História Minha alma gêmea do passado - imagine Jimin - Capítulo 2

As aulas já tinham acabado, eu estava agora em minha cama lembrando dos olhos castanhos escuros do professor Jimin, aqueles olhos penetrantes, chegavam a me hipnotizar, eu tinha o sentimento de já ter sentido seu olhar outras vezes, pode ser bobagem minha, mas é como uma sensação de dejavu.

Acabo pegando no sono com esses pensamentos sem perceber. 

...

Estava naquele campo novamente, mas dessa vez estava diferente, meu vestido de época era de empregada, a parte de cima contia algumas manchas, a barra dele novamente suja de lama, suponho que passei por algum lugar com água, um riacho ou um pequeno rio, pois além da lama a barra do vestido estava molhada. 

O por do sol estava acontecendo, eu estava sentada na grama, apenas fecho os olhos para sentir a leve brisa que passava por ali no momento. Até que sinto mãos repousarem sobre a minha, mãos macias e quentinhas se entrelaçando com as minhas, apenas abro os olhos para dar uma olhada nas nossas mãos, sorrio ao verem as duas juntas e volto a fechar os olhos. Aquele sentimento maravilhoso voltava a tomar meu corpo, meu coração reagia à esse sentimento, e eu o sentia mais calmo, aquecido, como se a pessoa que estava segurando minha mão, me passasse um certo sentimento de proteção e amor.

...- eu te amo s/n! 

...

Acordo não assustada, mas por um momento me senti completa, e agora que acordei, eu me sentia perdida, com um sentimento de abandono. 

...

Já na escola, não parava de pensar no sonho, os sentimentos que esse sonho me fez sentir, em tudo. 

- s/n, está tudo bem - Fernanda pergunta enquanto vira para traz 

- está, só estou um pouco pensativa... com as provas... 

- tá bom, mas você não é de ficar quieta, é estranho...

- eu só...

- meninas fiquem quietas, por favor! - pede a professora de biologia 

- desculpa professora - peço a ela, não queria arrumar confusão 

Depois da professora pedir silêncio, eu volto a copiar enquanto lembrava de alguns pedaços do sonho que tive 

...

Depois da aula de biologia acabar, era espanhol, já podia ver algumas meninas animadas para essa aula, era até um pouco engraçado de se ver. 

A professora de biologia sai da sala, e entra o professor Jimin, aquele ao qual as meninas da sala suspiravam só de ver, enquanto eu só queria saber porque sinto um sentimento de angústia ao meu lado quando o vejo, é como se eu precisasse abraçar ele, isso era estranho de mais...

O professor deixa suas coisas na mesa e se vira para a turma, ele passa seu olhar por todos os alunos, e por algum motivo ele para o olhar em mim, e fica me encarando antes de começar a falar.

- então turma, eu falei com o diretor por alguns alunos me pedirem... para dar algumas aulas extras, eu gostei da idéia, e o diretor aprovou. - ele para de falar por um momento e procura por alguma folha dentro de sua pasta, quando acha, ele pega e volta a falar - eu vou passar está folha para quem quiser participar assinar, as aulas vão ser terça e quinta, as 18:30 da noite, vai ser aqui mesmo na escola, na sala 10... e acho que é só.

Quando ele termina de falar a folha chega até mim, olho para ela e penso um pouco, olho para o professor e o mesmo estava me olhando, como se quisesse que eu assinasse a folha, volto a minha atenção rapidamente para a folha, tinham algumas meninas inscritas e uns dois meninos, solto uma risada com aquilo e fecho os olhos, respiro fundo, e resolvo assinar, logo depois passo a folha para Fernanda.

- você vai? - ela me pergunta 

- vou, eu queria ser fluente no espanhol, acho uma língua interessante - falo enquanto faço uma cara de malícia brincando com ela 

- ah, sua safada! - ela indaga e da uma risada. 

Depois da pequena brincadeira volto minha atenção para o caderno e faço os exercícios que o professor tinha passado.

...

Estava quase no fim na aula, quando o professor Jimin se pronuncia 

- esqueci de avisar, para quem puder, as aulas começam hoje, espero vocês lá - ele pronuncia a última parte me olhando, sinto meu coração dar uma batida falhada, tanto que precisei respirar fundo para sobreviver aos olhos de Jimin sobre mim. 

...

No intervalo das aulas, eu e Fernanda fomos até o nosso pequeno lugar do encontro de nosso grupinho, a árvore do gramado, Léo e Carol já estavam lá, os dois estavam se agarrando de baixo da árvore 

- ai galera, pretendo não ser uma vela ambulante aqui, ainda quero ser um ser humano sabe - Fernanda fala chegando e batendo palmas no ouvido dos dois para se separarem 

- ah Fernanda, vai arranjar alguém para você não encher mais o nosso saco - Carol reclama 

- é mesmo, porque você não fica com aquele menino do segundo ano ali? - Léo fala e aponta para o menino, todos nós olhamos, e esse menino estava escarando Fernanda - ele não para de te olhar cara! 

- ou, vamos deixar a Fernanda sozinha por enquanto, porque eu não quero ficar de vela para dois casais, iria ser legal para quem está fora, iriam rir da minha cara de retardada, mas para mim seria horrível galerinha - falo me pronunciando 

- nem vem minha filha, estou encalhada a um ano, não vem me empatar aqui não, se fosse algum menino com você, eu seria a retardada - Fernanda fala e parecia se preparar para ir de encontro com o menino 

E lá foi ela, eles conversaram por um tempo, e depois pareceu que trocaram os números.

Ela volta toda feliz com um sorriso enorme 

- ele pegou meu número, falou que me acha interessante...

- interessante até conhecer melhor - Léo comenta baixinho 

- fica quieto ai que eu não sei como a Carol te atura - Fernanda fala, ela parecia com um pouco de raiva 

Dou graças ao bendito sinal por ter batido bem na hora antes de começar uma briga, não suporto ver meus amigos brigando entre si.

...

A aula já tinha acabado, guardei o meu caderno e o estojo na mochila, vou até meu armário e deixo meus livros lá, apenas fico com o de espanhol. Como ainda tenho um bom tempo de descanso decido ir até uma cafeteria que tem na frente da escola.

Já estando lá, me sento em uma das mesas, peço um café e um bolinho para comer. 

...

Depois de terminar o pequeno lanche, pego meu celular para ver as horas, eram exatamente 18:15, eu tinha 15 minutos para chegar na sala, dava tempo, e se eu fosse rápido, ainda sobrava. Pago tudo e volto para a escola, na entrada mostro a permissão que o professor Jimin tinha nos dado e o guardinha deixa passar, vou direto para a sala. 

Chegando na sala, a porta estava aberta, o professor estava na sua mesa, sentado em sua cadeira lendo algum livro, não tinha nenhuma aluna ainda na sala, só o professor, dou umas batidas de leve na porta da sala, o professor me olha 

- licença professor... - falo entrando na sala e me sentando na segunda carteira da fileira da janela, e logo na frente estava a mesa do professor 

- toda - ele fala dando um sorrisinho 

Após aquela interação, ficou um silêncio um pouco incomodador na sala 

- bom, então... porque resolveu fazer essa aula extra? - o professor me pergunta, deixando seu livro de lado e prestando atenção no que eu iria falar 

- eu simplesmente me interesso por essa língua, os países que falam essa língua são bem... Como posso falar? 

- interessantes? - ele pergunta 

- também, mas... ah não sei, na verdade eu penso em morar em Porto Rico! 

- ah sim, Porto Rico é um lugar lindo, tirando a parte dos tornados e essas coisas, é um lugar lindo para praticar fotografia, você me falou que gostaria de fazer fotografia, acho interessante... 

- sim... 

Umas alunas começam a chegar, e paramos de conversar, ele apenas dava um sorriso meio forçado para cada uma delas, isso era um pouco estranho, na verdade tudo estava estranho, ele não me parecia estranho, isso era tudo muito confuso para mim.

...

A aula acaba é já eram 20:30 da noite, já com o meu material guardado, pego meu celular para chamar um táxi pois não tinha ônibus neste horário, má sorte a minha, celular descarregado.

Começo a ficar um pouco nervosa, não podia ir para casa caminhando. Resolvo pedir o celular do professor emprestado, pois todas as outras alunas já tinham ido embora  

- professor, peço desculpas por te incomodar com isso, mas... poderia me emprestar seu celular para chamar um táxi? - pergunto com um pouco de receio dele recusar a me emprestar 

- eu empresto, mas também posso te levar de carro, assim não gasta dinheiro.

Na parte de gastar dinheiro ele tinha razão, táxi é caro, poderiam me chamar de idiota por pegar carona com um desconhecido, mas não sei o porquê mas, ele não era um desconhecido para mim, eu já o conheço, de onde eu não faço a mínima idéia, mas eu tenho a sensação que já nos vimos antes 

- pode ser professor. - concordo com a carona 

- por favor, fora da escola, me chame de Jimin! 

- ok então, Jimin...