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História Is this love...? - De tantas pessoas... Porque justamente você?


Escrita por: Rghost

Notas do Autor


OOOOLÁ, sim, eu sei, mereço uns puxões de orelha e tudo mais!
Entretanto! Tenho meu direito de defesa!
Como sempre rola e não é novidade, tive um bloqueio, mas essa não é a questão.
Bom, já que tive esse bloqueio eu não me atrevi a escrever e sair algo que não me agrada, foquei em outras coisas da fanfic, como por exemplo: Corrigi todos o capítulos anteriores, fui anotando melhor minhas ideias pra esse capítulo e para a fanfic em si, entre outras coisas.
UMA AVISINHO: como viram no capítulo anterior, eu não tinha ficado muito feliz com o resultado dele, então quando eu o corrigi, aproveitei e dei uma mudada em algumas partes bem relevantes dele. Ou seja, recomendo que releiam!
Ah, outra coisa, mudei o apartamento do kagami pra ser o último, pq me toquei que não tem como ter a mini varanda/janela que ele tem, se for o segundo apartamento. (Sou lerda, ok? Só vim me tocar agora)
Opa, outra coisa também, que andei esquecendo de fazer: Agradeço do fundo do meu coração pelos novos favoritos e pelos comentários! <3
Vocês me motivam a me dedicar a essa fic, a não desistir dela, mesmo eu sendo lerdinha pra postar e etc...
Eu realmente me esforço da minha maneira torta de ser!
Tem outras coisas que quero falar, mas vou deixar pra notas finais!
Sem mais delongas, boa leitura! (como sempre, ignorem os erros do jeito que der kjkj)

Capítulo 9 - De tantas pessoas... Porque justamente você?


Quando a sirene do colégio soou pelos corredores da escola, quebrando o confortável silêncio em que sua sala de aula estava imersa, o moreno bufou um tanto irritado. Não havia conseguido nem ao menos cochilar, justamente hoje seu maldito professor fez questão de manter os olhos sobre si, checando se Aomine não estava jogado sobre a mesa, dormindo despreocupadamente no meio de sua aula como ele sempre costuma fazer.

Porque diabos esse professor tinha que escolher logo ele para descontar seu mau humor?  Seria algum tipo carma?

Aomine passou a encarar o velho homem, que se virou de frente para a turma, na expectativa de que ele acreditasse que tinha conseguido fazer com que o moreno prestasse atenção em sua aula. E continuou a observar a boca enrugada do velho se abrir e fechar incontáveis vezes, até o termino da aula, num clico vicioso que aparentou ser uma eternidade.

Entretanto, mesmo que fingisse prestar atenção, o tedioso som da voz do velho parecia não ser capaz de alcança-lo. Na maioria das vezes Aomine nem ao menos estava realmente escutando o que os seus professores diziam durante suas aulas, principalmente nos últimos dias.

No momento em que o homem ranzinza deixou a sala de aula a passos supreendentemente rápidos, depois de ter feito questão de guardar seu material bem devagar, e os alunos iniciaram uma explosão de conversas entre si, o moreno comemorou discretamente por em fim ter chegado o horário do intervalo. Como a maiorias das aulas sempre conseguiam serem tão entediantes assim? Essa é uma daquelas perguntas que ele nunca iria conseguir responder e das quais também nem fazia questão. Afinal de contas, mesmo que houvessem certas exceções, raramente alguma aula conquistava o seu interesse.

Deixou a sala de aula para trás, esfregando a nuca com a mão enquanto caminhava pelos corredores da escola em direção ao seu local de paz. E como não sentiu nenhuma vontade de passar na cantina ao chegar meio perto de onde ela ficava, preferiu subir as escadas e ir direto lá pra cima. Por sorte, apesar de o céu estar completamente nublado, ele não mostrava mais nenhum sinal de um possível princípio de chuva. Ignorando a densa brisa fria que o acertou em cheio ao abrir a porta, o moreno girou para o lado e foi até a escada presa na parede e escalou para a parte mais alta do terraço. Logo que alcançou o teto Aomine se jogou sobre o chão gelado, suspirando cansado ao colocar os braços atrás da cabeça como um apoio mais confortável. Porém, antes que enfim pudesse usufruir de seu tão esperado descanso sua mente estralou, lembrando-lhe que ainda existia algo que poderia atrapalha-lo. Em questão de curtos segundos o moreno retirou o celular do bolso e apertou no botão de desligar.

Isso lhe renderia mais algum tempo, mesmo que soubesse que Momoi saberia onde acha-lo, até que ela ligasse para seu celular e percebesse o que aparelho estava desligado e só então fosse atrás de Aomine. Ele já teria um enorme acréscimo de seus preciosos minuto sozinho, mergulhado em todo o esplendor da sua preguiça.

Mesmo que por um curto período, o moreno só desejava ficar sozinho para poder pensar, já que não havia tido paz nem em sua casa. Seu obviamente já tinha melhorado completamente, no fim de tudo, era realmente apenas um fraco resfriado como tinha presumido no dia em que sua mãe o ligou nervosa. Seu velho sempre foi saudável, quase nunca adoecia – coisa que Aomine demonstrava ter herdado -, quando por acaso acontecia de seu pai pegar uma doença, jamais chegava a ser algo sério. E ainda assim, após todos esses anos sua mãe insistia em surtar de preocupação todas às vezes. Tirando a vez em que saiu durante o sábado para jogar ir jogar com ruivo, ele passou todo o fim de semana sendo obrigado a pagar de baba de seu próprio pai toda vez que sua mãe saia de casa por algum razão, mesmo que ambos houvessem repetido inúmeras vezes que não era necessário. Foi por isso que o moreno passou mais tempo na sala de casa com seu pai do que em seu quarto, ou do que havia acostumado a passar no apartamento de Kagami.

Ah! Ali estava ele novamente, por mais que Aomine tentasse o chutar para longe, o ruivo voltava a tomar conta de seus pensamentos. O que diabos ele deveria fazer quanto a isso?

Sua mente ficava a mil só de lembrar-se do enorme incomodo que tinha sentido em relação a aquelas mulheres, no dia em que se ofereceu para acompanhar Kagami até o mercado. Ou de como seu sorriso escandaloso começou a afeta-lo tanto com o decorrer do tempo. E só piorava mais quando ele resolvia aparecer em seus pensamentos nas horas mais importunas. Chegava a ser cômica, de tão absurda que era a maneira natural como o moreno de repente se pegou refletindo sobre o que Kagami estaria fazendo naquele momento ou em como acharia tal coisa engraçada e riria do jeito espalhafatoso que só ele sabe fazer. Aomine não era tão ignorante a ponto de dizer não entendia o que todas aquelas sensação e reações significavam, embora nunca houvesse as sentido antes. E mesmo assim... Nada o fazia deixar de pensar em como aquilo soava insano aos seus ouvidos. Ele estava tão cansado, estressado e confuso, queria voltar ao normal, esperando que os dias continuassem a serem divertidos como foram nesse ultimo mês. Só pedia do fundo de seu coração que não retornasse a ser como antes, com toda aquela solidão e falta de ânimo, por mais sentimental que isso parecesse.

E provavelmente foi por estar tão mentalmente exausto que o moreno caiu de sono sem nem perceber. Ele teve seu merecido descanso pelo tempo que deu, mas logo chegou ao fim quando Momoi surgiu na porta e vasculhou o local a sua procura. A garota se distancia para conseguir ver se ele estava lá em cima e quando visualizou sua silhueta ela saiu passos apressados em sua direção. Subiu pela escada da parede e assim que metade de seu corpo ficou na altura de onde o moreno estava de deitado ela se esticou, o sacudindo com força enquanto chamava por seu nome. O moreno resmungou e abriu os olhos, os revirando ao ouvir seu nome ser chamado ininterruptos segundos seguidos.

- Vamos Dai-chan! Está frio muito frio aqui em cima! – reclamou no momento em que a brisa bateu em suas pernas descobertas - Além disso, o sinal já vai tocar e você não pode perder essa próxima aula! – o alertou, ignorando o frio ao voltar a cutuca-lo até que Aomine saísse dali.

Foram questão de longos cinco minutos de muita insistência da parte de Satsuki para que Aomine enfim despertasse de vez. Ela a olhou de relance, com a expressão ainda sonolenta, mas fechada o suficiente para que ela percebesse que não estava com um humor muito bom naquela manhã. Momoi desceu pela e observou o moreno fazer o mesmo cheio de preguiça, logo depois dela. Ele bocejou varias vezes enquanto os dois desciam os lances de escadas de volta aos corredores do colégio. Por razões que o moreno desconhecia, justamente hoje a garota veio o enchendo de perguntas sobre Kuroko: Tem falando com ele? Ele perguntou algo sobre mim? Posso ir vê-lo com você no Maji burger algum dia? Eram somente pequenos exemplos das muitas que ele ouviu à medida que percorria o caminho com Momoi. Ele realmente deveria estar com algum carma muito forte sobre si, logo hoje, no dia em que menos estava a fim de pensar em sentimentos, sua melhor amiga decidia o entupia de perguntas sobre sua paixão de anos.

Os dois seguiram junto por mais alguns minutos até que Momoi desistiu de suas perguntas incessantes por agora, ela se despediu e saiu caminhando contente com as respostas que havia conseguido. Aomine continuou a encarar as costas da garota se afastar cada vez mais e suspirou frustrado quando o sinal soou alto através das caixas de som.

...

Depois do término do treino da Too o moreno saiu em direção ao vestiário para mudar de roupa e pegar suas coisas. Trocou algumas palavras rápidas com Momoi e se despediu antes de partir para o metrô. Ao chegar lá ele esperou pacientemente por mais ou menos vinte minutos, quando o seu trem parou e as portas foram abertas ele adentrou acompanhando por um grupo de pessoas. Notou de cara que o vagão estava mais lotado hoje do que nos últimos dias, ele certamente se encontrava cheio por causa do horário. Além de o treino ter se encerrado mais cedo o moreno não teve que esperar tanto quanto normalmente tem. Aomine agarrou uma das alças do corrimão no teto e seguiu o trajeto todo em silêncio, encarando o vazio escuro da parte de fora do vagão enquanto pensava em coisas aleatórias.

Demorou um bom tempo para que a voz eletrônica finalmente se repercutisse pelo vagão avisando que sua parada seria a próxima. Tamborilou os dedos sobre o pano da calça, ficando ansioso sem qualquer razão aparente. E logo em seguida sentiu um fraco solavanco quando os freios do trem foram acionados, fazendo um barulho alto do lado de fora. Assim que o trem parou as portas se abriram imediatamente e o moreno saiu andando apressado.

Ao passar em frente ao Maji burger ele se surpreendeu ao não ver Kagami ou Kuroko do lado de dentro pelas janelas do local.  Optou por não parar lá já que não avistou nenhum conhecido e continuou a caminhar em direção a sua casa. Na metade do caminho, ainda um pouco longe da rua do apartamento o ruivo, ele se tocou que tinha deixado o celular desligado durante todo o resto da tarde. Questionou-se se não havia perdido alguma ligação de sua mãe enquanto clicava no botão de ligar. Quando a inicialização do aparelho finalmente se concluiu ele foi direto checar se não possuía chamadas perdidas e estranhou ao ver duas ligações de um número desconhecido perdidas recentemente. Parou seus pensamentos por um momento e encarou fixamente aqueles números, tentando relembrar se já não os conhecia de algum lugar. À medida que já foi começando a pensar em desistir de tentar resgatar a memória perdida após alguns minutos de tentativas falhas ele resolveu guardar o celular no bolso da calça e deixar isso para lá. Todavia, o aparelho começou a vibrar em sua mão de repente, o deixando em dúvida se deveria atender ou não. Por fim, Aomine cedeu à curiosidade e pressionou o botão de aceitar.

- Alô? Aomine-kun? – chamou a pessoa do outro lado da linha, levemente apreensivo.

- Tetsu? – perguntou o moreno, reconhecendo a voz do garoto quase que imediatamente. – Onde conseguiu meu número?

- Com o Kagami-kun há uns dias atrás, mas isso não vem ao caso no momento. – respondeu apressado – Me diga, você falou com o Kagami-kun hoje? Ele está ai com você?

- O Bakagami? – ele ajeitou o aparelho próximo ao ouvido, confuso com as palavras de Kuroko – Não, eu não o vi hoje, não o vejo desde sábado. Por quê? Aconteceu alguma coisa?

- Na verdade eu não sei, ele faltou à escola, o celular só cai na caixa de mensagem desde cedo. – explicou – E acho que também não está em casa já que estou batendo na porta há uns dez minutos e não tenho respostas. Então eu pensei que talvez ele pudesse estar com você, Aomine-kun.

- Mas não ‘tá, como eu disse antes, a última vez que eu o Kagami foi no sábado. – afirmou, ignorando completamente a explicação do menor - Tem certeza que ele não ‘tá em casa?!

- Parece que sim, já bati na porta e o chamei, mas ele não apareceu. – relatou incerto.

- Me espera um pouco. Eu estou indo ai, não estou muito longe. – o avisou, acelerando o passo.

- Certo, estarei aqui o esperando. – Kuroko concordou.

Ele encerrou a ligação e enfiou o aparelho no bolso da calça, começando a caminhar o mais rápido que conseguia. Onde você se meteu agora seu ruivo idiota?

A passos ligeiros ele se virou na rua do apartamento do ruivo logo que a avistou e deu uma corridinha em direção ao prédio, apertando o botão do elevador com pressa quando entrou na recepção. No instante em que a grossa porta cinza se abriu a sua frente ele adentrou rapidamente, clicando no botão do quarto andar antes mesmo que ela voltasse a se fechar. O elevador começou a subir e demorou apenas alguns minutos para chegar ao andar correto. Aomine enxergou Kuroko acenar para ele do fundo corredor assim que saiu de dentro do transporte.

- Nada? – indicou a porta fechada com a cabeça aproximando-se e suspirou forte ao observar o menor confirmar.

Sem dizer mais nada Aomine girou o corpo no sentido da porta e agarrou a maçaneta, a forçando bruscamente, conferindo se estava trancada de verdade. Percebendo que aquilo era inútil ele largou de mão e decidiu bater na porta com força, chamando alto por Kagami. Porque vai que o dia estava dormindo e por isso não tinha escutado Kuroko? Era uma ideia válida, o moreno tinha que arriscar, mesmo que isso pudesse vir a incomodar os vizinhos. Depois de dez minutos de várias tentativas falhas, na hora que até mesmo Kuroko já dizia para ele desistir os dois se assustaram um pouco ao escutaram porta fazer um clic e ser aberta devagar. Mal tiveram tempo de abrirem a boca para perguntarem o que algo já que o ruivo despencou para frente antes mesmo de abri-la por completo.

- Kagami-kun! - o gritou menor se movendo para ampara-lo, mas congelou aliviado assim ao ver moreno se adiantar e segura-lo com rapidez, usando seu corpo como apoio para que os dois não caíssem no chão.

- Ei! Kagami! – o sacudiu assustado enquanto fitava o ruivo jogado sobre seu corpo, sentindo as partes de pele exposta do dele que se encostavam em si arderem quentes.

- Aomine-kun! Deixe as perguntas para depois, vamos leva-lo para dentro. – mandou Kuroko, escancarando a porta e dando espaço para os dois passarem.

Fazendo um pouco de esforço, já que Kagami tem praticando o mesmo peso de Aomine, ele o carregou e o deitou sobre o sofá, tomando cuidado para não derruba-lo enquanto fingia não o escutar resmungar em seus braços.

- Ele está com febre. – informou o maior, após voltar a se agachar na direção de Kagami e pressionar a mão em sua testa suada.

 – Deve ser gripe. – contatou Kuroko – Vou pegar um copo de água ‘pra ele.

Enquanto Kuroko se dirigia até a geladeira para pegar água, o moreno direcionou sua atenção para o ruivo deitado no sofá. Chamou por ele o sacudindo levemente, perguntado se já havia tomado algum remédio para aliviar a febre. Em resposta, Kagami balbuciou palavras desconexas que Aomine não compreendeu e tentou se sentar ainda meio tonto para conseguir conversar melhor.

- Sim... – sussurrou rouco, tossindo um pouco ao mirar o moreno com a visão embaçada.

- O que ele disse? – indagou o menor, retornando da cozinha com um copo grande água na mão.

- Parece que já tomou o remédio ‘pra febre.  – desviou o olhar de volta para Kagami.

- Então não tem muito o que ser feito por agora, ele só tem descansar e beber muita água. – falou Kuroko, dando a água para o ruivo e o auxiliando a beber – Mas não podemos deixa-lo sozinho aqui, nesse estado em que se encontra.

O moreno ficou calado, remoendo o que o menor acabará de dizer. Aomine estava de saco cheio, estressado por ponderar sobre essas coisas contra sua vontade. Em seu âmago, ele quase considerou o que sua consciência lhe sussurrava, martelando em sua cabeça que a melhor solução para aquilo era ele se afastar do ruivo. Entretanto, ao fitar Kagami, febril e suado, com a face extremamente rubra, fazendo uma expressão estranha que o moreno nunca viu ninguém fazer, em uma mistura de cansaço e sofrimento, ele chutou tudo isso para bem longe e rejeitou completamente os avisos exaltados que saltavam em sua mente um atrás do outro.

- Eu fico com aqui com ele essa noite. – se ofereceu.

...

Kuroko ficou no apartamento com os dois por um período, fazendo companhia para eles por cerca de uma hora. Explicou o que lembrava sobre febre para o moreno e concordou com a ideia dele de ligar para a mãe e ver se ela sabia o que fazer em uma situação como essa. Então, em determina altura da noite, o menor falou que já precisava ir por conta de um problema pessoal que ainda teria que resolver quando chegasse em casa.

Retornando para a sala após encerrar a ligação, onde Kagami continuava prostrado sobre o sofá, Aomine o encarou, pensando no que deveria fazer a seguir. Segundo sua mãe lhe disse, já que o ruivo tinha tomado o remédio para a febre ele não precisaria fazer muita coisa. Tinha apenas que ajuda-lo a se manter hidratado e em repouso – a parte do repouso o fez torcer o nariz, talvez essa vá ser a parte mais complicada -, a comer algo leve e liquido despois e vigiar se ele não estava piorando. Deu alguns passos até a janela da sala e a entreabriu, não a ponto de o vento frio alcançar Kagami, mas o suficiente para melhorar o estado abafado do local.

- Quer mais água? – indagou, cutucando seu braço ao se esgueira até ele para que Kagami pudesse enxerga-lo melhor. Como antes, o ruivo sussurrou um sim arrastado e fez menção de se levantar. Todavia, Aomine o impediu, mandando que ele permanecer com bunda colada no sofá.   

Pegou um copo bem grande de água e aproveitou para dar uma vasculhada rápida na cozinha. Não havia uma louça suja se quer ou coisa do gênero, o que o fez se perguntar se o ruivo cuidou dos afazeres mesmo estando nesse estado. Agachou-se do lado do sofá e ajudou Kagami a se sentar de novo, entregando o copo para ele assim que se ajeitou mais confortavelmente no estofado.  

- Já comeu alguma coisa hoje? – esperou pacientemente até que Kagami terminasse de beber para que pudesse respondê-lo, comprimindo a mão áspera na testa dele para conferir a temperatura mais uma vez.

- Sim. – o ruivo o fitou encabulado e um tanto retraído quanto ao toque gentil e cuidadoso de Aomine - Eu fiz sopa ontem à noite, antes de começar a me sentir realmente mal, ‘pra sobrar ‘pra depois. – tossiu um pouco – Ainda deve ter bastante na geladeira...

- ‘Tá com vontade de vomitar ou algo assim? – coçou a nuca desconfortável, afastando-se consideravelmente e saindo de frente da televisão. A seu ver ele estava fazendo mais perguntas nessa noite do que fez em sua vida inteira.

- Não. – respondeu Kagami, formando uma careta confusa para a pergunta estranha do moreno.

Bom, menos mal, ao que tudo indica ele pode, deve e precisa comer agora a noite antes de Aomine arrasta-lo até o quarto e obriga-lo a dormir.  Ele havia tentando leva-lo para o quarto, afinal uma cama seria mais confortável para descansar, entretanto, o ruivo se recusou. Afirmando com todas as forças existentes naquela cabeça oca de que estava bem. Que ainda era muito cedo e que ele não é uma criança. Sendo o único ser sã e racional presente no momento o moreno preferiu não discutir, apesar de dizer para si mesmo que o arrastaria para o quarto mais cedo ou mais tarde, constatação que o fez sentir um estranho constrangimento repentino.

...

Mesmo cansado e meio tonto o ruivo ria da falta de jeito de Aomine para cozinhar, como ele não conseguia esquentar uma simples panela de sopa e adicionar alguns ingredientes sem quase queima-la? É tão fácil.

Os dois discutiram por minutos enquanto o moreno travava sua árdua batalha contra a panela e o fogão. Ele escutava as risadas não contidas de Kagami sentado em uma cadeira da bancada atrás de si e procurava ignorar a maioria, todavia, em determinado momento ele se deixou ser contagiado e sorriu junto a colocar comida para ambos em pratos separados. Esquecendo-se completamente dos pensamentos caóticos dos últimos dias, ele só estava precisando aproveitar o presente com Kagami, porque ainda é divertido, mesmo que o ruivo não esteja nas suas melhores condições, ainda será divertido.

Distraindo-se com o programa de comédia que passava na televisão da sala, eles se calaram, apenas riam das piadas toscas que viam. Em certo momento, ao perceber que o ruivo ficou extremamente silencioso do nada, ele o fitou preocupado, mas suspirou aliviado e riu baixo ao vê-lo babando sobre a bancada. Isso facilitou seu trabalho.

- Ei! Kagami! Levanta! Vou te ajudar a ir ‘pra cama. – avisou, dando a volta até o lado que o ruivo se encontrava.

Kagami gemeu dolorido quando ficou de pé de repente, sem esperar pelo apoio do moreno, que pegou o braço direito dele e jogou por cima do ombro sem dar chance para ele recusar. Esgueirou-se pelo corredor com o ruivo ao seu lado, pondo a mão em sua cintura para conseguir segura-lo com mais facilidade. Emperrou a porta com pé já que estava com as mãos ocupadas e voltou a leva-lo, porém, cabeça quente e teimoso como é, ao se dar conta de que ele estavam na porta de seu quarto usou da pouca força que ainda lhe restava para se afastar de Aomine. Ele tem seu lado orgulhoso, não é fraco e nem uma criança, pode muito bem andar até a sua cama sozinho no estado em que está. Em consequência a isso, sua tontura piorou e ele tropeçou para frente, caindo de cara no meio do chão do seu quarto. Aomine xingou alto atrás de si, o chamando de idiota e imbecil e todos os nomes que vinham em sua cabeça a medida que andava até ele para ampara-lo. Porém, parou de falar ao encarar Kagami e ver seu semblante irritado e testa mais avermelha por causa da queda. Naquele instante ele não pode evitar, não soube dizer o que deu em si, ele apenas caiu na gargalhada como não fazia há anos.

Riu da cara dele por uns minutos, mas se recompôs do jeito que deu ao se recordar que Kagami estava doente. O pegou pelos braços e o ergueu rapidamente, falando para Kagami se segurar em seu pescoço, pela lateral do corpo, com os dois braços. O deitou na cama, tentando não derruba-lo. Estava prestes a larga-lo de vez na cama quando sentiu a respiração quente do ruivo bater contra seu pescoço, causando um arrepio repentino, no momento em que o mesmo murmurou algo que o moreno não entendeu de primeira.  

- O que você disse? – perguntou em embasbacado, virando-se para encara-lo.

- Você fica bem melhor sorrindo... – sussurrou firme, com um sorriso fraco nos lábios ressecados, olhando no fundo dos olhos azuis escuros de Aomine.

Nem o próprio Kagami sabia ou queria explicar o porquê diabos estava falando isso em um momento como esse. A frase só surgiu em sua mente, destacando-se no meio de toda aquela tontura misturada a um meio delírio por causa da febre. E ela lhe pareceu natural e certa, porque era uma frase sincera de sua parte, ainda que ele não ousasse falar isso em um estado de consciência sã.

Aomine congelou estático, de olhos arregalados. Pondo a mão sobre o rosto e o virando depressa para que o ruivo não conseguisse ver seu estado. Sua face ardia em brasas, seu coração fulminava em seu peito, batendo como um louco sem parar. Dizendo infinitos: “merda, merda, merda,” seguidos dentro de sua cabeça. Ali estava a maldita prova que ele se recusava a ter, que tanto evitou pensar desde semanas atrás. Porque depois de tantos anos seu coração tinha que trai-lo assim? Por que agora? PORQUE DE TANTAS AS PESSOAS QUE CONHECIA, ELE TINHA QUE TER SE APAIXONADO JUSTAMENTE POR KAGAMI?

Ele volta o rosto na direção do ruivo espantado, rezando para que ele não o tivesse visto daquela maneira. Rindo nervoso de alivio em seguida, ao ver que o mesmo havia apagado sobre a cama. O moreno ajustou o ar-condicionado para o modo ventilação, deu uma última olhada para Kagami dormindo calmo sobre o colchão e saiu do quarto às pressas.

Continua...


Notas Finais


...
Agora que chegamos nesse momento eu não sei o que dizer KJKJKK
Só posso comentar que apesar de eu me senti culpada pela demora, eu também sinto que consegui compensar vocês com esse capítulo.
Além de ter saído bem grandinho, eu tentei faze-lo com cuidado, tentei fazer sair algo que me agradace bastante.
Até pq esse era um dos capítulos que eu mais queria fazer desde inicio da fic haha
E ai, o que vem a seguir? O que acham que vai rolar agora que as cartas foram postas na mesa do lado Aomine da força?
Espero ter conseguido agradar vocês e que tenham achado que essa "descoberta" chegou no ritmo certo. Sacam? Nem cedo demais, nem tarde demais...
Bom, acho que é só isso, vejo vocês no próximo capítulo, um beijo e até! <3


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