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História If I never knew you - Um novo começo


Escrita por: LinaOliver

Notas do Autor


Não consegui resisti e resolvi postar mais esse capítulo para ver no que dá. Deixem seus comentários para saber se minha história está agradando vcs! Até a próxima

Capítulo 2 - Um novo começo


P.O.V de Mary Margaret

 

      Havia acabado de sair do banho quando me deparei com minha madrasta no corredor me encarando com um olhar de gelar o sangue:

- Você demorou muito – ela reclamou

      Eu? E ela? E desde quando dez minutos era muito? Mas, eu sabia que deveria ser paciente afim de que tivéssemos uma boa convivência.  Ai vida!

- Prometo que tentarei ser mais rápida da próxima vez.

- Promessas não servem de nada sem ações. – ela falou um pouco mais alto do que deveria.

      Por sorte ante que perdesse minha paciência meu pai subiu as escadas, provavelmente já estava acordado há horas e se aproximando de nós disse:

- Ora, o que minhas duas garotas estão fazendo hoje? Pensei ter ouvido vozes alteradas.

- Bom dia meu pai – disse – Nada demais, apenas um breve desentendimento. Nada que não pudesse ser resolvido, verdade Cora? – perguntei olhando para ela.

- Certamente – disse em uma voz menos convincente do que gostaria.

- Fico feliz então, já vai para a escola minha Snow?

      Sempre corava quando meu pai me chamava daquele jeito. Snow era meu apelido desde menina, pois ele dizia que eu era tão linda e meiga quanto a própria Snow White dos contos de fada.

- Sim, vou só comer uma fruta rapidamente.

- Acho bom mesmo, não quero lhe ver passando mal de fome. Quer que lhe deixe?

- Não precisa se incomodar, eu vou no meu carro mesmo.

       Imediatamente me arrependi de ter falado aquilo na frente de Cora fazendo uma cara feia ela entrou finalmente no banheiro fechando a porta com força.

- Eu pensei que já tinham superado isso – disse meu pai levemente desapontado

- É  eu também, acho que não deveria ter mencionado nada.

- Eu também acho filha – e assim ele desceu as escadas sem dizer mais nada.

        Não precisaria ser um gênio para adivinhar que estava triste e decepcionado, talvez comigo de quem ele sempre esperava o melhor ou talvez de minha relação com Cora no geral que nunca parecia ter progressos. Você está boiando? Deixe-me começar pelo início.

      Meu pai Leopoldo Swan é rico, muito rico, um milionário para ser precisa, isso porque sua família tinha uma grande companhia de empresas, e como filho único seria o proprietário de tudo aquilo, isso se seu verdadeiro dom não fosse a medicina, ele sentia prazer em ajudar os outros e se formou com honras, o primeiro da classe. Vendeu sua herança e com o dinheiro construiu o próprio hospital em Minnesota, sua cidade natal,  um verdadeiro complexo especializado em câncer e que realizava tratamentos de graça aos mais necessitados.

 

          Foi quando conheceu minha mãe Eva Blanchard, diagnosticada com câncer de pulmão. Ele disse que foi amor à primeira vista. Desse amor eu apareci, fui um milagre, muitas mulheres não ovulam durante os tratamentos para o câncer, ou até mesmo ficam estéreis. Contudo, sua inesperada gravidez não foi motivo só de alegria, como também de muita preocupação. Caso minha mãe continuasse com os tratamentos de radioterapia e quimioterapia responsáveis por prolongar sua vida eu não resistiria, e caso ela interrompesse-os o câncer tomaria de vez os seus pulmões e atingiria os demais órgãos certamente, e então talvez nenhuma de nós vivesse.  Foi uma decisão complicada, mas meus pais decidiram apostar nas chances e me manter onde estavam, eles não me viam como uma maldição que ceifaria a vida de Eva, e sim como um milagre.

          Nasci oito meses depois, um pouco antes da hora, assim quando a neve começou a cair. Meu pai foi o primeiro a me segurar e ao fazê-lo disse que estava segurando uma verdadeira princesa e ao ver minha pele branca como a neve, os cabelos escuros como o ébano e os lábios vermelhos como o sangue disse que meu nome seria, é claro, Snow White Blanchard Swan. Minha mãe, ainda consciente riu e disse que Snow seria um bom apelido, mas que deveria receber o nome da minha avó, Mary, já que tinha olhos verdes como os dela e que meu nome do meio seria Margaret, para que quem me visse se lembrasse de belas flores como a margarida.

         No final não foi o câncer que a matou. Ironicamente foi o inverno, o inverno tenebroso em que nasci. Ela enfraquecida contraiu pneumonia que somado ao câncer nos pulmões impossibilitou a eficácia do tratamento, com menos de duas semanas de viva fiquei órfã de mãe. Meu pai sofreu por muito tempo, mas não me culpou, mesmo sabendo que caso tivessem se livrado de mim provavelmente ela ainda estaria viva por mais um tempo. Ele prometeu me dar todo o amor do mundo, vendeu o hospital e construiu outro em L.A, onde era sempre quente e ensolarado, longe dos invernos de Minnesota.

           Passaram-se anos e tudo estava bem, nós dois erámos uma espécie de dupla e ele me levava no hospital todas as semanas, acho que ele esperava que me apaixonasse e decidisse continuar o legado dele, mas o meu medo irracional por sangue não permitiu que isso acontecesse. Além do mais não gostava de ver os outros sofrendo, ia somente para tentar alegrar algumas das crianças com a leitura de histórias, seus sorrisos sim me faziam bem.

 

          Porém, no ano passado algo abalou nossas vidas, o câncer que tirou a vida da minha mãe ameaçava a minha desta vez. No meu caso era no fígado, eu precisava de um doador e já que meu pai teve hepatite quando criança não podia doar nem sangue. Fui para o primeiro lugar da lista o que foi um milagre, recebi o órgão e comecei logo o tratamento de quimioterapia, pois meu pâncreas também havia sido atingido de maneira menos grave, no entanto. Meus lindos cabelos negros foram para longe.

         Meu pai dizia que agora sim parecia a Snow White, mas no ato de passar para o primeiro lugar na lista alguém ficou para trás, alguém que estava esperando bem mais tempo do que eu e que não sobreviveu tempo suficiente para a chegada de outro. Seu nome era Henry e meu pai fez uma festa em homenagem à ele, afinal se não fosse por mim ele poderia estar vivo hoje. Lá ele acabou conhecendo a Cora e descobriu que era esposa do falecido com quem tinha uma filha da mesma idade que eu chamada Regina. Acho que meu pai estava se sentindo realmente mal e que Cora estava se sentindo realmente carente, pois pouco tempo depois eles se casaram, eu acharia ótimo meu pai finalmente estar superando minha mãe e a chegada de uma nova irmã se:

a)Se a coitada da mulher não tivesse acabado de perder o marido

e B) Se ela não fosse tão..difícil

           Tais fatores somados a pressa toda para se casar me deixaram no mínimo com uma pulga atrás da orelha. E me fez pensar qual seriam suas reais intenções. E eles viviam brigando por atenção e pelo modo que meu pai usava o dinheiro. Ele era dedicadíssimo ao hospital e às vezes saía bem cedo e chegava em casa depois das 22h, eu estava acostumada, mas ela achou bem ruim, pois o tempo livre que tinha não era para consumar o casamento, e sim para mim ou para suas necessidades religiosas. Na verdade Cora parecia ser a última da lista em tudo e isso me faz sentir realmente mal. Às vezes eu a encontro com um olhar perdido, acho que está pensando nele, no Henry. Queria que ela conversasse com alguém sobre isso, se não comigo com algum amigo ou parente. Acho que deveria se abrir mais.

         Quanto a Regina não tenho muito o que reclamar, não estamos ainda tão próximas, e respeitamos a privacidade uma da outra. Meu pai nos fez ir ao cinema em um outro dia, conversamos um pouco sobre tudo, ela que estudava em outra escola antes do casamento iria comigo para o Storybrooke agora e não estava nem um pouco nervosa, com tamanha alta confiança diria que ainda seria eleita a rainha daquele lugar com nome de conto de fada. E eu não duvidada nada mesmo, pois a Regina era superpopular na antiga escola além de ser líder do clube de debates e ter sido eleita como representante de turma e rainha do baile duas vezes, poderia não ter irmã como eu mas todas essas atividades a ocupavam e muito. E os garotos precisava mencionar? Além de ser divertida e extrovertida ela não era de se jogar fora, mas aparentemente ela não estava interessada neles, ao menos os da sua idade, mas ninguém negaria que um era especial em seu coração, e seu nome era Daniel, um universitário de veterinária que era seu instrutor de equitação no tempo livre e apesar de na dizerem em voz alta todos sabiam que tinham algo até mesmo eu sabia, pois bastava abrir quaisquer redes sociais dos jovens que o outro sempre aparecia por entre as fotos.

....

 

P.O.V de David

       Terminando de tomar meu café passei para a segunda parte do meu dia: meu banho de banheira. Engraçado pensar que alguns meses antes eu nem conhecia algo melhor do que a tina, agora se tem uma coisa que faz L.A não ser o pior lugar é aquela banheira, fico completamente viciada nela. É como ter um lago dentro de casa, e de tão grande dá até para nadar, só faltavam os peixes. Por isso sempre acabo desperdiçando muito tempo lá, quando saí quase pulei de susto ao notar que eram quase 8hrs. Teria que correr se quisesse sair de casa e ainda passar na secretaria antes da primeira aula

          Ao sair  finalmente do banheiro encontro uma das empregadas mais legais do meu pai, a Lizbeth, trocando a colcha da minha cama, ao ver o meu estado ela imediatamente cora e diz:

- Sinto muito Sr. Nolan, achei que já estava  a caminho da escola.

- Acabei me atrasando um pouco, essa banheira me encanta.

- Bom – disse ela meio que rindo – Tente experimentar a piscina ou a hidromassagem lá na cobertura, estou certo de que vai adorar. Ah, e quando estiver pronto vá lá na garagem. O Jorge está esperando por você.

- Quem é Jorge? O motorista do carro?

- Jorge é sim motorista, mas não do carro.

- Hm?

- Você verá.

            Esse incentivo foi ótimo, me arrumei em meio segundo e quase esqueci de pegar minha mochila, eu precisava saber o que Lizbeth queria dizer com aquilo, foi então que descobri ao correr para a frente. Ela tinha razão, Jorge não era motorista do carro de meu pai, ele era motorista da limusine e aparentemente esse seria meu transporte diário para escola. Aposto meu outro rim que era assim que meu irmão se locomovia pela cidade. Ótimo, justo quando tudo que eu queria era não chamar muita atenção. Mas seria só por aquele dia, amanhã quando já estivesse familiarizado com o trajeto da escola iria de ônibus ou a pé mesmo, vivi a vida inteira assim e não precisava mudar mais um dos meus hábitos. Não mesmo.

 

...

P.OV de Mary Margaret

 

        Não havia dirigido nem ao menos 200 metros quando parei em frente a casa 15 do bairro, onde minha velha amiga Ruby mora, perguntei para a Regina se ela também gostaria de ir conosco, mas ela disse que estava bem e que teria de chegar um pouco mais cedo para falar com a secretária sobre suas atividades extracurriculares. Voltando a Ruby costumo a dar carona para ela desde que tirei minha carteira e estava morrendo de saudades. Não a vi o verão inteiro! Buzinei, na esperança de que ela ouvisse e saísse logo. Mas, após dois minutos quem saiu de lá não foi a garota, mas sua avó. Os seus pais biológicos mesmo a deixaram quando muito pequena e não era algo que ela gostava de comentar:

- Olá Mary – ela me cumprimentou.

- Olá Sra. Marshall, a Ruby está?

- Queira perdoá-la chegamos muito tarde de viajem ontem e essa garota já está há uma hora no banho, acho que dormiu lá.

- Falando nela – disse apontando para a garota que saía correndo em nossa direção, seus cabelos estavam bem molhados e grudados nas suas costas, ela usava um short curto e um croppet vermelho, aquela garota não mudava nunca mesmo. Saí do carro e nós duas caímos nos braços uma da outra ao mesmo tempo.

– Ruby! – exclamei.

- Mare! Meu Deus amiga, olha só como seu cabelo cresceu.

- Parei de fazer a quimioterapia no verão, estou oficialmente fora de perigo.

            Tudo bem que não estava tão grande, ainda na altura dos ombros, mas tinha esperanças de que logo logo voltaria ao comprimento normal.

- Entra aí – disse apontando para o carro.

           No decorrer do caminho ela foi me contando sobre sua viagem, todo verão ela ia até San Francisco onde o seu tio, outro filho de sua avó, morava. Não era tão ruim, eles ficavam na casa de praia e ela passava um tempo com os primos, mas três meses inteiros nessa rotina já era no mínimo enjoativo.

- Eu preciso arrumar um emprego – disse ela.

- Para a faculdade?

- Não, é que vou ser a única veterana sem carro. – ela lamentou.

- E o restaurante da sua avó? Você não vivia trabalhando lá depois da aula?

- Aquilo não é emprego minha amiga, e sim castigo.

- Você soube da Ashley? – perguntei mudando de assunto – Ela vai mesmo voltar para a escola?

- Acho que sim, eu senti falta dela semestre passado.

- É, eu também. Espero que a Sra. Anya não a reprove, ela faltou bastante e ela costuma a ser bem rigorosa.

         Eu mesma faltei muito no ano passado por conta da minha doença, mas como já sabia disso me programei bem e consegui recuperar tudo, com ela foi diferente. Ashley engravidou no ano passado, foi a maior confusão, ela escondeu de todos do começo, até dos pais e quando foi descoberto foi como uma bomba que explodiu. A madrasta a expulsou de casa, e o namorado Sean também sofreu o mesmo, porque o pai não queria que o garoto se envolvesse mais com Ashley. Os dois ficaram um tempo na casa de amigos. Até conseguirem empregos e juntarem dinheiro suficiente para alugar um pequeno apartamento.

        Agora tudo está bem, e depois do nascimento de Alexandra as famílias se arrependeram e decidiram apoiar a neta, conseguiram uma creche para ela ficar durante o dia e parte da tarde até. Mas, como nem tudo são flores com o nascimento da filha Ashley acabou perdendo as provas finais e não passou de ano. Ela tentou falar com a diretora depois, e essa disse que no começo do ano ela falaria sua decisão, todos aguardavam ansiosamente a resposta até o momento.

- Ruby?

- Sim?

- Como acha que as pessoas vão me tratar esse ano? – perguntei esvaziando uma de minhas preocupações.

- Como assim?

- Bom, você sabe eu nunca fui popular, mas nunca fui excluída, eu sempre andei com a nossa turma e a verdade é que fora vocês ninguém reparava muito em mim. Quando fiquei doente todos passaram a me ver como coitada e a me tratar como se fosse de vidro. E agora? O que vai ser? Não quero ser motivo de pena novamente.

- Animo amiga! Essa é sua chance de mostrar para todos que aquela Mary Margaret frágil ficou no passado. Novo ano escolar, novo cabelo, novo fígado, nova vida. Afinal você não é a única que já foi motivo de terem pena – ela disse meio triste essa última frase.

- Bom chegamos – disse estacionando bem em frente do pátio – Que sorte! Essa vaga é ótima.

- Viu só? Já começou bem.

- É, já começou bem – eu concordei.

 


Notas Finais


Só para esclarecer mesmo, Anya é a fada azul do mundo real, e a diretora do colégio. Bom, se você leu até aqui só me restam meus agradecimentos. Até a próxima


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