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História Isso não é uma história de amor - As terças podem se inverter - Esteban Tavares


Escrita por: YoungHemmings

Notas do Autor


Oi Oi Oieee, to de volta galerinha bonita! Primeiramente, muito obrigado pelos novos favoritos e pelos comentários, isso me deixa muito muito feliz e me dá uma uma motivação enorme para continuar, modéstia parte eu gostei muito desse capitulo e espero que vocês curtam tanto quanto eu.
O link da musica usada nesse capitulo vai estar nas notas finais.
Amo vocessss
XoXo
Daisy

Capítulo 3 - As terças podem se inverter - Esteban Tavares


Fanfic / Fanfiction Isso não é uma história de amor - As terças podem se inverter - Esteban Tavares

Já em um estado aceitável e recomposta, voltei para o terceiro andar onde se encontrava a minha mesa, em uma das salas, muito bem decoradas por sinal. Entretanto minha ficha não havia caído. Nessas conversas descobri coisas que eu não esperava, as informações foram jogadas sobre mim de uma forma tão brusca que minha maior duvida no momento era o que fazer. Mesmo com os inúmeros questionamentos dominando meu corpo, tinha uma única certeza, eu iria me resolver com meu melhor amigo. E ainda hoje.

As horas foram passando mais rápido que o normal, e felizmente dei conta de realizar todas as tarefas. Cody sempre me esperava para irmos embora juntos, afinal, éramos vizinhos desde crianças, isso contribuiu para a nossa amizade ser o que é hoje em dia. Peguei minha bolsa e me dirigi ao hall do prédio onde se encontrava a saída. Tudo estava igual, as pessoas partindo depois de um dia longo de trabalho, algumas no telefone, outras estressadas, Alceu lendo o seu jornal, o sol indo embora, a única coisa diferente era não encontrar meu amigo me esperando do lado de fora do edifício, e pela primeira vez desde que comecei o estagio, ele havia partido sem mim. Uma sensação ruim me deu boas vindas, junto com um calafrio que arrepiou todo o meu corpo. A indignação apareceu com um pingo de raiva que surgiu em seguida, respirei, contei até 10 e me conformei seguindo sozinha a rota de sempre que me conduz até em casa, era o que restava.

Mal cheguei em casa e já estava de saída, porque por maior que fosse minha vontade de deitar de baixo das cobertas, colocar uma musica e pensar nas  pequenas coisas, era impossível faltar a semana de provas na faculdade. Peguei um taxi, e como o caminho era um tanto quanto demorado (culpa do transito) fui lendo a apostila do conteúdo que cairia na prova. Chegando na fachada da universidade, paguei o motorista (que aliás foi muito simpático) e como não tinha tempo de sobra, caminhei as pressas para a sala onde realizaria a prova sobre desing de anúncios online. Horas se passaram e respondi as 50 questões, algumas no chute, outras na sabedoria que as minhas poucas horas de estudos me deram. Só queria sair dali logo. Entreguei a prova para o senhor de terno, calvo, baixo, com um bigode muito charmoso (nem tão charmoso assim, eu diria estranho) que se chamava Ernando, o professor dava as aulas mais engraçadas na área de criação. Ele simpatizava comigo e era um sentimento mutuo de certa forma, porque adorava as aulas dele.

“Devo esperar um 10?” – Disse ele em um tom de brincadeira.

“Olha, não sei, mas se o senhor quiser me dar um eu aceito” – Falei rindo.

“Tenho certeza que a senhorita vai fazer por merecer, bom final de noite!”

“Igualmente professor”

E assim saí da sala consideravelmente mais feliz do que entrei, acho incrivelmente demais como pequenas coisas podem fazer teu dia melhorar, e muito. Mas essa alegria durou pouco. Quando eu desci o ultimo degrau que levava ao estacionamento, vi um veiculo preto, com adesivos grudados no vidro traseiro e na borda da placa. Eu conhecia aquele carro, melhor do que eu queria. Confirmando a minha teoria, que eu sabia que estava certa desde o primeiro segundo, só não queria aceitar. Ele saiu do carro, com os óculos de sol que sempre usava independentemente do horário, seu perfume ainda era o mesmo, e dava pra sentir a metros de distancia. Eu tava mais perdida que cego em tiroteio, então o encarei, provavelmente com a perplexidade estampada na minha cara. O mesmo fechou a porta com certa brutalidade, mas se tratando dele não me surpreendi nenhum pouco, isso só ressaltava como ele não tinha mudado nada, só não sabia se era algo bom ou ruim. Rodrigo apoiou o corpo na picape preta, como se estivesse esperando alguém. Seria eu? Então virou em direção a escadaria, onde me encontrava ainda estática. Não sabia se me olhava, ou qual era sua expressão por conta dos óculos escuros. MALDITOS ÓCULOS.                                                                                                      

Então quando me dei conta que era ele mesmo que estava a metros de distancia tive vontade de gritar o quanto eu tenho raiva de tudo que ele fez, e falar umas verdades na sua cara. Mas eu só continuei parada, pensando em quão covarde eu era. O que me fez sair desse transe foi Ananda, minha colega de faculdade, passando ao meu lado histérica, na velocidade máxima, quase encarnando o Bolt. Quando ia abrir a boca pra reclamar pela má educação da menina, ela já estava grudada, com a língua na garganta do garoto que correspondeu o beijo, colocando sua mão na cintura fina de sua acompanhante, ele aparentava estar bem desconfortável, certamente com a minha presença, então minha boca abriu, mas foi de surpresa, desgosto, nojo e eu já nem sabia mais o que de fato eu sentia, só sabia que não era nada bom. Como a sorte caminha ao meu favor, eu tinha que passar por eles pra chegar no ponto de taxi. Qual é vida? Isso era a ultima coisa que eu queria. Engoli seco, soltei a respiração que estava presa, e fui, pisando forte, como quem não da à mínima, não ia deixar que percebessem que aquilo me afetava, mesmo afetando. Quando já estava a uns passos a frente dos dois, ouço Ananda falar:

“O que achou da prova Lu?”

“Achei bem fácil na verdade e tu?” – Perguntei fingindo pouco me importar com a situação.

“Já não posso concordar, pra mim foi complicada.” – Claro, se teu cérebro não tivesse descido pros peitos, pensei comigo mesma.

“Tenho certeza que o professor vai considerar teu esforço na hora de corrigir... mas agora vou indo, tenho que voltar de taxi, e passar na casa do Cody ainda.” – Vi a careta que Rodrigo esboçou e me segurei pra não rir, ele morria de ciúmes do menino, mesmo não demonstrando, era totalmente perceptível.

“Ah sim, e eu vou pra casa do bonitinho aqui.” – Falou apontando pro garoto ao seu lado que desviou o olhar rapidamente, confesso que meu estomago embrulhou com a frase. Dei uma risada, eu deveria receber o Oscar de melhor atriz.

“Aproveitem.” – Falei descontraída, na verdade queria ter dito algumas coisas que prefiro nem falar pra manter meu bom senso.

Saí da lá às pressas por motivos óbvios e também porque não queria perder o taxi. Sentei no banco traseiro, e dei meu endereço para o motorista. Como o trajeto era consideravelmente longe, coloquei o fone e então a vida resolve colaborar pra me deixar na fossa, porque a primeira frase que eu ouço é

Não pense que te culpo se só penso em ti

Faça o que quiser agora

Mas não me deixe de fora dos planos

Então as lagrimas começavam a rolar, bem devagar, parecia que elas acompanhavam as batidas do meu coração, que prendia essa choro a muito tempo.

Não diga que é certa só porque errei

Se erras tanto quanto eu

Tentando acertar

Tentando consertar teus enganos

“Ta tudo ok moça?!!” – Falou o motorista com uma aparência de preocupado. Não conseguia falar uma palavra sequer, então só sacudi a cabeça em negação.

Por que você não espera lá fora?

Enquanto eu arrumo a casa mais uma vez

Pra você desarrumar

Minhas lagrimas que antes eram semelhantes a uma goteira, e pingavam lentamente direto no meu coração, agora se tornavam uma enchente, alagando, e transbordando e afogando qualquer esperança de um sentimento bom sobreviver.

O que você quer eu tenho nas mãos

Nas cordas de aço no braço do violão

Que não para de chorar

As estruturas mal desenvolvidas do peito se quebravam, e a água já vazava pelas rachaduras do meu coração, logo meu corpo inteiro estava submerso nesse mar de tristeza e decepção.

Se a vida é um sonho como outro qualquer

Qual de nós está sonhando?

Quem vai acordar gritando

Quando amanhecer?

“Sabe moça, eu já ouvi todo tipo de historia nesse taxi, boas, bizarras, ruins, todo tipo mesmo, não sou psicólogo, mas sei que a causa desse choro é amor. Me deixa triste ver uma menina tão bonita assim chorando, mas tenho certeza que tudo vai se resolver. Experiência própria.”

Não viva assim, pensando que é maior que eu

Só por que o que sente é menor

Os acordes podem mudar

As terças podem se inverter

“Eu conheci uma moça linda quando era mais jovem, ah, bons tempos. A propósito vocês se parecem muito. Eu me apaixonei na hora, pelo seu jeito de andar, caminhar e falar, tudo parecia ser incrível vindo dela e quando a avistava só conseguia pensar em duas coisas, a primeira era “Será que ela não tem nenhum defeito”?” e a outra era “Ela ainda vai ser minha”. Um tempo depois nos casamos, e descobri que ela tinha muitos defeitos sim, pra ser sincero pensei em desistir varias e varias vezes, porque ela podia ser bemmm complicada quando queria. Mas aí eu lembrava cada momento bom e cada coisa que fez com que eu me apaixonasse, mas aqueles pensamentos bons não duravam muito, porque logo vinham as brigas e a raiva desses momentos ruins conseguia ser maior que a alegria dos bons. Eu sabia que nossa relação estava por um fio, e que não havia terapia de casal ou noite de núpcias que ajudasse. Eu precisava mudar aquilo, porque caso contrário a promessa que eu fiz com um sorriso no rosto e lagrimas no olhos, diante daquela mulher maravilhosa no altar se quebraria, e eu nunca iria me perdoar. Foi então que aprendi amar os defeitos dela, assim como as qualidades, só que já era tarde demais. Ela tinha achado alguém que soube fazer isso antes, e partiu. Não a culpo, ela merecia coisa melhor, e meu único desejo era que ele fizesse o que eu não consegui realizar. Só queria que ela fosse feliz em todos os momentos, eu ainda olho pra nossa casa, que agora é só minha e lembro-me de cada situação vivida lá, faria tudo diferente, mas não tenho essa oportunidade. Seja lá o que for que tenha acontecido, corre atrás, LUTA por isso, porque pode ser que uma hora seja tarde demais, é um sentimento horrível, que eu não desejo pra ninguém.”

Não viva assim, pensando que é maior que eu

Se o que sente é menor

As terças hão de se inverter

Cheguei na minha casa, e paguei o moço, falando um “obrigado” dos mais sinceros possíveis. Ao invés de bater na minha porta, fui em direção a de Cody, o mesmo veio segundos depois, abrindo  e se assustando com meu estado.

“Ai lu, o que aconteceu??”

“Me da um abraço?’’


Notas Finais




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