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História It's just a trick - Risk


Escrita por: Hawtrey

Notas do Autor


Eu sei que eu disse que ia diminuir os capítulos na visão do John, mas eu preciso postar esse e o próximo haha porque eu não ia simplesmente jogá-los nos lixo

Capítulo 16 - Risk


            ― Concentre-se.

            John fechou os olhos e respirou fundo, não para obedecer a ordem enunciada pela terceira vez naquela manhã, mas para buscar algum resquício de paciência. Porque se antes não acreditava que estaria naquela situação, agora só tentava encontrar alguma força que o impedisse de cometer um assassinato.

            Quando Mycroft foi até o seu consultório no hospital contando sobre o – não mais desconhecido – Augustus e que Sherlock não era confiável para aquele caso, o médico concordou imediatamente, aliviado por ter alguém tão inteligente como o Holmes compartilhando alguns de seus pensamentos insistentes. No entanto, quando o mesmo disse que o “ensinaria algumas Artes”, John imediatamente recuou. Afinal, como alguém tão ocupado como Mycroft Holmes se esforçaria para ter tempo e paciência para ensinar qualquer coisa a alguém tão absurdamente simples como John Watson?

            Certo, não era a primeira vez que um Holmes o surpreendia.

            ― Não consigo ― respondeu sincero quando voltou a abrir os olhos. ― Não hoje.

            ― Sempre teve suas dificuldades, John... por que hoje seria diferente? ― Mycroft provocou com um sorriso de lado.

            O médico nem conseguia colocar em palavras o quanto estava agradecido por ele estar ao menos tentando. Tentando pacientemente. Era apenas o quarto dia em que se encontravam, sendo aquele o mais longo, mas esperava xingamentos e repreensões desde o primeiro minuto. Desde o momento em que recebera a mensagem informando a data e o local para se encontrarem, começou a se preparar para ouvir as tradicionais frases como “Não seja tão idiota” ou “Como consegue se distrair tão facilmente?” e até mesmo “Você tem o QI de uma mosca”, mas tudo o que recebera até o momento se resumia em um revirar de olhos e sorrisos. Mycroft sempre estava sorrindo, por menor que fosse o sorriso, por mais estranho que fosse o ato constante.

            ― Hoje estou mais cansado, estamos aqui desde as três da manhã! ― esclareceu esfregando o rosto.

            ― Já se esforçou mais com Sherlock.

            ― Não mentalmente...

            ― Nisso preciso concordar ― Mycroft admitiu enquanto se levantava.

            Era a primeira vez em que estavam naquele depósito aparentemente abandonado, ocupado apenas por algumas estantes metálicas empoeiradas e duas cadeiras. Então John mais uma vez desviou sua atenção e olhou em volta, talvez procurando aquela paciência preciosa. A verdade era que ele próprio estava irritado com seu desempenho medíocre e lento, não entendia como Mycroft ainda não o jogara de uma ponte, mas estava perto de fazer isso.

            ― É impossível... nunca vou conseguir.

            Completamente indiferente à negatividade que emanava de John, Mycroft se aproximou e parou bem a sua frente.

            ― O que o distrai hoje?

            ― Nada importante.

            ― John...

            Sob o olhar incisivamente cinzento do mais alto, John abaixou a cabeça e alternou o peso do seu corpo sobre os pés. Sabia que estava sendo analisado metodicamente, mas que Mycroft não podia ler seus pensamentos, ao menos não literalmente. Então ainda tinha a escolha de ser sincero com quem estava lhe ajudando ou não.

            Oh Inferno... maldita consciência.

            Revirou os olhos e voltou a fita-lo, respondendo:

            ― Eu e Sherlock brigamos há alguns dias... por causa de Moran... e ele me beijou.

            Sentiu Mycroft prender a respiração e pensou em recuar alguns passos quando viu seus olhos se arregalarem em indignação. Mas foi aquela mesma reação que o manteve no lugar, não por medo do homem a sua frente, mas pelo medo das consequências do ato em questão.

            ― E você deixou? ― Mycroft sibilou descrente.

            ― E-Eu não... não imaginei que ele realmente... me beijaria ― John balbuciou subitamente nervoso. ― Ele disse algumas coisas e... então, de repente, estava me beijando!

            ― E não pensou em afastá-lo? ― Mycroft se aproximou mais, fazendo-o recuar alguns passos. ― Não pensou em negar ou fugir do assunto? Não pensou em fazer qualquer coisa que não fosse justamente aquilo que Moriarty quer? Nosso plano era testar, John, testar! Testar seu controle sobre si mesmo, testar as reações de Sherlock a cada mínima aproximação sua, testar a confiança que ele tem em você e então calcular um plano que enganasse Moriarty e não machucasse ninguém.

            ― Eu sei...

            ― Então por que fez exatamente aquilo que ele pediu? ― Mycroft o interrompeu quase gritando.

            ― Eu não fiz! ― John exclamou em sua defesa. ― Não seduzi ou enganei seu irmão como Moriarty pediu, está bem? Foi totalmente inesperado e foi ele que me beijou!

            ― Se você retribuiu e enfiou a língua na boca dele, não faz diferença alguma quem começou o ato! Concordamos que aceitaria a proposta de Moriarty quando estivesse pronto para conseguir enganá-lo e você me garantiu que valia a pena colocar sua vida em risco se significava dar um fim permanente a ele.

            ― E ainda vale! Mycroft, foi apenas um beijo, nada mudou.

            ― Ainda!

            E pela primeira vez Mycroft parecia furioso e John lamentou por isso. Aquela reação significava mudanças no plano, teve certeza disso quando o viu bufar e apertar o cabo da sobrinha.

            ― Vamos ter que mudar nossos planos? ― certificou-se hesitante.

            ― Mudar, não ― Mycroft corrigiu a contragosto. ― Adiantar.

            ― Adiantar?

            John franziu o cenho, repassando o plano mentalmente. Decidiram que estar ao lado de Moriarty era a melhor maneira de finalizá-lo e aproveitaram a obsessão do próprio para que isso fosse possível. Então o loiro basicamente fingiria estar trabalhando para ele para pegar, com a ajuda de Philippe e Roy, todas as informações possíveis sobre os aliados dele que ainda sobraram e depois o mataria, indiretamente ou não. Mycroft não aprovara a última parte e garantira que no momento certo seus próprios homens fariam isso, mas John contrapôs dizendo que queria e iria mata-lo nem que fosse com singelo empurrão da escada – e duas balas na cabeça como garantia.

            No todo seria um plano simples e com riscos aceitáveis. Moriarty estava muito disposto a fazer o impensável para “queimar o coração de Sherlock Holmes” e ajudaria muito se John ganhasse sua confiança, mas era nesse último ponto que morava o problema.

            Como conseguir a confiança de Moriarty? Fácil, obedecendo as ordens dele.

            Quais eram as ordens? Fazer Sherlock se apaixonar por John.

            Para quê? Traição. Fazer o coração de Sherlock Holmes queimar e depois mata-lo.

            O plano de Moriarty era inegavelmente simples, direto e completamente absurdo. Não estava nos planos de John aceitar, claro, porque mesmo estando atraído com o que seria provavelmente a única chance de destruir aquela teia criminal e o consultor dela permanentemente, jamais conseguiria machucar Sherlock de qualquer maneira. Só que aquele beijo mudava tudo.

            Você só tem direito a uma resposta, Johnny Boy. Pense bem!

            Antes poderia dizer, garantir e jurar a qualquer um que nada sentia por Sherlock. Os boatos continuariam, mas a certeza necessária para provar algo nunca surgiria. Mas qual era a chance de Moriarty ter conhecimento sobre aquele beijo? Quais eram as chances de não haver vigilância no 221 B? Quais eram as chances dele nunca saber que John nunca retribuiu aquele ato?

            Se Moriarty podia ser tão esperto quanto Sherlock, o médico podia começar a pedir por um bom milagre.

            ― Isso é ridículo, as chances de Moriarty saber são mínimas... ― tentou argumentar. ― Não precisamos mudar nada.

            ― Adiantar, não mudar ― Mycroft repetiu impaciente, apoiando seu guarda-chuva no encosto da cadeira. ― Sabemos que Baker Street deve estar repleto de câmeras, você nunca as encontraria e o único que poderia ainda está distraído demais com pensamentos banais sobre sentimentos.

            ― Mesmo assim-

            ― Esqueça! ― Mycroft o interrompeu em tom firme. ― Não vamos nos segurar nas chances irrisórias do beijo ainda ser um segredo para Moriarty. É arriscado e estúpido! Não temos tempo para consertar qualquer erro, John, precisa aceitar.

            John sentiu seu corpo gelar e sua garganta secar.

            ― O que disse?

            ― Esse beijo o colocou em um beco sem saída, Doutor Watson, se antes você podia pensar nos pontos negativos de cada escolha, agora eu lhe pergunto: tem certeza de que não quer arriscar o mais difícil?

            Engoliu em seco, sentindo-se perdido. Enganar Sherlock e Moriarty? Era possível alguém como o médico conseguir isso mesmo com a ajuda de Mycroft? Não era melhor contar tudo ao detetive e pedir ajuda para se livrar da ameaça? Então o maior risco que teria era haver outra briga e Sherlock tentar fazer alguma besteira... Gemeu em frustação. Não tinha ideia do que o amigo seria capaz de fazer depois de tudo o que aconteceu.

            ― Merda, Mycroft... não sei se consigo.

            O Holmes mais velho voltou a se aproximar, passos determinados e o olhar incisivo sobre o triste de Watson.

            ― Sua incerteza pode matar você e meu irmão, isso eu não posso permitir ― começou em tom grave. ― Não é tão simples como parece, espero que entenda isso. Se o plano de Moriarty funcionar, Sherlock nunca mais será o mesmo e digo isso de uma forma extremamente ruim. Ele nunca amou alguém tanto quanto ama você e quando ceder a esse sentimento, não haverá volta. E mesmo sabendo disso, mesmo sabendo que ser traído por você o destruirá ainda exijo que aceite o trabalho, porque prefiro vê-lo sofrendo por amor a ter que vê-lo definhando pela tristeza de perder você.

            John abriu a boca para retrucar e nada saiu, não sabia o que dizer para argumentar contra as palavras de Mycroft, então o deixou continuar.

            ― Se não aceitar agora, Moriarty vai acabar te matando. Mas se aceitar e conseguir finalizar, Sherlock o odiará e é esse ódio que o manterá vivo... até que você se torne uma mera memória trancada em algum quarto esquecido de seu Palácio Mental. No entanto, é por um bem maior John... Esqueça seus sentimentos por ele e faça o que tem que ser feito. Conheço os riscos e o conheço melhor que qualquer um, então se eu digo para iniciar esse plano e me obedecer, você vai. E não vai falhar.

***

Lestrade decidiu celebrar, por um motivo que John ainda não compreendia muito bem. Quase não entrara na Scotland Yard para encontrar seu parceiro quando o Inspetor o alcançou com um Sherlock desgostoso engatado em seu braço. Houve algumas palavras entrecortadas, ditas com rapidez e exagerada alegria, então avidamente os colegas de apartamento foram arrastados para a viatura.

― Aparentemente ele quer celebrar um grande caso que resolveu sozinho ― Sherlock esclareceu sem fita-lo.

John quase não prestou atenção, estava focado em descobrir uma maneira de quebrar a barreira que se formara entre eles depois do beijo. No entanto, a barreira permaneceu durante todo o caminho, tornando-o silencioso e extremamente incômodo. Mas antes que notasse, o médico já estava em uma mesa, com um copo de bebida a sua frente, em um pub que não conhecia. A sua volta estavam amigos e colegas de Lestrade espalhados em diversas mesas, pelas quais o Inspetor dividia o tempo.

John queria se sentir feliz por ele, mas no momento só queria desesperadamente ir embora, porque em sua mesa estava Sherlock de um lado e Mycroft do outro, e quem se sentiria bem com a tensão faiscante entre eles?

E afinal, o que Mycroft fazia ali mesmo?

Tamborilou os dedos sobre a mesa, impaciente. Todos no local, exceto Sherlock e Mycroft, estavam entretidos com alguma conversa ou simplesmente alguém, como era o caso de Molly que flertava sutilmente com um homem que ninguém conhecia até o momento. Não havia como negar, precisava beber com urgência. Ora, esse era o principal motivo de ainda estar ali! No entanto, agora que estava diante de vários copos de bebidas que não fez questão de nomear, tinha medo de não conseguir parar depois que começasse.

            Estava no limite. Havia Moriarty testando seus limites e Sherlock testando seu controle, também havia Mycroft fingindo que era fácil ensiná-lo qualquer coisa e Lestrade fingindo que não notava nada de estranho. Na verdade, havia muita gente fingindo o tempo todo. Ele próprio era um belo exemplo disso.

            O plano de fingir que estava trabalhando para Moriarty estava sendo mais confuso e cansativo do que imaginava, porque precisava ser perfeito. Perfeito demais. John sentiu que estava em beco muito estreito onde deveria correr o mais rápido que pudesse sem encostar nos muros uma única vez. Estava tentando enganar os dois lados e por enquanto estava tendo sucesso, mas temia o dia em que tudo desabasse de uma única e desastrosa vez.

            Alguns dias achava que estava colocando tudo a perder e que enganava somente a si mesmo, em outros pensava que desistência seria muito mais fácil. Então se lembrava das consequências.

            ― Ainda preso nos próprios pensamentos? ― Sherlock questionou arrastando um copo de bebida para a sua direção.

            ― Ainda sem conseguir me decifrar? ― John devolveu sorrindo, observando o copo a sua frente. ― Não vou beber e correr o risco de estragar seu enigma, Sherlock.

            ― É uma pena, você é muito mais social quando está bêbado.

            ― Assim como você.

Na verdade eles quase não falaram depois do beijo, um cumprimento aqui e olhares constantes ali, mas John sabia que o parceiro ainda estava desconfiado. Desconfiado era pouco, sabia que Sherlock não desistiria até descobrir absolutamente tudo. Por esse e outros motivos, como segredos e um beijo, os irmãos Holmes fuzilavam um ao outro sempre que se viam. Como agora.

Fitou seu copo, agora pela metade, e suspirou em cansaço quando Lestrade sentou a sua frente e percebeu o clima pesado.

―  Perdi alguma coisa?

            ― Não é nada, Greg ― John se apressou em responder. ― Frescura de família.

Sherlock desviou o olhar e logo era John o alvo de sua raiva.

― É frescura não confiar em traidores?

― Não, mas não é por isso que está tentando reduzir seu irmão a cinzas ― John retrucou erguendo as sobrancelhas sugestivamente.

O detetive estreitou os olhos ainda mais irritado e se preparou para responder a altura quando Lestrade o interrompeu, chamando atenção.

― Pessoal, o que aconteceu entre vocês? O que eu perdi? Por favor, não me deixem no escuro de novo.

O médico alternou o olhar entre os irmãos silenciosos, tomou folêgo e respondeu:

― Sherlock está com raiva porque escondi informações sobre Moriarty.

― Ah, isso foi realmente uma surpresa ― Lestrade comentou quase indiferente. ― Não esperava isso de você.

― Foi necessário ― Mycroft contrapôs, defendendo-o. ― Havia muito em risco.

― Ele não precisa que o defenda ― Sherlock rebateu de imediato.

― Quem decide isso é ele.

― É impressão minha ou eles estão disputando por você? ― Lestrade sussurrou interessado.

― Estão disputando apenas entre eles, na verdade ― John respondeu no mesmo tom, contrariado.

― Ele não é uma donzela em perigo, Mycroft. Pode se cuidar sozinho ― Sherlock sibilou.

― Ele não precisa ser nada. John apenas confia em mim e pediu minha ajuda. Afinal, eu o conheço muito bem ― Mycroft rebateu venenoso.

John ergueu as sobrancelhas com o exagero na fala do Holmes mais velho e fechou os olhos por alguns segundos quando encontrou o olhar magoado do seu parceiro. Não tinha mais paciência para aquela briga infantil.

― Estão com raiva porque os beijei ― revelou de repente, trazendo o silêncio de ambos.

― Beijou? ― Lestrade arregalou os olhos. ― Beijou quem?

― Beijei os dois.

― Beijou os dois Holmes? ― uma voz atônita questionou às costas do médico.

John virou e encarou os olhos arregalados de Molly.

― Sim... mas não dê tanta atenção, não vai acontecer de novo.

― Isso eu não garanto ― Mycroft sorriu com malicia. ― Mas, de qualquer jeito, pelo menos não fui a segunda opção.

― Mycroft! ― John repreendeu de imediato.

Sherlock respirou com força e resmungou entre dentes quando ameaçou levantar.

― Não tenho que ouvir isso.

― Não ― o médico o impediu, tocando seu braço e sussurrando para que apenas ele ouvisse. ― Não veio aqui por mim ou pelo seu irmão, estamos aqui por Lestrade. Faça um esforço e ignore o que te aborrece, você é bom nisso.

― Deixe-o ir, John. Talvez ele tenha outro compromisso marcado.

John fechou os olhos, agarrando-se a qualquer pingo de paciência que ainda lhe restasse. Porque jamais esqueceria daquela voz, daquele tom constantemente malicioso, jamais esqueceria da raiva que surgia ao ouvi-la, que queimava levemente cada célula do seu corpo e o fazia bufar de imediato. Antes não sabia o que causava tudo aquilo, era... como Sherlock dizia mesmo? Oh sim, irracional. Mas agora... como não ser corroído pelo ciúme quando Irene Adler surgia?

― Você a chamou? ― perguntou ao Lestrade em tom contido.

Não seja tão transparente!

O Inspetor, notando a tensão aumentar instantaneamente, rapidamente negou:

― Eu nem sabia que ela estava viva.

Aborrecido e ainda controlado, John engoliu, de uma só vez, o liquido do copo entregue por Sherlock e observou Irene sentar ao lado do detetive e do Inspetor, nunca deixando de sorrir.

― O que a traz de volta, Srta. Adler? ― Mycroft perguntou crispando os lábios. Também não parecia nada contente com a nova companhia.

― Sherlock pediu minha ajuda... ― Irene respondeu melodicamente. ― Então eu vim ajudar. Soube que a situação está complicada e me surpreendi em saber que o suspeito da vez... é você.

Sentiu seu estômago revirar. Sherlock havia pedido a ajuda de Irene e John não foi informado porque se tratava do seu caso. O caso onde era um suspeito.

― Vou pedir mais bebida ― avisou enquanto se levantava.

Que se danasse o risco de ficar bêbado entre os Holmes e Adler. Arriscaria de bom grado se pudesse sentir um mínimo de paz ou anestesia mental.

            Entretanto, no meio do ato sentiu uma mão forte agarrando seu braço e o virando abruptamente, suas pernas se chocaram com a borda da mesa e sua boca foi tomada com violência. Por um brevíssimo momento, enquanto mãos firmes e grandes agarravam seu ombro e sua nuca, imaginou que fosse Sherlock, mas não teria como o amigo sair da cadeira ao seu lado tão rápido e seria impossível que o próprio fizesse algo assim em público. Isso só fez seu coração bater mais rápido. Quem poderia ser?

            Agarrou os ombros do homem a sua frente e o empurrou com força.

            ― Isso foi realmente divertido, mas ainda não foi como eu quero.

            Arregalou os olhos e, ainda ofegante, olhou para o homem a sua frente.

            ― Philippe?

O homem, muito semelhante a Sherlock, esboçou um sorriso luminoso e deu de ombros.

― Surpreso? Achei que seria interessante fazer uma visita já que não nos vemos há um tempo, não imaginei que estava acompanhado.

John engoliu em seco e olhou ao redor, encontrando os olhos arregalados dos que estavam na mesa, o rosto pálido de Mycroft e a expressão petrificada de Sherlock.

― Oh, sim... ― lamentou voltando a olhar para Philippe. ― Vai ser muito interessante.



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