História Jessie Roque - A aposta

Diego foi jogado para trás, batendo de costas na parede atrás de nós, senti a dominação de ar correr por meu corpo e percebi que estavamos em nossa dimensão sim, mas a velha fazia com que nossas habilidades fossem ativados. Ele se levantou e tentou reagir, em vão pois não havia ninguém, apenas foi dominado e novamente lançado contra parede, dessa vez ficou caído ao chão. Corri em sua direção, mas algo me fez parar e senti como se estivesse sendo amarrada com alguma corda invisível. Me eletrizei com a camada de ar, da mesma forma que Benjamim havia me ensinado, escutei um urro de dor, era da velha. Mas... aquela energia que fez nossas habilidades serem ativadas passou e Diego se levantou, mas ainda estava escorado na parede, tentando entender o que acabara de acontecer. Senti as cordas desprenderem-se de mim e também consegui me levantar. Mas, senti uma leva queimação nas pernas e me sentei no chão novamente para que passasse, passando minha jaqueta nas pernas (ela era fria por fora) parecia ser uma reação a tal corda.
- Tudo bem? - perguntou Diego, que parecia encarar o além
- É, parece que sim. - e me levantei amarrando novamente a jaqueta na cintura
- Ok, vamos acabar com isso de uma vez? - disse Diego, tambem se levantando, atrás de mim.
Mas uma voz "batutava" em nossa cabeça, que tinhamos de pagar a aposta.
- Então vamos. -  me  aproximei dele e nos olhamos meio sem jeito - Se você fizer mais uma aposta e eu tambem entrar nessa, serei obrigado a te enforcar e não vou ter medo nem de seu pai.
- An...  será que... posso colocar minha mão na sua cintura? - disse meio vermelho - É que... sem segurar é meio sem geito não acha?
- Tanto faz. - falei  e ele me puxou  pela cintura.
- Você usa silicone? - perguntou evitando olhar nos meus olhos
- Cala a boca. Idiota.
Aproximamos nossos rostos e nos beijamos. Foi sem nenhum sentimento, mas foi daqueles que nos deixam ofegante. Por um segundo me desliguei e senti que beijava outra pessoa, Jake. Percebi que, nesse momento, não era esforço para Diego me beijar, de certa forma eu estava gostando. Nossos lábios se tocaram com uma extrema timidez, mas... minha mão passou por seu pescoço, e a dele... digamos que não estava mais envergonhada para tocar minha cintura. No final ele  deu uma mordidinha em meu lábio inferior com um leve puxãozinho. E pááá!!! Me religuei, e tudo que passava por minha cabeça se desfez. E pensei: Ai que horror, e o pior: ele é a cara de tio Emmett. 
- Foi bom fazer negócio com vocês! - ecoou uma voz, deve ser a velha.
- Ok. - eu disse ainda ofegante - Você não sentiu nada né?
- Parecia que estava beijando uma irmã (um irmão) - falamos juntos, ao mesmo tempo, olhei para cara dele do estilo "isso não foi combinado"
- An... era apenas a mente, não tinha como me envolver. - e eu já estava caminhando - Sabemos que somos diferentes e meu coração está com Francesca. Era como se alguém me forçasse a cumprir, forçasse a te beijar. Não entenda errado, confesso que foi gostoso. E você?
Me perguntou se tinha batom em sua boca e nessa hora ele levantou a beira da blusa para certificar que não havia batom, deixando assim, sua barriga tanquinho a mostra e a beira da cueca vermelha que usava. Em questões de centésimos lembrei-me de quando falava com Jake para não fazer isso na rua, por que tem muita mulher dando uma "zoiada" por ai.
- Então... como disse não senti nada assim... diferente. É estranho, agora que eu to pensando nisso... tá pior ainda, vou levar uns dias pra poder olhar na sua cara sem lembrar disso. Mas... você sempre morde Francesca assim no final? -  ele começou a rir e deu de ombros - Sexy. - rimos juntos
- Logo volto pra Argentina mesmo, pareço um nômande. Mas... perai. Nada mudou né? Tipo não muda o fato de eu amar Francesca e você Jake, ou seja, continuamos naquela... naquela mesma coisa tipo - e tropeçava nas palavras - Você e meus pais, suas férias na Argentina? Aquela mesma parceria né?
- Diego, você é o que eu tenho mais próximo de um irmão, você e Reneesme. E as vezes, até mais que meus próprios primos de sangue. Não vou deixar que um beijo mude as coisas entre agente. - e me aproximei dele de novo - E continuamos... naquela coisa de bater junto, correr e se sujar e você... levar a maioria dos sermões como castigo, lógico. (Na verdade era assim mesmo, as vezes pareciamos moleques, sou do tipo que brincava na lama e ainda brinca de lutinha)
- Se é assim, aposto que você não apostaria um racha. - mudando de assunto
- E desde quando eu sou fresca?
Descemos as escadas rápido, digamos até correndo. Iriamos direto até a garagem daquele enorme shopping. Assim pegariamos as motos (não, não eram nossas) e sairíamos logo dali. Então, eu ainda não tenho carteira, pois nem carro eu tenho, mas depois de um racha, dirigi um carro computadorizado e dirigir com Reneesme (fora outros casos que não citarei por ser em outra dimensão) descidi entrar na auto escola para tirar a carteira. Ao entrarmos na garagem adivinha quem estava lá?
-Reneesme? O oque você tá fazendo aqui? - disse Diego
O único jeito de sair dali e encontrar o Cullens mais rápido sem ter de pegar um ônibus era pegar um carro ou uma moto, o que era mais fácil de encontrar ali (já estavamos lá mesmo), Reneesme fez questão de nos xingar pois não conseguiu ligar em nossos telefone (não tenho culpa se a bateria havia acabado). E sobre o racha, não ia rolar mais.
POV DIEGO
Então Reneesme estava no mesmo barco que agente. Não cabem três em uma moto, ou seja, iriamos embora de carro. Querendo ou não a velhinha sinistra trouxe uma energia que não era dessa dimensão, e pra variar o carro precisava de um retoque na parte elétrica, nada que fosse impossível de resolver (principalmente para mim) mas levaria alguns minutos. Não falamos com Reneesme sobre a velhinha, mas parece que ela também a viu, pois nos contou o que havia acontecido com ela e era tão confuso quanto a nossa versão. Mas quando contou sobre um desafio Jessie fez com que mudasse de assunto. Com certeza era por causa do beijo, já pedi desculpas pelo que houve, mas não achei que a velhinha era tão estranha e sinistra. Não queria admitir que havia gostado de beijar Jessie  (e que beijaria de novo) isso me fazia achar que havia traido Francesca e me sentia ruim, mas era uma aposta, fui obrigado, não tenho nenhum sentimento amoroso por alguém que não seja Fran e estava a mêrce de uma doida que era de outra dimensão. Entrei debaixo do carro resolver logo aquela situação e parar de pensar no beijo e na possibilidade de beija-la de novo. Deixa eu voltar para realidade.
POV JESSIE
- Diego, vai demorar muito ai de baixo? Sua mãe é bem mais rápida. - reclamou Reneesme.
- Tá quase. - respondeu Diego
 - Agora é torcer para isso não se torne uma confusão maior. - falei - Vai que tem mais treta ai e nem estamos sabendo.
- Tomara que não. - disse Diego se levantando do chão - Testa ai.
- Agora  - Reneesme passava algumas informações a Diego enquanto eu testava o carro - Yo puedo subir, puedo bajar/Me sobra el tiempo para ganar! - sai do carro cantarolando baixinho, o carro funcionara de novo
- Puedo estar bien, puedo estar mal! Dicto las reglas para jugar! - Cantou Diego, enquanto fazia o celular de Reneesme de microfone.
- Ok. Agradeço muito a vocês por me manter atualizada das novidades de Buenos Aires. - ironizou Reneesme pois não sabia a letra da música.
Estavamos mais animados, o carro estava pronto e iriamos embora, já que essa loucura já havia acabado. Iriamos fingir que não aviamos solucionado nada, nos três não contariamos nada da velha, eu e Diego nada sobre o beijo pois poderia nos prejudicar mesmo não sentindo nada um pelo outro. Mas com certeza Esme e Jasper saberiam, eles conseguem sentir nossas emoções e quase lia pensamentos, mas em compensação eram como túmulos (fechado e nunca contam nada a ninguem). Diego pegou o volante, Reneesme de carona, fui para o banco de trás e fomos embora.