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História Is That You (Suga) - Im Not Safe


Escrita por: ItsBTS

Notas do Autor


NÃO TENHO DESCULPAS DESSA VEZ, MIL PERDÕES!
Eu comecei a assistir um monte de dorama de uma vez e simplesmente só queria saber de dorama.
Escrevi, ta aí mais um capítulo, desculpem a demora e desculpem qualquer erro que eu tenha cometido.
Bjs e boa leitura <3

Capítulo 20 - Im Not Safe


Fanfic / Fanfiction Is That You (Suga) - Im Not Safe

Cambaleio para trás. Minhas pernas parecem ter virado borracha e eu tenho que me apoiar na cômoda para não cair.
Ele sorri de canto.
- O..o..o que está fazendo aqui? C..como conseguiu entrar? - sinto o nó se formar em minha garganta.
- Como eu disse, eu estava esperando por você. - ele gira um pequeno chaveiro na ponta do dedo, reconheço-o instantâneamente.  É o chaveiro que fica na sala de segurança. O guarda têm uma cópia de todas as chaves, suprimo um suspiro de pânico.
- E..eu estou de saída. - gaguejo, isso acaba demonstrando que estou com medo, ou melhor, estou em pânico, mas isso só parece divertí-lo ainda mais, vejo isso pelo sorriso de satisfação que se abre em seu rosto.
- Mas acabou de chegar. - levanta as sobrancelhas e dá um passo em minha direção, balançando a cabeça suavemente de modo sombrio. Ele com certeza era um psicopata.
- Mi-Cha está me esperando...- digo apressada recuando até minhas costas baterem contra o móvel, que faz um barrulho ao ser empurrado contra a parede.
- Cuidado, não queremos que se machuque de novo. - dá mais um passo, colocando as mãos dentro dos bolsos da calça preta apertada que deve ter custado mais que dois meses de salário meu. - Mande ela ir embora para casa, você não vai mais. Temos que conversar sobre um assunto muito sério. - seu sorriso some e ele finge uma expressão preocupada.
- E..eu não p..posso. Nós marcamos isso há muito tempo, ela vai achar estranho. - tento conter a voz mas ela sai mais trêmula do que eu gostaria.
- Eu tenho certeza que você pode cuidar disso amanhã. Você pode inventar uma boa desculpa. Francamente - ele ri, ri mesmo.- cair da escada foi jogada de mestre, você me surpreendeu. - ele limpa as lágrimas do canto dos olhos e volta a por as mãos nos bolsos. - Vejo que entendeu o recado. - ele coloca o dedo indicador na frente dos lábios- Shhhh. - sussurra.
- Entendi. - balanço a cabeça positivamente.
A medida que ele se aproxima, flashs apagam minha visão repetidas vezes. Ele batendo no meu rosto, a dor que senti ao meu ombro deslocar, a fraqueza nas pernas.
Meus olhos se arregalaram.
Ele ri de novo e cobre a boca.
- Essa é a minha expressão preferida. Ou melhor, uma das preferidas. Nada se compara àquela careta de dor quando puxei seu braço. Eu não planejava te machucar tanto, eu deveria pedir desculpas. - ele olha para o chão.
Solto a respiração.
- Mas não seriam palavras sinceras. Eu gostei bastante dos nossos momentos juntos, eles ficarão guardados aqui. - ele coloca a mão sobre o coração e franze os lábios em ironia. - Você se lembra deles?
Fico calada.
Ele continua me encarando.
Internamente rezo pela impaciência de Mi-Cha se manifestar e ela vir aqui dentro me procurar. Eu não quero sentir tudo aquilo de novo. O que ele fará dessa vez? Deslocará meu outro ombro? Ou quem sabe uma perna? Eu não consigo duvidar de nada porque sei que ele seria capaz de tudo, isso me dá mais medo ainda. Eu queria que houvesse um pouco de humanidade dele, um pouco de amor, apenas o bastante para que ele não se aproximasse mais. Mas ele gosta desse jogo e infelizmente eu estou jogando do jeito que ele quer, mesmo sem querer, a partir do momento em que fico com medo já estou jogando do jeito que ele quer.
- Você lembra? - diz cerrando os dentes, sua paciência se esvaindo.  Ele desvia o olhar e solta uma risada nasal. - Vou considerar isso como sendo um "não". Então permita-me lembrá-la. - anda em passos duros até mim e ergue a mão.
Meus olhos se arregalam e eu tento recuar, mas o armário me impede. Solto um grito silencioso de pânico.
- Sam, foi mandar fazer a roupa? - escuto a voz estridente de Mi-Cha vinda do corredor, seguido do estrondo da porta dos fundos batendo.
Suspiro, quase ajoelhando para agradecer a Deus por ter ouvido minhas preces. Era como se eu pudesse voltar a respirar.
Lee recua imediatamente, os olhos raiados de sangue, cheio de fúria suavizam e parecem desesperados enquanto ele olha em volta.
Os passos se aproximam cada vez mais. Pego a bolsa em cima da cama e coloco a blusa amarrotada que está em cima da cama nela e um short que está na gaveta da cõmoda na qual eu estava encostada. Saio e fecho a porta atrás de mim, batendo de frente com ela.
- O que foi, maluca? Parece que viu um fantasma. - dá um passo atrás.
Tento sorrir, mas tenho certeza que saiu bem estranho.
- Você ainda não se trocou? - revira os olhos e passa por mim, agarrando a maçaneta.
- Eu já peguei roupa. - seguro a mão dela.
Ela semicerra os olhos.
- Você não quer que eu veja alguma coisa...
Merda, por que ele me conhece tão bem? Isso é tão bom, mas ao mesmo tempo é tão ruim.
- Está uma bagunça.
- Suas narinas estão abrindo, você está mentindo.
- O que é isso? FBI? - começo a rir e a expressão dela suaviza e ela ri também.
- A água daqui está gelada. - faço beicinho. - quero me dar ao luxo de tomar um banho quente na casa da minha amiga rica.
Ela ri e me puxa pelo braço. Olho  para trás novamente sentindo vontade de nunca mais voltar a por os pés alí.

Dentro do carro, as palpitações no meu coração se acalmam aos poucos, mas leva mais tempo do que deveria. Era como se meu cérebro estivesse rodopiando dentro da minha cabeça e fazendo um emaranhado de pensamentos que me deixavam cada vez mais confusa.
A voz de Mi-Cha era apenas um zumbido. Eu não me lembrava da última vez que eu sentira tanto medo. Os pelos da minha nuca se eriçavam toda vez que eu me lembrava das palavras dele, domo modo como sua boca se movia com a graciosidade que só uma pessoa doente teria para falar tanta maldade.
Eu me sentia ameaçada, observada o tempo todo, aquilo poderia me levar á loucura se eu não fosse tão consciente disso.
- Por que está tão apreensiva?
- O que? Não...não estou. -sorrio.
-Suas narinas estão abrindo de novo. -diz e volta a olhar pra estrada.
- Que horror, olha o que você fica reparando. Que coisa bizarra. - dou um tapa nela e começo a rir, ela se junta a mim.
- Eu não assisto "Lie to me" sem motivo.
Deixamos a música preencher o espaço e o silêncio de nossas vozes se instalava calmamente.

(...)

- Eu sei que você queria tomar banho de água quente, mas eu não sou sócia da empresa de distrubuição de água, Samantha Hastings. - diz do outro lado da porta.
- Já estou saindo, antipática. - grito.
Desligo o chuveiro e enrolo uma toalha no cabelo eoutra no corpo. Limpo o vapor do espelho e me encaro por um tempo.
Perdi bastante peso. Minhas bochechas fofinhas agora estão magras. Antigamente quando eu ficava depressiva, nervosa ou ansiosa a minha tendência era comer por mais que eu não estivesse com fome, então eu sempre engordava. Por isso vivia sempre fazendo dietas malucas para ficar como as meninas da minha escola. Hoje pouco me importa o modo como meu corpo está. Eu diria que a minha vaidade está se esvaindo mais a cada dia. Não estou feliz com a minha aparência. Embora eu só tenha dezoito, é como se o cansaço tivesse me castigado e de certa forma ele até me castigou. Pareço ter pelo menos vinte e três anos. Não me sinto nada feliz ou atraente. Me pego desejando não ter limpado o espelho.
Visto a roupa com cuidado por causa do braço ainda dolorido e o apoio na tipóia depois de pentear os cabelos.
Quando saio do banheiro, sinto um pouco de frio já que lá dentro estava quente por causa do vapor. Mi-Cha está esparramada no sofá vestindo um pijama de flanela rosa, coberta com um edredom florido e um balde de pipoca no colo. Na mesa em frente ao sofá vários pacotes de salgadinhos, chocolate, balas fini e até brigadeiro de colher que eu havia ensinado ela a fazer. Mas o que me fez rir foi que ao invés de coca-cola normal ela comprou zero açúcar e comprou suco natural também.
- É pra manter a dieta. - ela ri seguindo o meu olhar.
Me aconchego ao lado dela e ela pega o controle.
- O que preparou para nós?
- Nada mais nada menos que o melhor dorama de todos os tempos. - responde. - Noble, my love.
- Tá me zuando? Você nunca viu "Descendants of the sun"? Esse é o melhor dorama. - reclamo.
- Já assisti, também gosto, mas "Noble, my love" é o meu vício. - ameaça dar play e eu arranco o controle de sua mão.
- Não é justo. Temos que assistir algum que nenhuma de nós viu ainda.
Enquanto passo a lista de dramas coreanos na Netflix, Mi-Cha fica calada, dando para escutar apenas o barulho da pipoca sendo triturada em sua boca.
- Tá mastigando merda? - pergunto só para provocá-la.
- Não tô mastigando você. - responde com ar de riso e eu me viro boquiaberta.
- Sua... - ergo a mão com o controle e ela se encolhe rindo. - Você não pense que só porque eu tô sem um braço que eu não dou conta não, hein.
- Foi mal, foi mal. - protege o rosto e ambas rimos.
É bom vê-la finalmente rindo de verdade e não com aquela cara de tristeza de mais cedo.
- Agora me diz porque estava triste mais cedo. - encosto nela novamente e puxo o cobertor para me cobrir também.
-Ah...- ela remexe na pipoca. - acho que eu nunca gostei de alguém assim...como eu gosto do NamJoon. Tanto você quanto eu sabemos como pode ser complicado ser a namorada de um idol.
Engulo em seco. Não sou namorada do Suga.
- Só gostar de um idol já é extremamente complicado. Receberemos hates, podemos ser perseguidas por sasaengs, vão nos infernizar, inventar rumores, vão procurar tudo sobre nós e isso não é nem metade de tudo o que poderia acontecer. Fico me perguntando se eu aguentaria passar por isso. Por mais que haja amor, nem todo mundo aguenta viver dessa forma. Pra piorar, eu nunca soube lidar com os meus sentimentos. - ela ri enquanto enxuga uma lágrima. - então eu não sei como controlar a intensidade do que eu sinto e sempre quando alguma coisa vai bem demais, eu sinto que vou me fuder.
- Eu também. - digo sinceramente. Quando a minha vida ou alguma coisa específica está dando muito certo, está indo muito bem, já sei que vai dar merda.
- E eu tô sentindo saudades dele. - choraminga. - eu sei que nem faz muito tempo que ele foi embora, mas eu sinto. Não sou acostumada com distância e tem tantas mulheres atrás dele que eu sei que ele pode encontrar alguém bem melhor.
- Ih caralho, pode parar. - levanto do sofá e coloco as mãos na cintura. - Não é pra você ficar insegura e nem se rebaixar por causa de homem. Que porra é essa? Nunca vi você sendo insegura. Não permito, ou melhor, não aceito que se sinta inferior ou menos bonita e atraente por causa de um homem, ele pode ser Kim NamJoon, mas você é a Mi-Cha, não importa o quão lindo ele seja ou a quantidade de mulheres que estão atrás dele, ele quis você e não foi atoa. Portando, se chorar por isso mais uma vez eu vou dar na sua cara com esse controle até seus dentes quebrarem.
Ela me olhava com os olhos arregalados.
É , falando desse jeito eu até pareço alguém confiante e que sabe o que fazer com a própria vida. É aquela coisa né, eu sou ótima com conselhos para os outros, mas comigo eu não sei o que fazer.
- Não é só por isso, - funga e seca as lágrimas. - David veio falar comigo.
Franzo a testa.
- O que ele queria?
- Foi ele quem me disse essas coisas e então eu comecei a ficar sismada... mas ele tem razão Sam.. se pararmos para pensar...
Sinto a raiva começar a transparecer em meu rosto. Como esse ser humano ridículo e deprimente pode falar uma coisa dessas? Como ele pode querer enfiar coisas na cabeça da Mi-Cha somente para destruir o relacionamento dela e ainda por cima diminuir sua auto-estima, ele é realmente deprimente.
- Aigoo, é isso que ele quer. Ele quer fazer você se sentir exatamente como você está se sentindo. Isso é dor de cotovelo porque ele terminou o namoro de vocês naquela época e agora viu o que perdeu. Não se deixe invenenar por esse babaca. - me jogo ao seu lado e arranco o balde de pipocas da sua mão e enfio um punhado na boca.
Observo com o canto do olho ela sorrir e se recostar no sofá de novo.
- Escolheu um filme e não um dorama.
- Eu sei né. - resmungo com a boca cheia.
- Pure Love? Já ouvi falar. É com aquele rapaz do EXO, o KyungSoo. Ele é maravilhoso.
- Eu sei, por isso escolhi ele. - dou risada.

Para quem não gosta de filmes simples e de um romance totalmente puro, esse filme com certeza não seria o indicado. Sim, é um bom filme para quem sabe apreciar e se colocar dentro da história. Não tem um final feliz e é daquele tipo de filme que você fica pensando nele depois de assistir e se você for emotiva como a Mi-Cha, mesmo depois de terminar o filme você vai continuar chorando por pelo menos dez minutos. Até mesmo eu que não costumo chorar com filmes me rendi a Pure Love. No momento em que ele resgata o corpo dela já sem vida, do mar, o modo como sua amiga se põe de joelhos e implora pela vida dela de volta, o modo como KyungSoo chora, realmente foi inevitável não me juntar ao choro.
É estranho como se demora nove meses para formar uma vida e segundos para acabar com uma. Me pergunto quantas pessoas já tiraram a própria vida por decepções, por ter que desistir de seus sonhos de tal maneira que seria melhor morrer do que não poder realizá-los. Algumas pessoas encaram os sonhos e desejos de alguém como mero capricho "isso é frescura", eles dizem. Se fosse só um capricho não haveriam pessoas que desistem da vida por causa disso. Eu creio que os nossos sonhos nos movem. É, eu sempre pensei assim. Quão solitária e entediada seria a vida de alguém que não tem ambição por realizar seus desejos? Felizmente eu nunca conheci alguém que não tivesse nenhuma vontade de realizar algo. Seria praticamente como ser um morto-vivo. Seria assustador.
Outra coisa que me cativa é o modo como o amor vai aparecendo aos poucos. Eu gosto desse tipo de romance onde as coisas acontecem lentamente, eu gosto de ver as pessoas se apaixonando gradativamente, sem perceber.
- Se acha bonito porque não se apaixona de vez? - Mi-Cha diz e eu acabo percebendo que falei a última parte em voz alta.
Pigarreio.
- Porque é bonito com os outros, comigo não. - tomo um gole do suco e percebo que está com um pouco de álcool. Claro que estaria, é da Mi-Cha que estamos falando.
- Ah, corta essa. - resmunga lambendo o farelo de salgadinho do dedo.
- Eu não nasci para isso. - digo sentindo a queimação pouco familiar do álcool no estõmago. Não bebi muitas vezes, então é bem fácil para mim ficar alterada.  - Eu odeio beber. - tomo mais um gole me lembrando de como minha mãe ficava bêbada, aquilo me fez querer vomitar, mas logo a sensação passou depois de mais um gole.
- Todo mundo nasceu para isso, Sam.
- Minha mãe costumava dizer que eu não sou todo mundo.
Ela faz uma careta.
- Como será que eles estão lá ?
- Eles quem?
- Como assim eles quem?
- Aaah - bato na testa. Eu já sabia de quem ela estava falando, mas mesmo assim, eu não queria falar sobre eles agora.
- Nossa... - ela ri. - você já está ficando alterada? Eu nem coloquei muita vodka. - ri ainda mais.
- Eu não quero falar dele. Podemos fazer assim? - só quando digo isso que percebo como estou furiosa com ele por ter mentido para mim.
Eu planejava não falar nada, planejava deixar isso de lado, afinal de contas nós não temos compromisso. O que realmente me deixou irritada ao extremo foi que ele não precisava ter me dito nada mas ele sentiu que precisava me dar satisfação e ainda mentiu. Sim, me sinto uma puta por estar quase fazendo...aquilo...com ele e dizer que ele não tem que me dar satisfações, eu não sou esse tipo de garota, mas quando se trata dele eu realmente não sei quem sou. Pareço outra pessoa, eu fico fora de mim, é como se eu não pudesse me controlar ou não soubesse como me controlar.
Eu estoutão furiosa que meus olhos ardem. Eu vi minha mãe sofrer por traição, eu não quero passar pelo mesmo embora eu saiba que não chegaria a tal ponto que ela chegou. Eu simplesmente não aceito ser feita de trouxa.
As lágrimas aos poucos escorrem dos meus olhos. Estou frustrada.
Mi-Cha estava ocupada demais com as balas para reparar, mas assim que o fez ela jogou a embalagem de lado e se ajeitou no sofá rapidamente.
- O que eu fiz? Eu falei algo que não devia?
Balanço a cabeça negativamente.
- Me conta então. - a voz dela sai meio embolada por conta das três garrafas vazias de Soju.
- Homens são babacas.
- Eu concordo, você tem toda razão. - diz com os olhos pesados tomando mais um gole. - Eles só querem um buraco pra enfiar o pinto.
Fico parada por um momento até que começo a rir de um jeito preguiçoso e ela me acompanha. De repente minha risada feliz se transforma num chioramingo e eu volto a chorar.
- Porque ele mentiu para mim? Ele não precisava mentir, eu quero saber o que ele está escondendo. - cambaleio até a mesa e agarro o celular.
- O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO? - grita atrás de mim.
- VOU LIGAR E FALAR COM ELE. - digo com a voz embolada.
Minha visão estava estranha. Eu conseguia ver tudo com clareza mas ao mesmo tempo era como se eu fosse apagar a qualquer momento. Eu também sentia vontade de rir e de sentar no chão. Era ruim, mas era bom ao mesmo tempo. Só tinha uma coisa que eu estava com medo: Eu me sentia extremamente corajosa.
- TÁ MALUCA? VOCÊ TÁ DOIDA?
Me viro para trás e vejo ela levantando com a garrafa na mão.
- A pior coisa que uma menina pode fazer quando está bêbada é ligar pro boy - ela se aproxima e eu hesito. - sem a amiga do lado. - ela me entrega a garrafa - Isso é pra ganhar mais coragem. -tomo um gole.  Ela dá dois tapinhas nas minhas costas. - Isso, agora você já tem confiança o suficiente. FIGHTING!- ela ergue o punho no ar como se estivesse declarando uma guerra.
Começo a rir e disco o número.
- Gelo seco? - ela ri mais ainda. - Esse é o nome do contato dele?
O celular chama uma...duas...três vezes, no quarto toque ele atende.
- Sam? O que aconteceu? - sua voz era sonolenta.
Que horas eram?
Afasto o celular da orelha e olho o visor, faltam menos de cinco minutos para as três da madrugada.
- Fala alguma coisa. Você está bem?
Como ele pode ter esse efeito sobre mim? Porque ele se preocupa comigo? Porque ele mentiu? Porque finge estar preocupado e porque eu quero que ele continue fingindo? Basta uma palavra dele e eu desmancho toda. Eu me odeio por isso, e odeio-o ainda mais por causa disso.
O que está acontecendo comigo?
- Sam, vo...
- VOCÊ É UM GRANDE BABACA. - Digo e fungo, me embolando com as palavras.
- O q..- desligo o telefone antes dele dizer mais alguma coisa.
- UHUUUUUUL - Mi-Cha grita. - É assim que se faz garota. Vamos dançar, vem cá.
O celular em cima da mesa não parava de acender e vibrar. Aumentamos a música até que não pudesse mais escutar o toque.
O sofá e a mesa foram o palco das nossas apresentações de danças animadas e sexy's do Jay Park,  garrafas de cerveja vazia viraram microfones para os duetos melancólicos e por um momento, esquecemos dos corações partidos e dos garotos responsáveis por isso.

-PARA TUDO! MEU CELULAR TÁ TOCANDO! - Mi-Cha abaixa a música e eu continuo pulando no sofá enquanto ela atende a chamada.
Na tela do celular dela vejo o rosto sonolento de NamJoon. Deve ser uma chamada de vídeo.
Ele esfrega os olhos e do nada para, aproximando mais o rosto da tela.
- Ela está feliz. - Mi-Cha diz rindo. - Fala "oi" pra ele Sam.
Aceno ainda pulando, dando o meu melhor sorriso. Me sentia leve como uma pena, será que eu podia voar?
- "I wanna flyyyy"- começo a cantar GOT7.
- Você consegue, Sam!- Mi-Cha me incentiva.
- Olha que eu vooou heeein. - digo rindo me embolando nas palavras.
Eu me sentia incrível. Devia beber mais vezes.
NamJoon dá um sorriso estranho e olha para trás como se tivesse falando com alguém,  de repente Suga aparece do seu lado.
- Eita...- Mi-Cha esconde a boca e começa a rir.
- Que diabos? - YoonGi grita na tela do celular. - O que você deu pra ela?
- Aish, estamos nos divertindo. Não estrague a nossa noite. - grita manhosa.
- Aigoo, porque estão assim? - NamJoon olha para Suga que parece furioso.
- Olha o tanto de garrafa de Soju no chão...a Sam...tá abraçando uma garrafa? - ele aproxima ainda mais da tela.
- Sim, estou porque o Soju não me decepciona.  E eu estou aqui, para de falar como se eu não estivesse aqui. Você fala como se eu não estivesse aqui, eu não existo pra você? - começo a chorar.
Ele arregala os olhos e Mi-Cha começa a gritar com os dois. Sento no sofá e encaro a garrafa.
"Vou arrebentar sua cara" "Fez ela chorar" "Espero que queime a língua comendo ramén" - ela grita para a tela do celular e então começa a chorar também.
- Ei NamJoon oppa. - ela funga. - quando você vai voltar? Eu tô com saudades.
Ele ri do outro lado da tela.
- Eu também sinto sua falta mas não gosto do fato de você beber por isso. - ela abaixa a cabeça.
- Não bebi por isso...
- Foi porque então?
- É....- ela coça a cabeça.
- A gente queria se divertir. -pego o celular da mão dela e desligo a chamada.
- O que...- ela se inclina em minha direção e tenta pegar o celular mas acaba encostando a cabeça no meu ombro pegando no sono instantâneamente.
- Mi-Cha? - digo com uma voz engraçada que me faz rir. Balanço a mão em frente ao rosto dela, ela permanece imóvel.
Suspiro e coloco ela deitada. Minha cabeça está girando.
O meu celular e o dela vibram em sincronia mas eu não me incomodo com o barulho dessa vez. Encosto no sofá e deixo minha visão escurecer aos poucos.


(...)

A luz do sol incomoda a minha vista assim que abro os olhos, me obrigando a fechá-los rapidamente de novo. Coloco a mão na frente do rosto e abro os olhos novamente. Mi-Cha não está mais do meu lado.
Quando levanto me sinto com mal estar e um pouco tonta. Sinto uma mistura de gosto amargo e vômito na boca. Minha cabeça estava latejando forte.
- Eu nunca mais vou beber. - digo para mim mesma.
- É o que todos dizem. - Mi-Cha entra na sala andando arrastando os pés no chão com uma caneca fumegante na mão. Seus olhos estavam pesados e vermelhos com olheiras profundas, o meu não deve estar muito diferente.
Ela se senta na poltrona e põe a mão na cabeça, bufando.
- Merda.- resmunga.
- O que foi? - volto a deitar no sofá e a fechar os olhos.
Acho que posso vomitar a qualquer momento. Meu estômago dói, minha boca está seca e estou com muita sede, mas tenho medo de colocar algo no estômago e vomitar.
- Tem sopa de ressaca lá na cozinha. Seu eu fosse você pegava um pouco. - diz com a voz baixa e eu agradeço por isso.
- Fecha as cortinas pelo amor de Deus. - falo e me levanto indo em direção à cozinha. Encho uma caneca com a sopa e volto a me sentar no sofá. - vai demorar quanto tempo pra essa sensação ir embora? - choramingo.- Eu não me lembro de nada de ontem.
- Nem eu, bebemos demais. - ela toma um gole da bebida e faz uma careta.- Vai demorar umas seis horas no máximo para passar.
Aish, que grande merda. Porque diabos fui beber tanto? A constante sensação de que tem algo faltando por eu não me lembrar de quase nada me deixa louca.

- Merda, merda, merda, merda, merda. - Mi-Cha diz à medida que vai levantando olhando para o celular.
- Ai, fala baixo. - pressiono os olhos. - o que foi?
- Eles nos ligaram ontem.
Arregalo os olhos.
- O QUE?
Ela mostra a tela do celular para mim mostrando mais de vinte ligações perdidas.
- Não pode ser tão ruim já que não atendemos... - dou de ombros e ela sorri de um jeito esquisito como alguém que fez alguma merda. - O que?
- Parece que atendemos sim...- meu coração acelera e meus olhos se arregalam outra vez.
Meu Deus, estávamos bêbadas e atendemos uma ligação deles. Nada de bom resultaria disso e o que me deixa mais frustrada é que não me lembro de nada do que falamos e dizem que quem fica bêbado normalmente fica muito sincero e tem grande chance de abrir o coração e falar tudo o que pensa. Puta que pariu.
- E...foi uma chamada de vídeo. - ela se senta no sofá olhando para o celular perplexa.
Fico boquiaberta. Isso só está piorando.

POV YoonGi

- Conseguiu? - pergunto à NamJoon que responde com um aceno de cabeça. Bufo. - Onde elas estavam com a cabeça para beber tanto?
NamJoon solta uma risada nasal.
- A pergunta que não quer calar é "Eu não existo para você", porque ela disse isso?
- Ela estava bêbada, vai entender. - reviro os olhos.
Na verdade eu passei a noite em claro por causa disso. Algo está bem errado e isso tá me deixando louco.
- Ah claro... - revira os olhos enquanto mexe o café com uma colher.
- Quem estava bêbada? - Jimin entra na cozinha e abre a porta da geladeira.
- Mi-Cha.- digo.
- Porque estão surpresos com isso? - ele se vira para nos encarar.
- E Sam. - NamJoon completa.
- Uuh, a Sabrina?  isso é novo. O que será que aconteceu?
Dou de ombros.
- É o que nós queremos descobrir.
- Aigoo, estou realmente curioso agora. - se senta ao meu lado enquanto come algumas uvas.
- Para ela ter bebido alguma coisa estava muito errada. - diz Tae suavemente ao pegar um copo no armário.
Não gostei nada do tom de voz dele e muito menos do olhar dele de quem sabe algo mais. O que ele tem a ver com isso? Porque ele acha que sabe mais sobre ela do que eu? Será que ele sabe ?
- O que você sabe?
Ele me olha e dá de ombros tomando um gole de suco.
- Não sei de nada.
- Era suposto você saber, Suga. Todos sabemos desde que saimos com ela pela primeira vez que ela não é de beber.- Jin se intromete.
Todos me encaram por um momento.
- PORQUE EU TENHO QUE SABER DE TUDO? Aigoo. - bato com as palmas da mão contra a mesa e levanto.
Não vejo motivos para continuar alí na cozinha já que todos estão me olhando como se eu tivesse duas cabeças. Sam é bem grandinha e sabe o que faz, não fui eu quem a mande beber... mas seria eu o motivo de ela ter bebido?
" Você é um grande babaca"
"Eu não existo pra você?"
"O soju não me decepciona"
Aquelas palavras me atormentariam até o dia da minha volta à Coréia e então eu poderia conversar com ela e exclarecer tudo isso.


3 DIAS DEPOIS

POV Sam

Quando bato na porta de Bang PD-ssi, a cafeína já tomou o meu corpo. Estou mais desperta e com a visão afiada, me ajudando a esquecer o sonho esquisito que tive naquela noite.
Por que eu sonharia com Lee? Porque diabos ele estava lá? até meus pensamentos ele invadiu. Não me sinto confortável nem em meus próprios sonhos.
Não era ele como ele é agora. Era uma versão bem mais jovem , com o rosto mais arredondado e olhos ainda mais psicopatas, que pareciam ter amadurecido rápido demais. Foi esquisito, desconfortável, desconfortável demais para que eu pudesse voltar a dormir quando acordei de madrugada.
 Assim que Hyuk-ssi me autoriza a entrar eu sento na cadeira á sua frente, do outro lado da mesa. Quando ele finalmente desvia o olhar do computador para me encarar, ele sorri.
- Bom, Mi-Cha me disse que você precisava falar comigo. Fiquei surpreso por ela ter falado comigo ao invés de você. - entrelaça os dedos em cima da mesa.
Mi-Cha, sua pentelha. Ela havia me dito que ele quem queria falar comigo. Sei bem sobre o que ela quer que conversemos. Fico um pouco agradecida por ela ter dado o primeiro passo em meu lugar. Caso ela não o fizesse, eu não tenho certeza se chegaria a ter essa conversa com ele algum dia.
- Me desculpe. Eu não sabia que ela havia ido falar com o senhor. - faço uma breve reverência com a cabeça em sinal de respeito.
Ele sorri levemente.
- Tudo bem, mas já que nós já estamos aqui vamos aproveitar para falar sobre isso.
Assinto.
- Uh... eu estava pensando... que..uh...- hesito. - eu gostaria de estudar. Não que eu não goste do que eu faço aqui, de modo algum - digo rápido percebendo que ele pode se ofender com minhas palavras. - eu apenas quero enxergar um passo à frente. Eu tenho dezoito anos, sou grata pela ajuda e oportunidade que tem me oferecido mas não, Hyuk-ssi, não sei por quanto tempo viverei e não posso dizer que eu quero passar toda a minha vida sendo uma faxineira. - digo a última parte mais baixo do que gostaria.
Ele assente en concordância, mostrando que está atento às minhas palavras.
- Eu ficaria decepcionado se você não quisesse algo mais da vida.
Dou um sorriso pequeno.
- Uma vez uma pessoa me disse que se eu acreditar que minha vida está ótima, ela vai ficar estagnada. Porque se ela já está ótima, não tem necessidade de mudar e buscar algo mais.  Não sei se realmente existe alguma pessoa que tem uma vida boa o suficiente para não precisar de mudanças, mas eu quero correr atrás disso.
- Sam, eu sei que não nos conhecemos há muito tempo, mas tenho uma enorme consideração por você. Como você sabe, Sook e eu somos bastante amigos e por ela ter feito tanto por você, por ela ter tanto carinho por você e ter confiado em mim para te ajudar, por ter passado essa responsabilidade para mim. Ela nunca foi uma pessoa de se apegar muito aos outros, e por ela ter um apego por você eu creio que você tem algo especial... eu sinto que não posso decepcioná-la. É por isso que eu vou ajudar você no que for preciso, como eu puder.
Aquelas palavras tocaram o fundo da minha alma. Eu sentia que podia contar com ele e isso era extremamente reconfortante e consolador. Eu podia contar com alguém.
- Obrigada. - faço uma reverência com a cabeça novamente.
- Procure a faculdade e estude o quanto for preciso para conseguir uma boa bolsa de estudos. Organizaremos seus horários para que você tenha algum tempo para se dedicar e estudar. Me deixe saber quando estiver resolvido.
Assinto e me levanto, agradecendo pelo menos mais três vezes antes de me retirar.
Quando fecho a porta atrás de mim eu me sinto aliviada. Era como se um peso tivesse sido arrancado do meu peito. Eu estava mais leve. Era menos uma preocupação na minha cabeça. Eu tinha ajuda e autorização para zelar pelo meu futuro, eu sentia que finalmente minha vida poderia caminhar para frente dessa vez.

(...)
- MI-CHA! - grito assim que chego no refeitório em jogo em cima dela no banco. Meu braço ainda está dolorido, mas não como antes. Acho que nem preciso mais usar a tipóia.
- O que é isso? - ela se assusta e ahjumma vem correndo da cozinha e coloca a mão no coração, suspirando aliviada ao ver que nada tinha acontecido.
- Vocês ainda vão matar essa pobre velha. - ela levanta a colher de pau e balança no ar.  - Sam, você ainda não comeu. Eu separei arroz e atum para você. Chega de comer tanto ramén, você vai acabar ficando doente. Coma algo decente dessa vez. Não esqueça dos rabanetes em conserva.
- Eu detesto rabanete, ahjumma-ah. - reclamo.
- Sem protestos. - ela volta para a cozinha.
- Hm, parece que você tem uma omma postiça. - Mi-Cha ri.
- Acho que sim. - sorrio de volta.
- Qual é a do rabanete?
- Ela diz que vai ajudar a curar o braço.
- O que tem a ver?
Dou de ombros.
- Melhor não contrariar. Da última vez que tentei, ela me bateu com pano de prato.
Mi-Cha desata a rir.
- Porque está tão feliz? Falou com Hyuk-ssi?
Assinto batendo palmas.
- Não me agradeça, você faria o mesmo por mim.
Sim, eu faria.
- Temos que ir atrás da faculdade...você já decidiu o curso?
- Tenho pensado em alguns...
Eu estive pensando muito ao longo desses dias...embora não tivesse uma previsão ou até planos de falar com Bang PD, é um assunto que não sai da minha cabeça desde que falei com Yang. Gostei do modo como ela reagiu, aco que estou fazendo a coisa certa. Esse assunto também tem me ajudado, tenho usado ele como refúgio para não pensar em Suga ou no que quer que eu tenha falado para ele na chamada de vídeo, embora Mi-Cha tenha falado com NamJoon e ele tenha garantido que não aconteceu nada e que ele apenas ligou para verificar se estava tudo bem, eu tenho um mal pressentimento sobre isso. É como se ele não estivesse falando tudo, isso me preocupa bastante.
Mi-Cha e eu passamos o resto do almoço vendo as apresentações dos meninos que aconteceram naquela semana e tweetamos alguma coisa também, elogiando-os por terem trabalhado duro.
No final do dia, depois de trancar tudo e me certificar de pegar a chave do meu quarto enquanto o segurança ia ao banheiro. Eu devolveria no dia seguinte, só não queria deixa-la alí para que Lee pudesse pegá-la novamente e me surpreender.
Entediada por não conseguir dormir, fiquei rolando na cama me perguntando o que será que Suga está fazendo a essa hora.. estaria ele dormindo?
Sem pensar muito, disco o número de Hoseok e ele atende no segundo toque.
- Yeoboseyo?
- Annyeong, Hobi.
- Sam? Como está?
- Bem, e vc?
- Bem... como andam as coisa por aí? Deve estar bem chato sem a gente. - ri.
Sorrio.
- Não tenha dúvidas. - respondo. - Como foram os shows?
- Maravilhosos. Estamos bastante cansados, mas fico feliz porque isso significa que trabalhamos duro. - diz com a voz feliz.
- Ah sim, eu vi as apresentações pelo youtube. Vocês estiveram ótimos, fizeram um bom trabalho. Os ensaios com certeza valeram a pena, se saíram muito bem. Eu gostei muito.
- Gomabseubnida, Sam. Seria bom se um dia você pudesse vir conosco e assistir ao show ao vivo.
Meu coração acelera com a idéia de ir em um show deles, mas isso agora é tecnicamente impossível já que não posso sair daqui. Mas eu sempre quis tanto isso. O simples fato de estar sendo convidada por um deles faz valer a pena esperar mais um pouco.
- Sim, quem sabe um dia não é?
- Com certeza traremos você e a Mi-Cha um dia desses. - ri.
"Quem é? "- escuto alguém falar com Hobi, do outro lado da linha.
- É a Sam.
"Deixe eu falar com ela" - pede.
- Sam, eu vou passar para o Jin hyung, okay?
Suspiro de alívio por não ser o Suga.
- Tudo bem. Foi bom falar com você. Descanse bem. Boa noite. - me despeço.
- Ye, você também.
-Yeoboseyo?
- Jin oppa!
- Como está? - diz depois de rir.
- Bem, o braço está melhor. - digo.
- Uh, isso é bom. Repousou bem..
- Hmm...- gaguejo. - Ye...
- Muito bem... fiquei sabendo que você bebeu um pouco além da conta. - diz cautelosamente.
Faço uma careta me lamentando. Não quero mesmo que Jin pense mal de mim.
- Escuta, eu sei que somos jovens e tendemos a fazer essas coisas ás vezes, é normal e até bom fazer isso de vez em quando. Mas apenas tenha cuidado, ok? Eu sei que você não é de beber, então algo deve ter acontecido para que você o fizesse. Sinta-se livre para me contar se quiser, mas se não quiser eu não vou perguntar. Se quiser me dizer mas não está confortável agora, tudo bem também. Basta me chamar se quiser alguém para conversar.
Assinto, mas me lembro que ele não pode me ver.
- Sim, obrigada por isso. - fecho os olhos.
Não quero mesmo falar disso agora e ainda mais por telefone. Eu nem sei se tive mesmo um motivo para beber. E se meu motivo para beber foi YoonGi, me sinto mal por isso. Eu não seria tao diferente da minha mãe afinal, se fosse esse o caso. É algo que eu preciso pensar. É estranho falar isso, mas preciso ter uma conversa comigo mesma.
- Estou cansado, o dia foi cheio. Nos falamos amanhã, tudo bem?
- Ye... descanse bem, oppa. - digo e posso imaginar seu rosto se corando.
- Aish.. - ele ri.
- Você estava ótimo no show. Mas foi engraçado quando confundiu o microfone com a garrafa de água. - dou risada ao me lembrar de seu embaraço.
- Aigoo, eu estava desatento. - ri sem graça. - gagi, vamos dormir.
- Gwaenchanh-a (tá bom) . Boa noite.
- Ah, Sam! - ele chama. - espere um pouco... alguém precisa falar com você.
A linha fica muda por um segundo ate que eu escuto o barulho da respiração do outro lado.
- Você está brava comigo?
Fecho os olhos e suspiro.
É muito bom escutar a voz dele... estranhamente aquecedor.
"Era o Jin" a lembrança vem à minha cabeça.
- Acho que não é a melhor hora para falar disso e nem o modo correto. - me refiro a falar pelo telefone.
- Porque não pode simplesmente me falar? Ou então me deixe saber apenas do que se trata. Estou prestes a enlouquecer sem saber o motivo. A primeira coisa que farei ao chegar é ira trás de você, saiba disso.
Eu podia notar a urgência em sua voz.
- Não vou falar disso aqui. Estou cansada, preciso dormir,manhã tenho um dia cheio.
- Ei, eu também tenho um dia cheio amanhã. Podia estar dormindo também , no entanto estou abrindo mão de alguns minutos do meu sono para falar com você, não percebe isso?
Engulo em seco.
Eu percebo isso, mas não posso apenas me deixar levar por isso. Preciso me manter firme para que ele saiba que estou chateada, magoada e frustrada por conta do que ele fez. Seu eu desculpá-lo fácil, se eu simplesmente ceder, ele vai voltar a fazê-lo. Eu não consigo entender o porquê de uma pessoa que diz odiar mentiras, contar uma mentira sem necessidade, não faz sentido. Eu preciso fazer isso por mim mesma também. Eu quero contar logo, eu também estou impaciente, eu também quero respostas, quero resolver isso de uma vez, mas eu tenho medo da verdade... por isso estou adiando, preciso construir a minha barreira antes de saber a verdade...
- É melhor você dormir então. - digo, com lágrimas nos olhos.
- Ei...
Desligo a chamada e enfio a cara no travesseiro.
Eu quero me proximar dele, quero chegar mais perto. Mas a cada passo que dou, ele parece se distanciar mais e cada vez que algo como isso acontece, a dintância parece aumentar três passos e então todo o nosso progresso tem sido em vão. Será que realmente vale a pena passar por isso? Será que vale a pena sentir tudo isso? Me desgastar tanto? Se vale a pena ou não, não importa não é mesmo? Eu não posso escolher. Não posso decidir se vou ou não ter sentimentos para ele. Não é algo que você possa simplesmente desligar como um interruptor e mesmo se pudesse, eu não sei se desligaria e se me perguntarem porque, eu não vou saber responder. É mesmo assim? O amor é mesmo assim? Inexplicável, confuso, indefinido e carregado de sensações que você nunca sentiu antes?
" Você sabe o que é o amor, Sam?"
"Sim"
" O que é?"
"É um sentimento que você tem por alguém e que te faz querer ficar junto com a pessoa né?..."
Minha mãe riu e passou a mão no meu cabelo.
"Isso é carinho e afeição. Eu quero saber o que é amor..."
Dei de ombros.
" Sam, se algum dia você perguntar a alguém o que é amor e essa pessoa souber te responder exatamente o que é amor, o que ela sente por você..."
"Então ela vai ser a pessoa certa para mim né? Eu vou ter mostrado a ela o que é amor e por isso ela vai saber me dizer? "
Ela sorri pequeno e segura o meu rosto.
" Se essa pessoa souber te dizer, então ela não te ama"
Meu sorriso se desfez.
"Quem sabe explicar o que é o amor, nunca amou de verdade. Não existem palavras que expressem o que é o amor, por mais mais que você passe horas procurando a palavra certa, ela nunca vai ser o bastante para dizer o que você sente aqui" ela aponta para o meu coração.
" Então como eu vou saber, mamãe?"
" Você vai saber..."
Eu tinha apenas 11 anos quando tivemos essa conversa depois de assistirmos a um filme de princesa. Eu era bastante curiosa, estava sempre pronta para fazer perguntas e ela sempre estava pronta para respondê-las da forma mais paciente e delicada possível...
(...)

As mãos frias pressionavam meus braços contra o colchão.
- Ai..- resmunguei sentindo o ombro latejar.
O peso sobre o meu corpo me prendia no colchão.
Meus olhos estavam pesados demais para se abrirem, eu estava sonhando novamente? Por mais que eu tentasse me mover, o corpo permanecia parado, eu não tinha força suficiente.
Senti lábios gelados contra o meu maxilar, seguindo a linha do pescoço até a clavícula.
Abro os olhos arregalando-os, pronta para gritar mas a mão que antes prendia meu braço tapou minha boca.
Aqueles olhos, os olhos que pareciam ter perdido sua inocência e pureza, raiados de sangue, olhos de alguém que amadureceu rápido demais, olhos cheios de desconfiança e maldade. Lee estava em cima de mim.


Notas Finais


Eii, eu tenho uma boa notícia. Como o final do ano está aí (grazadeus), minhas aulas terminam na primeira semana de dezembro, então eu com certeza postarei com mais frequência já que terei mais tempo livre né..
Estava com saudades de vcs, desculpem mesmo a demora. Mas fiquem despreocupadas, eu não vou abandonar a fic. Se tiverem algum dorama para me indicar, estou aceitando.
Bjs no kokoro <3
PS: genteeeeeeeeeeeeeeee eu tô doidona, BTS vai vir pro BRASIL E EU TENHO QUE VENDER MEU BOGA PRA CONSEGUIR O MONEY PRA IR NO SHOW E AINDA COMPRAR PASSAGEM PQ SOU POBRE. C~ES NÃO TAO ENTENDENDO, EU VOU COM CERTEZA JÁ QUE MEU PAI E EU TEMOS UM TRATO E EU ESPERO QUE ELE CUMPRA. PORTANTO, ESTOU ACEITANDO ABRIGO EM SAO PAULO VIU GENTE KKKKKK QUEM QUISER ABRIR AS PORTAS DE CASA PARA MIM, TÔ DENTRO, EU POSSO ATÉ LAVAR A LOUÇA KKKKK ENFIM, QUEM AQUI VAI? FICO TRISTE POR QUEM NÃO VAI PODER IR PQ TIPO, SAO PAULO É LONGE PRA ALGUMAS PESSOAS E AS VEZES A PESSOA NÃO TEM DINHEIRO OU OS PAIS NÃO DEIXAM.. ACHO MT INJUSTO SER SÓ EM SAO PAULO... ENFIM, BJS <3


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