– Você está bem? – Carl não se moveu ao ouvir a voz do motivo de sua raiva cortar o silêncio do quarto. Respirou fundo e continuou olhando para o pôr do sol através da janela. – Falei com vo...
– Não sou surdo. – Cortou a fala do outro e olhou por cima do ombro para ver a reação dele.
– O que aconteceu, babe? – Negan deu um passo em direção ao garoto, que finalmente se moveu e virou de frente para o mais velho. Os braços estavam cruzados na altura do peito e ele estava com aquele curativo branco sobre a ferida que ainda cicatrizava no rosto.
– Nada. Não aconteceu nada. – Respondeu ainda com o mesmo tom ácido. Negan estreitou os olhos em direção ao garoto e franziu o cenho em sinal de confusão. Carl bufou impaciente e andou em direção ao banheiro, passando pelo outro no caminho.
– Espera. Espera aí, babe. – Negan o segurou pelo braço e o fez olhar em seus olhos. – Você não age assim desde que veio viver aqui. Alguma coisa está acontecendo e eu não posso mudar se você não me disser o que há de errado.
Carl pareceu pensar em algo. O olho azul escureceu de repente e seu rosto se transformou de pensativo para carrancudo. Negan ainda segurava o braço fino do garoto e esperava uma resposta dele.
– Você devia saber. – Carl respondeu com um tom petulante e puxou o braço do aperto do mais velho. Mas antes que se afastasse, Negan o segurou firme pela cintura e encostou o corpo robusto no corpo esguio do garoto.
– Se isso tudo for ciúme, eu estou impressionado. – Negan falou com um sorriso ladino e Carl bufou impaciente, fazendo o sorriso do outro crescer mais ainda. – Por que, babe? Já não te disse que sou só seu inúmeras vezes?
– Disse, mas não age como tal. Vi você com a Amber hoje. – Carl confessou baixo e Negan segurou uma risada. Carl ainda sentia um ciúme gigantesco das esposas de Negan, por mais que ele não se relacionasse com elas por causa do garoto.
– Amber? Oh, meu anjo, ela é só uma cidadã qualquer. – Carl não se contentou com a resposta e tentou empurrar Negan para longe, o que não funcionou. O homem continuou segurando firme em sua cintura e aproximou os rostos perigosamente. Carl levantou o olhar para os olhos castanhos profundos e sentiu seus esforços desmoronarem. – O que mais posso fazer para provar que ninguém mais me interessa além de você?
Carl não respondeu. Continuou olhando para os olhos de Negan e tentou se recompor. Desviou o olhar para um ponto não específico do chão e tentou empurrar o outro mais uma vez.
– Não sei. Vocês pareciam bem íntimos hoje.
– Mas não somos. Ela me odeia, babe. E eu nunca trocaria você por nenhuma mulher. – Negan levantou o rosto do garoto e se aproximou dele. Carl fechou o olho por instinto e segurou firme na jaqueta de couro que Negan usava. Não demorou muito para que Negan o beijasse. Carl se sentiu completo naquele momento, mas ainda sentia uma pontada de ciúme ao lembrar da cena que tinha visto.
O garoto sentiu um arrepio percorrer seu corpo ao sentir a língua do mais velho encostar na sua devagar e as mãos foram automaticamente para o pescoço de Negan para tirar o maldito lenço vermelho que ele insistia em usar, mesmo depois de Carl dizer que odiava aquilo.
Quando se deu conta do que o outro tentava fazer, o garoto o empurrou com mais força e conseguiu se afastar dele. Negan deixou uma risada nasalada escapar e se arrependeu ao ver o olhar do garoto se transformar de raivoso para magoado.
– Você está debochando de mim. Negan, isso não é uma piada. – Falou levantando um pouco o tom e desviou o olhar do amante antes que ele pudesse ver as lágrimas se juntando em seu olho.
– Quando estiver disposto a conversar direito, sabe onde me achar. – Negan falou depois de um momento de silêncio e pegou Lucille ao lado da porta para sair do quarto.
– Não! Espera, eu... Você sabe que eu te amo, eu só não consigo... Não consigo controlar o meu ciúme! Porra, eu te amo pra caralho! – Carl falou desesperado antes que o homem saísse e Negan colocou Lucille no lugar em que ela estava antes. Voltou-se para Carl e viu as trilhas que as lágrimas estavam deixando na bochecha naturalmente rosada dele.
Deu alguns passos curtos até o garoto e o abraçou pela cintura mais uma vez. Limpou as lágrimas do rosto de Carl com uma delicadeza rara e sorriu ao encostar a ponta do próprio nariz no de Carl.
– Eu também te amo pra caralho. – Carl arfou em surpresa, era a primeira vez que ouvia algo daquele tipo sair da boca de Negan. O mais velho riu nasalado e selou os lábios nos do garoto rapidamente. – Mas só quando você não usa essa coisa horrível. – Carl riu baixo e levantou as mãos para tirar o curativo.
– Melhor? – Falou um pouco hesitante ao tirar o curativo e o olhar de Negan brilhou.
– Muito melhor. Já te disse o quanto isso é fascinante? – Respondeu e levantou uma mão para passar os dedos ao lado da ferida. – Você é lindo. Extremamente lindo.
Carl sentiu as bochechas queimarem de vergonha e sorriu em agradecimento. Negan sabia como deixá-lo completamente sem jeito.
Os olhares se encontraram mais uma vez e Carl foi quem tomou a atitude juntar os lábios nos de Negan. As mãos grandes do mais velho puxaram Carl pelas coxas e o garoto entrelaçou as pernas no quadril de Negan, sentindo logo após que estava sendo carregado para algum lugar.
Os cobertores macios da cama acomodaram lentamente o corpo de Carl, que separou o beijo apenas para sorrir e olhar nos olhos castanhos que o observavam atentamente. As mãos experientes de Negan tiraram delicadamente a camiseta branca que o garoto usava, logo passando para o cinto de couro que prendia a calça jeans surrada.
Negan voltou a ficar de pé para observar o garoto deitado na cama. Os cabelos castanhos estavam espalhados pelo travesseiro branco, dando destaque ao azul do olho e o vermelho da cicatriz. Carl sentou na cama e esticou uma mão até o cinto de couro na cintura de Negan. Ajeitou-se de bruços de frente para o homem e abriu o cinto e a calça jeans do mais velho. Mordeu o lábio inferior e olhou para cima a tempo de vê-lo tirar a própria camiseta. Os olhares se cruzaram brevemente antes de Carl abaixar a calça e a roupa íntima de Negan. Obtendo a ajuda deste para que as peças fossem retiradas.
Carl olhou para cima mais uma vez e se aproximou da ereção ainda em formação. A boca se aproximou perigosamente da glande, apenas para soltar a respiração lentamente naquela parte sensível. Negan mordeu o lábio inferior e colocou uma mão nos cabelos do garoto, o incentivando a começar logo. Carl sorriu malicioso e segurou na base antes de esticar a língua e lamber a glande devagar. Satisfação tomando conta de si quando um gemido rouco cortou o silêncio do quarto.
Mais algumas provocações e logo Carl colocou todo o membro em sua boca. A ponta encostando na garganta e as veias grossas pulsando na língua. Fechou os olhos e afastou a cabeça até que metade do membro saísse de sua boca, apenas para voltar a engolir rapidamente.
– Uh, babe, você está ficando.. Oh... Muito bom nisso. – Negan falou de olhos fechados, apenas sentindo a temperatura amena e a umidade elevada da boca de Carl. A mão ainda estava entre o cabelo dele, sem forçar e nem puxar os fios, apenas para sentir mais os movimentos dele.
Os gemidos ficaram mais altos e Carl se afastou, usando a mão para continuar o estímulo. Sentiu seu cabelo ser puxado e os lábios se encontraram brutalmente com os do outro, que o fez voltar para a posição inicial. Com as costas encostadas no colchão e a cabeça apoiada nos travesseiros.
Negan voltou a deitar-se por cima do garoto, ainda sem separar o beijo. Uma mão se afastou apenas para procurar o tubo de lubrificante que ficava na mesa de cabeceira. Carl abriu mais as pernas ao separar o beijo e ver o que estava nas mãos do outro, acomodando melhor o corpo grande de Negan entre suas coxas.
Os primeiros dedos adentraram a cavidade com facilidade. Os olhares não se desviavam e Carl sentia seu interior queimar em ansiedade. Negan mexeu os dedos lentamente dentro do garoto, achando com facilidade a próstata. Carl gemeu alto e arqueou as costas, sentindo os dedos massagearem aquele ponto sensível lentamente em círculos.
– Vem. Eu preciso de você... Ah! – Carl sussurrou entre gemidos baixos e Negan sorriu malicioso. Afastou-se do garoto por alguns segundos e observou o peito dele subir e descer errático. Carl apoiou-se em um cotovelo e esticou a outra mão para Negan, pedindo em um gesto mudo o tubo de lubrificante.
O garoto sorriu de lado quando sentiu o tubo de plástico ser colocado em sua mão. Despejou uma quantidade generosa do gel na mão e aproximou-a da ereção de Negan. Espalhou lentamente a substância ali, sem desviar a atenção do rosto dele, assistindo todas as reações e prestando atenção a cada gemido rouco que saía da boca do mais velho. Mordeu o lábio inferior quando os olhares se conectaram e Negan o fez deitar novamente na cama. As mãos firmes se apoiaram logo acima de seus ombros quando os corpos se alinharam perfeitamente. Carl o puxou para um beijo quando sentiu a invasão lenta ser iniciada, os gemidos baixos sendo abafados pelos beijos necessitados que trocavam.
Não demorou até que Negan começasse a se movimentar. As mãos de Carl seguravam com firmeza em seus ombros, o rosto rosado contorcido em uma expressão entre a dor e o prazer. Negan adorava observá-lo assim. Era ali que tinha a certeza de que pertencia ao garoto e o garoto pertencia a si.
– Hum, darling... Tão bom. – Negan sussurrou rente ao ouvido do Grimes, que gemeu baixo e movimentou o quadril para mais perto do outro, sentindo a pélvis dele encostar na sua. Os olhares se encontraram, intensos, fixos e brilhantes como pedras preciosas.
– Ah, isso. – Carl gemeu alto e levantou o tronco para abraçar Negan com força. Apoiou a cabeça na curva entre o pescoço e o ombro dele e sentiu as estocadas ficarem mais rápidas e fortes. O orgasmo, se aproximando devagar, fazia os dois corpos suarem, entorpecidos demais no ato para prestar atenção em qualquer outra coisa.
– Olha para você... Tão meu. – Negan sussurrou no ouvido do garoto, o fazendo voltar a deitar com as costas apoiadas no colchão. Carl sorriu e mordeu o lábio inferior, sentindo o estímulo constante em sua próstata nublar seus pensamentos.
O cheiro de Negan estava por toda a parte, Carl se sentia inebriado. Deixou que o êxtase tomasse conta de seu corpo quando o mais velho pediu sussurrando.
– Meu amor! – Carl gritou enquanto seu esperma jorrava entre os abdomens. Negan desviou o olhar do rosto de Carl apenas para olhar a cena. Sentiu a temperatura de seu próprio corpo se elevar, conforme sentia as contrações involuntárias que o orgasmo provocava no corpo de Carl.
– Meu amor. – Negan respondeu em um tom baixo e satisfeito enquanto despejava seu orgasmo dentro do garoto, que sorriu e abraçou os ombros do homem que agora deitava por cima de si.
(...)
– 'Amor'... Acho que foi a primeira vez que você me chamou assim... – Carl sussurrou sorrindo enquanto observava Negan dormir deitado em seu peito. Os cabelos começando a ficar grisalhos eram macios e convidativos e Carl não queria afastar os dedos dali.
– Ainda prefiro 'babe'. – Negan falou ainda de olhos fechados e Carl riu baixo.
– Gosto de todos. Mas 'amor' é o meu preferido.
– Posso me acostumar com isso, amor. – O mais velho falou sorrindo e se apoiou em um braço para poder selar os lábios nos de Carl.
– É bom mesmo que se acostume. E pare de se aproximar daquela sem graça da Amber. Eu não gosto dela. – Carl falou carrancudo e Negan sorriu brincalhão.
– Se a cada vez que me aproximar dela, você reagir como hoje, vou levá-la a todos os lugares comigo. – Respondeu perto dos lábios de Carl e roubou-lhe um beijo calmo.
– Sem graça. – Carl reclamou enquanto ria junto com Negan. – Você é meu.
– Seu. E você é meu. – Negan falou baixo e trocou mais um beijo com o garoto. Carl nunca tinha pensado que Negan poderia ser tão carinhoso e meloso assim. Quando ele cruzava a porta do quarto que dividiam, se tornava esta pessoa extremamente cuidadosa, nem parecia ser o assassino que era.
E foi exatamente por essa personalidade escondida que Carl se apaixonou perdidamente. E agora, não queria estar em outro lugar a não ser os braços daquele homem.
Fim?
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