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História O Comandante (SENDO REESCRITA) - Abelha-rainha


Escrita por: littlefairy22

Capítulo 5 - Abelha-rainha


"Abelhas operárias podem sair da colmeia sempre que quiserem

Zangões também voam por aí

Por isso, a abelha-rainha é a escrava deles"

 

 Jeon Jungkook já havia aceitado as coisas que teria que abrir mão se quisesse continuar no comando, sequer se questionava sobre tentar desistir dos termos, mas isso tudo mudava quando ele se deitava na cama, sozinho. No dia de sua ascensão, se lembrava de ter ouvido Yoongi dizer "Por um comando justo e honesto". Naquela época, Jungkook só podia pensar que a coisa mais justa que poderia acontecer era alguém melhor ser colocado em seu lugar. Que poder ele tinha para deter o Reino? Para deter os seus próprios demônios?

 

  Obviamente, não demonstrava nada disso. Era aquela casca fria e intocável por fora, que odiava ser contrariado e se mostrava totalmente indiferente sobre relacionamentos amorosos. Chegou a refletir sobre as palavras ditas por Jimin no dia anterior, sobre o fato de ser novo demais e não conhecer o mundo como deveria, mas obviamente não comentaria nada com Yoongi, já que o outro apenas iria balançar a cabeça e dizer que ele estava sendo fraco.

 

  Naquele dia, o comandante e seu mestre estavam na floresta, observando as crianças lutarem numa clareira. Jungkook gostava de ver o desenvolvimento dos menores, apreciava o esforço que eles faziam para serem notados, especialmente porque já fora um deles. Era ruim ter que lembrar o que o destino guardava para um deles, mas havia feito uma promessa para si mesmo. Ficaria vivo, continuaria sendo comandante, não porque gostava do que fazia, sim porque não queria que as outras crianças tivessem o mesmo fim que ele.

 

Agora, um garoto e uma garota se preparavam para lutar.

 

Shijak. – Yoongi falou, em sua voz baixa. Aquilo era uma deixa para que as crianças começassem.

 

  O garoto, cujo nome era Alex, podia ser considerado mais forte, porém a garota, por ser mais magra e menor, era mais ágil. Ele atacava, ela desviava. Por focar só em atacar, a defesa de Alex ficava comprometida e Jungkook já havia percebido que Yoongi notou o descuido, mas deixou para comentar depois. A luta foi consideravelmente rápida, acabando por levar a garota ao chão e o garoto sorrir, com um ar vitorioso.

 

— Meninas são fracas, eu disse. – Alex falou, se vangloriando e dando as costas para a menina. – Os verdadeiros comandantes sempre serão os homens.

 

  Jungkook não pensou duas vezes antes de intervir. Tomou a espada das mãos da garota e se aproximou de Alex, chutando o garoto para o chão de um jeito bruto demais, deixando-o completamente surpreso e assustado. Posicionou a espada em seu peito, recebendo o olhar de desespero do garoto.

 

— O que você disse?

 

— P-Peço perdão, comandante, mas... – o garoto tentava buscar palavras, mas isso se tornava difícil quando tinha o comandante com uma espada no local exato onde seu coração batia, tão rápido quanto podia naquela situação. Sempre admirou Jeon, achava que conseguiria sua atenção com aquela luta.

 

— Deve pedir mesmo. Em primeiro lugar, você perdeu a luta apenas por virar as costas para a sua adversária sem esperar que o seu mestre anunciasse o fim. Em uma batalha de verdade, sua garganta já teria sido arrancada do seu corpo – Jungkook  balançou a cabeça e jogou a espada no chão. Voltou a cruzar as mãos na frente do corpo como o habitual, sua postura tão ereta como uma haste de ferro. – Será que eu devo te lembrar que essa base não existiria se não fosse pela Chayo, a mulher que lutou na primeira batalha dos Rebeldes? Melhor exemplo ainda: As mulheres que carregaram, e ainda carregam, nossa geração de guerreiros na barriga. Um homem de verdade não diria isso, você é apenas um garoto. Nunca mais repita isso na minha frente, se quiser continuar lutando por mim.

 

Os outros aprendizes assistiam à cena, quase boquiabertos. Todos eles admiravam o comandante, com certeza Alex pensaria duas vezes antes de falar alguma coisa. Yoongi apenas observava as feições calmas de Jungkook voltarem aos poucos, olhando de forma interessada para aquele garoto que, um dia, já fora seu aprendiz.

 

— Qual é o seu nome, garota? – perguntou à menina, que já havia levantado.

 

— Kyara. – ela falou. Ela tinha a pele mais escura que as outras crianças, os cabelos negros estavam presos em uma trança bagunçada e seus olhos eram escuros. Só pela sua aparência e seu sotaque, Jungkook podia ver que ela não era coreana. Talvez sua família tivesse vindo do que costumava ser o Brasil, mesmo que hoje fosse apenas um monte de terras queimadas e destruídas pela guerra biológica que ocorrera no país – Um dia, eu quero ser uma grande comandante, assim como você.

 

— Kyara é um belo nome. – Jungkook sorriu, fazendo os olhos da garota brilharem e ela curvar a cabeça em um ato de respeito. De repente, ele queria que ela não fosse escolhida para ser comandante, ele não queria que ela tivesse que matar a outra criança, não queria que ela assumisse a responsabilidade de colocar aquela armadura e certamente queria que o brilho em seus olhos continuasse ali.

 

— Você não deveria mostrar favoritismo – Yoongi falou, depois de mandar as crianças de volta para a base. Agora, com apenas os dois na clareira, o clima se tornou realmente pesado. – Terá que ser imparcial quando chegar a hora, sabe disso.

 

— Não estou fazendo isso, sei os meus deveres, não preciso que me lembre – disse, sem querer prolongar aquela conversa. – Por que quis que eu viesse ver o treino hoje? Certamente tem algo para me dizer.

 

— Os vigias têm percebido uma movimentação estranha de soldados do Reino do outro lado da montanha. – Yoongi passou a língua pelo lábio inferior, colocando sua espada de volta no coldre. – Estão considerando um possível ataque.

 

  Jungkook parou para pensar. Eles tinham um trato com o Reino, um cessar-fogo que o comandante jurara honrar, mas ele sempre quis matar o rei. Não queria um simples acordo, queria a liberdade completa de seu povo, queria que o Reino caísse. Aquele acordo chegou em um momento bom, quando os Rebeldes ainda estavam se formando novamente, quando eles não tinham muitos números.

 

— Deixe que venham.

 

(X)

 

Jimin havia terminado de ler o diário de Chayo. Realmente não era muito grande, em algumas folhas ela apenas descrevia como estava sendo o período da primeira guerra dos Rebeldes contra o Reino, mostrava as mortes e as perdas vindas da sua perspectiva, isso incluía Jimin na "história" de um jeito surreal. Ele chegou à conclusão de que Taehyung teve sorte por não poder treinar com as outras crianças, ele sequer podia imaginar seu pequeno lutando até a morte em uma arena. Era crueldade demais.

 

Foi até os aposentos do comandante, tendo que explicar para um dos guardas que ficava na porta o motivo de querer ver Jeon.

 

— Cuidado para não interromper a fera – o homem falou, com um tom irônico, que deixou Jimin confuso. O ruivo apenas concordou com a cabeça e entrou na casa.

 

A sala do trono estava vazia, então o rapaz foi até as escadas. Só enquanto subia começou a ouvir os gemidos femininos e o barulho de algo sendo batido contra a parede, que ecoavam no quarto de cima, eram quase gritos. Jimin ficou curioso para saber se era realmente Jungkook ali, já que não tinha ouvido nada dele.

 

O ruivo sabia que não devia, provavelmente queimaria no inferno, se ainda existisse um, mas se aproximou da porta e, pela pequena abertura, observou a cena. Jungkook estava completamente nu, deixando à mostra seu peitoral malhado, aquela visão fez Jimin arregalar os olhos levemente. O comandante tinha duas mulheres em sua cama, estando uma delas em seu colo, parecendo rebolar especialmente para ele. A outra estava atrás de si, beijando seu pescoço e se apoiando em seus ombros largos. Ele abaixou a única peça de roupa que a morena à sua frente usava, uma blusa bem fina, para que pudesse acelerar seus movimentos. Ela jogava a cabeça para trás, arranhando suas costas, sempre que ele estocava mais fundo e os barulhos se tornaram mais altos e desesperados.

 

  A expressão de Jungkook naquele momento era a coisa mais quente que Jimin já havia visto. O comandante tinha os olhos fechados e a boca aberta em um gemido rouco, enquanto as sobrancelhas estavam levemente franzidas. Ele parecia mais bonito que o normal estando daquele jeito, com seu corpo todo suado, o peito subindo e descendo por causa da respiração ofegante, os cabelos grudando na testa por causa da quentura do lugar. Jimin finalmente havia entendido o que Hoseok quis dizer quando falou que Jungkook parecia um deus.

 

Desceu as escadas rapidamente, tentando tirar aquelas imagens de sua cabeça. Supôs que aquele era o tal "Santuário" de que tanto falavam, mas, até aquele momento, não sabia a sexualidade de Jungkook. Não achava que ele gostasse de homens, mas, bem, aquela cena confundiu Jimin de um jeito que ele sequer sabia explicar. Não que estivesse esperando que o outro não fosse hétero, apenas ficou surpreso por ter visto aquilo tão de repente.

 Iria apenas fingir que não gostou de ter visto Jeon Jungkook nu.



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