pensar em outra coisa, queria focar em algo além da dor mas era impossível, era como se a dor estivesse me controlando, tomando cada parte do meu corpo. Dessa vez sinto suas mãos em meu cotovelo e ele gira meu braço lentamente para fora e depois empurra o ombro nessa direção, agora a dor é quase inexistente.
De repente eu não vejo mais nada, exceto os olhos de um rapaz loiro e totalmente inconstante e perturbado antes de tudo ficar turvo e preto.

Quando acordo estou em casa... em casa? Não, estou no dormitório deles. Estou sozinha no quarto, acho que do Jin e do YoonGi, com certeza é deles, as roupas espalhadas do Yoongi constrastam com a parte organizada do quarto, que seria a do Jin. Meu omrbo continua dolorido, mas não tanto quanto antes. Tento organizar as minhas idéias sobre o que se passou no dia. Eu não sei porque mas o nome da Yang surge na minha mente várias vezes. Eu realmente sinto a falta dela.
Escuto vozes, presumo que seja a TV ligada.
Quando levanto sinto minha barriga reclamar. Quase não consigo mover o braço, aliás, não consigo. Ele está suspenso em uma espécie de tipóia que o sustenta. Como diabos vou trabalhar?
A fome só aumenta quando saio do quarto. Não tenho idéia de qual é a minha aparência, mas não estou ligando. Aliás, que roupas são essas? Estou vestindo roupas de homem de novo, até aí tudo bem. Mas quem diabos trocou a minha roupa?
- Fui eu. - Mi-Cha coloca uma uva na boca.
- Como sabia...- seguro a barra da blusa com a mão do braço bom.
- Sua cara... - ela ri fraco. - Fome?
- Muita. - respondo. - como ficaram as coisas na Big Hit?
Ela levanta as sobrancelhas.
- Nós voltamos para trabalhar. Hyuk soube do seu estado e disse para você ficar em repouso durante o tempo que o médico recomendou. Suga ficou aqui com você. Quando terminou o trabalho eu vim. Vamos ficar aqui hoje.
Assinto enquanto a sigo para a cozinha onde todos estão.
- Como se sente?- JungKook pergunta.
- Bem...- pouso a mão em seu ombro  e massageio levemente, ele sorri.
- Quer comer alguma coisa, Sam? - Jin se aproxima com um copo e uma pílula.
- Quero, mas não é bem isso que eu tinha em mente.
Ele ri.
- Tem comida alí, mas esse remédio é para a dor. O doutor disse que você tinha que tomar depois de acordar. - eu pego e coloco na boca, tomando dois goles de água em seguida.
- Suga hyung, saiu do consultório parecendo um esquilo raivoso. - J-Hope ri.
Franzo a testa, confusa e meu rosto assume um sorriso divertido com a expressão de Suga, envergonhado.
- Cala a boca HoSeok.
- Porque? O que houve? - pergunto.
- Nada. - ele curva o canto da boca para baixo como se não soubesse do que estamos falando.
- Nada né? - Hope provoca e NamJoon dá um tapa na cabeça dele, rindo.- Tu viu que ele quase matou o Lee hoje né? vai brincando.
- Se ele não fala eu falo. - Jimin se pronuncia. - Suga hyung não bateria em mim. Ele disse que o doutor estava tocando muito em você e que não precisava disso.
Começo a rir.
- Ele estava me examinando, precisava encostar em mim.
- Eu preferia que ele me dissesse o que fazer, eu faria melhor que ele. - desvia o olhar irritado.
Aquilo fez meu coração acelerar e derreter ao mesmo tempo.
- CIÚMEEEEE! - Mi-Cha grita  bate palma rindo.
- Eu sentiria também. - NamJoon cruza os braços e encara Mi, que dá a volta na mesa para abraçá-lo.
- Hm, dupla mel e melado, sai daqui.  Estou ficando enjoado. - Jin diz.
Enquanto todos brincavam eu percebi que estava faltando alguém. Onde estava Tae?
Esperei que todos estivessem distraídos para que eu saísse da cozinha. Dei uma passada em seu quarto, mas estava vazio. Fiz o mesmo com todos os outros quartos, mas nada.
- Está procurando alguma coisa? Quer ajuda? - Kookie tromba comigo no corredor dos quartos.
- Não..eu só... sabe onde o Tae está? - coço a cabeça.
- Não...ele sumiu desde que chegamos ao hospital. - sorri torto. - mas quer saber? ás vezes quando ele some assim, ele costuma ir para o telhado. Quer que eu vá procurá-lo?
- Não... não precisa. Só queria saber se ele estava bem. Mais cedo ele pensou que o problema no meu ombro fosse culpa dele.
Na verdade, queria ser eu mesma a ir procurar ele no telhado. É o que eu pretendo fazer, não consigo lembrar da cara triste que ele fez mais cedo e não sentir um aperto no coração. Tae tem o coração muito bom e inocente, é quase como ver uma criança machucada, a gente sofre junto.
- E foi de quem?
- Eu caí...- sorrio nervosamente. Todo mundo parece saber que estou mentindo.
- Ah sim. - morde a maçã. - É bom que volte a se deitar, o médico pediu que ficasse em repouso. - adverte e dá um beijo na minha testa, indo em direção ao quarto.
Um gesto estranho, mas eu gostei. De todos, a que sou menos próxima é JungKook, ele é um pouco calada. Pelo menos quando eu estou por perto ele é bastante calado. Mas com ele não é um silêncio pesado, tenso e constrangedor. É confortável, assim como quando estou com Jin.
Faço meu caminho até a porta de entrada/saída escondido, não quero que ninguém venha atrás. Não sei porque mas desde que eu e Tae tocamos piano juntos eu tenho vontade de passar mais tempo com ele, não com segundas intenções, mas porque ele é uma boa companhia e sei lá, é bom passar o tempo com ele. De uma maneira ou de outra eu gosto dele, e ele que sempre foi tão alegre e está sempre de bom humor, sozinho no telhado, não me parece certo. Talvez ele goste de ter uma companhia lá, ou talvez não. Mas só vou saber se for até lá.
Aperto o botão do elevador e espero ele chegar. Ele demora um pouco e quando considero ir pelas escadas, já que o prédio não tem tantos andares assim, ele chega. Espero até que ele chegue no último andar. Dentro do elevador consigo me ver no espelho. Ajeito o cabelo bagunçado, o que é bem dificil apenas com uma mão e belisco as minhas bochechas para deixá-las mais corada. Ainda me sinto sonolenta e com fome, mas posso comer depois que falar com ele.
A roupa, tenho quase certeza que é do Suga, o short até o joelho ficou um pouco justo na parte da bunda e a blusa regata preta deixa o meu sutiã de cupcakes um pouco à mostra do lado, mas nada vulgar, com certeza nada vulgar, afinal são cupcakes estampados aqui.
Empurro a porta pesada, que já estava um pouco aberta com um tijolo prendendo-a. Empurro o mesmo para que eu possa passar. Aqui em cima é bem diferente do que imaginei. Tem um pequeno jardim envolto por um muinho de concreto e bancos para sentar, bancos de madeira como aqueles que encontramos nas praças e em parques.
Tae está sentado no que fica mais perto da borda ou beirada do prédio. O vento fresco joga seus cabelos agora castanhos claro para trás. Parecem tão leves e livres, queria ser livre como os cabelos dele, para voar. Comparação idiota, mas faz sentido. Me sinto mais presa do que nunca.
Caminho sem pressa até ele, me sentando ao seu lado. Mesmo notando a minha presença ele não me olha, pelo contrário, permanece focado no horizonte, perdido em pensamentos.
Me dou ao luxo de observar a paisagem também. É final da tarde, absolutamente minha hora preferida do dia. Quando o sol está se pondo e o céu assume um tom rosado e alaranjado. A brisa fresca joga os meus cabelos para trás. Eu quase consigo ouvir as cigarras cantando ao longe.
- Como está o braço? - a voz grossa me surpreende, me fazendo abrir os olhos.
- Melhor do que eu mereço. - dou um sorriso doce e ele sorri daquele jeito que só ele sabe, inclinando a cabeça, deixando os cabelos caírem para o lado. Os últimos raios do sol atingem seu rosto e ele fecha um dos olhos.  Estava lindo.
Talvez não precisem de photoshop nas fotos dele, aliás, nesse momento, do modo como ele está, daria uma foto perfeita. Tão natural e sem a maquiagem, apenas a sua verdadeira beleza. Os cílios quase não parecem existir.
- Me desculpe por hoje, não queria ter te machucado mais. - seu sorriso se desfaz dando lugar a uma expressão chateada e triste.
Me sinto melancólica de repente.
- Ei, não foi culpa sua. Eu já estava machucada, só que não pretendia contar à ninguém. - tento fazê-lo se sentir melhor. - Aliás, se não fosse por você, ninguém teria descoberto e agora eu poderia estar sem o braço.
Seus olhos arregalam em surpresa.
- Sem o braço?
- Sim... o doutor disse que meus vasos sanguíneos foram prejudicados e a circulaçao podia falar, então eu perderia o braço.
- Wow, então eu fiz algo bom te machucando. - ri e eu assinto, me juntando à risada. - Porque veio até aqui?
Pondero por um minuto sobre o que responder. Falar que queria ver ele talvez o faça ter uma idéia errada.
- Ar...eu precisava respirar um pouco de ar puro. Dentro do dormitório está abafado. - respiro fundo e ele sorri. Mesmo olhando para frente, consigo sentir seu olhar em mim.
O ar cristalino denuncia a chegada do inverno, é refrescante.
Quando viro para Tae, dessa vez ele está olhando para o outro lado. Por que isso parece tão estranho?
Sem pensar, corro o indicador por seu cabelo. Ele hesita, mas não se afasta. É tão fino, tão leve. Meus dedos ainda estão tocando os fios, quando, de epente me dou conta do que estou fazendo.
- Desculpa... - digo com um gritinho e afasto a mão.
- Tudo bem, eu não me importo. - ele encolhe os ombros.
- Eu queria ter o cabelo liso! - digo sem perceber.
Ele me olha e dá uma risadinha.
- O que? Porque? Eu acho mais bonito cacheado, assim como o seu. Combina com você. - vejo seu rosto corar e desvio o olhar.
Dou de ombros.
- Obrigada. - dou um sorriso sem graça. Quando me acalmo, digo - Pensei que estava chateado comigo ou algo assim.
Sua expressão muda do riso para neutralidade.
- Porque estaria? - pergunta baixinho.
Eu não havia pensado sobre isso, não havia pensado no "porquê". Só havia pensado que ele estava chateado comigo e quis vir ver ele, ou apenas estava arrumando uma desculpa para vê-lo.
- Não sei...- bufo.
Isso parece errado.
Tae se inclina na minha direção e eu arregalo os olhos.
- Calma, é só um... -ele pega algo que estava embaixo do meu olho. - um cílio. Vem, junta aqui.
- O que? - pergunto sem entender.
- Trás seu polegar aqui. - instrui, colocando o cílio no polegar dele e unindo ao meu de forma que o cílio ficasse entre o dedo dele e o meu.
Começo a rir, sem entender.
- Você tem que fazer um pedido. Minha mãe fazia isso comigo.
Sorrio de canto, sentindo meu coração amolecer, ele parece sentir falta da mãe. Eu o entendo, eu também sinto.
- Fecha os olhos e faz o pedido. - ele fecha os dele e eu fecho os meus.
Acho que estou com os olhos fechados há tempo demais quando escolho meu pedido.
"Eu quero ser feliz" - digo mentalmente.
Quando abro os olhos Tae está me olhando e um sorriso surge em seus lábios, me junto a ele.
Ele separa nossos polegares e faz uma cara de decepção quando olha seu polegar, então percebo que o cílio está no meu.
- GANHEEEEI! - grito, como se tivesse ganhado na loteria. Ele começa a rir.
- Você tem que assoprar o cílio para longe.
Ele diz e eu o faço.
Assopro deixando o vento levar. Quando encaro o céu está escurecendo e esfriando, continuo admirando-o, a natureza é magnífica.
Suspiro.
- Será que se realizam mesmo? - digo depois de alguns minutos.
- O que? - ele levanta e anda em minha direção.
- O pedido. - cruzo os braços e volto a olhar o céu.
- Porque não!? Uma vez eu pedi para ser um cantor famoso, que as pessoas gostem de escutar... olha para mim agora... - ele aponta para si mesmo e sorri de canto. - O que você pediu?
- Se eu contar não se realiza! - brinco infantilmente e ele ri. - Eu não pedi muito... eu só quero o que todos querem... - olho para ele. - ser feliz.
- Você vai ser... - ele disse depois de alguns minutos nos encarando. O clima começava a ficar estranho.
- E você? o que pediu? - digo tentando amenizar a tensão no ar.
Ele sorri e levanta as sobrancelhas.
- Eeeeeh.... - ele franze os lábios. - vou contar não. - coloca a mão no bolso.
- Como assim? - coloco a mão na cintura. - Eu contei para você. - ando até ele e dou um tapa.
- Sim, mas meu pedido é diferente. Uma coisa é desejar mentalmente, outra é falar em voz alta. - ri.
- Fala, Taehyung! - dou outro tapa.
Eu estava curiosa, ele me fez contar e agora é a vez dele. Que injustiça.
- Ta bom, ta bom, ta bom. - ele levanta as mãos para se defender.
- FALA! - levanto a mão de brincadeira, ameaçando bater nele de novo e ele sorri.
- Eu pedi um beijo seu...
Arregalo os olhos e abaixo a mão. Ele fica sério de repente.
- É por isso que eu não queria falar... - desvia o olhar.
Eu não conseguia pensar em nada para falar. Porque ele queria me beijar? Ele está brincando?
Fiquei algum tempo esperando que ele me olhasse e dissesse que é brincadeira, mas ele não o fez.
Minha respiração ficou descontrolada, eu estava ofegante de repente. Ele se aproximou de mim. Como sempre eu paralisei. Meu corpo ficou imóvel.
Seus lábios se chocaram com os meus. Eu não o impedi. Porque eu não o impedi?
Sua língua tinha gosto de cereja, sua língua era gentil contra a minha.
Que tipo de pessoa eu sou? Eu me sinto uma vadia.
Não era como o beijo de Suga, que me dava arrepios, me deixava quente e desesperada por mais, mas ainda assim era bom, era suave, calmo, quase reconfortante. A maciez de sua boca parecia veludo.
O que estou fazendo?
Me afasto rapidamente e ele também parece ter voltado a si.
- Me desculpe...me desculpe... - ele repete.
Eu balanço a cabeça negativamente.
- Não.. não foi culpa sua..
Na verdade, sim. Foi culpa dele, mas eu não o impedi, não fiz nada. Eu o beijei de volta. Me sinto terrível, me sinto a pior pessoa do mundo.
Mesmo que Suga não tenha compromisso comigo nem nada, quando mais cedo o doutor disse que ele era meu namorado ele não o contrariou, não que isso faça dele meu namorado, mas ainda sim é errado. Eles são amigos, praticamente irmãos, companheiros, não quero ser eu a destruir a amizade de ninguém, quanto mais criar conflito dentro do grupo. Isso é tão sério, tão complexo, eu poderia ser a responsável pela saída de um membro do BTS. Só a idéia de uma disband me deixa apavorada e culpada. Eu não posso fazer isso, eu não posso criar conflito entre eles, isso coloca muita coisa em jogo.
- Eu prometo que ninguém vai saber. - Tae diz, igualmente apavorado.
- Eu acho...acho melhor irmos..- digo baixo, sentindo o nó se instalar na minha garganta.
Ele assente.
- Claro, vamos. - a  mágoa estava estampada em seu rosto, não sei se a mágoa era por eu ter reagido assim ou por ele ter feito isso com o amigo, talvez pelos dois, eu não sei, mas não estou com cabeça para isso agora. Eu nçao devia ter subido.
Caminhamos lado a lado até a porta e eu estendo a mão para puxar a maçaneta. Meu coração para.
- Cadê a maçaneta? - quase berro.
- O que?- Tae me olha. - Não tem maçaneta, a porta só abre por dentro... por isso eu deixei o... - ele olha para o chão e encara o tijolo encostado na parede que eu empurrara mais cedo. - tijolo.


Notas Finais


Genteeee, que MV FOI ESSE DO BTS? QUE ALBUM FOI ESSE MDS <3 PRA QUEM NÃO SABE MEU UTT É O JIN E EU PIREI COM O SOLO DELE MAAAAN (MEU UTT SAO TODOS, NAO SEI ESCOLHER SO UM KKKK) MANOOOO AWAKE, QUANDO EU MORRER TOQUEM AWAKE NO MEU FUNERAL PFV. AINDA TEM GENTE QUE DIZ QUE ELE NÃO CANTA NADA, POIS PRONTO, AI TÁ A PROVA DE QUE ELE CANTA MUITO E LACRA, SAMBA NA CARA DAS INIMIGAS DE SALTO 15 AMIGA KKKKKKKK
NÃO ESQUEÇAM DE COMENTAR, PROXIMO CAPÍTULO MATAREMOS A SAUDADE DA YANG <3


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