História Jessie Roque - Passeio no shopping

Quem não gosta de ir ao shopping pegar um cineminha?  Ontem Rachel me ligou e perguntou se eu iria assistir o filme "Rogue One - Uma história Star Wars", lógico que iria assistir, só não sei quando, afinal estreia hoje. Faz duas semanas que Leah teve alta e voltou para casa. Ela ficava mais triste a cada vez que pensava no fato de que ela não podia sair correndo por ai, junto com a matilha. Sim ela estava bem, mas não havia saído de casa nenhuma vez nessas duas semanas. O que Rachel inventou então? Vamos na pré estreia e assim fazer Leah sair de casa (como ela nos obrigava a fazer as vezes). Seth também foi, nos deu carona e nos ajudou a manobrar a cadeira de rodas da irmã, foi a primeira vez que andei em elevador de shopping. Da última vez que Seth foi no cinema com nós três, ficou o filme todo brigando com a gente, pois foi em "Vingadores: A Era de Ultron" e suspirávamos a cada vez que Chris Evans ou Chris Hemsworth aparecia na tela. Dessa vez Leah não gostou muito da idéia, a princípio Rachel que a arrastou, Seth também só foi pois até ele percebeu que sua irmã precisava sair um pouco.
O filme é muito bom. Rogue One é uma istenção de Star Wars, é como se fosse a ligação entre os filmes III e IV e mostra a luta dos rebeldes para tentar atrapalhar os planos da Estrela da Morte, não tem nenhum Jedi, apenas rebeldes comuns contra o Império. Antes de irmos embora, fizemos Seth pagar sorvete para nós. E Leah acabou não contendo os risos.
Agora, eu estou no shopping de novo, agora com Diego, não o que fui semana passada com Leah, dessa vez era outro. Diego voltou ontem ao Brasil, e já foi se metendo aonde não foi chamado. Descobrimos que aqui havia uma onda de energia que vinha de outra dimensão. OK, ele me arrastou para aqui. Mas ai, perto da livraria uma senhora veio falar com nosco, pediu ajuda a Diego para abrir um vidro (que parecia ser de maionese) que continha água. Ele abriu o vidro, mas zombou o fato ocorrido, digamos que... alto demais, a senhora voltou, olhou para nós dois e falou que "conhecia o nosso tipo" (mas olhando para ele) e falou que apostava que ele não seria tão rápido ou forte como ela e se ele aceitava essa condição. Nos dois não entendemos nada como aquela senhora que não abriu um vidro de maionese ganharia assim? E ganharia exatamente em que? Ela tirou uma sacolinha de plástico com algumas notas de dentro de uma bolsa (que estava rasgada) e perguntou o que ele apostaria, não precisava ser dinheiro, ele riu e falou: "apostar o que? isso é moleza. Mas já que tem fazer alguma coisa, eu beijo um cachorro" eu ri e falei: "Você vai entrar nessa? Ela ta zoando", e a velha me respondeu "Você acha que sou pobre coitada? O orgulho vai te derrubar. Quer apostar também garota?" o que ela estava dizendo? Eu calada até esse momento sendo julgada por ela também? Agora eu queria mesmo que Diego acabasse com isso de uma vez, era pra ganhar dela, por que não era uma senhora qualquer. Assim ele mudou de aposta: "Ou melhor, aposto que beijo Jessie, isso tá no papo" e a velha respondeu: "formidavél, aposta feita, a garota também aprenderá uma lição, Cullens" e sumiu, os dois. Fiquei no shopping sozinha, sentada em um dos bancos, como assim eu aprenderia uma lição? Ela sabia que tinhamos ligação com os Cullen. Ele apostou que me beijaria? Que inbecilidade é essa? Não deu tempo de rir, zoar e nem criticar ele. A velha era doida. Foi só passar esses pensamentos pela minha cabeça que ele apareceu novamente.
- Seu idiota. Me diz que você ganhou. - levantei em sua direção - Responde, onde você tava? - ele continuava em silencio, mas com cara assombrada.
- Eu perdi. - não acreditei nisso - Eu perdi. Perdi pra aquela... velha doida. Ela que trouxe aquela energia de outra dimensão. Caralho. - ainda não tinha acreditado que caimos nessa - Nem sei onde estava, ela riu vi placares e pá!!! Eu tava aqui. - disse ele rindo pra não chorar
Sentimos uma ventania muito forte, fiquei tonta e me senti leve. Caímos no chão. Quando olhei em volta, não estávamos mais no shopping, mas sim numa praça, que ficava a quarteirões do shopping. Onde quem passava olhava para nós sem entender nada. E inevitavelmente começamos a discutir.
- Eu vou te esganar!!! Primeiro me trouxe para aqui. Ai vem velha, aposta sem noção, você perde pra ela, e caímos no chão de uma praça em que aparecemos do nada. Temos de voltar a pé até o shopping de novo!!!
- Primeiro, ela me enganou - falou gritando -  Não sabia que era de outra dimensão. Não pensei que ia perder pra ela, por isso apostei que te beijaria. E eu não te arrastei pra cá! Você veio por quis.
- E pra piorar a velha começou a me xingar como se me conhecesse. Você não podia, sei lá... apenas falar com seus pais para resolver isso? - falei abaixando o tom, pois  as pessoas passavam na praça nos encarando.
- Não precisava que eles resolvesse isso, também chamei Reneesme, mas era dia daquele trabalho que ela tava surtando pra terminar.
Começamos a andar, com passos apresados para chegar cedo no shopping. Depois de alguns quarteirões, comecei a andar mais lento, não era só cansaço, estava com fome.
- Tá parando por que? Não chegamos ainda. - falou virando para trás, ao me olhar.
- Eu estou morrendo de fome, apenas economizando energia.
Ele ia me xinngar, mas também estava com fome, pois parou em frente a um restaurante (meio lanchonete) e me chamou pra entrar. Antes certifiquei que ele tinha dinheiro, pois eu estava zerada e não queria passar vergonha. Entramos, escolhemos uma mesa e pedimos uma pizza. Meus pés já estava doloridos, pois sapatilha não é a melhor opção para andar quarteirões a pé.
- Ah não! Não, não não. - disse Diego olhando pra janela, depois de um tempo.
- Que é mínino? - ainda com o último pedaço de pizza na boca
- A velhinha doida, ela ali de novo. - pior que tava mesmo, agora na porta do restaurante - Não encara ela.
- Uuhn... - acabei de engolir a pizza - Ela tá entrando. - falei cochichando.
- Abaixa ai, vai, vai. - ele me puxou para seu lado da mesa, que era do lado da parede - O que ela tá fazendo aqui? - a velhinha entrou, e escolhia uma mesa.
- O que fazemos agora? - perguntei, estavamos agachados atrás da mesa.
- Temos de sair daqui. Mas... - e ela se sentou em uma mesa do outro lado - Entra aqui debaixo da mesa.
Merda, eu e Diego entramos de baixo da mesa (que não era tão grande assim), e pensamos em como sair dali sem que a velhinha nos visse e enchesse mais a paciência. Ok, sairíamos engatinhando. Observamos que ela ainda estava sentada, do outro lado e que daria para sair rápido dali.
- Perai, minha bolsa. - disse quando levantamos a toalha da mesa, Diego a pegou e eu a pendurei no pescoço - Agora vamos.
- Espera tenho de pagar. - e tirou uma nota da carteira - Ele fica com o troco. - e colocou o dinheiro encima da mesa.
- Senhor! Senhora!
Agora lascou. Levantei a cabeça, era um garçom que achou estranhos duas pessoas agachadas no chão saindo de baixo da mesa (nossa que normal). Enquanto Diego gaguejava procurando uma desculpa eu logo falei:
- An... minha tarraxinha, é a tarraxinha do meu brinco caiu e é transparente, não é? - cutuquei Diego e ele concordou. - Olha, tá ali! - o garçom saiu, eu e Diego andamos mais um pouco ainda engatinhando por detrás de mesas e corremos em direção a porta, já nos levantando.
- A porta, a porta. - abrimos a porta, mas demos de cara com dois homens que entravam no restaurante - Licença! E desculpa! - gritou Diego enquanto saiamos correndo.
- E agora? - perguntei quando paramos de correr, muito ofegante - Voltar pro prédio, e ir embora?
- Você sem celular e eu sem bateria. Isso tá ficando estranho, vamos voltar, ir pra garagem do shopping, pegamos uma moto que acharmos e voltar pra casa. - falou - Mas até que dessa vez não foi tão difícil.
- Como assim? Já tinha engatinhado em um restaurante? - perguntei ironizando
- Então... digamos que sim. - não esperava que fosse verdade -  Antes de começar a namorar Fran, uma vez ai atrás, estavamos almoçando em um restaurante e León e Villu entraram. A questão é que eu tinha dado... uns pega nela. - e começou a rir - Fran também tinha discutido com Villu e se sentia mal por "pegar o ex peguete da amiga dela". A vantagem é que não tinha nenhuma velhinha sinistra atrás de mim me fazendo cumprir uma promessa sem sentido.
Continuamos andando por mais alguns minutos. O sol estava quente, tirei a jaqueta que estava e a amarrei na cintura. (estava com uma camiseta rosa, cismei que ela demarcava muito meus seios, por isso estava com a jaqueta, você sabe que hoje em dia há muitos idiotas que acham que podem sair mexendo com todas na rua, mas o calor falou mais alto) conseguimos chegar ao shopping de novo, agora já não tinha mais ninguém, estávamos no primeiro andar, perto da garagem. Uma sensação estranha tomou conta de nós, o pátio que geralmente ficava cheio estava vazio e silencioso.
- Aposta, por mais imbecil ou mais perigoso que seja quero o pagamento!!! - era a frase que quebrou o silencio do lugar.
- Só pode ser a velha. - disse Diego, havia torcido para que ele não tivesse ouvido e que fosse apenas algo da minha cabeça.