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História Isabella - Ruínas


Escrita por: Estherzinha13

Capítulo 6 - Ruínas


Capítulo 5
Ruínas22 de setembro, dia da festa de Carol. À tarde, comprei um bonito vestido cor-de-rosa, que ia até o chão. Alguns adereços combinando. Um salto rosa. Fui a um salão arrumar o cabelo. Depois de pronta, fui à festa. Peguei carona com Paulo e Davi, que também iam. Paulo foi na frente com o pai e eu atrás com o Davi. Chegando na festa, Paulo sumiu. Puf. O pai dele foi para casa. Fiquei só com o Davi, conversando. A casa, apesar de ser uma mansão, estava lotada de gente, saindo músicas completamente desagradável a meus ouvidos de todas as caixas de som. Tentamos ficar o mais longe possível, mas não dava. Estava tudo lotado. Em algum momento da festa, Davi foi pegar uma bandeja de salgadinhos para dividirmos, me deixando sozinha. Esperando, divaguei em pensamentos enquanto ele não voltava. Mas ele demorou muito. Rodei com cuidado para perto da mesa de salgados. A concentração de pessoas era imensa, e a circulação delas também. Alguém bateu fortemente nas costas da cadeira, me derrubando no chão, de bruços.

- Ai! - exclamei quando um pé pisou em minhas costas.

Pés me rodeavam. Tentei me erguer, mas prenderam meu cabelo. Pouco depois, me vestido estava rasgado e a cadeira de rodas arruinada. Eu era pisoteada diversas vezes, estava imunda. Eu estava desesperada para sair dali, gritando por alguém, Davi, Mari, Liv, Cecy, Gigi, Rafhinha, Larissa, Danny, até Paulo. Eu precisava sair dali. Eu estava sufocada, principalmente quando pisavam em minhas costas e expulsavam o ar de meus pulmões. Cortes começaram a aparecer em minha pele. Não tinha mais forças para fazer qualquer coisa. Meu corpo perdeu qualquer coisa que o mantivesse acordado. Minha visão se turvou e minhas pálpebras se fecharam. A última coisa que escutei antes de perder totalmente os sentidos foi uma voz me chamando.

***

POV. Davi

Quando estava voltando para o local onde teoricamente Isa me esperava, deparei-me com sua cadeira de rodas destruída, capotada, com os ferros de fora. Desesperado, gritei por ela.

- Isa! Isabella! Onde você está?

Larguei os salgadinhos e fui procurá-la. Encontrei-a desmaiada, o vestido rasgado em vários pontos, completamente imunda. Sem pensar duas vezes, peguei seu corpo imóvel e segurei-a contra o peito. Procurei Carol. Eu precisava de um quarto para que ela descansasse.

- Carol! Você tem um quarto sobrando?

- No piso de cima, o primeiro à direita está livre!

Ela indicou o caminho. Rapidamente abri a porta e coloquei Isabella na cama ali presente. Pus a mão em sua testa. Ela estava febril. Peguei um lenço que estava no meu bolso e umedeci-o com a água do banheiro da suíte em que estávamos. Coloquei-o em sua testa, tentando abaixar sua temperatura. Tirei o paletó (minha tia fizera questão que eu usasse) e rasguei um pedaço da manga da blusa e molhei-o também. Comecei a limpar seu belo vestido com cuidado, trocando a água todas as vezes que o pano estava demasiadamente sujo. Eu estava no banheiro quando ouço uma voz vinda de dentro do quarto.

- Davi, é você?

***

POV. Isa

Acordei em um quarto espaçoso que eu nunca havia visto. Olhei ao redor. Um pano molhado que estava na minha testa caiu sobre meus olhos. Tirei-o e coloquei sobre a cômoda. Meu vestido estava limpo. Olhei para a única luz acesa no quarto. Era um banheiro. Vi um cabelo preto e uma pele morena familiares e chamei:
- Davi? - minha voz saiu baixa. Aumentei o tom: - Davi, é você?
Ele virou-se, revelando o rosto. Era ele mesmo. Davi correu para perto de mim e segurou minha mão enquanto checava a minha temperatura. Ele soltou um suspiro.

- A temperatura está normal. Você está bem, Isa? O que aconteceu?

Acabei por narrar o que aconteceu demoradamente, interrompida pelas minhas lágrimas cada vez que eu lembrava das pessoas me pisoteando, a minha vulnerabilidade exposta. Ao fim, ele havia sentado na borda da cama e ainda segurava minha mão.

- Mas agora vai ficar tudo bem, Isa. Eu estou aqui, com você.

- Obrigada. Eu não poderia desejar nada melhor.

Antes que eu notasse, Davi se inclinava para perto de mim. Uma de suas mãos estava sob minhas costas, erguendo-me e aproximando-me dele. Eu também não queria me afastar dele. A ponta de seu nariz tocou a do meu. Milímetros de distância, eu ansiava pelo sumiço deles. E...

- Saiam daqui! Os dois! Agora!

Davi pulou, ficando de pé e fazendo minha cabeça bater na cama ao perder o apoio de sua mão. A mãe de Carol estava ali, de pé. Davi colocou o paletó dele de volta e me ajudou a levantar, fazendo aquela "brincadeira" que eu ficava em seus pés e estes guiavam os passos meus. Caminhamos até o andar de baixo. Ninguém mais estava lá. Saímos para a calçada. Davi colocou-me delicadamente sentada e sentou ao meu lado. Como o primo já tinha ido, ele ligou para o meu pai (a pedido meu) para que viesse nos pegar. Um silêncio constrangedor abateu-se sobre nós. Tentei puxar um assunto.

- E então... O que achou da festa?

Distante, ele respondeu:

- Foi boa... Mas foi ruim.

Não tinha nada que descrevesse melhor a festa. Em algum momento, estremeci de frio involuntariamente, arrepiando os pelos de meu corpo. Davi notou e tirou o paletó, colocando-o sobre meus ombros e firmando-o com o braço.

- Obrigada... - murmurei.

- Por nada. - respondeu.

Depois de alguns minutos de espera, meu pai chegou. Davi colocou-me no banco de trás e sentou comigo. Logo que colocamos os cintos e fechamos as portas, meu pai começou o questionário.

- Filha, onde está sua cadeira de rodas?

- No lixo, quebrada.

- Como assim? O que aconteceu?

Acabamos por contar tudo; as partes mais dolorosas para mim, ele contou, enquanto eu chorava em silêncio. Ele me abraçou, tentando acalmar meu choro, dizer que ele estava ali. Sensatamente, nem eu nem ele falamos do quase beijo. Meu pai ia matá-lo e a mim também. Não por ciúmes, mas ia nos matar de vergonha, falar que somos frouxos, que devíamos ter nos beijado antes, etc. Não, ele não é um pai normal. Ele não tem um pingo de ciúmes. Nem da minha mãe ele teve! Acabamos a narração assim que chegamos. Davi, ao invés de ir para a própria casa, me ajudou a subir. Quando chegamos, a casa estava escura e silenciosa. Minha mãe e minha irmã dormiam. Davi me segurou no colo ao invés de me levar andando com ele, como costumava fazer. Foi até bom, não estava recuperada totalmente daquela noite. Dos pisões. Minha cabeça estava recostada em seu peito, as batidas lentas de seu coração me acalmando e me envolvendo em um sono tranquilo. Ele abriu a porta do quarto e me colocou sentada na cama.

- Boa noite, Isa. Até amanhã.

- Até amanhã.

Ele me deu um beijo na bochecha, deixando um formigamento agradável na região.

- Durma bem, Bella.

Ele saiu, me deixando a sós com os pensamentos. Bella... Soava tão... Novo... Mas também... Tão... Perfeito, saindo de sua boca... Distraidamente, soltei os frisos que ainda estavam no meu cabelo, assim como o salto. Mas o vestido eu não tive coragem de tirar.

O que eu sentia? Não sei.



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