História Isso é amor? - O casamento

É uma agradável manhã de domingo, tirando o fato é claro, de que irei me casar. Não que eu esteja reclamando, Stefan pode não ser o homem que eu amo e sei que ele também não me ama, mas ele me salvou de ser deserdada, perder minha família e ser desmoralizada perante a sociedade e isso é tudo o que importa.

Aparentemente eu e as meninas dormimos demais, pois fomos acordadas aos berros por Dorota que nos dizia que tinhamos 15 minutos para nos vestir e comer algo antes que um carro nos levasse até a mansão Salvatore, onde nós iriamos nos arrumar e pontualmente ao meio-dia, o casamento aconteceria.

Vestido?

Ok.

O véu e a grinalda?

Ok.

Os sapatos? Algo velho, algo novo, algo emprestado e algo azul?

Ok.

Caroline prosseguia com sua lista, me lembrando a cada segundo do que eu estava prestes a fazer.

-Care! Pare com isso, está deixando-a ainda mais nervosa - interferiu Bonnie à meu favor.

-Eu só preciso que tudo esteja perfeito, você não quer que algo dê errado no casamento da sua cunhada, quer Bonnie? - retrucou na defensiva.

Hoje é o grande dia, o dia em que deixarei de ser Elena Gilbert para me tornar Elena Salvatore.

Quantas milhares de vezes eu sonhei com isso?

Bom, em meu sonho as coisas pareciam bem mais fáceis.

Acordei de meus devaneios quando a porta fez seu típico som irritante assim que Caroline passou por ela para se juntar a sua família que estaria presente na cerimônia.

-Os convidados já começaram a chegar? - indago impaciente minha amável melhor amiga e cunhada Bonnie, ao mesmo tempo em que tento ouvir qualquer som vindo dos jardins da mansão.

-Eles virão Elena, todos eles, mas tenha calma e pare de andar de um lado à outro ou fará um enorme buraco no chão e pior, estragará seus belos sapatos. - aconselhou-me vendo meu nervosismo - Eu não sei o que está acontecendo, você nunca me falou nada a respeito de Stefan Salvatore e agora está a alguns minutos de se casar com ele. - bufou - Se for para seu bem, não desejo que me conte. Só espero que ao menor sinal de necessidade você saiba que não é só porque me casei com Jeremy que não pode confiar em mim. Somos melhores amigas lembra? Eu nunca faria nada para prejudicá-la. - desabafou.

-Eu sei Bonnie, eu sei - disse me dirigindo até ela e lhe dando um forte abraço. - Apenas não me pergunte nada e eu lhe prometo que tudo ficará bem.

As duas grandes amigas se abraçaram por minutos, até que a hora programada para a grande entrada da noiva chegou.

Elena desceu as escadarias com muito cuidado para se equilibrar nos sapatos de salto, deparando-se com seu irmão Jeremy lhe oferendo a mão para conduzi-la pelo jardim até o altar.

-Mal posso acreditar que está se casando, nossos pais estariam tão felizes por você!

Naquele instante foi inevitável, uma lágrima solitária escorreu por minha face ameaçando estragar a impecável maquiagem.

Por mais que evitássemos falar sobre nossos pais, Jer e eu sentiamos uma falta imensa deles.

Apertei seu braço firme e nos forçamos a continuar andando.

Os convidados já esperavam no jardim devidamente decorado. Todos estavam ali para prestigiá-la no que deveria ser seu momento de total felicidade. Deveria…

E se ela quisesse sobreviver até o final do dia teria de fazer com que todos acreditassem que realmente era. Respirou lenta e profundamente, engoliu em seco e ensaiou seu melhor sorriso, que com sorte conseguiria manter nos lábios por toda a festa.

Bonnie que estava o tempo todo ajudando a amiga com o vestido, passou como vento pela mesma desejando um boa sorte silêncioso enquanto avisava da chegada da noiva e rapidamente se movia para sua posição de madrinha no altar.

Com o início da marcha nupcial e os olhares todos voltados para ela, Elena percebeu que fisicamente estava bem, apesar de que emocionalmente, psicológicamente e romanticamente, não poderia estar pior.

Olhei para Jeremy que sorriu me confortando, segurei em seu braço e começamos a caminhar em passos lentos pelo tapete, com todos os olhares voltados para nós.

Stefan estava lá, sorrindo para mim, como se me amasse e estivesse feliz. Totalmente impecável em um lindo terno

-Cuide dela! – Jeremy sussurrou para Stefan.

-Eu irei. - respondeu ao futuro cunhado.

Como um perfeito cavalheiro, Stefan pegou minha mão e beijou-a olhando fixamente para mim, uma forma discreta de me dizer para seguir com o plano, que tudo ficaria bem.

O padre logo começou seu demorado discurso, ao qual não prestei a menor atenção. Acordei dos meus devaneios apenas quando Stefan apertou minha mão solicitando minha atenção para as palavras do padre.

- Stefan Salvatore, viestes aqui para celebrar o vosso matrimônio. É de vossa livre e espontânea vontade e de todo o coração que pretendeis fazê-lo? – O padre perguntou.

-Sim - respondeu.

-Elena Gilbert, viestes aqui para celebrar o vosso matrimônio. É de vossa livre e espontânea vontade e de todo o coração que pretendeis fazê-lo? – O padre repetiu a pergunta.

-Sim - respondi.

-Sendo assim, eu vos declaro marido e mulher. O noivo pode beijar a noiva.

Obviamente que haviamos combinado previamente que bancariamos os noivos discretos e dariamos apenas um rápido e singelo beijo.

Foi tudo muito rápido e no instante seguinte estavamos atravessando o local ao som dos gritos dos convidados que desejavam felicidade ao casal e recebendo uma enxurrada de arroz em nossas cabeças.

Estou casada, sou a Sra. Salvatore.