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História It's a secret - As aparências enganam


Escrita por: cidinhabatman

Notas do Autor


boa leitura

Capítulo 5 - As aparências enganam


Lauren pov.

Depois da escola eu segui meu caminho até o cemitério, já decorei todas as rotas possíveis até lá, nunca faço o mesmo caminho, não gosto de repetir coisas.

-Oi mãe, oi pai -eu disse sentando em frente ao túmulo deles- oi Taytay.

Tirei minha mochila das costas e peguei meu livro.

-Eu já li esse livro pra vocês, não tem graça ler de novo, então só vou ficar aqui lendo.

E foi isso mesmo o que eu fiz, fiquei ali sentada lendo meu livro até escurecer.

-Hey Lauren, você já não leu esse livro pra eles ?.

-Já Vero, mas é meu favorito então tô lendo de novo -falei enquanto Verónica sentava ao meu lado comendo um sanduíche- já vai fechar ?.

-Não, só vim ver se estava aqui mesmo.

-Eu sempre estou.

-Verdade, mas ontem você foi embora mais cedo.

-Eu não tinha livro então só conversei um pouco com eles e fui embora.

-Eu vi, você estava chorando, quer conversar ?.

-Não, só ficar quietinha.

-Tudo bem, fecho em quinze minutos -ela disse olhando o relógio- daqui a meia hora eu abro pra você ir embora.

-Tudo bem, obrigada Vero.

-Sabe onde me encontrar -ela disse e levantou.

Vero me acompanha a seis anos, antes ela só me dava lenços de papel para parar de chorar, até que um dia ela comprou varias caixinhas de lenços e me entregou, hoje em dia eu já não choro mais, só quando não tenho o que ler, ou quando um livro é triste.

Meia hora depois o meu relógio apitou indicando "19:00" horas e eu levantei para ir até a casa de Vero, eu sempre achei estranho ela morar em um cemitério, mas ela também perdeu alguém que ama e acabou ficando como zeladora do lugar, não chegamos ser amigas mas conversamos às vezes.

-Já estava indo lá -ela disse abrindo a porta quando eu estava prestes a bater- pensei que tinha perdido a hora.

-São sete em ponto agora, está no prazo.

-Vamos.

Ela me acompanhou até a entrada e abriu o portão pra mim.

-Até amanhã Lauren, vai com cuidado.

-Até amanhã.

Fui pra casa o mais rápido que consegui, odeio andar de noite, as ruas por aqui são tão perigosas, meu pai sempre falava pra tomar cuidado mas quem não tomou cuidado foi ele, eu nunca vou me esquecer do que aconteceu naquele dia.

Flashback on.

-Papa eu não quero ir -eu disse emburrada.

-Vamos filha, vai ser legal -ele disse com minha irmãzinha no colo- seus primos vão estar lá.

-Mas eu não quero -eu disse e sentei na cama com cara de brava- você prometeu que ia assistir desenho comigo e ler pra mim.

-Mas sua mãe decidiu ir comer na casa dos seus avos, amanhã a gente brinca, eu prometo.

-Aí você lê pra mim ? -eu disse pensando na ideia.

-Leio.

-Vamos ? -mamãe perguntou pegando minha irmã no colo.

-Lauren não quer ir -papa disse.

-Tudo bem, liga pra baba, vamos logo que estamos atrasados -ela disse descendo as escadas.

-Tá vendo, você ganhou -papa disse pegando o telefone- queria poder ficar com você, sua avó é tão chata.

Eu dei risada do jeito que papa falou e voltei a deitar na minha cama, ele saiu do quarto e eu continuei assistindo desenho, depois de um tempo ele voltou e sentou na beirada da cama comigo.

-Amanhã eu prometo ler o livro que você quiser da minha biblioteca -papa falou animado.

Eu pirei só de escutar isso, meu papai tem uma biblioteca gigante com vários livros legais.

-Obaaaa -eu falei animada- vou dormir pra acordar logo e o amanhã chegar.

-Te amo minha filha -ele falou e deu um beijo na minha testa.
Flashback off.

Naquela mesma noite o meu pai foi sequestrado, encontraram o carro largado em uma rua qualquer com os corpos deles, minha irmã que na época tinha apenas quatro anos morreu dormindo, minha mãe morreu com um terço em mãos e meu pai morreu como um herói, a polícia me explicou na época que ele conseguiu tirar uma foto do assaltante e ainda escondeu o celular em baixo do carro, eu tinha apenas dez anos e fui criada por uma babá, ela cuidou de mim até ano passado quando eu finalmente consegui dispensar ela, prefiro ficar sozinha, não gosto de falar com pessoas, prefiro meus livros, digo, os livros que meu pai me deixou, eu já li todos da gigantesca biblioteca do meu pai, ele prometeu ler pra mim mas eu que li todos pra ele.

No dia seguinte eu levantei cedo fiz meu café da manhã e fui pra escola, eu sempre chego mais cedo por que nunca sei que caminho vou fazer, hoje decidi fazer o mais curto então cheguei assim que abriram o portão.

-Bom dia Lauren -a tia da cantina disse.

-Bom dia dona Isabel -eu falei sorrindo pra ela e fui até a minha sala.

Como sempre eu fui sentar no meu lugar e ficar quietinha até a aula começar.

Meia hora depois alguém chegou na sala, Camila tinha chegado, ela olhou pra mim sorrindo e eu retribui o sorriso voltando a olhar pra janela.

Mas a minha paz interior não durou muito, Camila se sentou na minha frente virada pra mim.

-Oi Lauren -ela disse e eu tive que tirar meus fones pra falar com ela- tudo bem ?.

-Sim e você ?.

Depois que você perde sua família toda, você descobre que essa pergunta é completamente inútil, é como um piloto automático das pessoas, ninguém quer saber se você está realmente bem, por isso eu aprendi a mentir, sempre que me perguntam "você está bem", por mais que eu queira gritar que "não" eu só respondo "sim e você ?".

-Também -ela disse me encarando- gostei da camisa.

Olhei pra baixo para ver com que camisa estava e reparei que era uma antiga de banda.

-Obrigada, a sua também é bonita -eu disse me referindo ao moletom do ed sheeran que ela estava usando.

-Meu marido -ela disse rindo- lindo não acha ?.

-Ele é fofo -falei.

-Porque você chega tão cedo ?.

-Medo de chegar atrasada.

-Só por isso você chega meia hora antes.

-Melhor do que chegar atrasada.

-Isso foi uma indireta ? -ela perguntou com uma das sobrancelhas arqueadas.

-Não -falei rindo- você nem sempre chega atrasada.

-Eu quase sempre chego atrasada -ela disse também rindo- eu acho que o importante é chegar, não importa a hora.

-Discordo de você, quem chega antes aproveita mais -eu disse.

-Vou começar a chegar mais cedo só pra poder conversar com você então.

Não, eu não gosto de conversar.

-Não precisa -eu disse tentando não parecer grossa.

-Se você não quiser tudo bem, minha amiga pediu pra te entregar isso -ela disse me estendendo um dos meus lenços- ela lavou. 

-Não precisa -eu disse lhe devolvendo- eu tenho muitos na mochila.

-Todos estão gravado suas iniciais ? -ela perguntou apontando para as letras "L.J." que esta bordado em quase todos os meus lenços.

-A maioria -eu respondi rindo- pode ficar com ele então, nunca se sabe quando vai precisar chorar.

-Você não tem cara de quem chora.

-As aparências enganam.

O professor chegou e Camila foi para o seu lugar, eu agradeci mentalmente por isso, não gosto de conversar com as pessoas.

Mas pensando por um lado, será que eu fui grossa com ela ?.


Notas Finais


Desculpem a demora


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