1. Spirit Fanfics >
  2. Isabella >
  3. Romance?

História Isabella - Romance?


Escrita por: Estherzinha13

Capítulo 5 - Romance?


No dia seguinte, ignorei o mapa inteiramente, assim como todos os outros alunos, e sentei no fundão, como sempre. Ninguém notou. Uma menina chamada Lívia trocou de lugar comigo. Mapa de sala era um saco. Logo na primeira aula, Joanna ou Joanninha, nossa professorinha bipolar, entrou.
- E então, turminha! Tudo pra cima? Quais os babados? Teve festinha e ninguém me convidou?
Mafê, uma das mais amostradas e da trupe de Carol, respondeu:
- Ah, foi a festinha da turma...
- E aí? Quem pegou quem?
Um coro de vozes respondeu:
- Maria Fernanda e Antônio!
Comecei a rir. Rir! Numa manhã de semana! Eles combinavam, todo mundo sabia, e eles ficaram! Meu Deus, por isso eu amo o informativo matinal de Joanna! Eu sou a mais desinformada desse mundo! E eu não fui para a festa porque eu não quis. Não gosto da escolha musical das pessoas.
- Ei, força na peruca, começar a aula!
- Ei, ei, ei, professora, mas eles se mereciam, né? - disse Vitor, se levantando.
- Senta, Vitor! A aula começou, fiquem quietos! - Joanna ordenou furiosamente.
E depois perguntam porque ela é a professorinha bipolar.
O resto da aula correu monótono, sem que eu pudesse fazer nada além de dormir. Notei várias vezes que Davi me encarava, provavelmente querendo minha atenção por algum tempo, mas eu não queria falar com ele. Ele chegou a botar a mão na orelha! Meu Deus!!! Ele leu A Seleção!!! Mas contive o impulso de tocar na minha e ignorei. A aula de português foi completamente cansativa. Poxa, quem liga se eu estou falando uma oração subordinada substantiva completiva nominal reduzida de particípio? Joanna é animada, mas não me contagia. No intervalo, tentei me esconder de novo. Quase passei a roda "sem querer" no pé do Paulo. Rodei para longe, para o outro prédio. Mas Davi me seguiu. Tentei dar meia-volta, mas ele me barrou, encurralando-me eu um canto. Com um suspiro, desci da cadeira e sentei-me encostada na parede. Sinalizei para que ele sentasse também, o que ele fez. A primeira coisa que fez foi falar:
- Porque você está me ignorando?
Era justamente a última coisa que eu queria que ele perguntasse. Escondi o rosto com as mãos, as lágrimas de fúria e tristeza caindo à medida que eu lembrava do dia anterior.
- Ei. - ele me abraçou e apoiou minha cabeça em seu peito. - Calma. Eu só quero saber porque você está me evitando. Eu fiz alguma coisa errada?
Segurando sua blusa da farda como se minha vida dependesse disso, comecei a contar do dia anterior, desde o momento em que Paulo me chamou para ir à biblioteca até a minha corrida para não cruzar com ele. O tempo todo, Davi manteve um braço sobre meus ombros, acariciando meu cabelo, e o outro me apertando contra si. Eu sei que eu deveria querer fugir, mas... Eu não conseguia. Não que ele me forçasse a ficar lá, mas meu corpo se recusava a sair dali. Um abrigo. Ao final, ele comentou:
- Aquele... Meu primo vai pagar. - ele resmungou uns palavrões. - Vamos? O intervalo está quase acabado...
Assenti. Ele me ajudou a sentar de volta na cadeira e me levou de volta à sala de aula, enxugando qualquer lágrima que caísse. Agradeci a ele mentalmente. A próxima aula era de Rita. Geografia. Meu calo. Acabei voltando ao meu lugar de origem no mapa, mas Lívia (ou Liv, como preferia ser chamada) ficou por perto, conversando com Mari.
- Então! Força aí! Vou fazer o sorteio dos grupos do seminário!
No fim, fiquei com Davi, Mari e Liv de gente boa e Carol, Lara, Maria Fernanda e... Paulo. Meu pesadelo. Num grupo de oito, metade eu não gosto. Lara fora minha amiga. Mas ela e Victória se juntaram ao grupinho das "falsianes de Carol" e agora sequer cruzam o olhar com o meu.
- Pronto! Reúnam-se!
Lara, Mafê e Carol se aproximaram. O trabalho foi uma zona. Elas discordavam de tudo!! Decidimos nos encontrar na casa de alguém para terminar. Ia dar problema, certeza.
- Eu e as meninas vamos fazer o slide. - ou seja, a apresentação toda.
- Está bem. Faremos os textos e enviaremos os tópicos. - respondi.
Elas pareceram desdenhar. Decidi ignorar. Ao fim da aula, comecei a me organizar para ir para casa quando escuto um soco do lado de fora. Joguei minhas coisas na cadeira e rodei para fora. Em um canto, vi uma roda. Briga. Me aproximei rapidamente, empurrando as pessoas para ver. Davi estava contra a parede, Paulo o mantinha ali. Oh-oh...
- Você não vai sequer chegar perto dela. - Paulo cuspiu as palavras.
- Muito menos você!
Paulo bateu em seu rosto, deixando uma marca roxa.
- Não! Parem! - interferi. - Paulo! Solte o Davi!
Sem pensar duas vezes, meti-me entre os dois, pegando impulso com os braços e quase voando. Agarrei-me ao pescoço de Davi, usando-o como apoio para minhas pernas inúteis. Ele segurou-me pela cintura, não me deixando cair.
- Você não vai bater nele.
- Ora, saia da frente!
- Não! Você não manda em mim, e eu fico onde eu quiser! Por isso, eu fico com quem eu bem entender! E com certeza não é com você! - sibilei, fazendo com que ele se calasse, espumando de raiva.
Davi levou-me até minha cadeira e sentou-me lá. Levou-me para fora da escola e começou o caminho para casa. Meu pai tinha aula, então eu voltaria a pé mesmo.
- Obrigado por me defender hoje.
- Tudo bem... Eu... não gosto de brigas. E você é meu único e melhor amigo, não escolheria ninguém mais.
- Mesmo assim, obrigado.
- Por nada. O Paulo te machucou?
- Nada demais. Eu estou bem.
Virei a cabeça para enxergá-lo. Vi uma mancha roxa em sua face.
- Eu não tenho tanta certeza...
Abri minha bolsa e peguei uma garrafa e um pedaço de tecido e molhei-o. Encostei o pano em sua bochecha machucada. Ele sorriu.
- Obrigado...
Passamos o resto do caminho falando sobre diversas coisas, a conversa fluía muito fácil com ele. Quando chegamos, ele me deu um beijo na testa.
- Obrigado pela companhia.
- Foi um prazer! - dei-lhe un abraço e entrei em minha casa, o pano úmido na mão.
- Oiê!
- Oi, filha! Chegou animada hoje!
- Sim, eu estou animada... Só não sei o porquê...
- Eu sei... - disse minha mãe. - começa com "D"...
- E termina com "avi"! - terminou meu pai.
Corei fortemente. Fingi ignorar e desconversei, o que provocou uma série de risos e a vozinha irritante de Estela cantando:

"Davi e Isa
Juntos passeando
Logo vão estar se beijando!
Davi e Isa
Deitados em uma árvore
Se agarrando e se beijando!"

Tentando ao máximo ignorar, ri nervosa e disse:
- Não viaja, Estela!
Ela me ignorou completamente e passou o resto da tarde me envergonhando e cantando a música. Por que a Era do Gelo 4 tinha que ter essa música?!



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...