História Isolados do mundo - Pijamas

Fiquei pensando nisso e ... Como posso levar ela pra casa sem nem se quer saber onde ela mora?

Tentei pegar a bolsa que estava com ela, mas com um pouco de dificuldade devido ao peso nas minhas costas.

Quando finalmente peguei não tinha nem sinal do celular, nem se quer uma agenda com os números de telefone.

Eu não queria mas.. não tinha saída, tive que levar a "insuportável" pro meu AP.

Depois de alguns minutos cheguei lá, abri a porta e despejei ela no sofá com uma terrível dor nas costas. Como essa magrela pode ser tão pesada?!

Deixei ela na sala e fui tomar um banho, eu estava exausto , não só pelo fato de carregar ela nas costas até aqui,  mas pelo dia extremamente cansativo.

Vesti minha calça de moletom e um moleton e voltei pra sala, me sentei no sofá do lado e liguei a TV para assistir minhas séries na Netflix.

Quando estava quase pegando no sono veio das profundezas do tártaro um grito escandaloso e indesejado AS 2 HORAS DA MANHÃ.

Larissa: - AAAAAAAAAAAAAAAAAH

- MEU DEUS O QUE FOI? UM BANDIDO? ONDE? ONDE?

Larissa: - SEU TARADO!

Ela largou a mão na minha cara me fazendo virar o rosto para o lado.

- MEU DEUS , O QUE EU FIZ AGORA?!

Larissa: - VOCÊ É QUE TEM QUE ME RESPONDER, O QUE EU ESTOU FAZENDO NA SUA CASA A ESSA HORA DA NOITE?

- VOCÊ ACHA QUE EU TIVE ESCOLHA?! EU NUNCA QUIS TE TRAZER PEA CÁ

Larissa: - SEI, SEI MUITO BEM!

- Primeiramente, vamos baixar as vozes , eu moro em um apartamento ok? E segundo, eu não poderia te deixar dormindo na porta de um hospital.

Larissa: - Porta de hospital...

Ela pareceu pensativa por uns instantes..

Larissa: - Preciso voltar pra lá

Ela se levantou mas logo caiu em seguida fazendo expressão de dor.

- O que houve?

Larissa: - Não sei.. meu estômago dói... Minha cabeça está zonza

- Comeu alguma coisa hoje?

Ela fez sinal de não com a cabeça.

- Então vem aqui na cozinha, posso te preparar algo

Larissa: - Não , não precisa.

Ouço a barriga dela roncar e a mesma faz uma expressão de dor como antes.

- Melhor você comer algo, daqui a pouco não consegue nem ficar em pé

Ela resolve me ouvir e anda com dificuldade em direção a cozinha. Sentou na cadeira quando parecia não aguentar dar nem mais um sequer passo.

Fiquei calado e fui fazer algo pra ela comer. Fiz um copo de leite e sanduíche , servi e ela comer rápido como se não alimentasse a dias.

Ela virou pra mim e riu

- O que foi?

Larissa: - Você dorme sempre com pijamas de ursinhos?

Olhei para meu pijama e eu já havia me esquecido que estava com um pijama de panda 

- Eu gosto de coisas fofas

Larissa: - Entao o macho alfa dorme com pijamas de ursinhos? Hilário!

- Descobriu meu segredo, vá e espalhe pra todos , eu não ligo

Eu dei de ombros. Ficamos algum tempo em silêncio.

Larissa: - Porque eu contaria...?

- Sei lá, você me odeia

Ela respirou fundo e fitou o prato vazio por alguns minutos

Larissa: - Eu ainda durmo com um paninho azul perto do meu rosto, na verdade... Carrego ele pra todos os lugares.

Nunca imaginei que ela pudesse ter algo do tipo, ela parecia do tipo que botava o som no máximo e estourava janelas com um som de rock bem pesado.

- Já tá meio tarde...

Larissa: - Tudo bem, eu vou embora.

- Não precisa, pode ficar se quiser, pode dormir no meu quarto e eu durmo no sofá.

Larissa: - Eu estou uma porca, toda suja, acho melhor eu voltar

- Você pode tomar banho aqui, eu te empresto um dos meus pijamas.

Ela ficou calada novamente mas pareceu concordar.

Larissa: - Então... Tá bom, só uma noite fora de casa não faz mal a ninguém.

Fui pegar um roupão e a entreguei mostrando onde fica o banheiro.

Depois de um tempo ela saiu do banheiro com um roupão , parecendo que tinha esquecido algo.

Larissa: - você já me deu o pijama? Não estou encontrando

- Vou pegar pra você, vem comigo

Entramos no meu quarto e a entreguei o único que lhe cabia , um pijama de unicórnio azul marinho. Ela riu novamente. Sai e fui em direção a sala já preparando aquele sofá um tanto quanto duro para dormir.