História It's All About Us - Capítulo Quarenta e Quatro

"Jamais desista das pessoas que ama. Jamais desista de ser feliz. Lute sempre pelos seus sonhos. Seja profundamente apaixonado pela vida. Pois a vida é um espetáculo imperdível."

Spencer acordou e procurou por Anne, encontrando apenas os cobertores bagunçados e o seu perfume no travesseiro.
Pensou que talvez ela ja estivesse levantado, então arrumou a cama e seguiu para o banheiro.
De alguma maneira que Spencer não entendia, ele estava se sentindo estranho. Se sentia desconfortável e com uma pressão estranha no estômago.
Apenas terminou seu banho e suas outras higienes pessoais e desceu as escadas.

Assim que entrou na cozinha, encontrou JJ, Will e Henry, mas não encontrou Anne.
-Bom dia. -Ele saudou, procurando Anne por todos os cantos.
-Spencer, Anne ainda não acordou?
JJ perguntou e Spencer virou rapidamente para ela, sentindo um desespero começar a tomar conta de si.
-Anne não está no quarto, JJ.
JJ arregalou os olhos.

Como que Anne não estava no quarto?

-As chaves dela estão aqui, vou ligar para ela.
JJ pegou o celular, totalmente preocupada com Anne. Respirou fundo, ela apenas estava se precipitando.
É claro que Anne tinha saído, mas que logo estaria voltando. Então ela apenas pegou o celular e ligou para Anne.
Ele chamou e chamou, mas ninguém atendeu. Enquanto a mãe telefonava para a tia, Henry ao ouvir um barulho no andar de cima, saiu correndo a procura do som.

Henry encontrou o dono do som no quarto de Anne, era o celular dela. Ele pegou o celular e o levou para cozinha, o mostrando para a mãe.
JJ ao reconhecer o celular de Anne, sentiu o desespero tomar conta dela um pouco mais rápido, Will levantou da onde estava sentado e se aproximou da mulher e de Reid.
-Será que aconteceu algo?
Will perguntou preocupado e JJ apenas deu de ombros, sem saber o que fazer.

Era Natal, Anne foi dormir, mas ninguém a viu acordar, ela não tinha deixado nenhum bilhete e ainda tinha deixado o celular em casa.
Spencer sentia as mãos tremerem e suarem frio, não conseguia parar de pensar em mil hipóteses do que poderia acontecer, e a cada vez que ele pensava mais ainda nas hipóteses, ele ficava mais ainda preocupado.
-Mamãe, cadê a tia Anne?
Henry perguntou para a mãe, que sentiu os olhos se enxerem de água ao pensar em todas as possibilidades.
JJ não queria responder aquela pergunta, pois não sabia a resposta dela.
-Ela foi dar uma volta, querido, logo ela estará de volta.
JJ respondeu, se sentido culpada por mentir para o filho, mas sabia que era preciso.
Spencer olhou preocupado para JJ, sentia o desespero tomar conta de si.

Will pegou o filho e o levou até o quarto do mesmo, tentando manter o filho entretido para não pensar no desaparecimento repentino da tia.
Assim que viu o marido e o filho sumirem de vista, JJ deixou toda sua preocupação e desespero evidente.
-Spencer! Onde ela foi?
Spencer passou as mãos pelos cabelos, nervoso.
-Eu não faço ideia, JJ. Fomos dormir ontem à noite e estava tudo bem, em nenhum momento ela comentou sobre alguma saída ou algo do gênero.
Reid falou rápido, cada vez mais nervoso e começando a levantar milhões de hipóteses.
-Espera! A casa tem câmeras, vamos ver as câmeras.
-JJ, teremos que chamar a Garcia, ninguém vai conseguir mexer no sistema.

Jennifer bateu a mão na testa, mas rapidamente pegou o telefone e ligou para Penelope, que não demorou para atender.

-Já estão sentindo minha falta?
-Garcia, eu preciso que você acesse as câmeras da minha casa. Rápido.
-Oh, meu Deus! O que aconteceu? Vou fazer isso agora! Eu não acredito.
-O que foi, Garcia?
-Acho melhor chamarmos o resto da equipe, JJ. Estou indo pra sua casa agora.
-Garcia! Me fale o que você se viu! Garcia!

JJ chamou por Penelope, mas essa ja havia encerrado a ligação. Jennifer virou nervosa para Spencer, os olhos azuis transbordavam desespero e Reid ao vê-la daquele estado, sentiu seu corpo inteiro vibrar de preocupação. O peso em seu estômago somente aumentou e ele entendeu porque estava se sentindo daquele jeito quando acordou, no final das contas, ele já estava sentindo que tinha algo errado, mesmo sem saber.

Spencer começou a se sentir sufocado, de repente os porta retratos que estavam espalhados pela casa, com fotos de Anne e do resto da família.
Era como se de alguma maneira, ela estivesse ali e ao mesmo tempo, não.
Sentindo tudo aquilo que estava sentindo, Reid seguiu para o Jardim em passos rápidos.

Assim que sentiu uma rajada de ar em seu rosto, se sentiu melhor, pelo menos, não se sentia sufocado mais.
Mas não conseguia parar de pensar nela, no que poderia ter acontecido, no que poderia estar acontecendo naquele momento.
Ele olhou para o céu, que de alguma maneira estranha, estava totalmente nublado, mesmo os meteorologistas tendo dito que haveria sol.
-Não posso perde-la.
Ele sussurrou, na esperança de que alguém ou algo o ouvisse. Mas aquela frase era, na verdade, apenas uma súplica desesperada dele.

Dentro da casa, JJ ligou para todos da equipe, que prometeram que logo estariam ali.
A irmã Jareau mais velha caminhava de um lado ao outro. Anne para ela era muito mais do que a irmã que morava com ela, era a sua melhor amiga também, sua filha, era tudo.
E a verdade era, que eles, cada um em seu canto e em seu sofrimento, não iriam suportar perde-la, de maneira alguma.

Garcia foi a primeira a chegar, não falou nada, apenas abraçou JJ fortemente. Ela também se encontrava com os olhos cheios de lágrimas, que ela estava segurando, não iria chorar, iria encontrar Anne.
Ela olhou ao redor, procurou por Spencer, JJ soltou um suspiro baixo.
-Ele está no Jardim, acho que para ele está sendo muito difícil isso. Ele não tem uma das melhores experiências, não é?
Penelope iria responder, mas o resto da equipe chegou feito um rompante, todos olharam para a JJ e a abraçaram e eles também sentiam o mesmo.

Porque a pequena Jareau, era parte da equipe também, fez parte da equipe em apenas um caso, mas fez e nenhum deles ali estava preparado para vê-la se tornar um caso.
-Vou chamar o Reid.
JJ seguiu para o Jardim e assim que passou pela porta, quis abraçar Spencer também. Ela o viu lá, com a cabeça levantada, as mãos nos bolsos e os olhos perdidos no céu. Ele parecia sem vida.
-Spencer, o pessoal chegou. Garcia quer nos mostrar as imagens da câmera.

Reid olhou JJ, suspirou e tentou sorrir, mas aquilo era impossível.
-Vamos.
Ele disse e seguiu Jennifer até a sala, onde Penelope ja tinha colocado o notebook em cima da mesa e todos já estavam prontos para ver as imagens das câmeras da casa.

Garcia olhou receosa para todos e logo apertou no play.
 

Vídeo ON...
A primeira imagem, era Anne descendo as escadas com uma camisa de Spencer. Ela andou até porta calmamente. Anne parecia tranquila e tinha um leve sorriso nos lábios, como se o que ela fosse fazer, estivesse a deixado um pouco mais feliz.
Ela pegou as chaves e abriu a porta.
Depois a imagem muda para quem estava do outro lado. Não se Conseguia ver muito bem, mas tinham duas pessoas na porta, uma pela estrutura era um homem e a outra uma mulher, Anne estava sorrindo, mas logo depois ela olhava confusa para as duas pessoas, mas por sua expressão, era possível ver que ela conhecia as pessoas que estavam na porta.
O homem rapidamente colocou um lenço na boca de Anne e quando ela pensou em resisitir, já tinha desmaiado.
Ele pegou ela no colo, enquanto a mulher pegava as chaves que haviam caído no chão, não trancou a porta e a jogou no Jardim.
Os dois seguiram para um carro Preto Sedan, o homem colocou Anne no Banco de trás e se sentou no Banco do passageiro, ja que a mulher estava no do motorista.
Eles aceleraram e não se foi possível ver uma placa se quer.
Vídeo OFF.

Todos olhavam a cena com os olhos arregalados, os mais afetados pelas imagens eram Spencer, JJ e Garcia, que agora chorava, mesmo já tendo visto aquelas imagens antes.
-Precisamos acha-la.
Derek disse, quebrando o silêncio que havia se instalado.

Spencer ainda não havia se movido, ouvia eles conversarem sobre as possibilidades de quem poderia sem, ouviu eles prometerem que iriam acha-la, mas ele apenas não conseguia lidar com a verdade que estava estampada na tela do computador já escura.

Anne havia sido sequestrada.

Quando aquela possibilidade se concretizou, ele sentiu.
Sentiu o vazio que havia meses que não sentia, sentiu o desespero de perder alguém que amava muito tomar conta de si.
Milhares de imagens tomaram conta dele.

Anne em uma cama de hospital.
Anne levando um tiro em sua frente.
Anne perdendo a vida.
Spencer perdendo Anne para sempre.

E de repente, aquilo foi demais para Spencer e ele deixou a sala.
 

POV'S Spencer Reid

Ela tinha sido sequestrada.
Ela tinha sido sequestrada.
Anne tinha sido sequestrada.

De repente, eu não tinha mais ar nos meus pulmões, sentia algo queimar dentro de mim.
Então corri.
Não corri para muito longe, apenas para o Jardim. Porque agora que eu tinha certeza que não tinha ela, ficar no último lugar que ela estava, era uma das melhores coisas que eu poderia fazer, de alguma maneira, eu a sentia aqui.

Principalmente naquele jardim, quando eu a pedi em namoro e jurei para mim mesmo que jamais a deixaria escapar, mas eu deixei.
Deixei pegarem ela, não cuidei o suficiente dela.
Levantei o rosto, ja sentindo as lágrimas caírem pelo meu rosto, ja sentindo aquele vazio voltar para mim.

Fechei os olhos e desejei.

Desejei que aquilo tudo fosse um sonho, desejei que assim que eu abrisse os olhos, ela estivesse ali com os braços ao redor de mim e aquele sorriso tímido que eu tanto amo.
Mas não estava e não vai estar, porque eu não cuidei dela o suficiente. Não cuidei da maneira que ela merecia que eu cuidasse.

As lágrimas continuavam caindo, uma por uma e a cada vez que caíam, eu sentia o vazio ficar maior.
-Spencer.
Alguém me chamou, abri os olhos e olhei em direção a voz, encontrei Hotch e seu seblante preocupado.

Ele se aproximou de mim, virei o rosto e continuei olhando para o céu extremamente nublado.
-Vamos começar a procura-la, faremos tudo para salva-la, Reid e iremos conseguir.
-Como tem tanta certeza disso, Hotch?
Eu perguntei sem esperança alguma, eu não conseguia ter esperança.
-Porque as coisas nunca acontecem duas vezes da mesma maneira. Sei porque está com tanto medo, Reid. Eu te entendo, realmente entendo, mas ficar sem esperança e ja esperar o pior não vai nos ajudar. Ela precisa que você tenha esperança agora e lute para acha-la.
-E se não acharmos, Hotch?
-Não é pra pensar nisso, primeiro vamos pensar em fazer de tudo para acha-la e precisamos ter esperança, ela precisa que você tenha esperança, Spence.

Hotch colocou a mão no meu ombro, eu voltei a chorar, não conseguia parar de pensar que eu poderia ter a perdido e aquilo me deixava desesperado.
-Vamos precisar de você, sei que não é bom, porque você está emocionalmente envolvido, mas vamos precisar de você. E lembre-se, Spencer, ela também precisa de você.
E com aquela frase de Hotch, lembrei da última vez que estivemos nesse Jardim.
 

Flashback On...
-Vem, Spence! Está nevando!
Anne me chamou animada. Ela tinha me contado que seu sonho sempre fora fazer um boneco de neve. Anne saiu para o jardim e eu permaneci na casa, apenas a observando. 
Os cabelos estavam trançados, ela estava com os óculos, usava um casaco enorme e botas de cano longo, suas bochechas estavam vermelhas e o seu sorriso animado, fez surgir outro no meu rosto.
-Vem, Spence! Eu não consigo fazer um boneco de neve sozinha!
Ela bateu os pés no chão, como uma criança birrenta e aquilo somente a deixou mais adorável do que já era.
-Mas está tão frio...
Eu brinquei, me encolhendo, mas aquilo não a abalou, muito pelo contrario. 
-Você prometeu! -Ela disse e me puxou para fora, senti meu corpo tremer com o frio- Vem, eu preciso de você, meu anjo.
Passei meus braços por sua cintura e colei nossos corpos. Se em algum segundo eu senti frio, agora com seu pequeno corpo junto ao meu, eu não senti nada, além de amor por ela.
-Então é isso? Você só precisa de mim para fazer um boneco de neve?
Eu fingi que estava bravo e ela riu, segurou meu rosto, ficou na ponta dos pés e tocou nossos lábios.
Nos beijamos lentamente e apaixonadamente, Eu apenas queria me afundar em tudo que eu sentia.
Assim que encerramos o beijo, eu beijei sua testa e ela sorriu para mim, aquele sorriso que sempre me deixaria tonto.
-Eu não preciso de você só para isso, lindinho, eu sempre vou precisar de você.
Quando ela disse aquilo, tudo que eu pude e consegui fazer, foi colar nossos lábios e aproveitar aquele dia de neve com ela.
Flashback OFF.

Enxuguei as lágrimas.
Anne precisava de mim e eu precisava dela.
Eu iria acha-la.
-Vamos, Hotch, vamos acha-la agora!
Eu disse decidido, ja deixando o Jardim. Hotch me olhou orgulhoso e me seguiu.

Na sala o pessoal discutia o que poderia ter acontecido.
Comecei a pensar, Anne não abriria a porta se não conhecesse quem estava do outro lado e principalmente, ela não conseguiria saber a pessoa sem ter falado com ela.
-JJ, você ja viu o celular da Anne?
-Não, Reid, por que?
-Anne não abriria a porta para alguém que não conhece, ela sabia quem estava do outro lado da porta, mas provavelmente foi porque alguém ligou.

Rapidamente, Garcia pegou o celular de Anne, que não tinha a senha e arregalou os olhos ao ver o nome de quem tinha enviado a mensagem.
Peguei o celular das mãos de Penelope e senti a raiva tomar conta de mim.

Na tela estava escrito: Olivia.

Foi aquela ruiva que sequestrou a Anne, era ela na sombra da mulher do vídeo, sempre foi ela que fez Anne chorar aquela vez...
-Nós vamos atrás de Olivia agora.
JJ afirmou, tão furiosa quanto eu estava, o resto do pessoal concordou com nós e então decidimos que Garcia iria para casa cuidar do que precisávamos de lá e nós iríamos achar a minha garota.

Nós iríamos pegar essa ruiva que havia sequestrado o amor da minha vida.

Estava terminando de me vestir, coloquei minha arma na cintura e encontrei JJ com os olhos em chamas.
Metade desespero e metade raiva tomavam conta dos seus olhos, ela estava caminhando de um lado para o outro.
-Pronto? -Eu assenti- Então vamos caçar uma vadia ruiva.