História Heroine - Trabalho

Z A Y N 

— Porra Mel — eu jogava minha cabeça para trás enquanto socava meu pau na boca de Melissa, minha ex, atual, ou seja lá o que temos ainda — Assim você vai acabar rápido com a minha festa

Quanto mais eu demonstrava satisfação mais ela fazia o serviço bem feito. Não demorou muito para eu me desmanchar na boca dela sentindo uma onda de prazer inundar meu corpo.

Suspirei aliviado e subi minha calça abotoando os botões da mesma. O ápice do prazer é louco, faz flutuar e até mesmo imaginar falsos sentimentos, mas quando ele passa e você se da conta do que está fazendo, a história muda totalmente de figura. Observei a ruiva sentada sobre os lençóis brancos da minha cama e senti um leve incomodo. Como fui sortudo por ela estar menstruada naquele dia e não exigir nada.

— Como ficamos Malik? — a voz suave dela ecoou no ambiente me causando enjoos.

Desde que cheguei a NY me envolvi com diversas garotas, mas nenhuma causou sensações tão loucas quanto Melissa ou Mel como eu a chamava as vezes. E não, não eram sensações loucas no bom sentido, eram loucas no sentido literal. Ela era oito anos mais velha que eu e se no início eu não entendia porque ela nunca teve um namorado, com o passar dos meses eu passei a entender. Era extremamente surtada, grudenta e louca a ponto de bater na porta do meu apartamento as quatro e trinta da manhã por eu não ter respondido uma simples mensagem. Sempre deixei claro que sempre seriamos só sexo casual ou nem isso, mas ela não entendia e continuava sua perseguição comigo, e eu homem com os hormônios a flor da pele as vezes cedia.

— Sabe que não temos nada — respondi frio colocando um cigarro entre os lábios — Deixei claro nas mensagens que só estava afim de relaxar hoje, você aceitou e veio. É só isso

— Quando estamos transando você até diz que me ama

— É só o efeito da dopamina — justifiquei enquanto ela tirava a roupa mostrando que iria dormir ali. Droga — Se vai dormir aqui, vou para o outro quarto.

— Eu sei que você me deseja Zayn, só não assume, mas eu sei que me deseja — ela delirava mais que o normal quando estava sob o efeito esperma do Malik

[...]

— Não acredito que você transou com ela mais uma vez — Liam dizia incrédulo após cruzar com Mel na portaria indo para casa — Você disse semana passada que não cairia mais no papo da ruiva, quem diria Malik

— Eu não transei com ela — observei meu reflexo no espelho batendo a mão pelos cabelos — Ela só me chupou e dormiu ai, inclusive — abri as sacolas de café da manhã que ele havia levado — Preciso mandar os lençóis para lavanderia ou jogar fora

— Como você é escroto — não nego que minhas atitudes com Melissa eram um tanto quanto escrotas mas todas as raivas que ela já me fez passar com seus barracos em público ou acordando os vizinhos de madrugada quase derrubando minha porta, ela até que merecia — Louis vai voltar para Londres hoje, se importa se eu ficar mais alguns dias aqui?

— Sabe que pode ficar o quanto quiser, já lhe chamei para morar comigo inúmeras vezes e consigo um emprego fácil para você na Madox — me sentei a cadeira colocando um pouco de café na xicara. Minha cabeça estava explodindo devido as bebidas da noite anterior, eu precisava de cafeína e algumas aspirinas

— Não quero conseguir um emprego só porque é meu irmão — justificou orgulhoso como sempre.

— Você é quem sabe — respondi.

A Y L A

— E então, ansiosa para o novo emprego? Qual vai ser o seu cargo? Filha do dono? — Shantal gargalhou sentada a minha cama enquanto discutíamos sobre a brilhante ideia do meu pai de me colocar para trabalhar na Madox, já que fazer faculdade estava fora dos meus planos.

— Idiota — fiz careta — Nessas horas é que eu me arrependo de não ter feito um vestibular — pensei alto

— Você só tem dezessete anos, ainda da tempo e também, duvido que seu pai vai pegar pesado com você na empresa

— Você realmente não conhece meu pai, Shan — disse me lembrando da relação com meu pai. Na maioria do tempo nos dávamos bem, mas por ele ter me criado sozinho e eu ser filha única, ele acabava sendo super protetor a ponto de querer escolher, inclusive, alguém para eu me relacionar, talvez por isso eu ainda não tenha tido nenhum namoro assumido, sendo assim, imagino que trabalhar na empresa será como uma ditadura — Desde que voltei, ele não fala outra coisa a não ser estar animado para apresentar a filha para o mundo dos negócios. Ele mal quis saber como foi a viagem ou os dias na companhia da minha querida mamãe — ironizei.

— Pensa pelo lado positivo, você vai ver diariamente o gato que lhe buscou no aeroporto

— Pensando por esse lado — arqueei a sobrancelha e gargalhamos juntas. 

Shantal tem pouco mais de vinte e dois anos e se mudou sozinha para NY para estudar moda. Somos amigas a pouco mais de um ano quando a conheci no banheiro de um bar chorando por um relacionamento fracassado. Péssima forma de começar uma amizade, mas desde então compartilhamos momentos bons e ruins, e uma linda amizade. Posso dizer que ela é minha melhor amiga, tendo em vista que minhas outras amigas se mudaram para outras cidades e até mesmo outros países para fazer um curso qualquer da faculdade, algo que estou adiando até ter certeza de qual carreira quero seguir no futuro. 

[...]

O caminho até a Madox era longo e cada vez que chegávamos mais perto meu coração se acelerava, não sei se era ansiedade por começar uma rotina diferente da que eu estava acostumada ou por ver ele; Zayn.

Desde que ele me buscou no aeroporto, não consigo tira-lo da cabeça o que era uma doideira sem fim. Será que meus hormônios de adolescente virgem estavam tão aflorados assim a ponto de me interessar pelo sócio do meu pai? Não dá para negar o quão gato ele era com aquela barba por fazer e as tatuagens a mostra. Tenho certeza que ele era muito profissional e dedicado, afinal, meu pai conservador como era jamais aceitaria como sócio uma pessoa com piercing e tatuagens se não fosse bom a altura para se tornar um dos associados da Madox.

— Vi que passou um batom — meu pai quebrou o gelo — Isso significa entusiasmo pelo novo trabalho? — só então percebi que passei batom para estar bonita quando Zayn me visse

— Confesso que estou com medo — admiti — Você não vai me colocar para polir ouro ou qualquer outra pedra, não é? — perguntei me referindo as joias que eram feitas lá, o carro forte da joalheria

— Não — riu — É claro que não. Estou te levando mais para conhecer o processo, afinal, você será a herdeira de todo aquele patrimônio e precisa saber como administra-lo — respirei aliviada e então percebi que minha ansiedade realmente era por encontrar Zayn lá.

Depois de mais alguns minutos andando, finalmente adentramos a garagem da empresa no subsolo. Passar seis meses longe dali me fez esquecer como o prédio era grande, cinco andares para ser mais exata. Todas as áreas estavam situadas ali, desde a parte da politização e montagem das peças até as vendas e sócios.

Meu pai fez questão de passar por todos os andares dali fazendo minha apresentação todo orgulhoso, era bom vê-lo feliz assim. Finalmente chegamos ao ultimo e mais alto andar, o quinto.

— Aqui é onde você ficará — eu olhava curiosa para todos aqueles homens e mulheres de camisa social sentados em suas mesas — Aqui nessa área temos todos os gerentes, diretores, supervisores e claro, nós, Zayn e eu — senti um calafrio ao ouvir aquele nome, eu ficaria na mesma área que Zayn. Que bom que passei um batom — Eu estou velho, minha filha — que papo estranho — Mas as responsabilidades ainda são grandes, dessa forma trouxe meu sócio Zayn Malik para liderar aqui em NY.

Finalmente chegamos a uma porta no fim do corredor, parecida com a porta da outra ponta do corredor onde meu pai ficava. Dois toques foram dados a porta e logo a mesma foi aberta. A vista da cidade de NY ficou escassa perto da beleza daquele homem sentado atrás da mesa repleta de papéis. Diferente da primeira e última vez que nos vimos, ele usava uma calça e camisa social azul petróleo com mangas longas escondendo suas tatuagens; seus cabelos estavam arrumados em um perfeito topete e a sala cheirava a um perfume bom, algo amadeirado que eu nunca havia sentido até então.

— Bom dia, Malik — meu pai estendeu a mão a Zayn, que retribuiu o gesto com entusiasmo — Sei que já se conheceram na sexta, e espero que tenham tido uma boa relação. Zayn, minha filha Ayla ficará sobre seus cuidados aqui na empresa, quero que ensine a ela tudo que sabe sobre nossa mina de ouro, literalmente falando — riu — E a torne uma excelente profissional como você.

— Com certeza! Será um prazer — sorriu com a língua entre os dentes e aquela frase foi o suficiente para eu cair na perdição; a perdição chamada Zayn Malik.