1. Spirit Fanfics >
  2. Ivy Greene >
  3. Capítulo 8

História Ivy Greene - Capítulo 8


Escrita por: Zaidanzinha

Notas do Autor


Gente perdoem essa escritora enrolada !!! Mas aqui está outro capítulo pra vocês!! Espero que gostem :)

Capítulo 9 - Capítulo 8


A minha vontade era de gritar. Até os meus pulmões estourarem e eu finalmente morrer. Não havia muita diferença agora. Era a prisioneira dos Malfoy sem realmente estar em uma cela. Depois do que Malfoy me disse eu quis estapeá-lo, ele prometera me ajudar. Mas a única coisa que fiz foi me trancar no banheiro e tentar me afogar na banheira. Mas meu corpo não queria cooperar e simplesmente não queria desistir da vida. Então eu apenas voltei para o quarto.

                Malfoy sumiu o resto do dia. Passei o dia só no quarto e não tinha mais nada para ler, nem com quem jogar. Então apenas deitei na cama e fiquei perdida nos meus pensamentos até escurecer. Não me chamaram para o almoço e eu também não sentia fome alguma. Na hora da janta Malfoy me trouxe um prato do que julguei ser mais sopa e saiu sem uma palavra. Mas a sopa permaneceu intocada.

                Eu não conseguia parar de pensar em meus amigos, principalmente em meus pais. Como será que eles estão? Eu devo estar presa aqui há umas duas semanas, como eles ficaram quando souberam que eu não estava lá? Será que me procuraram? Será que eles conseguiram contato com os outros integrantes da Ordem? Será que foram pegos pelos seqüestradores? E se estiverem mortos?

                As possibilidades não saíam da minha cabeça. Cada uma pior que a outra. Eu já estava perdendo a cabeça quando ouvi a porta abrir e Malfoy entrar.

                - Por que não comeu?

                - Não tenho fome. – falei grossa.

                Ele não falou nada, apenas deu de ombros e se deitou ao meu lado na cama.

                Continuei olhando para a janela. A noite estava escura. Sem estrelas. Assim como a minha alma.

 

 

                Uma semana se passara. Houve algumas reuniões e por vezes ouvi as vozes dos Comensais da Morte. Algumas vezes eu conseguia ouvir uma conversa ou outra. Eles ainda não haviam achado o Harry, isso estava deixando Voldemort furioso, deixando todos também cada vez mais nervosos. Pois a ira do Lorde das Trevas sempre se voltada para eles. Além dos Malfoy, ninguém sabia da minha estadia aqui. Nem Bellatrix. E não quero saber o que ela faria caso descobrisse. Eu e o Malfoy voltamos a nos falar. Eu sabia que era inútil jogar a minha raiva nele, e não conseguiria sobreviver ficar trancafiada nesse quarto sem ninguém para conversar.

                Ele me trazia um livro novo todo dia e juntos jogávamos xadrez bruxo. Eu ganhei dele algumas vezes e na primeira vez que isso aconteceu eu quase fiz uma festa. Ele apenas riu e pediu revanche.

                Os dias se passavam arrastando e eu ficava só mais nervosa, a única coisa que me distraía era o Malfoy. E, por mais que eu não quisesse admitir, estava gostando da presença dele. Ele, no fundo, bem no fundo, não era apenas aquele garoto mesquinho e egoísta que todos achavam.

                Saí do banho e vesti mais uma das roupas de Narcisa. Não sei como ela não havia me estuporado ainda, eu estava gastando todo o seu guarda roupa. Terminei de abotoar os botões da camisa social verde escura e calcei uma bota que estava no canto da cama. Estava preparada para o almoço. Fui escoltada por Malfoy, estava começando a aprender os caminhos dessa casa enorme. Aos poucos, já comecei a me familiarizar com os corredores e as salas.

                Sentamos à mesa e começamos a comer. Como sempre as refeições eram sempre silenciosas e não se ouvia nada mais do que o barulho dos talheres batendo nos pratos de porcelana. Ouvimos um “crac” e olhamos rapidamente para a porta de entrada. Num sobressalto me pus de pé e Malfoy também, me escondi atrás de seu corpo, mas ele não era muito maior do que eu.

                Bellatrix entrou na sala de jantar e a cada batida dos saltos finos na madeira meu coração se apertava mais e o estômago se embrulhava mais.

                - Mas o que... – ela perdeu a fala ao me ver. – Prima, o que significa isso! – ela praticamente gritou com sua voz fina.

                Ela não esperou ninguém responder, sacou sua varinha e com um puxão tirou Malfoy da minha frente. Me puxou pelo braço e me jogou no chão. Eu não tinha reação, estava em choque e minha respiração também travou.

                - Agora eu posso terminar a minha conversinha com você. – ela sorriu, e seu sorriso me fez tremer dos pés a cabeça. – Crucio.

                Caí para trás de dor. Gritei enquanto me debatia no chão. Não queria gritar então mordi a minha língua e cessei meus gritos. Mas meu corpo ganhou vida própria e não ficava parado. A dor era lacinante e minha visão estava desfocada. Tudo queimava e aquela dor em todas as minhas entranhas que me fazia desejar a morte se apoderava de mim.

                Ela parou por alguns segundos e logo voltou outra vez. Tornei a gritar, mas segurei o máximo que pude. Ela ficou alguns minutos enquanto eu me debatia e soltava alguns gritos quando a força já me faltava.

                Ela parou outra vez e abri meus olhos. Vi Malfoy olhando para mim. Ele estava estático e seus olhos arregalados. Não se movia e sua boca tremia.

                - Draco. – chamei debilmente e minha voz saiu tremida.

                Ele me ouviu, mas não se mexeu. Olhava de mim, para sua mãe e parecia horrorizado. Ele não fez nada, não moveu um músculo. E tudo voltou a doer de novo. Dessa vez não consegui segurar o grito e gritei a plenos pulmões, desejando que isso diminuísse a dor. Minha respiração foi diminuindo.

                - Por favor! – implorei.

                Ela parou e se abaixou ao meu lado.

                - Me dirá o que eu quero?

                Eu não conseguia me mover. Já não havia força em mim. Por algum milagre consegui direcionar meu olhar para a janela que iluminava meu corpo. Um corpo vermelho se aproximava rapidamente, a janela estava aberta e a ave entrou em um vôo esplêndido.

                Fawkes. Meu corpo gritou. Ela estava maior, quase em seu tamanho máximo. Sobrevoou todo o recinto e senti alguém correr até mim e se abaixar ao meu lado, enquanto Bellatrix estava distraída com o vôo da fênix.

                Draco colocou meu rosto entre suas mãos e tentou me levantar. Mas antes que pudéssemos fazer qualquer coisa, Fawkes sobrevoou a cabeça de Draco e o fogo tomou conta de nossos corpos. Logo já não estávamos mais na sala de jantar dos Malfoy.

 

Senti meu corpo entrar em contato com o cimento. Passos estavam vindo em direção a mim. Abri os olhos.

                - Ivy, Ivy, você está bem? – Draco pegou ergueu meu corpo e me fez encostar em seu peito.

                Assenti e ele me ajudou a levantar.

                - Droga! Onde nós estamos? – falou ele olhando para os lados a procura de uma placa.

                - Largo Grimmauld. – minha voz saiu em um fio.

                - O quê? –ele estava confuso.

                - A antiga residência dos Black. A sede da Ordem. – tomei forças para ficar de pé sozinha.

                Malfoy me soltou, mas continuou próximo.

                Não me importei em revelar isso para o Malfoy. Afinal, Snape era um Comensal e conhecia a sede, já deve ter revelado a localização. Estranho não haver Comensais por aqui.

                Entramos pelo corredor e fui andando na frente. Sabia que as chances eram remotas, mas eu esperava encontrar qualquer um que fosse da Ordem aqui. Abri a porta e, para meu desapontamento, o local estava vazio.

                Senti saudade dos velhos tempos, quando a casa estava cheia e eu ficava aprontando com os gêmeos e ouvindo os gritos da Sra. Weasley. Tempos que talvez nunca voltem. Senti o choro subir pela minha garganta e logo tratei e engoli-lo.

                - Há quartos subindo as escadas. Pode pegar qualquer um. – falei para Draco e me dirigi à cozinha. Passei os olhos em tudo me lembrando de cada pedacinho, cada memória.

                Meus pensamentos foram cortados por um barulho no corredor, achei ser Malfoy, mas quando entrei na sala dei de cara com Monstro, o elfo dos Black.

- Monstro! – quase gritei de alegria. – Você viu alguém da Ordem? Alguém veio aqui? Quais as notícias? Como estão os outros?

Fui enchendo o elfo doméstico de perguntas e ele parecia confuso. Draco desceu com o barulho e enrugou o rosto quando viu Monstro.

- Quem é ele?

- O elfo doméstico dos Black. – me limitei a explicar. – Ande monstro responda!

- Seus amigos estiveram aqui. – Monstro repetiu de má vontade com sua voz rouca. – Meu mestre, o ruivo e a amiguinha de sangue-ruim.

Me animei.

- Há quanto tempo eles estiveram aqui, Monstro?

- Duas semanas. – ele respondeu com a cara fechada.

Senti a animação ir embora.

- Você não os vê tem todo esse tempo?

- Sim. Eles estiveram aqui e acharam o objeto que procuravam, objeto que Monstro tentou destruir e não pôde destruir. – ele andava pela sala e parecia inconformado. – Me pediram para achar Mundungo Fletcher e Monstro obedeceu, Doby veio de enxerido e depois de uma conversa eles saíram e não voltaram mais.

Mundungo esteve aqui também? E o Doby! O que será que houve aqui?

- Pra onde eles foram, Monstro?

- Monstro não sabe! Eles falavam do medalhão e viram aquela mulher do ministério em um jornal. E depois não os vi mais.

Estava tudo confuso. Que mulher do ministério, e o que ela tinha a ver com o medalhão de Voldemort?

Monstro saiu logo em seguida e decidi subir para o quarto descansar um pouco. Amanhã eu ia de encontro aos outros membros da Ordem, eu começaria pela Toca.

Tirei a bota, deitei na cama e apaguei.

 

Acordei no outro dia com o sol pegando em meu rosto. Cerrei os olhos e me virei para o outro lado. Malfoy estava dormindo calmamente ao meu lado na cama de casal. Assustei e me levantei. Com tantos quartos na casa por que veio dormir junto a mim?

Calcei as botas e saí rapidamente do quarto. Fucei a cozinha atrás de comida e por fim preparei café e ovos mexidos. Draco desceu assim que a mesa estava posta e sentou-se junto comigo para comer.

O café tava silencioso, decidi quebrá-lo com o que tava rondando a minha cabeça desde que acordei.

- Draco, por que dormiu comigo no quarto? – olhei pra ele e seus olhos arregalaram, ele evitou contato visual. – Te falei dos vários quartos aqui...

Ele ficou um tempo calado tentando responder.

- Era o quarto mais perto... sabe... E eu tava caindo de sono. Não me dei o trabalho de procurar mais nada. – ele disse num tom presunçoso enquanto tentava esconder o nervosismo.

- Hmm. – não respondi mais nada e voltei a comer meus ovos sem acreditar em uma palavra sequer que ele disse.

Depois do café arrumei a mesa e fiquei perambulando pela mansão dos Black. Encontrei Malfoy sentado ao piano enquanto alisava-o com um brilho nos olhos.

- Sabe tocar? – perguntei encostada ao batente da porta.

- Um pouco. – respondeu sem ao menos virar a cabeça.

Andei em sua direção e sentei-me junto a ele no banco.

- To que para mim. – cutuquei seu ombro incentivando-o.

Ele me mandou um sorriso sem graça, e começou a tocar. Não era uma musica que eu conhecia. Mas a melodia era linda. Nunca fui chegada nesse instrumento antes. Mas aqui, agora, com o Malfoy tocando-o e dando vida a ele, se tornou, no momento, a minha coisa favorita. Enquanto ele tocava me entreguei e fechei os olhos, me esqueci da guerra. Me esqueci de meus pais, me esqueci de Voldemort, e o fato de estarem nos procurando nesse exato momento. Não havia nada além de mim, do Malfoy e do piano.

Era como estar em um ambiente isolado. Onde as correntes passavam apenas por nós três. Meu corpo vibrava junto com as notas e, nos pontos em que meu corpo se encostava com o dele formigava e passava pelo meu corpo todo. Comecei a sentir tudo quente a nossa volta. Um lugar confortável, chamativo e nosso.

Isso não passou nem quando a música parou. Ainda sem abrir os olhos senti nossas respirações no mesmo ritmo, fui guiada em direção ao seu rosto e eu não comandava mais o meu corpo, mas sim ele, o loiro platinado de olhos lindos, um imbecil, que eu odiei durante seis longos anos e que salvou a minha vida.

Nossos lábios se encostaram e eu estava pronta para beijá-lo. Antes de ouvir um “crac” e meu coração que antes batia rapidamente, parar.


Notas Finais


O que acharam?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...