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História Isabella - Viagem Catastrófica


Escrita por: Estherzinha13

Notas do Autor


Para compensar o tempo sem mandar, estou mandando mais um

Capítulo 8 - Viagem Catastrófica


Como eu consegui acordar de 3 da manhã? Não tenho a menor ideia. Aquela viagem ia me derrubar de sono. Logo cedo encontrei minha dupla. Paulo havia ficado com um amigo, Thomas. As meninas formaram pares, Cecy e Liv, Rafhinha e Giovana, Dani e Larissa, Mari e Lucas (que havia feito dois intercâmbios também. Um casal...?) e eu e Davi. Por algum acaso, ele ficou sozinho e eu também. Topei formar dupla com ele. A viagem ia demorar, afinal, íamos para a Bahia de ônibus, o que equivalia a cerca de treze horas de viagem. Sentei do lado do corredor. Você se pergunta onde eu enfiei minha cadeira. Eu tive que sentar na cadeira, lá no fundão. Como Davi sentou comigo? Tinha um banco do lado. Improvisaram um cinto de segurança para mim e prenderam minhas rodas. A viagem foi silenciosa, cada qual com seu fone e sono. Observei a paisagem por 30 segundos e comecei a dormir, escutando uma playlist enorme, com um musical francês, todos os álbuns do One Direction (deixa eu ser directioner!) mais o do Zayn. Isso resultou em 148 músicas e 7h38min de músicas. Comecei na primeira música, ato um. Quando acordei, porque chamaram para o café da manhã, havia acabado o musical todo (de duas horas no total) e eu estava em A.M. do 1D. Ou seja, quase três horas dormindo. Eram sete e meia da manhã. Fizemos uma mesa bem grande e eu sentei com as meninas para o café. De volta ao ônibus, prendi minha cadeira. Por alguma graça de Deus, os professores decidiram não dar aula até chegarmos no primeiro ponto, dali a dez horas. Passei o resto da viagem naquele estado entre o sono e a consciência. Pus o 1D de volta. Eu estava confinada ali dentro por mais dez longas horas. Quando a playlist acabou, minha cabeça latejava por causa do excesso de tempo com os fones. Olhei para o lado e vi que o Davi dormia, iluminado pela brilhante luz do sol, que irradiava fortemente apesar da cortina. Quase involuntariamente, minha mão aproximou-se da dele e tocou-a. Ele abriu os olhos e me encarou, o olhar suave. Um sorriso formou-se em seus lábios. Ele passou um braço pelo meu ombro, colocando minha cabeça apoiada em seu peito. Um microfone me fez voltar a ficar com postura na cadeira. O professor Andrey havia iniciado a aula, porque havíamos chegado e ele estava fazendo uma introdução. Gravei tudo. Depois eu escrevia. Desceram várias vezes, mas eu fiquei. Depois me passavam a matéria. Desci no hotel apenas. Os professores (e Davi) me ajudaram. Arrumei-me em meu quarto, com Dani, Larissa e Cecy. Apesar do trabalho, tirei a farda e passei pela cabeça um vestido verde-piscina que ia até os pés. Logo em seguida, prendi meu cabelo de uma maneira que seus cachos cascateavam ao meu redor. Pus um brinco de pedrinha branca e passei pó nas minhas inúmeras espinhas e um batom rosa nos meus lábios. Estava pronta. Cecy foi com um vestido azul-marinho também longo, o cabelo alisado chegava na altura dos quadris. Larissa pôs um vestido preto, um pouco abaixo dos joelhos, seu cabelo também liso escorrendo até a altura da cintura. Dani estava com um alegre vestido amarelo. O cabelo estava natural, apenas com alguns adereços. Aí você se pergunta para quê toda essa chiqueza: Rafhaela estava fazendo seus quinze anos e decidiu que a festa seria na viagem de campo, já que caiu no mesmo dia. Uma festinha só com a turma. Quando estávamos prontas, descemos para o ônibus, que foi numa "discote" para comemorarmos. Tinha até bolo! Infelizmente, o gosto musical do DJ divergia em todos os sentidos do meu, então só fiquei para os parabéns e fui para uma parte mais isolada, junto à comida, observando os outros dançar. De repente, uma mão em meu ombro. Virei-me e um pano foi pressionado em minhas vias respiratórias. Meus braços amoleceram, minha coluna pendeu e minha cabeça bateu entre as pernas, minha visão se turvando até ficar totalmente negra e eu perder os sentidos.

***

Acordei totalmente desorientada. Eu parecia ter dormido por horas. Imaginei que estivesse no hotel, mas a cama não era tão dura e fria... Muito menos cinza. Apenas com a força dos braços, ergui meu corpo, ficando sentada. Não via minha cadeira em canto nenhum. Vi que estava sobre um chão de pedra. Mas onde estavam todos? Tentei arrastar meu corpo, mas a pedra era totalmente lisa e eu não conseguia prender as mãos. Estava presa. Meu vestido do dia anterior encontrava-se um pouco rasgado em alguns pontos.

- Aí está você. Finalmente acordada. - uma voz atrás de mim disse, provocando um arrepio em meu corpo. - Não me ignore, Isabella. Você já fez isso tempo demais.

Virei a cabeça. Paulo. Sabia. Era a mesma voz arrepiante.

- Estou com frio. Estou com fome. Deixe-me sair. Não fiz nada contra ninguém. - falei, imitando Esmeralda. Não tinha resposta melhor.

Seus lábios se contorceram em um sorriso maléfico. Meu corpo estremeceu. Ele conhecia.

- O que eu fiz para que você me odiar?!

- Não te odeio. - pude ouvir a voz de Frollo, aquele padre infernal, me respondendo como a Esmeralda, em "Visite de Frollo a Esmeralda"(notas finais). - É que eu te amo.


- Mas o que fiz eu para que me amaste?

- Não vou cantar "Un matin tu dansais"(notas finais), Isa.

Graças a Deus.

- Você está desconversando.

- Não sei. A gente...

-... Não escolhe nem o nome, como vai escolher por quem se apaixona? Argh, dane-se, não ligo, mesmo sendo meu status do whatsapp.

- Ah é?

Ele deu um passo para perto de mim. Estendi a mão num gesto para que parasse. Fiz uma expressão firme, apesar de estar dolorida e impotente.

- Afaste-se. Como me trouxe até aqui... - quase o xinguei de uma maneira não muito polida. - Paulo?

- Thomas me ajudou. Fez você desmaiar. E te trouxe.

- Espera... Estamos na Bahia?

- Não. Eu te trouxe para Natal.

- Onde eu estou?

- Não direi mais. - ele chegou mais perto e pôs a mão em meu ombro.

- Tire as mãos de mim!

- Tire você a minha mão!

Ao tirar uma mão do chão para tirar a dele, caí de lado. Paulo riu.

- Desista, Isa. Nunca vai conseguir.

Ele pôs a mão em minha cintura. Escondi meu rosto. Ele saiu de perto de mim, sua risada ecoando pelo cômodo. Deixando com que as lágrimas caíssem e num clima triste, cantei "Phoebus"(notas finais). Pelo menos para o meu Phoebus. Ou Quasimodo. Vá entender. Acabei adormecendo em meio às lágrimas. Sonhei com o corcunda de Notre Dame. Ao final, escutei uma voz no sonho. A Sarça Ardente do Príncipe do Egito apareceu, as chamas roxas bruxuleando em meu sonho. A voz arrepiante de Deus falou. Mas não o mesmo que no filme. Ele falou: "Minha filha, levanta-te e anda." Um sopro de brisa afastou meus cabelos da face e abri os olhos. Não havia ninguém. Antes que eu notasse, minhas pernas me firmavam. Eu olhava embasbacada para meus pés. Cuidadosamente, caminhei para uma saída. No entanto, a voz de Paulo e Thomas preencheram o recinto. Mantive-me de pé nas sombras da noite.

- Onde ela está?!

Corri a pés nus o mais rápido que pude. Mas uma maldita tábua de madeira fez com que eu caísse com um estrondo.  Senti que Paulo me fuzilava com o olhar. Tentei me levantar, mas não consegui. Minhas fracas pernas tremiam. Paulo veio em minha direção.

- Saia! Saia!

- Você não tem poder aqui, querida.

- Não sou sua querida!!!!! - imitando America, A Seleção.

Ele olhou desdenhoso.

- E você não tem nenhum poder sobre ela, Paulo.

Virei-me para olhar. Mesmo assim, sabia quem era. Mas não pude vê-lo. Paulo me pegou do chão para seu colo. Minha cabeça bateu com força em seu peito. Fechei os olhos. Chorei. E apaguei.


Notas Finais


Visite de Frollo à Esmeralda+Un matin tu dansais:
https://m.youtube.com/watch?v=3E5ThjMN01Y

Phoebus:
https://m.youtube.com/watch?v=e5i8UvBPkwQ


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