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História Is this love...? - Aquele dia


Escrita por: Rghost

Notas do Autor


HELLOOOO! :v
Adivinha quem voltou das catacumbas da preguiça mesclada com bloqueio criativo e vida surpreendentemente muita ocupada? Eu mesma!
Então né gente, como eu disse que não iria abandonar a fic eu estou de volta!
Primeiramente eu tenho que dizer que estava louca tentando terminar isso hoje porque já não aguentava mais me sentir culpada por não postar, o que me leva dizer que deve ter uns erros bem toscos ai no meio ( que já que estou de férias pretendo corrigir o mais rápido possível).
Tentei fazer um cap maior pra compensar a demora gigantesca e isso foi o que saiu.
São 4 mil palavras, o maior capítulo da fanfic.
Vou dar um explicação resumida de pq demorei tanto nas notas finais! (Caso queira saber kjkj)
Sem mais delongas, ao que ainda acreditavam na minha volta e estão aqui comigo! Boa leitura! <3
(Mas também entendo caso tenham desistido de mim kkjjk)

Capítulo 7 - Aquele dia


Kagami sempre achou incrível como certas coisas acabam acontecendo de maneira tão natural. Após aquele fatídico dia chuvoso, em que o ruivo se viu na obrigação de convidar Aomine para ir ao seu apartamento, ele havia se aproximado do moreno ainda mais. De alguma maneira, de uma hora para a outra, quando se deu conta, já tinha se acostumado totalmente com a presença de Aomine.

E agora, aqui estava ele, caminhando de volta da escola em plena quarta-feira, indo em direção ao maji burger com Aomine e Kuroko ao seu lado. Ir até a lanchonete com Kuroko não era uma novidade para ele, até porque, isso praticamente já tinha se tornado um hábito rotineiro dos dois. A única coisa diferente ali era que de uns dias dia ‘pra cá, a dupla havia ganhado mais um membro para esse pequeno costume.

- kagami-kun? Há algo errado? – perguntou o menor, o analisando em busca de alguma pista do ele pudesse estar pensando.

- Uh? Comigo? – respondeu o ruivo, sem entender o motivo por trás da pergunta – Não, está tudo ok, por que a pergunta?

- Por nada, você apenas parece um pouco sério demais. – comentou Kuroko, desviando o olhar em seguida, passando a encarar o caminho a sua frente.

 Quando Kagami abriu a boca para respondê-lo novamente ele foi interrompido por Aomine, que até então, esteve estranhamente calado durante boa parte do percurso.

- Eu acho que talvez alguém ainda não tenha superado a derrota de ontem! – zombou ao jogar o braço direito por cima do ombro ruivo, esbanjando um curto sorriso travesso nos lábios.

- O que?! – Kagami exclamou exaltado, se virando na direção de Aomine, sem parecer se importa com o meio abraço. - Você ainda ‘tá falando disso? Eu até já tinha esquecido!

- Hmm, sério? – o moreno questionou sarcástico – Pois não parece, o que acha Tetsu?  

- Não me envolva no meio disso Aomine-kun. – avisou menor, desviando o olhar novamente, tentando disfarçar o singelo sorriso em seu rosto.

- Até você Kuroko?! – esbravejou, sentindo-se levemente traído por seu colega de time. Depois que o moreno começou a passar mais tempo com Kagami, aos poucos, ele consequentemente voltou a se aproximar do Kuroko. O ruivo apenas sabia o básico de como havia sido a relação deles no passado, então supôs que deveria ser quase como nos dias atuais. Ultimamente os dois pareciam estar bem mais à vontade um com o outro.

- Sem essa! Aquilo foi pura sorte de principiante, você estava jogando o jogo pela primeira vez! – falou exasperado, estendendo os braços para frente enquanto gesticulava freneticamente.

- Já te disseram que você que é um péssimo perdedor? – Aomine rebateu, apertando um pouco mais o meio abraço em que se encontravam. – Eu apenas sou bom no basquete, não importa o tipo. – finalizou, soando um tanto convencido demais.

- Oh, você estavam jogando o novo NBA2K16? – questionou Kuroko, interrompendo o ruivo antes que ele começasse a falar algo.

- Aham, não sabia que você conhecia esse jogo... – Kagami murmurrou levemente surpreso. Ele sabia que o menor conhecia alguns jogos, mas nunca chegou a perguntar quais ele já havia jogado. Afinal, eles normalmente estariam falando sobre os treinos ou a escola.

- Sério? Eu pensei que já houvesse falado sobre esse jogo... – disse o menor, e foi quase como se uma interrogação tivesse surgido em cima de sua cabeça. – Se recordo me corretamente, eu e o Aomine-kun costumávamos jogar uma versão mais antiga desse jogo.

- Não me lembro de nada disso ai! – falou apressado, à medida que suavizava o aperto anterior e passava a olhar para Kuroko com um semblante estranho.

- Ah, nossa, naquele tempo o Aomine-kun era realmente ruim no jogo, ele perdia ‘pra mim com muita frequência. – soltou o menor, sem pensar no que acabará de dizer. O que fez o moreno estapear a própria testa em descrença. Sério mesmo que após aquela encarada fixa o menor não havia entendido o recado?

Assim que Kagami se virou curioso na direção do moreno e viu que ele estapeou a própria testa, ele foi capaz de unir todas as pontas soltas e se dar conta de que talvez o moreno realmente só tivesse ganhado por pura sorte. Constatação que o fez começar a rir sem parar. Então o famoso às das gerações dos milagres era ruim em jogos de console? Ele não conseguia acreditar nisso e a ideia só o fazia sentir mais vontade de rir.

E naquele momento, quando Aomine ouviu o ruivo começar a gargalhar do seu lado, sorrindo daquela maneira espalhafatosa que só ele era capaz de fazer, com as bochechas um tanto rubras por conta do frio, ele sentiu seu coração palpitar e se afastou rapidamente. Encerrando o meio abraço naquele mesmo instante. Essa sensação... é a mesma daquele dia... – sussurrou dentro de sua mente.  Aomine congelou por alguns segundos, espantado consigo mesmo, nem havia se dado conta de que tinha permanecido nessa aproximação por tanto tempo. Após ele aquele infeliz acontecimento de seu passado o moreno passou a evitar manter muito contato pessoal com as pessoas, ele tinha se acostumou a ficar sozinho no seu próprio espaço. Entretanto, ali estava Aomine segundos atrás, tão perto do ruivo, agindo como costumava fazer com seus amigos no passado. E mais estranho é que pequena ação ocorrerá de maneira tão natural que nem mesmo ele tinha percebido, até o exato momento.

Quando voltou a si, o moreno olhou de esguelha para o lado e viu que Kagami ainda continuava a rir despreocupadamente. Sentiu-se estranhamente aliviado pelo fato de que o ruivo não tinha percebido seu curto dilema pessoal.

Obviamente, observador como é, o menor notou o repentino afastamento. Mas como ele conhecia bem a personalidade do moreno resolveu não comentar nada e deixar o assunto de lado. A única coisa que ele não tinha compreendido ainda, era o porquê de só agora ele ter se afastado tão de repente.

Os três seguiram caminhando rumo ao Maji burger. Kagami não resistiu e terminou alfinetando Aomine algumas vezes durante o processo. É, provavelmente conviver em longo prazo com o moreno já devia estar afetando ele.  O ruivo também não conseguia deixar de rir sempre que se lembrava do que Kuroko havia dito minutos atrás. Já o moreno, só continuou a agir de maneira imparcial como sempre, e mesmo que ele não houvesse notado, Kuroko havia percebido que depois do que aconteceu minuto atrás ele tinha se mantido mais afastado, mesmo que inconscientemente. E é claro que Aomine não deixava de rebater as curtas provocações do ruivo. No meio de todo aquele papo entre os dois, Kuroko apenas seguia calmo como sempre, falando apenas quando lhe perguntavam algo ou sempre que julgava necessário.

Cerca de dez minutos depois eles finalmente chegaram ao local. E como não haviam muitas pessoas dentro do estabelecimento o atendimento acabou sendo bem mais rápido do que é de costume. Kuroko foi o primeiro a pegar seu pedido, e assim que o fez, partiu a procura de uma mesa vazia que ficasse perto das janelas. Minutos depois, Aomine e Kagami finalmente se juntaram ao menor, sentando de frente para ele, um ao lado ao lado do outro.

Havia se passado algum tempo, em que os três continuaram a conversar e lanchar como de costume desses últimos dias, até que algo atrás dos dois maiores chamou a atenção de Kuroko. Ninguém menos que Kise, estava parado na entrada da lanchonete cercado por duas garotas que aparentemente insistiam por uma foto.  Assim que se despediu das duas garotas o loiro andou direto para o caixa de atendimento, fez um pedido simples e o pegou logo após. No instante em que Kise olhou na sua direção ele reconheceu Kuroko quase que imediatamente. Seu costumeiro sorriso animado surgiu em seus lábios e ampliou ainda mais quando se deu conta de que os dois caras que estavam de costas para ele eram Aomine e Kagami.

- Ei, yo Kurokocchi, Aomineichi e Kagamichi! – cumprimentou, andando em direção à mesa.

- Olá Kise-kun. – o menor cumprimentou de volta.

- Yo! – disse o ruivo, cheio de comida na boa.

- E ai. – Aomine falou, sendo o último a cumprimenta-lo.

- O que vocês três estão fazendo juntos aqui? – questionou empolgado, enquanto dava a volta e se sentava ao lado do menor.

- Normalmente nos encontramos aqui depois da escola. – Contou Kuroko.

- Eeeh, até o aomineichi vem ‘pra cá? – indagou bastante surpreso. 

- E o que isso tem demais? – Aomine o fitou contrariado, coçando o ouvindo com dedo mindinho.

- Não precisa ser tão mal Aomineichi! – esbravejou Kise, usando seu típico ar infantil - Eu só não achei que voltaria a ver você e o kurokocchi juntos como amigos novamente... Fico feliz! – o loiro completou.

Após as chegada do loiro a conversa entre eles fluiu sem muitas interrupções. Assim como o moreno gostava de perturbar Kagami, Kise parecia se divertir bastante com suas frívolas tentativas de importunar Aomine. E nos momentos em que o moremo parecia entretido demais com as conversas que tinha com o ruivo, o loiro simplesmente entrava na conversa ou voltava sua atenção para Kuroko. Durante as horas que foram passando ocorreram certas coisas que acabaram surpreendo o loiro, e na maioria delas, Aomine estava envolvido. De inicio ele achou que o moreno só estava ali por causa do Kuroko. Entretanto, no fim das contas, ele notou que essa não era a realidade.  Aomine havia conversando com o menor inúmeras vezes, mas ainda assim, Aomine e Kagami agiam tão naturalmente e pareciam bem mais próximos do que o loiro pensou que eles fossem. Kise não chegará a ser alguém realmente próximo de Aomine. Ele o admirava muito como incrível jogador que é, mas sua amizade com o moreno não chegou nem perto de ser parecida com a que ele e Kuroko tinham, ou como a que ele e Kagami parecem ter agora. Mesmo assim, por alguma razão ele se sentia aliviado, e o mais engraçado disso é que ele também possuía a impressão de que Kuroko sentia algo semelhante.

A sensação de que a temperatura tinha caído os atingiu em cheio assim que saíram pela porta da frente do local. O primeiro ímpeto do ruivo foi levar as mãos de encontro à boca, as dobrando em formato de concha enquanto soprava dentro, tentando esquentá-las o máximo que pudesse. E de todos ali, ficava fácil perceber que Kagami era o único que parecia estar realmente incomodado com o clima. Kise seguiu papeando animadamente com Kuroko, falando sobre algum assunto de interesse dos dois. Já Aomine, somente enfiou as mãos dentro dos bolsos da calça e continuou a andar ao lado do ruivo, observando de esguelha o aparente desconforto dele quanto à mudança repentina de clima.

Eles se despediram de Kise e Kuroko e os observaram sumir em direções opostas, rumo aos seus lares. Após a dupla desaparecer por completo, o ruivo e moreno se viraram e começaram a andar juntos pelo respectivo trajeto de sempre.

...

No dia seguinte, depois de uma manhã tediosa e uma longa tarde bem fria, mais ou menos ao fim do anoitecer. Kagami e Aomine voltavam juntos da escola, indo para a casa do ruivo que continuava a forçar a gola da blusa a cobrir seu pescoço há cerca de mais de dez minutos.

Já irritando com o tanto de vezes que tinha visto essa mesma ação se repetir, o moreno tirou a ponta do cachecol que cobria sua boca da frente e então agarrou as mãos de Kagami com força:

- Se continuar fazendo isso vai acabar rasgando a gola da camisa!

- Eu sei! Mas é que eu não suporto esse frio! – Grunhiu o ruivo, se escolhendo ao sentir a brisa fria se chocar contra sua pele desprotegida.

- Então por que não trouxe um cachecol de casa?! – questionou estupefato.

- Eu tinha pegado um! – Kagami alegou, agitando as mãos presas – Só que eu acordei tarde e tive que fazer tudo na pressa, acabei esquecendo ele em cima do sofá!

Aomine soltou as mãos do ruivo, revirou os olhos e bateu a mão na testa se perguntando como um idiota como esse tinha conseguido sobreviver sozinho por tanto tempo. O moreno suspirou derrotado, voltando a fitar o ruivo e notando que ele havia voltado a puxar a gola da própria camisa. Sem pensar muito sobre sua ação, o moreno ergueu as mãos e puxou o cachecol verde que estava em seu pescoço e o jogou em Kagami, enrolando-o rapidamente em volta do pescoço do ruivo. Que o encarou em um misto de surpresa e confusão, em frente a ação gentil de Aomine, com as maçãs do rosto levemente avermelhadas por causa do frio.

- Agora ficamos quites pelas roupas que me emprestou naquele dia em que choveu... - justificou-se rapidamente evitando qualquer pergunta inconveniente que o ruivo viesse a soltar, utilizando a mesma desculpa que o ruivo usou no outro dia. 

Kagami ajeitou o cachecol bagunçado em torno do pescoço e espirrou duas vezes antes de encarar o moreno com afinco e dar-lhe um grande e espalhafatoso sorriso agradecido. Sem notar que o calor de seu rosto havia aumentado mais.

- Valeu! – Agradeceu ainda sorrindo.

Naquele instante aconteceu o que o ex-às da geração dos milagres temia que voltasse a acontecer. Porque pela maldita terceira vez seu coração havia acelerado ao ver o sorriso do ruivo? Porque aquele simples gesto por parte de Kagami lhe causava tanto impacto agora? Aomine sabia que isso havia começado a acontecer depois daquela noite, após ver aquele desconhecido semblante tão solitário e incomum estampado no rosto do ruivo, onde ele se viu dizendo algo que ainda não entendia o porquê.

O moreno rapidamente voltou a si assim que sentiu sutis pingos frios tocarem sua mão e agradeceu internamente por isso. Aproveitou a garoa que começou a cair e deu as costas para o ruivo, tentando agir normalmente à medida que retornava a andar.

- Vamos logo! – Aomine encarou o céu que já começava a se fechar – Ainda temos um bom pedaço ‘pra andar e essa chuva vai piorar logo, logo. - finalizou evitando olha-lo nos olhos.

...

- Quando tempo ainda falta? – Aomine perguntou entediado, soltando um longo suspiro, jogado sobre o sofá com o antebraço apoiado sobre o encosto enquanto encarava o ruivo espera da resposta.

Irritado, o ruivo soltou a frigideira no fogão por um instante e pegou o celular na bancada. Aquela já era o que? Talvez a quinta ou sexta vez que o moreno lhe perguntava a mesma coisa? Aomine realmente adorava perturba-lo.

- Eu já disse que ainda falta meia hora! – bramiu e jogou o aparelho no moreno que apenas ergueu os braços preguiçosamente e o pegou com facilidade.

- Certo, certo! – riu baixo, levantando os braços em sinal de rendição, sendo ignorado pelo ruivo que voltou a cozinhar – Já entendi!

Noite passada, enquanto voltavam juntos do Maji burger após se despedirem de Kise e Kuroko. O ruivo havia comentado com ele sobre um super jogo de basquete que passaria hoje na televisão. E no fim, sem precisar de muitos motivos, o moreno casualmente acabou combinando com ele de assistirem juntos hoje à noite.

Vir à casa do ruivo virou algo normal para ele depois de um tempo. Todas as vezes que se encontravam para jogar eles fechavam o dia jantando no apartamento de Kagami. Isso sem contar às vezes em que Aomine simplesmente aparecia por lá para passar o tempo ou perturba-lo.

A falta de conversa - já que o ruivo estava concentrado cozinhando e Aomine estava com muita preguiça para ir atrapalha-lo - trouxe um silêncio confortável ao local.  De um momento para o outro, depois de alguns longos bocejos o moreno terminou cochilando sobre o sofá.

Os trinta minutos passaram-se rapidamente sem que ambos nem notassem. Quando acabou de cozinhar o ruivo chamou por Aomine, e vendo que não houve resposta ele estranhou, retirando o retirou o avental para ir procura-lo. Bufou, relaxando quando o achou cochilando despreocupado no sofá. Como esse idiota conseguia dormir em qualquer lugar com tanta facilidade?

Depois de pegar o controle derrubado no chão e coloca-lo sobre a mesa o ruivo retornou para a cozinha. Preparou um prato para si e para o moreno, e voltou para a sala com eles em mãos.

- Não vá dormindo assim na casa dos outro imbecil! – ralhou ao chutar Aomine para fora do sofá e sentar-se lá em seguida.

O moreno caiu de cara do chão, acordando assustado e silvando de dor logo depois:

 – Não precisava chutar Bakagami! – esfregou a bochecha dolorida e sentiu uma veia saltar em sua testa ao perceber a falha tentativa do ruivo de esconder a vontade de rir.

- Liga logo a televisão! – mandou, estendendo o prato de Aomine em sua direção – O jogo já deve ter começado à uma hora dessas.

Sem pestanejar o moreno pegou o controle e ligou a tv, colocando no canal correto antes de larga-lo na mesa e pegar seu prato da mão de Kagami. Para a sorte dos dois o jogo havia acabado de começar, já que antes do início foram transmitidos inúmeros anúncios chatos de propagandas.

...

Em determinada hora, depois que a partida terminou, os dois conversavam sobre as jogadas e lances do jogo, até que o telefone do moreno começou tocar em sua mochila. Kagami falou para ele ir atender e pegou os pratos sujos da mesa antes de sair arrastando até a pia. Aomine expirou irritado, alguém o ligando à uma hora dessas da noite, só poderia ser Satsuki. Surpreendeu-se ao ver que na realidade quem o ligava era sua mãe. E assim que a atendeu perguntou se tinha acontecido algo, sua mãe raramente o ligava, principalmente quando estava na casa do ruivo. Ela parecia confiar em Kagami e aprovar totalmente a amizades deles sem nem mesmo conhecê-lo pessoalmente. Aomine achava isso engraçado e um tanto curioso, mas nunca chegou a perguntar o porquê de toda essa forte confiança e aprovação.

Minutos depois o moreno encerrou a ligação, coçou a cabeça e suspirou tentando relaxar. Aparentemente seu pai havia ficado resfriado e sua mãe estava louca de preocupação porque não tinha como sair para comprar os remédios sem deixa-lo sozinho. Resumindo, Aomine teria que voltar mais cedo para casa e fazer companhia ao seu velho doente enquanto sua mãe saia – mesmo que ele soubesse que seu pai deveria achar isso desnecessário, já que é adulto e poderia cuidar muito bem de si mesmo, sua mãe não sossegaria até o moreno chegar em casa e ajuda-la.

Aomine retornou a sala com o celular na mão a procura de Kagami, o encontrou de costas, lavando a louça suja na pia. E algo nessa visão e no fato de ter recebido uma ligação cujo assunto envolvia família foi tão semelhante a aquele dia que ele não pode evitar relembra-lo. Havia sido na semana passada, se não se engava, ele já nem tinha mais certeza de que dia era exatamente de tanto que tentou evitar pensar sobre.

Naquele dia o ruivo estava lavando louça na pia enquanto Aomine estava de pé ao seu lado, encostado na geladeira o observando. Eles conversavam sobre coisas aleatórias, até que seu celular começou a toca em seu bolso. O moreno saiu para atendê-lo e demorou somente alguns minutos para que volta-se, já que o assunto da ligação não era de muita urgência. Assim que voltou e se encostou novamente na geladeira o ruivo riu e o encarou brincalhão perguntou se era Momoi o ligando novamente. Em resposta, Aomine estralou a língua e revirou os olhos ao dizer que sim, falando em seguida que às vezes o irritava um pouco a maneira como ela agia igual sua mãe, ou até pior que ela. O que só fez Kagami rir mais ainda, comentando em seguida que deveria ser engraçado “ter duas mães”, fazendo gigantescas aspas com os dedos molhados e cheios de sabão. O moreno fez caso e disse que o ruivo tinha é sorte de não morar mais com sua mãe ou pai. E bem, naquele momento... Naquele exato instante ele esperava tudo, tudo menos aquela reação vinda do ruivo. Kagami deu uma risada murcha, quase sofrida e encarou a louça em suas mãos com um olhar cheio de saudades, como se houvesse mergulhado em algumas lembranças nostálgicas enquanto dizia um “É...” sem emoção. Aomine sentiu um aperto ruim em seu coração, aquele olhar... Ele não sabia exatamente como explicar, mas aquele olhar estava afundado em solidão. Por um breve momento ele se viu em Kagami, como um relance rápido, mesmo que por razões diferentes, ele já havia visto aquele olhar em si mesmo muitas vezes na frente do espelho. E ela sabia perfeitamente o quão ruim era, esse sentimento era algo do qual não se podia fugir. Pelo menos não sozinho...

Parando para pensar agora, é, talvez possa ter sido esse o motivo, mesmo que ele não ousava afirmar tal fato. Ele não era capaz porque tinha uma sensação de que havia algo a mais, algo que ele apenas não compreendia ainda. Sem pensar nas próprias palavras e ações ele simplesmente soltou o que lhe veio à mente, e ele não se arrependia nem um pouco disso. Apesar de não entender a si mesmo ele tinha dito aquilo de coração e o que o ruivo veio a fazer em seguida mexeu com ele.

“- Sente saudade da sua família? – Aomine perguntou após um momento de silêncio. Não sabia ao certo se deveria se meter em um assunto tão pessoal.

-... Sim, um pouco, não os vejo a muito. – comentou sorrindo fraco. – Na realidade meu pai deveria estar morando aqui comigo, mas por algumas questões do trabalho ele não pode ficar no Japão. Às vezes é um pouco solitário viver em um apartamento tão grande sozinho. – explicou e ao terminar se virou para encarar o moreno, buscando alguma compreensão em seu olhar.

- É uma pena... Acha que seria menos solitário com ele aqui? – sua voz soou mais cautelosa, não esperava que Kagami se abrisse assim com ele.

- Acho que sim, talvez... – respondeu sem muita convicção, terminando de lavar as louças e secando as mãos em seguida.

Aomine ficou quieto por alguns instantes, porém, quando sentiu o ruivo passar andando do seu lado rumo à sala ele reagiu.

- Ei. – chamou a atenção de Kagami antes de jogar o braço por cima do ombro do dele, dando um sorriso calmo que nem Aomine sabia ser capaz de dar – Eu estou aqui agora, não estou? Não quero mais te ver fazer essa cara de perdedor perto de mim. – brincou bagunçando o cabelo do ruivo com a outra mão - Eu vou ter fazer companhia, então não precisa se sentir assim...

Em um primeiro momento, o ruivo apenas o encarou estupefato, ele definitivamente não esperava palavras como aquelas vindas do moreno. Entretanto, ao passarem-se alguns segundos ele de repente caiu na gargalhada, rindo mais alto do que costuma fazer. Sem entender o motivo da risada Aomine o encarou confuso.

- Hahaha, então o grande ás da geração dos milagres saber ser gentil quando quer? – questionou retoricamente, ainda risonho.

- Tsc, você é mesmo um idiota. – rebateu Aomine e puxou a bochecha de Kagami com força. – Uma pessoa normal apenas diria “obrigado” em momentos como esse.

- Ok, haha, desculpe, Obr... - Se calou no meio da frase, ainda tentando conter a vontade de rir. Quando finalmente conseguiu segurar o riso o ruivo e virou o rosto para Aomine, que não pode deixar de notar a vermelhidão das bochechas se destacando sobre a pele bronzeada e seus olhos lagrimejando de tanto que havia rido. E olhou no fundo dos olhos azuis escuros do moreno, dando o sorriso mais largo e caloroso que ele havia visto o ruivo dar desde que o conheceu. - Obrigado Aomine.

Seu coração pareceu saltar em seu peito, aquiescendo-se mais quando um misto de alegria e alívio o invadiu. Sem que fizesse qualquer esforço ele foi capaz de sentir que seu rosto havia ficado quase tão vermelho quanto o de Kagami. E ao se dar conta disso se distanciou do ruivo sem deixar que ele percebe-se. O provocando com a primeira coisa que pensou, fugindo do assunto anterior. E agradeceu aos deuses quando acabou dando certo.”

 

- Ei,  por que tá com essa cara? - Uma voz familiar aproximou-se de si.

- Ahn? – sussurrou confuso, começando a foca sua visão no ruivo a sua frente.

- Aconteceu alguma coisa? – questionou o ruivo, notando sua expressão perdida.

- Não, que dizer, nada muito sério – sacudiu a cabeça suspirando pesadamente, ultimamente ele andava pensativo demais e isso não era um bom sinal – Meu pai pegou um resfriado e minha mãe ‘tá louca de preocupação. Vou ter que voltar mais cedo ‘pra casa.

- Já vai então?

- Sim, valeu pela janta. – o moreno pegou a mochila no chão – A gente se vê amanhã. – se despediu enquanto enfiava os sapatos nos pês antes de abrir a porta.

- Ah, tchau então, até amanhã. – disse ao acompanhar o ruiva porta afora – Melhoras pro teu pai! – gritou ao ver que ele já iria entrar no elevador.

- Obrigado! – o moreno sorriu fraco ao acenar antes de o elevador se fechar a sua frente.

Continua...


Notas Finais


E então? E ai? Compensou a demora? jkkjhk :V
Tenho que admitir, como no anime/mangá não mostra muito o lado sentimental de ambos eu estou com certo medo de ter deixado eles "oc" demais, sacam? (Eu meio que acho fundamental preservar a personalidade do personagem)
Cá está a explicação resumida minha da demora:
Como já sabem eu parei a fic por um tempo pq precisava me concentrar na escola (por questão de nota). E foi o que fiz. Na semana anterior a semana de provas eu pausei a fic e comecei a estudar. Quando as benditas chegaram eu fiz e adivinhem? Consegui a nota na matéria que mais precisava, uhuuu! Depois disso eu pensei que fosse estar livre, mas aparentemente tinha ficado em química por 0,5 ponto (Sério professor?). Sendo assim resolvi prolongar a pausa e estudar pra recuperação. Quando fui no dia, descobri que o dito cujo tinha dado ponto pra quem precisava de pouco e vi que tinha estudado pra nada, mas fiquei felizona por não precisar fazer a prova. Me dei um fim de semana de descanso e comecei escrever na segunda. E ai me veio minha linda mãe e me arrastou pra viajar na quarta me deixando sem ter como terminar de escrever. Passei quase duas semanas viajando e quando voltei descansei e me vi presa num bloqueio criativo, até então. Resumidamente é isso que rolou comigo kjkjkj Complicadinho não?
Agradeço quem ainda esteja por aqui e pelos favoritos que ganhei mesmo sem andar postando! <3
Dessa vez eu posso dizer que o próximo capítulo vai vir no mesmo ritmo de antes da pausa, sem sombra de dúvidas!
Beijões e até lá!


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