História A Origem - He has me

Ao ouvir o toque de meu celular, revirei os olhos, tirando meus braços em volta da cintura de Jimin e me afastando dele.

 Vou até minha cama e sento-me na beirada. Ainda sem atender a ligação, encaro Jimin que estava totalmente paralizado, ainda encostado na parede, mas após uns segundos.

Ele cai em si e puxa sua toalha, cobrindo seu corpo novamente e indo agilmente até a sacada, provavelmente para fugir da situação. 

Finalmente, ao observar um pouco o menino de costas, olhando para vista da cidade que eu recém vira, atendo a ligação.

- Oi. - Falo sem expressão.

- Jeon, oi! Eu acabei de chegar, onde você está? - Era Yugyeom.

- Já estou saindo do hotel, aguarde-me uns 10 minutos. Vai logo fazendo os pedidos. - Falei indo até a minha mala e procurando por qualquer peça de roupa.

- Tudo bem. Tchau. - Desligou

Rapidamente, vesti-me, sem me importar com o banho, já que eu deveria sair dali o quanto antes, pois se eu continuasse mais algum minuto perto de Jimin, eu não sei o que poderia acontecer.

(...)

Chegando no restaurante, vejo Yugyeom em uma mesa ao fundo. O restaurante era aconchegante e levemente vazio. Já que era um pouco tarde, era mais tranquilo também. Por incrível que pareça, o restaurante também estava livre de flashs.

- Yugyeom! Quanto tempo, amigo! - Falo abraçando-o brevemente e dando uns leves tapinhas em suas costas.

- Não é?! - Ele sorrir.

Sentamos e começamos a comer, já que ele já tinha feito os pedidos. 

Era uma deliciosa massa. 

Após alguns minutos saboreando o prato, começo um diálogo.

- E então... Como está no grupo? E a turnê?

- Ah, está tudo muito bem. Estamos crescendo e como sempre estamos sempre muito unidos. As turnês também nos deixa completamente ocupados, quase sempre. Você deve saber como é né?

- Sim, sim. Sei sim. A bangtan também é bastante ocupada mas a gente se vira e se ajuda do jeito que da, sabe.. como uma família.. Por isso, quando temos um tempinho sempre aproveitamos juntos... Enfim, mas... Como é a relação de vocês?

- Nós somos como irmãos.

- Não, digo... Alguns de vocês já... - Fiquei envergonhado para continuar. - Ah, deixa pra lá. - Ri

- Ahhhhh, entendi o que quer dizer. E pra ser sincero, sim. Mark e Jackson estão juntos à uns meses. Não sei se namoram, mas eles vivem colados. Relação que parece de irmãos, pra disfarçar. Mas são um casal.

- Espera, o que? Vocês... Vocês descobriram? - Perguntei curioso.

- A gente ia descobrir uma hora ou outra, já que eles não conseguiam disfarçar tanto quando estavam no dormitório. Então, eles só confirmaram nossas suspeitas. Eles contaram pra gente. - Ele falou enquanto dava uma garfada do macarrão.

- Eles contaram pra vocês?! - Perguntei, achando corajoso da parte deles.

- Sim. E aceitamos totalmente...

- Ah.. - Não sabia o que falar.

- Você sabe né? - Ele me questionou.

- O-oque? - Perguntei confuso.

- E-eu sou gay. - Ele falou baixo, provavelmente estava envergonhado. Eu até pensei em dizer que eu também era, mas lembrei-me de Hyorin.

- Achei que sabia.. - Ele continuou ao ver que eu não falei nada e apenas continuei chocado. - Já que é melhor amigo do Jiminnie.

- O-oque.. que... meu.. - Pigarriei. - O que o Jimin tem a ver com isso? - Arregalei os olhos.

- Ele não te contou? - Perguntou arqueando as sobrancelhas.

- Contou o que? - Entreabri minha boca, levemente, totalmente curioso.

- Nós... Estamos ficando. - Ele sorriu.

- O que?! - Engasguei com minha própria saliva. Estava desacreditado. Meu coração estava apertado e meu rosto queimava de raiva. Era uma sensação de angústia e tristeza e ao mesmo tempo sentia meu coração ser partido em minúsculos pedaços. Cada vez mais, eu perdia meu Jimin, lentamente.

- Jimin não te contou também? Nossa! - Ele balbuciou com uma altura suficiente para que eu entendesse. - Achei que ele te contasse tudo..

- Não.. dessa vez ele não contou. - Ri nasalmente. - É.. é estranho. - Disfarcei.

- Por que? Não vai me dizer que é homofóbico?! - Ele falou com fuzilando-me.

- Não! - repreendi. - Longe disso, meu amigo. É que, vai ser estranho conviver com Jimin.. Sei lá, sempre fomos muitos apegados e depois disso... Acho que vai ser.. estra. - Eu ia continuar mas Yugyeom pois a mão em meus ombros e interrompeu-me.

- Não se preocupe, Jungkook. - Ele riu ironicamente. - Definivamente, relaxe. Ele não vai se apaixonar por você. - Riu novamente. - Ele já me tem. - Sorriu de ladino.

- Ah, então não preciso me preocupar. - Falei como se estivesse aliviado, rindo. Eu sabia mentir quando eu queria, e eu precisava mentir naquela hora.

Depois de mais alguns minutos de papo, terminamos a refeição e eu falei.

- Foi ótimo revê-lo, mas está tarde e eu tenho que ir.. - Falei levantando-me. Já tínhamos pagado a conta.

- Vamos! Deixarei você em seu hotel.

O hotel que eu estava era duas ruas do restaurante, então fomos a pé. Passamos a ida conversando qualquer bobagem e observando a cidade vazia à noite. Por mais que mudemos de assunto, a história de Jimin e Yugyeom martelava em minha cabeça.

(...)

Destranquei a porta do quarto e vi Jimin deitado na sua cama. Com o lençol cobrindo metade de suas pernas. Ele estava usando uma bermuda e estava sem camisa, como sempre. Observei que o menino tateava seu celular concentradamente que nem me percebeu.

Caminhei até minha cama e sentei-me, ficando de frente para ele, que logo me encarou de lado e soltou um sorriso de canto, voltando a encarar a tela de seu aparelho.

- Jimin hyung...

Ele apoiou suas mãos segurando o celular nas suas coxas e virou a cabeça para minha direção.

- Hum.

Levantei levemente da minha cama e sentei-me no canto de sua cama.

Pensei em perguntar sobre tudo, quando chamei sua atenção. Mas, percebi que não vale a pena mais... tentar tanto.

- Vamos tentar esquecer o que aconteceu. Não vai mais acontecer. Não vou mais atrapalhar... - Pigarriei. - Enfim, podemos ensaiar os solos? - Sorri timidamente.

Ele retribuiu o sorriso e levantou-se. Indo até o frigobar, pegando uma garrafa de água e bebendo sensualmente, sem querer. Ele ficava absolutamente mais sexy com seu novo cabelo. Era um tom cinza, e ele deixava algumas mexas cairem em seu rosto e depois usava os dedos para tirar os fios de seus olhos. Aquilo me deixava louco. Na verdade, tudo em Park Jimin me deixava louco.

- Comece a se aquecer. - Ele falou.