História Isabella - Prólogo

Era mais um dia feliz de minha vida, eu estava dançando pelo jardim, rodopiando alegremente com meu vestido rodado; eu tinha doze anos, meu vestido era rosa clarinho e eu havia feito uma pequena coroa com umas folhinhas que estavam na árvore ao lado da minha casa. Um menino havia se mudado para a vizinhança e quis visitá-lo. Atravessei a ruela entre a minha casa e a dele. Bati à porta. Sua mãe atendeu. Ela tinha expressão séria, o cabelo levemente loiro preso em um coque sobre o topo de sua cabeça.
- O que foi, menina?
- Oi! Meu nome é Isabella, eu gostaria de dar as boas-vindas à cidade! - dei um sorriso.
- Obrigada, menina, agora volte para a sua casa.
Ela fechou a porta na minha cara. Indignada, olhei para o andar de cima. Vi o garoto. Seu cabelo era loiro como o da mãe, notei. Ele estava distraído lendo alguma coisa. Joguei uma pedrinha na janela para chamar sua atenção. Ele olhou. Sinalizei para que descesse. Pouco depois, ele estava lá.
- Oi! Você é novo aqui, certo? Como é seu nome?
- Paulo.
- Eu sou Isabella, mas pode me chamar de Isa!
- Então está bem...
- Seja bem vindo! Eu moro ali na frente! - apontei meu jardim. - Quer vir?
Ele assentiu, mudo. Peguei-o pelo braço e puxei-o comigo. Ele olhou ao redor, para o meu jardim. Algumas flores salpicavam o verde do jardim com diversas cores. Minha macieira, que eu há muito plantara no jardim, quando eu tinha 3/4 anos, estava lá, forte e firme, o verde vivo das folhas em contraste com algumas maçãs bem vermelhas. Paulo arregalou os olhos.
- É muito lindo! - exclamou.
- Obrigada! Eu plantei quase tudo!
Ele olhou para a própria casa, temeroso.
- Εu... Preciso ir.
E correu de volta para a sua casa.
- Para! Espera!
Corri atrás, e acabei por não notar o carro que se aproximava quando eu corri. Uma pancada forte. Uma dor forte na coluna. Manchas pretas dançando em minha visão. Ao longe, escutei alguém me chamar, mas estava longe demais...