Aomine e Kagami se encararam por um momento, o ruivo o observava cheio de expectativa, aguardando impacientemente por seu primeiro movimento. Ele sabia o quão imprevisível o moreno conseguia ser quando estava realmente interessado em uma partida.
- Tente não deixar esse jogo ser entediante. – disse antes de se movimentar, não perdendo a oportunidade de provocar o ruivo uma última vez.
- Diga isso a si mesmo. – Kagami rebateu no mesmo tom de provocação.
Quando Aomine fez seu primeiro movimento para a direita Kagami o barrou, esticando os braços, em uma tentativa falha de atrapalhar seus movimentos. Obviamente aquilo não surtiu nenhum efeito no moreno, ele quicou a bola para a direita por entre as pernas e seguiu o movimento com o corpo. Em seguida, ele correu pela lateral da quadra com Kagami em seu encalço e deu uma parada brusca assim que ficou perto o suficiente da cesta, jogando o corpo para a direção oposta, passando pelo ruivo e saltando para enterrar a bola.
Entretanto, era óbvio que o ruivo não iria deixar que ele marcasse assim tão facilmente. No momento em que Aomine parou bruscamente e passou por ele, o ruivo supôs o que ele faria a seguir.
- Não vai ser tão fácil assim! – gritou decidido.
Com isso em mente ele seguiu na mesma direção do moreno e se virou, pulando sem hesitar, conseguindo alcançar e impedir a enterrada de Aomine no momento certo.
No instante que os pês de ambos tocaram o chão Kagami não perdeu tempo e correu, tomando a posse da bola.
- Agora é a minha vez! – disse sorrindo animado enquanto andava até o circulo central da quadra.
Essa era a sua vez e ele dizia a si mesmo que tinha que ser primeiro a marcar um ponto nessa partida. Os minutos seguintes do jogo seguiram o mesmo ritmo do primeiro lance do mano a mano. Aomine e Kagami driblavam e bloqueavam um ao outro, várias e várias vezes seguidas. Ao passo que seus corpos começaram a transpirarem excessivamente e suas respirações ficarem irregulares o ritmo do jogo foi mudando. A pressão para marcar o primeiro ponto foi se tornando cada vez maior.
No fim, Aomine acabou sendo o primeiro a marcar, fato que por um momento deixou o ruivo frustrado. Mas logo em seguida ele sorriu animado. Agora o jogo havia realmente começado. Assim que o moreno marcou a primeira cesta do jogo o ritmo da partida mudou completamente. Kagami se sentiu revigorado, com uma nova onda de energia percorrendo seus músculos ele contra-atacou.
- Então finamente resolveu levar isso a sério. – Aomine comentou com uma expressão imparcial em seu rosto.
Kagami não perdeu seu tempo respondendo o moreno. Ele correu pela lateral direita da quadra com a bola em mãos, quicando-a sempre que precisava. Aomine vinha logo atrás dele, em seu encalço, observando seus movimentos atentamente. O ruivo parou de repente e deu a volta correndo para o lado esquerdo da quadra por de baixo da tabela e pulou fingindo que lançaria a bola. Quando Aomine saltou para impedir sua cesta o ruivo voltou ao chão o mais rápido que conseguiu, e correu, passando ao lado de Aomine para enterrar a bola. Aomine reagiu quase que instantaneamente, voltando ao chão segundos após o ruivo. Porém, ele não conseguiu forçar a bola para fora da cesta a tempo. Kagami enterrou a bola com toda sua força, evitando que Aomine o atrapalhasse dessa vez.
O moreno deu um sorriso de canto, começando a ficar empolgado.
É, ele não poderia esperar menos do cara que o derrotou.
O jogo continuou imerso em um ritmo frenético. Tanto o ruivo quanto o moreno marcavam cestas, uma após a outra. Eles roubavam a bola, bloqueavam e se driblavam em uma velocidade absurda. A partida só veio acabar quando já estava começando a anoitecer.
- Merda! – Kagami xingou desapontado consigo mesmo, parado no canto da quadra apoiando suas mãos em seus joelhos, buscando recuperar o fôlego com mais facilidade. Pois no fim, o moreno acabou sendo o vencedor da partida, pela diferença de dois pontos.
- Vamos de novo! Dessa vez eu vou ganhar! – exclamou, indo para onde sua mochila se encontrava, abrindo o bolso e pegando sua garrafa de água. Bebeu um pouco e aproveitou para derramar um pouco sobre si e esfriar mais o seu corpo.
- O que? - o moreno andou até o ruivo e tomou a garrafa de água de sua mão. - Quer perder novamente? – o atiçou ao se afastar.
- Ei, me devolve! – gritou o ruivo estupefato, tentando tomar sua garrafa de volta.
- Calma ai, cara. – Aomine ergueu uma das mãos impedindo que Kagami se aproximasse ainda mais, ele bebericou alguns goles e abaixou a mão que afastava o ruivo para pegar seu celular.
- Tsc... – O moreno estralou a língua olhando para o aparelho com uma expressão irritada e guardou de volta o celular no bolso da calça. – Pega! – jogou a garrafa para o ruivo que quase não conseguiu agarra-la.
- A gente se vê por ai. – Aomine disse por fim, sorrindo antes de se virar e acenar de costas, sumindo do campo de visão do ruivo.
Kagami permaneceu parado, segurando a garrafa de água.
- Qual o problema desse cara? – sussurro exasperado.
Aomine é realmente alguém difícil de entender. Em um momento ele aparecia ali, totalmente interessado por uma partida e em outro ele ia embora com aquela típica expressão apática no rosto. Kagami não ficou muito contente com o desfecho dessa noite, ele ainda iria querer sua revanche.
Após seus pensamentos se reorganizarem o ruivo pegou suas coisas e caminhou rumo ao seu apartamento. Hoje o dia havia válido a pena, e o ruivo tinha a sensação de que o dia de amanhã seria ainda melhor. Ele havia perdido, mas de alguma maneira uma sensação de satisfação o invadia. O ruivo não conseguia explicar o porquê dessa sensação e resolveu não pensar muito sobre o assunto.
De noite, depois de tomar um banho demorado ele saiu do banheiro e foi direto para a cozinha, vestindo somente uma bermuda qualquer com a toalha molhada ainda sobre os ombros. Começou a cozinhar seu jantar, mas no meio do processo foi interrompido por seu celular, que apitou. Quando pegou o aparelho e o desbloqueou ele viu que era uma mensagem de Kuroko, onde o menor falava algumas coisas sobre o treino de segunda. Por fim, os dois acabaram conversando por bastante tempo e terminaram combinando de se encontrar amanhã no Maji burger por volta das 4 horas da tarde.
O ruivo jantou enquanto assistia a um jogo de basquete que passava em um canal esportivo e uma vez ou outra gritava de frustração quando o time pelo qual torcia errava a cesta. Depois que a partida se encerrou o ruivo desligou a televisão e foi para seu quarto dormir.
...
Kagami tomou uma longa ducha assim que terminou de almoçar. Ainda faltavam algumas horas até dar o horário que havia combinado de se encontrar com Kuroko no maji burger. Ele aproveitou que ainda possuía algum tempo de sobra e deu uma saída até a loja conveniência que ficava perto dali. Durante o tempo em que preparava seu almoço o ruivo percebeu que alguns alimentos já estavam prestes a acabar. Então, resolveu usar seu tempo livre para fazer algumas compras.
Ele trocou de roupa rapidamente e saiu, trancando a porta do apartamento enquanto ainda guardava o dinheiro no bolso da calça. Pois as mãos dentro dos bolsos do casaco e passou a caminhar notando que diferente de ontem, hoje o céu hoje se encontrava nublado.
- Acho que vai chover mais tarde... – comentou, pensando alto e analisando o céu enquanto seguia seu caminho rumo à loja de conveniência.
Já dentro do estabelecimento, ele pegou uma cesta e começou a procurar o que precisava pelas prateleiras do mercado.
Cerca de meia hora depois, foi para a fila do caixa e esperou por sua vez. Batendo o pé impaciente, Kagami olhou para o lado de fora da loja, observando o movimento na rua, buscando por algo que o entrete-se. Ele sempre foi impaciente por natureza e esse é um dos seus maiores defeitos. Quando sua vez finalmente chegou ele pagou e saiu do local o mais rápido que pode.
Ao chegar em casa o ruivo tirou o casaco e o colocou sobre o encosto do sofá. Andou até a cozinha, soltou as compras em cima bancada e começou a guarda-las.
Após guardar as compras em seus devidos lugares o ruivo resolveu passar o resto do tempo jogando em seu console. Morar sozinho nesse apartamento acabou tornando parte da sua vida bem monótona. Kagami procurava não bater muito nessa tecla e apenas se focar nos pontos positivos de sua nova vida no Japão, morar sozinho tinha muitas vantagens. E por mais que em algumas ocasiões ele sentisse falta de sua família, o ruivo não nutria arrependimentos. Escolher vir morar no Japão provavelmente foi uma das melhores escolhas da sua vida.
Horas depois, ele pausou seu jogo do console para checar o horário e viu que já era quase a hora de se encontrar com Kuroko, ele se levantou, desligou o console e passou a procurar por suas coisas. Caminhando pela sala, pegou tudo que precisava e puxou seu casaco do encosto do sofá, o vestindo antes de sair. E assim que terminou de trancar a porta ele enfiou a chave no bolso da calça, permanecendo com as mãos ali ao passo que percorria o trajeto até o Maji burger.
No momento em que chegou lá, olhou o lado de dentro através da janela, procurando pelo menor. Como não conseguiu encontra-lo o ruivo supôs que ele ainda não havia chegado. Enquanto esperava pela chegada de Kuroko, para se distrair, o ruivo pegou seu fone de ouvido e o plugou em seu celular, escolheu uma música aleatória de sua playlist e deixou tocar.
Ele acabou ficando tão distraído com a música e o movimento na rua que não notou quando o menor se aproximou dele calmamente. Kuroko se perguntava como Kagami não o havia visto dentro do estabelecimento. O menor ainda tinha acenado para ele, tentando chamar sua atenção.
- Kagami-kun. – chamou, e como o ruivo pareceu não ouvi-lo o menor o cutucou de leve no ombro.
Kagami deu um pequeno salto, assustado com o toque repentino. Sério, quando ele iria se acostumar com as chegadas silenciosas de Kuroko?
- E-ei! – cumprimentou o ruivo, tirando os fones de ouvido ainda um pouco envergonhado por sua reação exagerada. – Chegou agora?
- Não. – o menor o encarou com aquele olhar apático – Eu estava dentro da lanchonete, mas você não me viu.
- Oh? Sério? – o ruivo perguntou confuso.
- Sim. Vamos? – indagou o menor, começando a caminhar para dentro da lanchonete.
Assim que entraram no estabelecimento os dois fizeram seus pedidos. A moça do caixa não conseguiu disfarçar a surpresa quando o ruivo pediu dez hambúrgueres com um copo grande de refrigerante como acompanhamento. Ao mesmo tempo que o menor não esboçou reação alguma, ele já havia se acostumado com o apetite monstruoso do ruivo. Além disso, ele possuía anos de prática com certo moreno que às vezes chegava a ser ainda mais guloso que Kagami. Ele até chegou a perguntar para o ruivo se ele não havia pedido poucos, o que fez os olhos da moça do caixa quase saltarem para fora do rosto.
- Ah, você acha? – questionou o ruivo pensativo e quando o menor balançou a cabeça para cima e para baixo confirmando, ele concluiu:
-... Depois eu peço mais alguns.
- É só isso senhores? – perguntou a moça do caixa, estampando um sorriso forçado no rosto.
- Sim. – os dois confirmaram.
- Aqui está! – ela entregou os papéis dos pedidos para ambos - Agora é só aguardar!
O ruivo e menor escolheram se sentar em uma das mesas nas janelas. Enquanto esperavam por seus pedidos os dois passaram a conversar sobre a nova rotina de treinos programada por Riko que kuroko havia comentado com Kagami por mensagem. Sempre que o assunto envolvia basquete a conversa parecia fluir entre os dois. Durante esse longo período na Seirin o ruivo tinha adquirido uma forte amizade com o menor. Para eles, estar na companhia um do outro havia passado a ser uma ótima maneira para passar o tempo.
No momento em que os pedidos de ambos ficaram prontos eles se levantaram para busca-los. Porém, antes que conseguissem retornar para a mesa uma voz feminina chamou a atenção do menor. Kuroko parou e antes que ele pudesse se virar a garota o surpreendeu, envolvendo seus braços ao redor de seu corpo.
- Tetsu-kun! – a garota gritou alegre, o espremendo entre seus braços. – É tão bom te ver de novo.
Como não conseguia se virar, já que estava sendo espremido pelo forte abraço da menina o menor inclinou o rosto e respondeu:
- Momoi-san, é bom te ver também. – a cumprimentou com um leve sorriso no rosto.
O ruivo, que até então ainda não havia se dado conta da presença de Momoi tomou um pequeno susto quando alguém da sua altura o envolveu em um meio abraço, pousando a mão sobre seu ombro.
- Yo! – disse o moreno ao pé de seu ouvido, o que kagami sentir um arrepio percorrer seu corpo.
Vrou o rosto atordoado, se deparando com os olhos azuis escuro do moreno o fitando bem de perto mais aquele sorriso provocador estampado em seus lábios.
- Ah! Aomine-kun. – exclamou o menor acenando com a cabeça, notando só agora a presença do moreno.
Aomine se virou para ele, arrastando Kagami preso pelo meio abraço.
- Ei! Me solta! – reclamou o ruivo, tentando se livrar do braço do moreno.
- Yo! Tetsu! – disse ele encarando o menor por um instante e em seguida, começou a encarar os hambúrgueres do ruivo, que por sinal não gostou nada de seu olhar guloso.
- Tetsu-kun e Kagamin, o que fazem por aqui? – Momoi indagou curiosamente animada enquanto liberava o menor do aperto.
- Só combinamos de nos encontrar aqui para falarmos sobre a nova rotina de treinos do time. – Kuroko respondeu calmamente. – E vocês?
- Oh, sério? Que legal. – a garota sorriu abertamente, qualquer um conseguia ver que ela estava totalmente caidinha pelo menor. E o ruivo se perguntava se Kuroko já havia notado também. Se até Kagami, que particularmente sempre foi bem lerdo quanto aos sentimentos dos outros já havia percebido, o menor também já deveria saber, não é?
– Dai-chan tinha prometido que ira fazer compras comigo ontem, mas acabou me dando um bolo. – Ela cruzou os braços irritada e olhou feio para Aomine que apenas desviou o olhar. – Então o obriguei a vir comigo hoje.
Os dois menores começaram a conversar despreocupadamente enquanto seguiam rumo à mesa da janela. Kagami permaneceu parado, encarando o nada, tentando recordar algo.
Espera... Ontem? - pensou.
Sentindo a lembrança estalar em sua mente o ruivo começou a encaixar mentalmente todas as peças. E só então ele se deu conta, de que ontem, naquela hora em que Aomine tinha encarado o celular irritado, provavelmente tinha sido o momento em que ele havia inventado alguma desculpa esfarrapada para a garota. Kagami riu sem pensar, o que acabou chamando a atenção do moreno. Aomine Daiki havia dado um bolo na garota para jogar basquete de rua com ele? Constatar a veracidade desse fato o fez rir ainda mais.
- O que é tão engraçado? – perguntou o moreno que ainda permanecia parado ao seu lado. Aomine tirou o braço de seu ombro, o liberando daquele meio abraço. E pegou um dos hambúrgueres da bandeja que o ruivo segurava, se virando em seguida, dando as costas para ele a medida que caminhava rumo a Momoi e Kuroko.
- Ei, me devolve! Compre os seus! – Kagami esbravejou irritado, andando logo atrás do moreno.
Aomine sabia a quão cabeça quente o ruivo conseguia ser. E por saber disso, muitas das vezes, ele se via tentado a provoca-lo. Ele achava engraçado o jeito como o ruivo conseguia perder a cabeça facilmente por coisas tão bobas.
Os quatro sentaram-se à mesa e passaram o resto da tarde conversando sobre coisas aleatórias, que na maioria das vezes envolvia basquete. A tarde foi bastante divertida para todos. Por mais que na maioria do tempo o moreno fizesse questão de agir com indiferença, ele não deixava passar nenhuma das oportunidades de provocar o ruivo que surgiam. Tendo suas provocações revidadas exageradamente na maioria das vezes. Tanto Momoi, quanto Kuroko riam e observavam à dupla de brigões em silêncio. Os menores se perguntavam como aqueles dois conseguiam ser tão parecidos e tão diferentes ao mesmo tempo. Durante a longa conversa que tiveram o moreno acabou deixando escapar, no meio de uma de suas provocações, que ontem havia jogado basquete de rua contra o ruivo. O que o fez congelar ao se dar conta do deslize que havia cometido. Aomine se virou lentamente enquanto encarava Momoi, que o olhou perplexa.
- Eu não acredito Dai-chan! – gritou pasma, lançando um olhar raivoso ao moreno. – Você tinha me dito que sua mãe precisou de você para resolver alguns problemas, e que por isso não pode ir.
- HAhahaha, sua mãe em? – Kagami riu alto, não conseguindo se conter.
- Kagami-kun. – o menor o repreendeu.
- Tsc... Fica quieto, Bakagami. – respondeu, jogando um pedaço de pão no ruivo. – Já se esqueceu da sua derrota de ontem?
Ao ouvir aquilo Kagami lançou um olhar incrédulo a Aomine.
- Bakagami?! Quem v- Ei! Espera! Foi você que fugiu! – retrucou, tirando o pedaço de pão de seu casaco – Eu ainda quero uma revanche!
- An? Não ouvi direito... Você disse que quer perder novamente? - falou Aomine, colocando um explicito tom desafiador em sua voz.
- Vai sonhando. Na próxima eu irei vencer! – Kagami afirmou, demonstrando seu melhor sorriso confiante.
Antes que os dois se deixassem levar pelas provocações e saíssem dali direto para uma quadra de basquete Momoi interviu:
- Dai-chan! Você disse que ainda iria comigo naquela outra loja aqui perto!
Aomine coçou a nuca, ficando visivelmente frustrado. Ele se perguntava mentalmente porque sempre acabava prometendo coisas desse tipo para ela. O moreno não admitia, mas ele realmente gostava de jogar um mano a mano contra o ruivo. Pois ele sabia que não importava o tanto de pontos de vantagem que fizesse. Kagami sempre contra-atacaria com dobro da força. Afinal, o ruivo é seu maior rival, é a pessoa que o derrotou e o arrancou daquele tédio infinito. Foi ele quem o mostrou que o basquete poderia ser divertido novamente. Aomine não tinha admito para o ruivo ainda, mas ele o via como alguém digno de se ter como rival. Kagami tinha conquistado seu respeito, mesmo que o moreno não admitisse isso em voz alta.
- Ok, vamos lá. – falou Aomine se levantando.
- Agora? – ela perguntou atônita pela decisão repentina do moreno.
- Sim, vamos. A loja deve estar prestes a fechar. Além disso, se eu não vou poder jogar basquete você não vai poder ficar com o Tetsu. – respondeu simplesmente, o que faz Momoi corar. As bochechas da garota ficaram quase tão rosadas quanto suas madeixas.
- Adeus Tetsu-kun e Kagamin. – disse estendendo a mão para o menor antes de sair da mesa.
- Tchau Momoi-san. – Kuroko se despediu, apertado sua mãos. – Até depois Aomine-kun.
- Até. – respondeu direto.
Quando os dois se viraram rumo à saída, uma sensação de decepção atingiu o ruivo. Aomine poderia ao menos ter acenado para ele depois de enchê-lo com expectativas sobre um futuro mano a mano. Para a sua surpresa, quando a garota e o moreno estavam quase saindo pela porta ele o encarou sorrindo de canto e gritou:
- Vamos jogar de novo! Amanhã à noite, naquela mesma quadra. – disse bem alto e convicto, antes de sair com Momoi e sumir em meio ao movimento da rua.
- Com certeza eu vou ganhar dessa vez! – Kagami gritou empolgado, se levantando no ato. Ele ficou sem saber se o moreno o havia escutado ou não. E em seguida ele se sentou rapidamente, quando percebeu que a maioria das pessoas do estabelecimento o encaravam com curiosidade. Um leve rubor tomou conta das bochechas do ruivo.
- Vejo que você e o Aomine-kun então se dando muito bem... – murmurou o menor, sorrindo discretamente.
- Só vamos jogar basquete. – retrucou Kagami, tentando soar indiferente.
- Sim, eu ouvi. – o sorriso sútil de Kuroko se ampliou um pouco mais.
O menor conhecia os dois suficientemente bem para saber o quão animados eles deveriam estar com esse jogo. É bem clara a inquestionável afinidade que a dupla estava começando desenvolver. Aomine e Kagami provavelmente ainda não haviam percebido, mas eles se davam muito bem juntos. Eles se entendiam ao seu próprio modo, com todas aquelas provocações e alfinetadas. Ao parar para ponderar sobre o assunto Kuroko sentiu um ar nostálgico o envolver, trazendo consigo uma sensação calma e alegre. Seria realmente bom ver Aomine voltar a ser mais como o seu “eu” de antes. Contudo, Kuroko sabia que o moreno não voltaria a ser totalmente igual ao que já foi, anos atrás. O menor sabe muito bem que as pessoas mudam com tempo, que elas evoluem e ele é uma das provas vivas disto.
Ainda assim, se houvesse uma chance, por mais mínima que fosse, ele faria o que estivesse ao seu alcance se obtivesse a certeza de que tornaria a ver mais do Aomine de antes. O ver bem ali na sua frente, aquele cara mais solto e brincalhão. Que sorria abertamente por se sentir alegre, e não por simplesmente seguir seu instinto provocador.
E após essa longa tarde de conversas e provocações, em que o menor passou a maioria do tempo analisando seus dois amigos. Ele concluiu uma coisa: Se havia alguém nesse mundo capaz de fazer o moreno retornar às raízes, esse alguém era Kagami.
Continua...
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