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História Isso não faz sentido – 1ª Temporada - Capítulo 2


Escrita por: bloodmon_

Capítulo 2 - Capítulo 2


Fanfic / Fanfiction Isso não faz sentido – 1ª Temporada - Capítulo 2

Residência da família Bitencourt

11 anos e meio antes

Malibu, Califórnia

~ por Dalya

   É quase inacreditável que este é o meu último ano no colégio. O tão sonhado “último ano do colegial”. Estou a um passo, um único passo, de começar a realizar meu sonho. Um passo da faculdade de medicina que sonhei a vida toda. Parece que foi ontem que Alexy e eu estávamos brigando por comida... espera, mas nós estávamos brigando por comida ontem! Nada fora do comum, vindo daquele energúmeno. E falando nele...

   – ALEXY?! ALEEXYYYYYYY!!! ANDA LOGO, PRINCESA! NÃO TEMOS O DIA TODO!!! – berro com toda força ao pé da escada, esperando a donzela dar o ar da graça. Hoje é nosso primeiro dia de aula e essa peste já está empatando minha vida, só pra não perder o costume.

   – Continue gritando e se estressando assim que você vai ficar velha antes da hora, pirralha. – disse ele descendo, desajeitadamente, as escadas com a mochila nas costas. – Já estou pronto. Podemos ir ou você vai ficar a vida toda admirando o meu look?

   Devo deixar todos cientes que Alexy tem gostos “peculiares” para suas roupas. Dizendo ele que tem estilo. Quem sou eu pra falar que não?!

   – Cala a boca. – falei bufando e revirando meus lindos olhinhos azuis.

   – Cruzes! Tá de TPM? – perguntou indignado com meu humor super agradável.

   – Não!

   – Tá parecendo. – respondeu dando uma risada anasalada. Reviro os olhos mais uma vez enquanto ele caminha em direção à porta.

   – Vamos, Armin. – vácuo.com – ARMIIIIN?! – será que todo mundo nessa casa resolveu brincar com minha cara? – ARMIN BITENCOURT, DÁ PRA LARGAR A DROGA DESSE PSP??

   – Definitivamente, ela está de TPM, Alexy. – respondeu o moreno se levantando do sofá, no qual estava jogado, espreguiçando e indo para junto do outro.

   – Ou com saudades do Lysandre. – será um complô contra mim?

   – Vocês. Foram. Achados. No. Lixo. – falei entre dentes. – Você – apontei para Armin – não arruma uma namorada porquê não sai dessa droga. E você – apontei para Alexy – tá na seca e pra passar o tempo fica me zuando, além de ambos se juntarem para me irritar. – ops... acho que falei merda.

   Armin é o maior pegador de “belas jovens indefesas” quando não está com todas suas atenções voltada para os jogos. Ele e Alexy são gêmeos, quase, idênticos. Você deve se perguntar “quase por quê?”, bom, eu explicarei: Armin tem cabelos pretos, naturais, e olhos extremamente azuis, assim como os meus. No caso de Alexy, ele também era moreno até seis meses atrás quando ele “decidiu” que eu iria pintar o cabelo dele de azul. No dia não deu muito certo pelo fato do cabelo dele ter ficado meio verde, mas depois conseguimos concertar e até que ele ficou um gatinho. Claro que ele não sabe que eu o acho lindo, caso contrário eu iria me arrepender até minhas gerações futuras. E ele tem olhos em uma rara cor violeta por conta de uma “mutação” chamada de Gênese de Alexandria (diziam que era um mito, uma lenda, que era impossível mas aconteceu com ele. Sempre desconfiei que Alexy era de outro planeta).

   Além disso, o gosto de ambos divergem bastante. Enquanto Armin é um gamer assumido e detesta fazer compras, a não ser de jogos, Alexy é um consumista de primeira e não gosta de jogos. Armin gosta de mulheres, como já disse, e Alexy... bom, ele curte os mais musculosos, se é que me entende.

   – Calma, gatinha! Eu sei que você está doida pra “voltar à estudar” não precisa ficar nervosinha. – falou Armin entre risos.

   – Aff... – bufei.

   – Relaxa, irmãzinha. Você sabe que nós te amamos. – falou o projeto de smurf.

   – É isso ai, nós amamos você. – concordou o outro.

   – Pensa se não amassem... – sussurrei e eles gargalharam. – Eu também amo vocês, suas pragas.

   – Sabemos. – responderam em uma só voz.

   Entre meus irmãos e eu há uma diferença de dois anos, ou seja, eles tem 17 e eu acabei de completar 15. Apesar de ser mais nova, sou mais responsável e madura que os dois juntos em maior parte do tempo. E, novamente, vocês se perguntam “Como você tem 15 anos e está no último ano colegial?” e eu respondo: eu sou uma das raras crianças superdotadas. Não é querendo me gabar, mas sou chamada de “A garota prodígio de Sweet Amoris”. Meus pais desconfiaram que eu não era uma criança normal quando disse minha primeira palavra aos seis meses e a primeira frase com um ano. Daí eles me levaram nos psicólogos e foi comprovado, tanto por eles quanto pelos profissionais do meu colégio, que meu QI é muito mais elevado então TCHÃRÃÃÃM! Aqui estou eu estudando com os meus dois irmãos mais velhos.

   Saindo dos meus devaneios, vi que já estávamos entrando no estacionamento do colégio e, involuntariamente, corro os olhos pelo local. Não que eu esteja procurando alguém, longe de mim fazer uma coisa assim. E lá estava ele, encostado em sua camionete com o braço em volta do pescoço da Rosalya e conversando com nossos amigos. O cara mais lindo de toda Sweet Amoris, aquele que possui os olhos bicolores mais sedutores e enigmáticos que já vi. Não que eu esteja apaixonada... tá, talvez só um pouco.

   Quando Armin estacionou o carro na vaga e descemos do mesmo, senti meu coração palpitar. Ai. Meu. Deus. Ele tá vindo na nossa direção. Controle-se, Dalya, está tudo bem. Ele tá se aproximando. Está tudo bem. Ele sorriu pra mim. Eu não tô bem! Você quer o quê? Sou apaixonada por esse cara, pelo meu melhor amigo, há 3 anos!

   – Olá, Lya! – diz ele após cumprimentar meus irmãos. Só pra deixar claro, só ele me chama de Lya, e sabe como eu fico? Pois é, no c-h-ã-o! – Você está linda hoje.

   – Lysandre...

* * *

   – Dalya? Dalya, você está bem? – sussurrou Viktor preocupado com a palidez da moça na qual era apaixonado, despertando a mesma das suas próprias memórias.

   – Anh... é... eu estou bem. – respondeu ainda incerta de seu estado.

   – Todos entenderam? – perguntou o diretor Félix sobre as instruções do evento, recebendo um sim silencioso dos demais profissionais presentes no local. – Certo. Então, vamos dividir as atividades para realizar o projeto. Cada atividade será realizada por duplas, vamos começar pela doutora Bitencourt.

   – Sim? – respondeu ela.

   – A senhorita e o senhor Chavalier irão cuidar do jantar de apresentação dos cantores e convidados à nossa equipe.

   – Como é que é?! – indagou surpresa a jovem médica. “O universo está contra mim, só pode!” pensava ela. Organizar tal jantar e participar dele era o passaporte para ficar cara-a-cara com seu antigo amor.

   – A senhorita e o doutor Viktor irão cuidar do jantar de apresentação. Alguma objeção? – falou em tom firme, porém brando, o diretor.

   – Não, senhor.

   – Ótimo, precisamos da sua ajuda já que o projeto é ideia sua.

   – Sim, senhor.

   – O 1º Ajudai HAPAT será daqui a dois meses, nos dias 19 e 20 de novembro.

~ * ~

   Assim que os diretores terminaram de distribuir os afazeres entre os médicos, Dalya saiu a passos rápidos da sala de reuniões do hospital. Precisava sair dali, absorver todas as informações desse dia, estava sufocada. Em menos de dois meses ela estaria frente à frente com quem deixou claro que seria como se ela nunca tivesse existido. Que nunca mais se permitiria ficar cara-a-cara com ele.

   Já estava saindo pela recepção quando ouviu Viktor chamando seu nome mas apenas o ignorou. Não estava com cabeça para conversa, só queria ir pra casa. Assim que encontrou seu carro, entrou o mais rápido e saiu. Colocou sua playlist favorita e aumentou o volume no máximo. Queria relaxar. A sua música preferida começou a tocar e junto com a cantora, Dalya cantava e remexia no banco do carro como se fosse uma dancinha maluca.

I’ll never forget you

Eu nunca te esquecerei

And you’ll always be by my side

E você estará sempre ao meu lado

From the day that I met you

Desde o dia em que te conheci

I knew that I would love you till the day I die

Eu sabia que iria te amar até o dia que eu morrer

And I will never want much more

E eu nunca vou querer mais do que isso

And in my heart I will always be sure

E no meu coração vou sempre ter certeza

I will never forget you

Nunca te esquecerei

And you’ll always be by my side till the day I die

E você estará sempre ao meu lado até o dia que eu morrer

Till the day I die

Até o dia que eu morrer

~ * ~

   Dalya entrou em seu apartamento e jogou sua bolsa em cima do sofá e seguiu para a cozinha. Pegou um copo com água, foi quando ouviu seu celular tocar. Correu até a sala e pegou o aparelho. Seu peito quase explodiu de alegria quando viu quem estava ligando.

   – ALEXY?!

   – Daly, meu amor, como você está? – a voz do irmão mais velho ecoou do outro lado da linha com uma animação contagiante na voz.

   – OI, PIRRALHA! – berrou outra voz.

   – Armin?! Oh, mon Dieu. Vocês dois juntos? O que estão aprontando? – perguntou desconfiada. Sempre que os gêmeos se juntavam era tiro certo para colocar Dalya em uma baita saia justa. – Na última vez que vocês dois se juntaram, caso não se lembrem, eu acordei sentada em um VASO SANITÁRIO de um banheiro de uma BOATE GAY, no Brasil, agarrada com uma garrafa de VODCA.

   – Uh, uh, uh, esse dia foi louco! – falou Alexy, nostálgico.

   – Eu quase morri de vergonha e você diz que foi “louco”?! – perguntou indignada a jovem médica.

   – Vão aquietando o fogo no rabo vocês dois. – mandou Armin, recebendo como resposta Dalya e Alexy bufando. – Eu vou ter que concordar com o Alexy, esse dia foi muito louco! Nunca bebi tanto! – gargalhou – Enfim, relaxa ai, pirralha. Como você está, minha flor?

   – Não me chame assim. – repreendeu o irmão mais velho. – Eu estou bem apesar do cansaço. Já fiz quatro plantões essa semana, estou moída!

   – Você tá querendo se matar, Dalya? Quatro plantões é muita coisa, mulher!

   – Eu sei, Lexy. Mas eu amo o que faço.

   – Mas nem por isso você tem que ficar fazendo um plantão atrás do outro. Você precisa cuidar de você também. – falou Armin.

   – Olha quem fala, né, Sr. Armin Bitencout. Quantas horas você dorme por dia? 5? 6?

   – 4 horas e meia! Às vezes 3, então rexxxpeita! – falou todo orgulhoso o moreno.

   – ARMIN! Se não for ajudar, não atrapalha! Sai! – brandou Alexy.

   – AI, ALEXY! – reclamou o outro.

   – Então, Daly, nós ligamos pra avisar que vamos passar uma temporada ai com você.

   – O QUÊ!? – gritou.

   – AIIII, não precisa estourar meus tímpanos!

   – Vo-Você tá falando sério!? Não brinca comigo!! – perguntou incrédula.

   A incredulidade da morena tinha uma grande razão: desde a morte da mãe, há três anos atrás, os gêmeos não pisavam em Paris. Claro que, uma vez na vida e outra na morte, os três se juntavam para passar uns dias juntos porém era momentos raros por conta da profissão de cada um. Armin tornara um dos melhores programadores de jogos da América do Norte e Alexy se tornou um grande estilista, super disputado entres as atrizes mundo a fora.

   Porém, desde a morte da matriarca da família Bitercourt, por conta de um câncer no sangue, cada um dos gêmeos seguiram suas vidas bem longe de Paris, onde moravam desde o fim do colegial. Menos Dalya. Sua paixão pelo lugar falou mais alto que a dor da perda. Mas o desejo de ter os irmãos ali outra vez parecia um desejo distante de se realizar até agora.

   – E, por um acaso, a gente brinca com coisa séria? – falou Armin e Dalya teve a certeza que o irmão estava revirando os olhos, típico dele.

   – É. Vocês brincam sim! – retrucou sentindo a voz começar a falhar.

   – Mas não nessa situação. – cortou Alexy. – Você sabe que essa decisão é muito difícil pra gente... Depois da morte da mamãe...

   – Eu entendo. – interrompeu ela.

   Um silêncio ensurdecedor se instaurou e foi Armin quem o quebrou:

   – Bom... chegaremos ai dentro de dois meses e ficaremos por tempo indeterminado!

   – Eu não consigo acreditar. MEU IRMÃOS ESTÃO CHEGANDO!! – gritou Dalya, a felicidade não cabia em seu peito

   – Pois acredite, princesa! Vamos relembrar os velhos tempos. – encorajou Armin.

~*~

   Depois de contar aos irmãos do evento que será realizado pelos hospitais, do jantar que ela terá que organizar e receber total apoio dos gêmeos, Dalya tomou um banho, vestiu uma calça de moletom preta, uma regata branca e suas pantufas do Scoob-Doo e pediu uma pizza.

   Enquanto aguardava a chegada de seu “jantar”, a morena foi organizar as roupas que havia deixado jogadas dentro do guarda-roupas. Estava quase tudo organizado quando uma caixa, guardada no fundo do móvel, chamou sua atenção. Tinha o formato de um baú com um tamanho mediado, quase grande. Ela sabia o que era e parte dela queria ignorá-la, porém, seguiu a parte da curiosidade. “Quem tá na chuva é pra se molhar, certo?” pensou.

   O baú era pesado, não apenas de peso físico mas também emocional. Lá continha objetos significativos de um passado dolorido e não era aberta à mais de nove anos. Aquilo doía, não queria lembrar, por isso não à abrira antes. Agora, seu subconsciente dizia que ela já estava madura o suficiente para encarar o que a fez sofrer tanto. Precisava se preparar para encontrar Lysandre Walker. Aquelas lembranças não poderiam fazê-la sofrer mais do que já sofreu.

   Dalya pegou o baú e colocou-o entre suas pernas, sentada na cama, e quando foi abrir o interfone toca. Ela corre até a cozinha e permite a subida do entregador. Alguns minutos depois a campainha toca e a moça pega sua carteira e corre até a porta.

   – Boa noite, senhorita Dalya. O pedido de sempre? – perguntou o rapaz, loiro de olhos azuis, assim que a porta se abriu. “Tão lindo... se fosse mais velho eu pegaria!”, pensou Dalya. [N/A: Dalya safadona ( ͡° ͜ʖ ͡°) ].

   – Boa noite, Mickael... – respondeu, suspirando e pegando a pizza após entregar a nota para o moço e lançando uma piscadinha pro mesmo. – Pode ficar com o troco.

   A morena deposita um beijo na bochecha do rapaz que fica vermelho e ela ri. Mal sabe ela que ele é apaixonado por ela.

   – O-Obrigado, senhorita. Tenha uma boa noite! – disse ele dando meia volta com a mão no lugar do beijo.

   – Até mais!

~* ~

   Após devorar sua pizza, Dalya voltou ao seu quarto e sentou-se de frente ao baú. Pegou seu celular, colocando a música que ouviu no carro mais cedo, Never Forget You.

   – É hora de verdade, srt. Bitencourt. – falou consigo mesma.

   Respirou fundo, se enchendo de coragem, e abriu a caixa. E foi a primeira coisa que viu. Um livro de capa preta com o título “O Morro dos Ventos Uivantes” com uma foto bem na metade, marcando uma página. Mas para ela havia um outro significado, um início de uma breve história... memória boa, de um dia bom...

 

And all along, I knew I had something special with you

 E o tempo todo, eu sabia que tinha algo especial com você

But sometimes you just gotta know that these things fall through

Mas às vezes você só tem que saber que essas coisas não são suficientes

I can’t hide my connection with you

Eu não posso esconder a minha conexão com você


Notas Finais


Essa história está sendo feita com quebras de tempo e por isso tenho algumas instruções pra vocês.
> Os três asteriscos juntos { *** } separam o passado e o presente. O passado será narrado na primeira pessoa (pela Dalya e/ou outro personagem).
> Quando houver um asterisco no meio de dois tius { ~*~ } é uma quebra de tempo no presente. O presente será narrado na pelo narrador-observador.
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A música do capítulo é Never Forget You, da Zara Larsson >> https://www.youtube.com/watch?v=GTyN-DB_v5M
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OI, OOOI, MEUS AMOREEEES!!!!!
Me perdoem pela demora, mas tenho uma explicação razoável. Era tempo de provas, vestibular, Enem, trabalhos, etc. E eu estava sem tempo para digitar o capítulo, visto que já está pronto à semanas. Quando comecei a digitar no celular e estava na metade, perdi todo o capítulo. E agora aqui estou eu!!!!
E ai? O que acharam do capítulo?
Quero a opinião de vocês.
Desculpa por qualquer erro e, mais uma vez, perdão pela demora!
E relembrando: todo capítulo terá uma música. <3
É isso. Espero que tenham gostado, até os comentários e/ou no próximo capítulo. Beijos!


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