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História Is That You (Suga) - I'm Here Yang


Escrita por: ItsBTS

Notas do Autor


Hello peoples <3
Desculpem mesmo a ausência, emprestei meu pc pro meu primo fazer uns trabalhos da faculdade e ele só me devolveu ontem, então já aviso que escrevi o capítulo pelo celular e não revisei os erros ortográficos, então me desculpe se houverem muitos erros. Em compensação o capítulo está grande então acho que vcs vão me perdoar.
Bjs <3
Boa leitura

Capítulo 19 - I'm Here Yang


Fanfic / Fanfiction Is That You (Suga) - I'm Here Yang

- Sam! - a voz dizia, era a terceira vez que ela me chamava mas era quase como se ela tivesse distante demais.
- Sam!- chamou de novo, dessa vez eu sentia mais perto e aumentando cada vez mais de volume virou uma voz alta, como se estivessem falando próximo ao meu ouvido.
Abro os olhos e vejo Suga inclinado sobre mim. Me sinto molhada, abafada, está quente demais. O suor se acumulou em cima da minha boca, sinto seu gosto salgado quando passo a língua.
- Você teve um pesadelo... de novo...
- De novo? - franzo o cenho. Minha voz sai rouca devido ao sono.
- Sim, já é o segundo essa noite. - disse calmamente usando a barra da camisa para limpar o suor da minha testa.
Engulo a saliva, minha garganta está seca demais. Suga parece ter notado, porque levanta da cama e abre o frigobar e tira uma garrafa de água de lá e volta para a cama e estende a garrafa para mim depois de abrí-la.
- Obrigada. - sussurro quase inaudívelmente. Tomo um longo gole. - Acordei você? - pergunto entregando-lhe a garrafa, ele toma um gole.
- Eu não dormi...
- Nem um pouco? - me ajeito na cama.
- Hmm...-ele se aproxima e senta do meu lado, me puxando para si e encostando na cabeceira da cama. - eu dormi um pouco mas não consegui mais dormir depois que teve seu primeiro pesadelo... você parecia tão apavorada e eu fiquei assustado, não queria ver você daquele jeito de novo, então fiquei acordado para te acordar caso acontecesse de novo.
Senti uma pontada de culpa. Ele passou o dia trabalhando, praticando e agora não dormiu por minha causa, amanhã vai estar exausto e pelo que sei ele tem vários compromissos e não pode faltar. Mi-Cha disse que a agenda deles está lotada pelo resto da semana. Nesse período é que qualquer tempo é precioso, principalmente o tempo de descansar.
- Você deveria dormir... - passo a mão em seu cabelo.
- Eu estava - aponta para a cômoda - compondo algumas letras...
A essa hora da noite? Nossa, então quando dizem que a inspiração surge quando menos se espera, não estão de brincadeira. Parte de mim quer pedir para olhar, mas outra parte me diz que se ele quisesse me mostrar o faria, ou quando quiser me mostrar, ele o fará.
- Sobre o que era o sonho?
- Eu não me lembro...
E eu realmente não me lembrava de coisa alguma. Era a primeira vez que eu tinha um pesadelo e não me lembrava de nada.
Ele fica calado. Espero ele falar algo, mas nada acontece. Levanto minha cabeça para olhá-lo, seus lábios estão levemente abertos e um fraco ressonar escapa deles. A expressão tranquila em seu rosto o deixa mais jovem, eu quase consigo vislumbrar o Suga que estava comigo no lugar "secreto", no dia que eu tive o meu momento mais íntimo com outra pessoa. É esquisito como as coisas acontecem. Há meses atrás eu nunca sequer imaginaria que isso fosse acontecer um dia. Eu era apenas uma fã que buscava refúgio nas músicas do BTS, e agora aqui estou eu. Não que eu esteja me gabando ou coisa do tipo, mas é porque é quase inacreditável a quantidade de coisas que aconteceu em tão pouco tempo. Minha vida mudou tanto que chega a assustar.
- Porque tá me olhando?
Quase pulo da cama.
WTF? Ele não estava dormindo?
Ele segura a risada ao notar que estremeci.
- Eu sinto seus olhos em mim, estou só descansando os olhos. - ele abre um olho e eu não consigo evitar dar um tapa.
- Aish, porque não falou nada?
Dá de ombros e ri.
Seu braço passa por baixo de mim e me puxa para cima, me fazendo ficar em cima dele. Encosto a cabeça em seu peito e minhas pernas ficam uma de cada lado de seu corpo, deixo o braço machucado levemente apoiado na cama. Ele levanta a minha blusa o suficiente para deixar mais da metade das minhas costas à mostra. Seus dedos passeiam delicadamente pela minha pele enviando arrepios pelo meu corpo.
- Você precisa dormir. - sento em seu colo olhando para ele.
- Dormir? -  faz uma careta. - Eu conheço outros jeitos de relaxar. - sorri torto de um jeito malicioso que já é o bastante para me por fora de mim.
- Você precisa descansar... sua semana está lotada, você vai se arrepender de não dormir se ficar acordado.
- Exatamente, a semana está lotada, eu quase não vou ver você. Se tem algo que eu me arrependeria era de dormir ao invés de ficar acordado e te aproveitar. Eu não quero perder nem um segundo, entendeu bem? - ele coloca as mãos no meu rosto e levanta um pouco, levo meus lábios de encontro aos dele, que o recebem com prazer, necessidade e pura luxúria. Ele lmabia meus lábios, mordiscava, chupava, sua língua era forte contra a minha. Meu corpo estava pegando fogo, eu ardia em febre por ele. Seu quadril levanta um pouco e eu sinto o seu volume crescer pressionando minha intimidade. Suas mãos deslizaram até a barra da blusa e ele passou as mãos por baixo da mesma agarrando minha cintura e apertando-a. Eu sentia a umidade se formando em minha intimidade.
Eu não podia explicar as sensações que ele me causava, eu não podia explicar o cáos que nós dois éramos juntos. Somos fogo e água, paixão e ódio, ele pode ser a minha salvação ou  a minha destruição.

Um gemido involuntário escapou dos meus lábios quando ele se pressionou contra mim. Ele sentou na cama e puxou a barra da minha blusa. Ele tira a mesma com delicadeza e muito cuidado para que eu não me machucasse por conta do ombro ainda dolorido e inchado. Uma vibração chamou a minha atenção, mas Suga não pareceu ter percebido, porque continuava beijando meu pescoço e passando a mão pelo meu corpo. Eu também estava pensando em ignorar, mas o barulho continuava uma e outra vez, até que percebi que vinha de trás de nós. O celular dele estava com o ecrã aceso e vibrava em cima da cômoda.
- Você não vai atender? - digo, com a voz abafada e ele toma os meus lábios.
- Não...- murmura e volta a me beijar.
A vibração continuava, estava começando a me preocupar e talvez a ficar um pouco incomodada. Suga aparentava a mesma coisa.
Saio do seu colo e me sento na cama, me cobrindo com o lençol. Estou de sutiã, mas agora que não estamos mais...daquele jeito... é meio estranho.
Ele levanta e pega o celular.
- Fala. -enquanto a pessoa do outro lado da linha fala ele coça a cabeça. - Não atendi porque estava ocupado... - ele para. - já é tarde, porque não está dormindo? Não se preocupe..estou bem...sim... desculpe não ter atendido...
Seu tom de voz é delicado demais, controlado demais... estranho demais mesmo para mim.
Levanto e pego a minha blusa, visto-a e volto a sentar na cama.
- Eu também... annyeong.
O celular volta para a cômoda e ele deita ao meu lado.
- Uh...era o Jin.
- Ah...está tudo bem? - pergunto.
Ele assente e me puxapara si, colando o corpo no meu e envolvendo minha cintura com o braço.
- Está cansada?
Suspiro. Na verdade sim, eu me sentia muito cansada.
- Vamos apenas dormir então. - sorri e encosta a testa na minha, fechando os olhos.
Permaneço de olhos abertos por um tempo, apenas olhando para ele, suas feições são tão delicadas. Ele parece ter sido desenhado.
Meus olhos pesavam e aos poucos minha visão escurecia, até que eu não podia mais ver nada.

 

Quando acordei Suga não estava no quarto. Era estranho, parecia uma daquelas cenas de filme, a diferença é que nós não fizemos nada. Levantei sentindo o braço dolorido latejar fortemente. Alcancei a tipóia e coloquei a alça em volta do pescoço para apoiar o braço. Estava tudo muito silencioso. Mas no andar de cima eu podia escutar o bater de pés na sala de ensaio. Eu nunca conversei com o grupo que ensaia lá em cima, Homme, eles ainda não são muito conhecidos, visto que a maioria das pessoas acha que BigHit é só BTS. Desde o incidente com o café na sala de reunião fui instruída a não  ir para o segundo andar. O mais próxima que já fiquei deles foi quando estava limpando a mesa da Mi e eles estavam indo embora, só os vi de costas. David também ensaia lá  em cima, Lee, para o meu azar pratica aqui embaixo. A simples menção do seu nome, mesmo que apenas em pensamento me manda arrepios pelas costas.

Em cima da cômoda tinha um pedaço de papel rasgado e irregular.
Será que Suga esqueceu a letra que estava compondo aqui?
Caminho até a cômoda. Ainda tenho dificuldade de ler os símbolos coreanos, falar é  mais fácil do que escrever, mas entendo um pouco.
"Não queria te acordar. Fomos dormir muito tarde. Não pense que vou sem me despedir de você, eu saí mais cedo para tomar banho e terminar de arrumar as minhas coisas, me espere.
Min YoonGi. "
Dou um sorriso. Nunca imaginei que receberia um bilhete de Suga, quanto mais um como esse. Dobro o papel e guardo no fundo da gaveta apenas para recordação. Eu gosto de guardar esse tipo de coisa. Não que eu já tenha recebido bilhetes de outros homens, eu gosto de guardar as coisas que gosto e que me trarão boas lembranças no futuro.
Na verdade já recebi uma carta uma vez. Eu estava na quinta série, seu nome era Liam, o menino tímido de cabelos castanhos e olhos da mesma cor.
Eu não lembro bem o que dizia na carta, muitas coisas aconteceram na minha vida e fazia tempo que eu não pensava nisso, mas lembro que ele elogiou meu cabelo e meus olhos, disse que eu era a menina mais bonita que já havia visto e no final ele perguntava se eu gostava dele e tinham dois quadrados embaixo: um que dizia sim e o outro não, eu teria que marcar.
Dou uma risada. Era engraçado, mas era a maior vontade de todas as meninas naquela época. Eu nunca fui de me exibir na escola, nunca falei pra ninguém sobre a carta e por isso as meninas diziam que eu era rejeitada e que ninguém me queria. Muitas vezes senti vontade dr contar, mas não contei. Era a clássica história da menina oprimida pelas patricinhas loiras da escola. É sério, elas faziam aquelas coisas de encher meu armário de espuma para barbear, pichavam palavras que me envergonhavam na porta do armário e uma vez chegaram a derrubar macarrão com molho na minha blusa. Essa foi a pior época...minha mãe já havia começado com a bebedeira e todos já sabiam disso.
Acho que Liam foi o único menino que já gostou de mim, eu também gostava dele,porém até mesmo ele se afastou depois de perceber que se envolvendo comigo ele se afundaria, eu achei bom ele ter corrido de mim.
Me pergunto como ele está, se está namorando, se conseguiu ingressar na faculdade de medicina esse ano ou se ainda está fazendo cursinho, eu realmente espero que ele tenha conseguido
 Liam era uma boa pessoa.
Escovo os dentes e me visto para o trabalho. Embora Hyuk-ssi tenha me dado folga porque preciso de repouso, se eu ficar aqui dentro deitada sem fazer nada vou enlouquecer, limpar virou uma espécie de terapia para mim, desde que eu não mexa o braço machucado está tudo certo. Além disso não posso ficar abusando da sorte e da bondade de Bang PD.
Faço meu caminho até o quartinho de limpeza e pego o carrinho, organizo os produtos em cima e vou para a primeira sala.
Começo a tirar o pó das prateleiras e a cantarolar qualquer coisa.
- O que pensa que está fazendo? - a voz suave pergunta atrás  de mim.
Me viro para encontrar um Jin com um sorriso duro e divertido ao mesmo tempo. - Pensei que o doutor tivesse te mandado descansar. Você já tomou seu remédio?
Assinto.
- Aish, eu não consigo ficar parada. Acredite, limpar é melhor do que ficar deitada, eu vou enlouquecer.
Ele ri.
- São ordens médicas. Não se esforce demais, uh?
Assinto, sorrindo de um jeito fofo por causa da sua preocupação comigo. Eu realmente gosto do Jin.
- Jin oppa está de bom humor, uh?
Uma vez li que ele gosta de ser chamado de oppa, essa afirmação acaba de ser confirmada pelo seu sorriso largo.
- Sim, estou de bom humor. Gosto de trabalhar, especialmente fora daqui. Estou ansioso para ver minhas armys. - diz com os olhos brilhando. Eles realmente amam suas armys, sempre falam delas com muito carinho como se fossem tudo o que eles tem.
- Você pode me ver. - tento fazer aegyo mas sai mais engraçado do que fofo.  
Ele ri mas logo para e arregala os olhos.
- Você...você é army?
Assinto.
- Mas você...
- Eu tive que disfarçar, eu sou boa nisso. Mas minha vontade quando vi vocês foi de gritar, porém contive a vontade porque tenho respeito a vocês  e amor ao meu emprego, mas sim, sou army desde o debut de vocês.
Os olhos dele brilham.
- Eu vou cuidar de você mais ainda agora. - ri e eu faço o mesmo. - Vocês conversaram ontem? Se resolveram? Eu fiquei preocupado com o sumiço dele.
- Conversamos, mas ainda não sei se algo foi resolvido. - sorrio de canto.
- Vocês dois....- bufa.- eu preciso ir agora...
Me aproximo dele e sem pedir permissão o abraço, vou ficar alguns dias sem vê-lo, ele vai fazer falta. No início ele hesita, aqui na Coréia esse tipo de coisa não é muito comum entre homem e mulher, mas ele pareceu deixar isso de lado e retribuiu com cuidado para não tocar nada que não deveria, eu podia sentir seu cuidado.
- Eu sou americana, de onde eu vim abraços são coisas comuns. As pessoas se abraçam em despedidas, em comprimento, abraçam para confortar ou só por abraçar mesmo. Eu gosto de abraços.
Ele ri.
- Eu também gosto.
- Vou sentir sua falta Jin oppa!
- Eu também vou. Se cuida tá?  Tome os remédios na hora certa e descanse um pouco. Não deixe de comer, Samantha. - repreende mas com um olhar delicado e cheio de carinho.
- Ok, omma. - brinco e me afasto.
- Eu te pediria para me ligar caso precisasse mas estou sem celular desde quinta-feira. Então se precisar, ligue para algum dos meninos. - meu sorriso se desfaz. Notando minha expressão  ele franze o cenho.
- Está se sentindo bem? O que foi?
Sorrio de novo, tentando disfarçar.
-Nada. É só que... eu estava lembrando de uma coisa, ontem quando estava conversando com Suga...- hesito- Voce falou com Suga ontem?
Jin aperta os olhos refletindo.
- Bem... sim... antes dele sair do dormitório tivemos uma discussão porque ele estava alterado, por isso fiquei preocupado com o sumiço dele. Fiquei apreensivo por termos brigado, não gosto de brigar. Mas imaginei que ele viesse te ver e vocês precisavam mesmo conversar, mas queria que ele tivesse dado notícias, eu mal dormi porque não sabia se ele realmente havia vindo. Ele tinha bebido um pouco.
-Mesmo depois de ligar para ele você ficou preocupado? - dou risada.
- O que? Eu não liguei pro Suga - ri - estou sem o celular desde quinta-feira. - franze a testa. - eu até ia pegar o celular do Jimin para ligar mas ele teve que sair na hora.
Neste momento Suga surge ao lado de Jin e olha para ele, depois para mim com o semblante nervoso, mas não com raiva.
Para quem disse que odeia mentira ele me parece um bom mentiroso. Em momento algum eu pedi satisfações  de quem havia ligado, ele nem me deve isso, mas ele quis dizer e mentiu para mim. Porque?
Eu não sou um poço de sinceridade quando se trata da minha vida, mas ainda sim, eu não pedi satisfações, eu tenho uma justificativa para mentir que eu considero plausível, mas sobre uma ligação?  Pra quê mentir? Ou melhor... pra quê falar ? Eu não entendo.
Minha vontade era desmentir ele aqui na frente do Jin para que ele não tenha chance de mentir de novo, mas não o farei. Se brigarmos ele ficará mal e a semana dele já vai ser cansativa o bastante. Não quero ser a responsável por eles passarem uma mal semana. Quando ele voltar falaremos sobre isso...
A partir do momento em que descubro que ele mentiu para mim sobre algo que seria tão simples, eu começo a desconfiar. Eu não sou uma pessoa exatamente amigável quando estou desconfiada. Eu odeio mentiras, odeio que mintam para mim, ainda mais quando não sei o motivo. Agora eu quero descobrir.
- Atrapalho? - pergunta colocando as mãos no bolso, parecia apreensivo mas tentava expressar tranquilidade.
Eu estava inquieta, doida pra falar, mas apenas sorri.
- Claro que não. - volto a limpar a mesa.
- Era pra você estar deitada , uh?
- Foi o que eu disse a ela, mas ela é teimosa e não me escuta. - ri, Jin.
- Eu não escuto ninguém. - rio de volta.
- Pois deveria! - Suga repreende mais vejo a sombra de um sorriso em seu rosto. - Hyung, já estamos indo.
Jin assente.
- Annyeong, Sam! Se cuida, uh? Qualquer coisa... - ele faz um sinal para eu ligar.
- Faça uma boa viagem, oppa.
Suga arregala os olhos descrente.
- Oppa?
Jin faz careta de quem falou algo que não devia ter falado e se prepara para correr.
- Já vou, não quero ser alvo da ira de Min YoonGi. Não vou brincar com a morte, eu tenho amor à minha vida. - dispara pelo corredor.
Fico rindo.
- Então você vai agir assim? - sorri e levanta uma sobrancelha.
- Assim como? - desvio o olhar para a mesa, borrifando um pouco de álcool no vidro.
Eu estava com raiva, mas não podia deixar transparecer, não por enquanto. Eu teria que esperar.
- Eu discutiria sobre isso, mas preciso mesmo ir. Só vim me despedir.
- Boa viagem. - digo. Ele e eu sabemos que é perigoso mostrar qualquer tipo de afeto aqui, principalmente considerando que eles já estão de saída então qualquer um poderia aparecer para chamá-lo.
- Vai sentir minha falta? - diminui a distância entre nós.
- Suga... você sabe a resposta. - espio a porta para garantir que não tem ninguém.
- Eu quero que diga.
Bufo.
- Sim, eu vou sentir! - sussurro.
Ele sorri e cola os lábios nos meus, por um momento fico surpresa e prendo a respiração, mas logo sou envolvida pela sensação acolhedora de seus lábios.
Passos se aproximando são ouvidos no corredor. Em um pulo ele se afasta de mim e coloca as mãos no bolso. Sejin aparece na porta.
- Então se achar guarde para mim.
Olho para ele confusa mas percebo que ele está fingindo que estava me pedindo algo, assim justificaria a sua vinda até aqui.
Assinto.
Olho para Sejin e faço uma reverência com a cabeça, ele faz o mesmo e sorri fraco.
-Vamos? Não queremos perder o vôo. - Chama.
Suga assente e olha pra mim hesitante.
- Me mantenha informado. - ele olha para o meu braço e eu entendo o recado.- caso encontre.
- Sim, eu avisarei. - faço uma referência e observo os dois saírem.

Sento no sofá e me permito encostar a cabeça no estofado. Estou um pouco tonta. Passo alguns minutos assim mas logo que escuto passos no corredor me levanto e termino de passar mano da mesa. Quando volto para o carrinho, Hyuk aparece no fim do corredor e dá um sorriso.
- Como se sente? Era para estar deitada. Não queremos que tenha algum problema no braço.
- Eu estou bem, não estou fazendo esforço com o braço machucado não se preocupe.
Ele inclina a cabeça.
- Tem falado com Sook? Ela me ligou mais cedo... está preocupada.
- Não temos nos falado muito.
Ele faz um sinal para que eu o acompanhe enquanto empurro o carrinho.
- Sook-ah e eu somos muito amigos, Samantha. Fizemos todo o ensino médio juntos. Somos como irmãos, por isso eu sei de tudo sobre ela, por isso ela me conta tudo. Ela sente a sua falta, eu sei disso mais do que ninguém. Ela sempre foi muito fechada, não casou, não teve filhos, e por incrível que pareça ela acabou se apegando a você, é difícil para ela que você não contate ela e ela tenha que ficar sabendo das coisas por mim.
Encaro o chão quando chegamos perto da sua sala.
- Às  vezes perdemos as pessoas por besteira. Não deixe que ela pense que você só a queria por perto por causa da menina Yang-Mi, eu sei que esse não é o caso e que você também gosta dela, mas tudo é questão de como você demonstra e se você demonstra. Ás vezes uma ação  ou a falta de uma ação passa uma impressão errada.
Assinto.
Realmente eu gosto de Sook, estou tão perturbada que nem tento ligar para ela,  mas acho que parte disso se deve ao pedido dela de me afastar da Yang, esse é um defeito meu. Não quero que ela pense que eu a estava usando, de forma alguma eu faria isso, eu não sou esse tipo de pessoa. Sou muito grata por tudo o que ela fez por mim, se estou onde estou agora é por causa da ajuda que ela me deu. Se não fosse Sook eu nem sei se estaria viva agora.
- Estou vendo que está pensando bastante no assunto. - dá uma risada fraca. - eu gosto de você, Sam. É uma menina carismática e de personalidade forte, a vida te fez assim. - diz e abre a porta da sala, quando ele está entrando dá um passo atrás e me olha de novo.
- Não se esforce mais por hoje, não era para estar trabalhando. As outras estão dando conta do serviço por hoje e além disso as salas ainda estão limpas. Porque não tira o resto do dia de folga e aproveita para visitar ela e a menina?
- Sook disse que eu deveria me afastar.
- Ela disse se afastar e não que não deveria vê-la mais. Se você  se afastar de vez vai causar sofrimento, tem que ser aos poucos, Sam. Deixe ela se acostumar com a sua ausência. - sorri torto e entra na sala fechando a porta atrás de si.

Enquanto empurro o carrinho até a sala de limpeza penso sobre o assunto.
Aish, a vida é tão complicada. Porque tudo tem que ser tão complicado? Tão difícil. A vida me desmotiva, eu não sei pra quê eu vim viver se é tudo tão complexo, nada parece dar certo. Quanto mais eu tento me erguer, mais a vida parece me empurrar para baixo. Minha vida é uma constante luta. Mas se bem, que eu acho que a minha luta não é contra a vida, é contra mim mesma, só falta eu querer admitir isso para mim mesma, admitir a minha culpa sobre as minhas dificuldades, pelos limites que eu imponho a mim mesma. Acabo me impedindo de fazer muita coisa e coloco a culpa nos outros, na vida, sendo que a culpada fui eu o tempo todo.


-Mi-Cha, está no seu horário de almoço?  
- Indo agora, porque? Quer me pagar um ramen? - responde do outro lado do telefone.
- Quero, mas não agora. Pode me fazer um favor?  
- Vou ter que levantar?
- Deixa de ser preguiçosa. Você está aonde?
- Na minha mesa,  porque me ligou ao invés de falar comigo pessoalmente?  Está me evitando?
- Aigoo, claro que não. Eu estou me trocando. Me leva no  internato?- pergunto enquanto seguro o celular com o ombro e tento abotoar a calça só com uma mão.
- Podemos passar no subway? Eu preciso comer ou vou desmaiar.
- Sim. - reviro os olhos.
- Okay, te espero no carro então.
Minutos depois estou descendo as escadas varada. Não sei porque tanta pressa, mas mesmo assim eu estava correndo.
Chego no carro e coloco o cinto, Mi-Cha me olha como se eu tivesse com chifres.
- Quer morrer?
- O que?
- Pra quê essa pressa toda? Parece que não aprendeu que  precisa ter cuidado ao descer escadas. - faz um gesto com a cabeça para o meu braço e dá partida no carro.
- Vai visitar a Yang?
Assinto.
- Pelo menos passa um batom, a menina está um tempo sem te ver, não a assuste com essa cara de zoombie.
- Sabe, um braço meu está machucado, mas eu ainda tenho o outro pra te bater. - brinco.
- Aish, o que aconteceu com seu senso de humor? A idade está chegando uh? - brinca retribuindo.
- Olha quem fala, ahjumma. - passo o gloss e ela me encara com os olhos arregalados.
- Do que me chamou?
-Ahjumma, a idade está afetando a sua audição ? - mando beijo pra ela.
- É agora que eu desloco seu outro braço. - grita e desata a rir.
Mesmo que seja brincadeira,  a mera menção de violência me manda arrepios. Me sinto desprotegida sem os meninos por aqui e eu nem sei porque, eles nem mesmo ficavam comigo aqui de noite, acho aue é porque eles pelo menos batiam de frente com Lee, agora estou desprotegida.
 (...)
- Vamos, coma logo!
- Aigoo, para quê tanta pressa? Você tem o dia inteiro livre. - limpa a boca suja de molho.
- Só vamos logo, uh? - enfio o último pedaço do sanduíche na boca.
- Eu venho aqui ajudar a pessoa para ela não precisar pegar ônibus, e é assim que ela me retribui? - diz olhando para o teto como se estivesse falando com Deus. - Ah, a ingratidão prevalece. - faz drama. - Seu eu tiver uma indigestão a culpa é sua Samantha Hastings. - toma o refigerante em um gle e nos levantamos.
- Você já pensou em virar atriz de dorama? você é a rainha do drama, sério. - faço uma careta. - e da próxima vez que for ajudar, se for jogar na cara então não ajudeo. Isso é muito feio. - provoco.
- Aish, você sempre tem uma resposta para tudo?
- Provavelmente. - dou de ombros.

Mi-Cha dá a partida no carro e dá a volta para sair do estacionamento.
- E então, pensou naquela coisa da faculdade?
Na verdade eu já havia pensado bastante no assunto e me senti bem entusiasmada, porém existem muitas coisas que se tornam obstáculos e certos impedimentos para que eu possa superá-los com facilidade.
-Sim, - digo - mas mesmo assim, mesmo que eu vá, preciso de uma quantidade bsurdamente grande de dinheiro para bancar a mensalidade. - suspiro, desanimada de repente. Encosto a cabeça no vidro.
- Porque nao tenta uma bolsa de estudos? Faz o vestibular. é uma boa opção. Se não conseguir a bolsa integral que cobre todo o custo do estudo, pode coseguir pelo menos um bom desconto.
Reflito por um instante. Não havia pensado na possibilidade de disputar uma bolsa de estudos, até porqu estou em completa desvantagem se levarmos em consideração o fato e eu não estudar há um ano.  O vetibular aqui em Seul é bastante concorrido, com certeza.
Eu teria que começar a etudar o quanto antes de quiser ter aluma chance, mas me falta tempo.
Como se lesse minha mente Mi-Cha diz:
- Eu tenho alguns livros de cursinho, posso te emprestar. Eles são do melhor curso pré-vestibular de Seul.
Uau.
- Eu adoraria...- sorrio. - Mas onde vou arrumar tempo para estudar?

Sempre que algo vai bem para mim, normalmente, sempre algo surge para se opor. As oportunidades para mim são como portas. Sempre que a porta se abre e eu dou um passo até ela, ela se fecha na minha cara. Esse é sempre o curso natural das coisas na vida de Samatha Hastings, já me acostumei. Mas o fato de eu ter me acostumado não significa que eu não sinta vontade de desistir, ou que eu não me sinta fraca cada vez que falho, cada vez que a porta se fecha. Ás vezes me pergunto se em outra vida, se realmente existirem vidas passadas, eu fiz algo de muito errado e por isso, nessa vida estou pagando pelos meus pecados. Realmente existe carma? Estou começando a achar que sim. Perdi a conta de quantas vezes nem mesmo tentei fazer algo porque já sabia que fracassaria, quantas coisas deixei de fazer, quantas oportunidades deixei escapar por medo? Sou uma menina de 8 anos que não sabe o que vai ser quando crescer, sou uma menina de 18 anos que não quer tentar buscar algo melhor porque acha que o que tem já está ótimo, então porque melhorar? Já está ótimo mesmo. Sou uma menina de 18 anos que não sabe nem mesmo quem é. Samantha Hastings? Eu nem mesmo poderia ter esse sobrenome. Meu pai me deserdou, Hastings não me pertence mais. Sendo assim, qual é o meu nome? Samantha do quê? Até isso eu perdi. Entende porque eu tenho medo de tentar? medo de fazer alguma coisa para mudar a minha vida? Porque já perdi coisas demais, mas até quando estou parada sem fazer nada, estou perdendo. Estou perdendo minhas oportunidades. Talvez eu não esteja indo em direção à porta com a rapidez necessária. Mas acho melhor perder oportunidades do que perder mais pessoas, mais partes de mim, quanto tempo vai demorar até eu me perder?
Dizem que na vida tudo tem um porquê e que nada é por acaso. Eu também costumava pensar assim, até as coisas começarem a acontecer sem explicação ou justificativa nenhuma. Sempre que paro para pensar nisso, parece que o meu cérebro está fritando.
É incrível como tudo o que acontece, absolutamente tudo que acontece á minha volta, o meu cérebro associa ao meu passado, associa às minhas mágoas, fraquezas, perdas e fracassos. É como se eu estivesse parada frente a milhares de estradas, essas estradas são os assuntos do dia-a-dia, são os acontecimentos que me rodeiam, todas diferentes uma das outras, todas são caminhos diferentes, mas levam ao mesmo lugar: o meu passado.
Porque isso acontece? Porque eu faço isso comigo mesma? Estou marcada por tudo o que aconteceu, é uma marca profunda que acho que nunca vai desaparecer. Meu passado me persegue como uma sombra, sempre me lembrando que eu fracassei de tantas maneiras diferentes, fracassei em salvar minha mãe, fracassei em ser uma boa filha, fracassei com Yang, eu fracassei na vida. Mas o pior, é que não é só o meu fracasso que me rodeia, mas de todas as pessoas que estão à minha volta. É como se eu atraísse, como se eu fosse um ímã e tudo isso fosse puxado por mim.
Estou tão rodeada de fracasso que sinto que tenho tendência a fracassar em tudo. Tenho a constante vontade de desistir pelo simples fato de não querer mais errar, por que não quero carregar mais um feito sem sucesso nas costas. Meu passado é um trauma, eu não tenho vergonha de dizer que passei por muita coisa, por coisas traumatizantes, vi imagens que nunca serão apagadas da minha mente, senti dores em lugares que nem sabia que existia.
Mas preciso tentar enxergar as coisas por um outro ângulo dessa vez, eu preciso tentar viver, eu preciso tentar ser feliz, eu não estou pedindo muito, eu só quero o que todos querem: felicidade. Não importa as minhas condições, se eu for feliz, se eu conseguir apenas ter algo do qual me orgulhar, se eu conseguir obter sucesso em alguma coisa eu consiga dar um solavanco na minha vida. Talvez eu consiga focar nas coisas boas, talvez a sensação de conquistar algo seja tão boa que me faça querer mais, talvez a sensação seja tão boa que supere a sensação que sinto agora e então esses pensamentos ruins, só aparecerão de vez em quando. É tudo o que eu mais queria.
Se eu desistir de tudo por medo de fracassar, será um fracasso também. Ou eu fracasso tentando, ou fracasso por não ter tentado e por ter sido mais uma vez, uma covarde.

- Quem quer vai atrás, uh? Tenho certeza que alguns sacrifícios podem valer a pena. - sorri, mas vejo que ela não está muito bem hoje.
O carro para na frente do velho e familiar carvalho branco.
- Você vem comigo? - tiro o cinto de segurança.
Ela balança a cabeça negativamente.
- Ainda tenho que trabalhar hoje. Estou atolada de coisas para fazer. Preciso organizar a agenda dos artistas, os eventos da mixtape do Suga para não bater com os compromissos do grupo. Providenciar o hotel do Lee pra quando ele for fazer o show na China, não pode ser qualquer hotel. David vai começar a gravação do comeback e eu tenho que checar se a manager deles providenciou tudo e agendar um horários para receber os repórteres na BigHit. Tenho que providenciar outro coreógrafo pros meninos do Homme porque o deles foi acusado de maltratá-los. - suspira frustrada.- vai haver uma seleção semana que vem, estou recebendo as ligações o dia inteiro. - ela levanta o celular com a tela brilhando e um número desconhecido ligando para ela.
O trabalho dela é mesmo duro. Se fosse eu no lugar dela já estaria de cabelos brancos, se eu já não tivesse arrancado todos eles. Apesar dela ocupar o cargo de secretária, ela faz bem mais do que ser apenas uma mera secretária. Por isso Hyuk-ssi gosta tanto dela e a valoriza tanto, não é todos os dias que se tem uma funcionária tão competente assim. Sinto orgulho da minha unnie.
- Fighting!- incentivo-a.
- Desculpa falar tudo, é que preciso falar para me lembrar. - encosta a cabeça no volante.
Ela não está mesmo bem.
- Contanto que se lembre, pode me falar tudo. - sorrio e dou um beijo na cabeça dela.
É  estranho ver a minha amiga que é sempre tão animada, alegre e ativa desse jeito, tão cabisbaixa.
- O que acha de assistirmos á um filme hoje e comer algumas besteiras? Ou podemos assistir um dorama.
Ela assente, vejo uma sombra de sorriso em seu rosto.
Abro a porta do carro e saio.
- Tudo bem, assim que sair do trabalho passo aqui e vamos direto para a minha casa.
Assinto e fecho a porta. Abaixo um pouco para que ela possa me ver.
- Sorria! - digo dando o sorriso mais largo que consigo.
Ela se retrai e faz uma careta forçada de medo.
- Você é estranha. Não faz mais essa cara, ela assusta. - liga o carro e me dá língua. - Te vejo mais tarde. - assinto.
Observo o carro se afastar até que ele suma da minha vista.

(...)


-Sam! Que surpresa agradável, pensei que tinha esquecido de nós. - o meu velho amigo porteiro diz.
- Eu jamais abandonaria vocês. - faço uma careta chateada. - É que aconteceram uns problemas... - sorrio de canto.
Ele assente como quem sabe do que estou falando.
- Bom... já ficou um tempo afastada, acho que devia ir lá ver a menina Yang-Mi. Ela tem estado deprimida há algum tempo.
Assinto um pouco preocupada.
Ele abre o portão para mim e eu entro.
Tudo ainda é a mesma coisa.
O velho parquinho de areia no canto direito, com várias crianças correndo freneticamente formando filas para subir no escorrega de ferro com a pintura das grades desgastadas pelo tempo. Os cabelos deles soprando para trás e para cima e para baixo ao mesmo tempo a medida que elas correm, parecem tão livres e despreocupadas, felizes sem encarar o terrível mundo fora desses portões. Não consigo decidir se isso é  bom ou ruim. Quem me dera ser criança, quem me dera poder ter a ingenuidade delas.

Não demorou muito até os meus olhos encontrarem os da minha pequena. Sinto meu coração aquecer e ao mesmo tempo apertar. Ela perdeu peso.
Embaixo da árvore onde costumávamos ficar quando fugiamos do dormitório de noite, ela descansa olhando para o parquinho. Os olhos vazios e tristinhos é como uma facada no meu coração.
Ando em passos nada apressados, me aproximando aos poucos, ela não me percebeu ainda.
Continuo andando até ela com calma, como se tivesse todo tempo do mundo, mas a verdade que vejo em seus olhos é que nem todo o tempo do mundo compensaria o tempo que a fiz sofrer por estarmos afastadas.
Mas porque isso? Não era para ela estar assim. Foi justamente para não vê-la assim que me afastei. Eu fiz errado?
- Yang-Mi! - grito.
Os olhos dela disparam pelo espaço me procurando. A pequena que deve ter crescido uns bons centímetros enquanto estive ausente se levanta e olha ao redor com desespero, o que eu mais queria era correr oara abraçá-la e reunir qualquer coisa que eu tenha quebrado nela.
Assim que ela me vê um rastro de emoção surge em seus olhos, eu sentia alegria de uma mãe que reencontra sua filha. Senti meus olhos encherem de lágrimas.  Os dela também. Ela dá um passo a frente e eu sorrio, esperando ela me alcançar, mas ela recua, me dá as costas e começa a andar em direção às escadas se afastando de mim.
Meu sorriso se desfaz, sinto-me apunhalada. Eu entendo ela, eu entendo, não posso julgá-la.
Quando dou por mim, estou correndo atrás  dela, consigo alcancá-la antes dela subir o primeiro degrau.
- Então você vai agir assim? - pergunto e agacho na frente dela ainda segurando seu braço.
Os olhos amendoados me encaram.
- Sim. - diz com a frieza de uma mulher adulta e não de uma criança.
Meu Deus... o que foi que eu fiz...
- Por que vai agir como se não sentisse a minha falta?
- Porque eu não senti.
Inclino a cabeça, sabendo que ela está falando aquilo da boca para fora.
- Nem um pouco?
Ela balança a cabeça negativamente, com os lábios levemente curvados para baixo e os olhos marejados.
- Nem um pouquinho assim? - aproximo o dedo polegar do indicador deixando um espaço quase inexistente entre eles.
- Não, nada... - diz com a voz chorosa. - Vai embora.
- Tudo bem. - levanto e viro as costas, fingindo que realmente vou.
- Então é  assim? Vai desistir fácil de mim? Não sou importante para você? Você me abandona o tempo todo. Eu senti a sua falta. - grita enrolando os punhos ao lado do corpo e batendo o pé no chão com força.
Sorrio e me viro para ela, que está com os olhos vermelhos e fazendo beicinho, limpando as lágrimas.
Volto a me aproximar dela e agacho na sua frente.
-Eu senti a sua também.- limpo as lágrimas
- Mentirosa. - chora.
- Senti sim, por isso vim ver você.
- Sério? - cruza os braços fazendo bico, desviando o olhar.
- Sim. - assinto. - mas antes preciso falar com a Sook. Pode me esperar embaixo da árvore? Temos muita coisa para conversar, uh? Quero que me conte tudo o que perdi nas  últimas semanas.
- Mal chegou e já vai saindo? - coloca a mão na cintura. - Está bem certinha você, Samantha. - diz com seu jeito irônico de ser.
Ás vezes chego a duvidar que ele tem mesmo apenas sete anos, parece que ela é uma adolescente presa no corpo de uma criança, isso me assusta um pouco.
- Quanto mais demorar, mais tempo ficaremos separadas. Vá logo falar com a ajumma, não tenho o dia todo. - reclama e sai pisando duro.
Quando vou me virar para subir as escadas sinto os braços dela ao redor da minha cintura, não são gordinhos como antes, mas ainda tem o poder de me fazer sentir melhor, ela é um anjinho.

Ela me deixa sozinha e sai correndo, se sentando embaixo da árvore, abraçando os joelhos.

Subo as escadas às pressas e abro a porta grande com um rangido. O cheiro de desinfetante lavanda familiar invade minhas narinas, é estranhamente acolhedor, me sinto em casa.
Dou duas batidas na porta de madeira de cerejeira bem polida e logo escuto sua voz do lado de dentro.
- Entre.
Quando o faço, ela está focada na tela do computador e não percebe que sou eu até eu me aproximar de sua mesa.
- Sam? - ela arregala os olhos surpresa e se levanta. - O que....o...
Me aproximo dela e antes que possa dizer mais algo eu a abraço. No início ela fica parada sem saber como reagir, mas depois cede e retribui.
- Annyeong, Sook-ah. - falo informalmente. Antigamente ela me repreenderia mas atualmente, ela não parece se importar, não parece nem mesmo ter reparado.


(...)

- Como conseguiu quebrar o braço caindo da escada?
- Não quebrei. - sorrio tentando aliviar o aperto que se formava no meu coração ao relembrar toda a cena com Lee. - Apenas desloquei.
- Sim, mas ainda assim, você é muito descuidada. Graças á Deus não aconteceu algo pior.
Assinto encarando o copo. Eu nunca consigo olhar a pessoa nos olhos quando estou mentindo, um defeito talvez.
- Como anda o processo de adoção da Yang? - engulo em seco, tentando mudar de assunto. Ela ergue as sobrancelhas e depois as abaixa olhando para o copo.
- A família achou que ela é velha demais, querem um bebê.
Pensei que ao escutar isso eu me sentiria aliviada, feliz, mas não sei porque, me sinto triste e melancólica. Eu sempre soube que existe esse tipo de preconceito em relação a adoção, por isso não me preocupei em ser adotada, pois sabia que não aconteceria, ainda mais porque sou oriental, sim, é ultrapassado mas ainda existe muito preconceito racial na Coréia. Mas de repente o medo de me atingiu. Quanto mais o tempo passa, mais Yang Mi cresce e consequentemente cresce também as chances dela não ser adotada. Se eu não conseguir adotá-la, se algo acontecer comigo, ela vai ficar aqui até os 18 e depois vai precisar ir embora. A sensação de pânico me invade. Eu sei mais do que ninguém a porcentagem de chances que isso tem de dar certo. Eu percebi que não tenho conseguido nem ao menos cuidar de mim mesma, quanto tempo demoraria até eu tirar ela daqui? Ela não conhece nada lá fora, ela não sabe como é o mundo fora desses portões, como ela conseguiria viver sozinha?
Começo a me desesperar, mas sem demonstrar. Meu coração batia acelerado dentro de mim.
Uma parte de mim, a parte que ama Yang, de repente desejava que ela tivesse sido adotada, mas só quem vive aqui dentro sabe como é difícil uma criança com mais de 3 anos ser adotada.
Eu preciso fazer algo. Ficar parada apenas trabalhando na BigHit não vai me tornar capaz de sutentar ela e de dar uma boa vida a ela, coisa que eu quero e vou fazer caso ela realmente não seja adotada. Mas o que eu vou fazer? Eu quero dar um bom futuro para ela, quero que ela seja bem sucedida. É como se fosse uma obrigação para mim, não uma obrigação que seria chata de cumprir, mas uma obrigação que eu teria prazer e satisfação de cumprir.
" Pensou sobre a coisa da faculdade? " - A voz de Mi-Cha ecoava na minha cabeça.
Faculdade. Se eu me formar, as chances de conseguir um bom emprego e que paga bem serão maiores e assim eu poderia criar Yang.
- E se ela for adotada antes de você se formar? - pergunto a mim mesma mentalmente.
- E se ela não for? - rebato.
- Então se ela não for, você vai estar no caminho para fazer isso por ela. - meu subconsciente responde.

- Sam?! - Sook me chama pelo que parece ser a décima vez pela sua expressão.
Meu celular começa a vibrar dentro do meu bolso e eu o tiro de lá. O nome de Suga pisca no ecrã.
Ignoro a chamada.
- Desculpe.. estava pensando.
- Eu percebi. - sorri e toma um gole de chá. - A sua cara diz que estava pensando sobre Yang.
Levo a mão a bochecha.
- O que tem o meu rosto?
- Está com cara de quem está pensando na adoção da Yang.
- Isso é porque estávamos falando disso. É natural que eu esteja pensando.
- Uhuum...-diz e leva a caneca á boca.


POV Suga

É  a terceira vez que ligo para Sam, porque diabos ela não me atende? Ela nem ao menos deixa o celular tocar, já vai desligando.
O que será que deve ter acontecido? Será que...
- Jin Hyung - cutuco seu braço.
Ele continua de olhos fechados.
- Jin Hyung. - cutuco de novo.
- Aigoo, não se pode mais dormir. - reclama.
- Sobre o que você e a Sam falavam mais cedo?
Jin se ajeita na cadeira, parece ter ficado alerta. Ele pigarreia.
- Sobre...sobre o braço dela. O que mais seria?
- Só sobre o braço? - aperto os olhos e ele parece ficar nervoso.
Puta que pariu.
- Sim, sobre o que mais falaríamos?
- Não sei, me diga você. - me encosto na poltrona.
- Aish, não temos intimidade. - rebate.
- É mesmo Jin oppa? - provoco, sério.
- Aish, se quer me perguntar alguma coisa pergunte, não estou com paciência para desvendar a ironia das suas palavras, Min Suga. - inclina a cabeça e pisca os olhos preguiçosamente.
- Eu? Não quero perguntar nada. - me mexo desconfortavelmente na cadeira.
- Ótimo, então me deixa dormir, temos uma longa semana pela frente.
Assinto e olho para o celular.
- Ela te perguntou alguma coisa?
- Não. Você está inquieto. Cometeu algum erro?
- Como é? Lógico que não. Aigoo, vai dormir hyung. O sono está afetando seus pensamentos. - empurro ele para que encoste no assento.
Deixo minha cabeça descansar no encosto e fecho os olhos com força, tento ligar mais uma vez.


POV Sam

- Pensei que não ia mais voltar, estou aqui esperando faz tempo. - reclama emburrada.
- O tempo passou mas você continua chata. - digo me sentando ao lado dela. - Porque perdeu tanto peso?
- Nem perdi tanto assim. - ela tenta prender a blusa larga que já fora justa uma vez, dentro da saia. - a enfermeira disse que é devido ao tempo que tenho me dedicado ao estudo.
- Oh, então você deixa de comer para estudar?
Ela dá de ombros.
Olhando melhor seu rosto, os olhos agora estão mais expostos e esbugalhados por causa da perda de peso, mas mesmo assim ela não perdeu a beleza e as bochechinhas gordinhas.
- O que tem acontecido aqui durante essas semanas?
- Nada. Os dias se passam como se estivessem se repetindo. Eu penso que estou vivendo o mesmo dia todos os dias.
Meu coração aperta.
-Bom, mas hoje é um dia diferente. Eu estou aqui.
- Não vou mais ser adotada. - ela muda de assunto e olha para mim com os olhos esperançosos. - Isso significa que você não precisa mais me abandonar né?
- Yang, não fala isso. Eu nunca abandonei você. - repreendo. - Fiz o que achava ser o certo. - digo arrancando o capim do solo.
- Não acho que seja certo. - resmunga fazendo bico.
- Isso é porque você ainda é uma criança.
- "Isso é porque você ainda é uma criança" - repete. - uma criança que foi abandonada.
- Não foi. - rebato e puxo-a mais para perto, sem dificuldade embora esteja apenas usando um braço.
- Unnie
- Unnie? - interrompo. - Isso quer dizer que fui perdoada? bandeira branca?
Sorrio entusiasmada.
- Não sei. - faz cara de esnobe mas depois sorri e me abraça.
Retribuo puxando-a para o meu colo e encostando a cabeça dela no meu peito, fazendo carinho na mesma. Ficamos algum tempo assim.
- Yang...
- Uh?
Fico pensativa...será que devo contar sobre a faculdade?
Preciso contar alguma coisa a ela, mesmo que tenha que omitir a parte da adoção para que ela não crie esperanças e se machuque de novo.
- O que acharia de eu fazer faculdade?
- Faculdade?
Assinto.
- Hmmm... eu gostaria de ter uma unnie universitária.
- E o que você ia gostar que eu fizesse? - encosto na árvore para melhorar o apoio.
- Eu não sei... posso pensar e te dizer depois?
Assinto quando ela olha para mim.
Mais uma vez meu celular vibra no meu bolso. Mais uma vez é a foto de Suga que está brilhando na tela.
- Atende, é o seu bias. - ri.
- Agora não...  - enrugo o nariz.
- Porque?
Balanço a cabeça negativamente.
Ela arranca a mão do meu celular e levanta.
- Yang Mi!- grito. - Devolve. - tento me levantar mas com os dedos atrapalhados ela desliza o ícone verde e atende. - Yang!
- O que fez com a unnie?
Meus olhos arregalam.
- Ela não quer falar com você.
- Me dá esse celular aqui. - assim que chego perto dela ela corre.
- Ela não quer falar com você, eu sei que não quer, ela não precisou falar. - ela para.
- Yang Mi me dá o celular. - corro atrás dela e ela por ser mais rápida, contorna o parquinho e sobe no escorrega.
Minha respiração começa a falhar, a falta de ar por eu estar correndo começa a aparecer.
- Y..Yan..Yang Mi devolve o celular. - apoio a mão no joelho.
- Se magoar a minha unnie eu vou mandar meu bias te bater. - ela para. - J-hope. - ela arregala os olhos. - Combinado. - ela escorrega e para na minha frente, estende o celular para mim.  - É pra você, unnie. - sorri e eu pego o celular, boquiaberta.
- Yang Mi, você vai se ver comigo. Porque isso de repente? você estava determinada a não deixar ele falar comigo. - digo tampando a parte do microfone para ele não escutar.
- Ele me fez uma proposta irrecusável.
- Que proposta? - arregalo os olhos.
"Se magoar a minha unnie eu vou mandar meu bias te bater" "J-hope" "Combinado."
- AAAAAAISH! - grito. - Traidora!
- Bias é bias. - dá de ombros rindo. - Unnie?
- O que? - bato o pé.
- Você está tampando o lugar de onde sai o som e não da onde fala. - começa a rir e cobre a boca com a mão.
Mais uma vez arregalo os olhos, hesito antes de olhar para o celular.
Puta que pariu!
Levo o celular ao ouvido.
- Annyeong...- digo, esperando ele me repreender, mas ele não o faz.
- Porque não queria falar comigo?- sua voz é neutra mas ao mesmo tempo nervosa, mas não é nervoso de irritação.
Ele fez algo errado.
- Eu não disse que não queria. - digo.
- Não diretamente, mas depois de escutar...
- Eu vim ver ela depois de um tempo, você sabe. Não queria perder nem um minuto. -digo, interrompendo-o.
- Ah, desculpa se atrapalhei.
Merda, não é isso.
- Não foi o que eu quis dizer.
- Então o que foi?
- Bem, tem uma coisa... mas vamos deixar para conversar quando você chegar.
- É sobre o que?
- Quando você chegar conversamos. Boa sorte nos shows.
- Sam...
Desligo a chamada e me aproximo de Yang.
- Então realmente tem alguma coisa... - diz como se fosse um detetive.
- Sim, mas perdeu a chance de saber porque atendeu meu celular sem minha permissão.
Ela abre a boca. Curiosa como é, ela vai ficar indignada, mas não vou falar. Ela sem saber, me colocou em uma situação ruim.
- Aigoo, desculpa. Me conta por favor!- junta as mãos.
- Ani, não vou! - ajeito a tipóia. - Já escureceu. Venha, vou te levar no dormitório antes que alguém venha nos repreender.
- Mas já? eu não quero entrar. Ficamos longe por muito tempo. - cruza os braços.
- Eu sei que ficamos, mas se formos repreendidas podem me proibir de vir aqui por te corromper ou algo do tipo, não posso te fazer desobedecer as regras senão não serei bem vinda, aí não poderemos mais nos ver. Eu prometo que virei esse final de semana.
- Okay. - bufa.
Andamos juntas pelos corredores silenciosos e frios. O barulho dos nossos pés batendo contra o piso limpo e branco ecoava pelo ambiente. Tudo aqui é branco demais, eu tenho fobia de branco, não sei se é porque o meu banheiro na época em que minha mãe morreu era branco, ou se é porque tinham todos aqueles médicos na minha casa, de branco. Aqui parece um hospital, é modonho de se andar de noite quando se está sozinha.
Antes de chegar ao dormitório da Yang, passamos pelo dormitório das adolescentes. Posso escutar as risadinhas delas ao me verem. São as mesmas que simularam a morte da minha mãe na banheira. Respiro fundo ao lembrar. Yang aperta minha mão e me lança um sorriso confortável, faço o mesmo, mas me sinto nervosa.
- Você pode ir daqui, não precisa ir até lá. Não quero que passe por aqui sozinha. - diz baixinho.
- Tudo bem, eu vou com você. - digo.
Ela hesita, mas cede.
Quando chegamos ao quarto, espero ela colocar o pijama e escovar os dentes. O ursinho que dei para ela está em cima de seu travesseiro. Pego-o e me permito lembrar de quando o ganhei, sem muito sucesso pois ela volta rápido.
- Estou pronta. - diz subindo na cama e deitando de barriga para cima. Como antigamente, eu puxo o cobertos e a cubro, pego o ursinho e coloco em seus braços.
Fico algum tempo com ela na esperança de que quando eu estiver indo embora, as meninas estejam dormindo.
- Boa noite, pequena. Sonhe com os anjos. - faço carinho em seu cabelo e dou um beijo em sua testa.
Me levanto, andando com cuidado em direção a porta.
- Você vai mesmo voltar? - pergunta abrindo os olhos.
Solto uma risada nasal e recuo me sentando ao seu lado.
- Vou. -beijo sua testa mais uma vez e observo seus olhos se fecharem lentamente e um leve ressonar sair de seus lábios.

Ando pelo corredor novamente, o celular no meu bolso vibra. Esperava que fosse Suga, mas é Mi-Cha.
- Estou saindo agora.
- Ok, estou aqui fora. - diz.
- Tô indo. - desligo. Assim que estou colocando o celular de volta no bolso, bato de frente em algo, ou melhor, em alguém.
Sinto o líquido quente ensopar minha blusa e parte da minha calça.
- Devia aprender a olhar por onde anda! - a voz enjoada e  familiar de In-Ah diz.
Reviro os olhos.
- O sujo falando do mal lavado. - digo e olho para a minha blusa. Julgando pelo cheiro adocicado, é café com leite, sei que vai ficar tudo grudando, a sensação me faz sentir um nervoso imenso.
Isso é tudo o que eu queria evitar, eu realmente não queria topar com essa menina.
Desvio dela e dou um passo, ela me impede, se colocando na minha frente.
- Como pode ver, eu também virei amiga das tias da cozinha e posso andar pelo internato tarde. - sorri se vangloriando.
Sério isso?
- Parabéns. - digo sem ânimo e mais uma vez tento desviar, ela se põe na minha fremte novamente. - O que você quer In-Ah?
- Não foi presa por ter matado sua mãe? Eu esperava mais da polícia coreana. Temos uma americana assassina solta pelas ruas de Seul. - ri.
A raiva me sobe e eu me segura para não explodir. Como ela pode falar isso? Como pode ser tão mesquinha? como ousa tocar nesse assunto ou falar da minha mãe?
- Exatamente. - Me aproximo de seu ouvido. - Eu estou solta pelas ruas, posso ir e vir para onde eu quiser e você está aqui PRESA. - me afasto, olhando em seus olhos. - Tem mais alguma coisa da qual queira se vangloriar? - pergunto, desafiando-a.
Ela fica imóvel, claramente afetada.
- Ótimo. - digo e passo por ela.
Não, não me sinto bem pelo que fiz. Não me sinto bem por ter usado o internato como arma para machucá-la, eu sei que o que ela mais quer é sair daqui, é ser livre e ela será quando completar 18. Mas no momento é aqui que ela está e ela não pensou duas vezes antes de usar as palavras que ela sabia que me machucaria. Não sou esse tipo de pessoa que tripudia em cima dos outros, mas estou cansada de deixar tudo passar.

Me despeço do porteiro e entro no carro de Mi-Cha.
- Credo, o que aconteceu? - pergunta.
- Uma idiota derrubou café com leite em mim de propósito. - quase berro, eu estava muito irritada.
- Tem toda razão, ela é uma idiota. - diz concordando comigo, claramente assustada ou surpresa, ela nunca me vira tão nervosa.
- Pode passar na Big Hit para eu trocar de roupa? - pergunto.
- Claro, posso sim, com certeza. - diz, dando partida no carro.
A viagem e feita em silêncio, eu estava agoniada com a roupa pregando no meu corpo. Isso é nojento. Que diabos, ela colocou o saco todinho de açúcar no leite? Se continuar assim logo ela vai receber um diagnóstico de diabetes.
Assim que chegamos na Big Hit, peço para Mi-Cha me esperar no carro pois não irei demorar, ela obedece.
Subo as escadas de dois em dois escutando seus gritos atrás de mim me pedindo para ter cuidado, ela está traumatizada com escadas.
Coloco a chave na fechadura do meu quarto, mas a chave não roda. Me certifico de estar usando a chave certa, mas a chave não gira de modo algum. Ao olhar para a chave na fechadura, vejo a luz saindo por baixo da porta.
Engulo em seco.
Quando giro a maçaneta, a porta já está aberta, a luz está ligada.
A porta se abre e meu coração salta com a visão.
Lee está olhando pela janela, ele se vira assim que escuta o rangido da porta e sorri.
- Samantha, eu estava esperando por você.

 


Notas Finais


Comentem pfv, estou meio desmotivada e os comentários ajudam bastante <3
FICARAM SABENDO QUE BTS TA GRAVANDO MV NOVO? EU TO QUASE MORRENDO, NEM ME RECUPEREI DE BST AINDA MANOOOO
AAAH VENHO HUMILDEMENTE PEDIR QUE ASSISTAM AO MV DO CHEN, BAEK E XIUMIN DO EXO #HeyMama <3 Ajudem meus mozões <3 deem uma olhada no comeback do VIXX tambem, está lacroso demais <3
bjuuus <3


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