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História Ivy Greene - Capítulo 7


Escrita por: Zaidanzinha

Capítulo 8 - Capítulo 7


                Eu estava estática, meu corpo tremia e eu sentia a cor abandonar meu rosto. Pela proximidade percebi que Malfoy tremia da mesma forma. Por que será que ele estava tão nervoso? Sua mãe não o entregaria para Voldemort. Ele estava a salvo. Eu não.

                - Não vai falar nada, Draco? – ela começou a perder a calma que sempre paira nela. – Quero respostas. E uma incrível justificativa para não entregá-la a Voldemort nesse exato momento!

                Me desesperei.

                - Não! – ele quase gritou. Tão desesperado quanto eu. – Não faça nada, mãe. Te peço, pelo amor que a senhora tem por mim! – ele implorou.

                - Não faça nada?! – eu podia sentir o fogo que saía dos olhos dela, ela estava prestes a se atirar sobre a gente. – Draco, tem noção do que fez? Você traiu nosso sangue ao esconder essa traidora no seu quarto. Ao ajudá-la, ao alimentá-la, ao cuidar dela. – ela movia as mãos descontroladamente enquanto andava em direção a ele.

                Seu rosto quase se encostou ao dele.

                - O que acha que Voldemort nos fará se descobrir isso? O que ele fará com você? – ela não parecia mais irritada, mas temerosa. – Ele vai matá-lo, Draco. Como não quer que eu faça nada?

                Ele parecia em choque. Não conseguia se mover. Até que acordou e piscou para a mãe.

                - A Ivy não tem nada que queremos, mãe. – ele começou com a voz fraca e vacilante. – Ela não sabe a localidade da Ordem. Na confusão do casamento ela aparatou e perdeu contato com todos. Está tão perdida quanto nós.

                Gelei. Como ele sabia disso? Eu não havia contado a ele... Será que ele me ouvira dormindo? Eu já costumei a falar enquanto dormia. Mas se ele sabia disso, por que não contara a verdade? Que eu havia aparatado com Fred, Jorge e Gina para a casa do Kingsley?

                Ela pareceu vacilar.

                - Como sabe disso?

                - Ganhei a confiança dela. Coisa que vocês nunca pensaram em fazer. Estudei seis anos da minha vida com ela. A conheço. Ela é cabeça dura e vocês poderiam tirar membro por membro que ela nunca contaria o que vocês quisessem. Mas a mim ela contou, a mim ela confiou isso. – ele falava seguro de si, com a voz firme e confiante.

                Ela acreditou. Aos poucos se distanciou e se acalmou.

                - Mantenha-a aqui, a seguro de todos. Conversarei com seu pai e sua tia. Mas Voldemort nunca poderá desconfiar disso. Esse é o nosso segredo.

                Logo em seguida saiu do quarto e selou a porta.

                O ar pôde entrar em meus pulmões, a cor voltou ao meu rosto e senti o sangue passar pelos meus dedos agarrados à blusa do Malfoy. Não percebi que os havia prendido. Soltei e me distanciei.

                Olhei para o Malfoy grata por ele ter me defendido. Não sei o que seria de mim. Até que a pergunta que me fiz voltou a minha mente. Como ele sabia de tudo aquilo?

                - Como sabia? – perguntei.

                Ele parecia absorto e se assustou com a minha pergunta.

                - Oi?

                - Como sabia... O que contou pra sua mãe... Eu não te contei isso. – agora estava com os olhos cerrados em desconfiança.

                - Não me venha com desconfianças, Greene. Graças ao seu sonambulismo eu pude ouvir seus segredos. Desde à localidade dos seus amiguinhos até ao seu sentimento por aquele Weasley imundo. – ele estava ficando nervoso.

                Fiquei também. Não havia nada entre Fred e eu! Pelo menos, nunca rolou nada entre nós!

                - Por isso estava me ajudando então? Para ganhar a minha confiança? – elevei o tom de voz.

                - Não seja idiota! – ele quase avançou para cima de mim. – Se fosse isso eu teria falado para a minha mãe onde seus amiguinhos idiotas estão. O que não fiz. – ele parecia raivoso. – Ainda não é tarde, se quiser posso revelar isso agora.

                Ele ameaçou sair e eu agarrei o seu braço como se minha vida dependesse disso.

                - Não faça isso, por favor! – quase me ajoelhei.

                - Está implorando, Greene? – ele levantou as sobrancelhas.

                - Estou. – disse sem medo algum.

                Isso parece ter pegado ele de surpresa. Ele se acalmou e respirou fundo.

                - Me desculpe por desconfiar de você, fiquei nervosa, só isso. – me desculpei soltando seu braço.

                - Não te entregaria, eu não faria isso. – ele olhou fundo em meus olhos.

                Algo neles estava estranhamente diferente. Havia um brilho, alguma coisa humana, totalmente oposto do brilho maléfico que sempre via quando ele vinha encher o saco do Harry.

                O que aconteceu com ele?

                - Por quê? – minha voz saiu num sussurro.

                - Não sei. – ele respondeu apenas.

                Depois disso saiu pela porta me deixando sozinha com meus pensamentos.

 

                No outro dia fui acordada com uma batida na porta. Draco não havia dormido no quarto essa noite, onde ele dormiu eu não sei. Assim que me levantei para abrir a porta Narcisa entrou.

                Fiquei encarando-a, meu corpo voltou a tremer. Dessa vez o Malfoy não estava aqui para eu me apoiar. Éramos eu e ela. Se ela quisesse me matar. A hora era agora.

                - Se vista. – ela jogou uma muda de roupas em cima de mim, agarrei assustada. – Vai ficar me olhando? Anda logo, não temos muito tempo. O café da manha está para ser servido.

                Esperei, mas percebi que ela não sairia do quarto. Então fui ate o banheiro e fechei a porta. Joguei água no meu rosto para acordar e escovei os dentes. Vesti o vestido negro que ia ate um pouco acima dos meus joelhos, ele era justo e marcava bem minha cintura e quadril. Ele tinha uma manga que ia ate meu cotovelo e um cola redonda não muito justa. O tecido era fino então não me senti desconfortável. Arrumei meus cabelos com as mãos e calcei uma sapatilha que ela me deu.

                Não estranhei estas serem as vestimentas para o café da manha. Era a família Malfoy, eles viviam arrumados. Saí do banheiro e a Sra. Malfoy ainda estava no quarto me esperando. Ela apenas moveu a cabeça para que eu saísse e me acompanhou porta afora.

                Sentia todas as células do meu corpo tremerem enquanto eu andava pelos corredores da mansão. Como todos reagiriam com a minha presença? Eu era uma traidora pra eles, como deveria participar do café da manha com essas pessoas?

                Chegamos à sala de jantar e para meu alívio apenas Lucius e Draco estavam à mesa. Mais nenhum Comensal rondando ou me intimidando.

                Sentei-me ao lado de Draco que nem fez questão de me olhar. Eu via todos comendo, mas não conseguia fazer o mesmo. Estava sentindo meu estomago revirar e se pusesse algo na boca tudo voltaria de uma vez só. Fiquei quieta esperando que todos comessem e fingia que não existia. Eu só queria voltar à segurança do quarto.

                Malfoy terminou e se levantou me puxando junto. Sem que uma palavra fosse direcionada a mim, subimos para o quarto.

                Quando estávamos seguros consegui respirar outra vez.

                - Por que sua mãe quis me tirar do quarto? – virei-me para Malfoy que permaneceu calado até agora.

                - Ela não queria mais trazer comida para você no quarto, e como a casa está vazia, por enquanto, ela achou uma boa idéia te tirar daqui, apesar de você não ter comido nada. – ele estava sério.

                - Não achei que iria reparar. – fechei a cara. – Não consegui comer nada.

                Ele soltou uma risada seca e entrou para o banheiro. Tirei a roupa e coloquei uma calça e uma blusa que Malfoy havia trazido pra mim algum tempo atrás. Assim que ele saiu do banheiro fui em direção a ele.

                - Draco, quando poderei ir embora?

                Ele riu. Aquele sorriso idiota e maldoso.

                - Não espera ir embora agora que meus pais sabem de você, não é? – disse com tom de ironia. – Se eles deixassem você ir embora, sequer cogitassem a idéia, Voldemort não iria pensar duas vezes antes de matá-los. A partir de hoje, Greene. Você é uma de nós. 



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