História Jogo do pecado - Contrapontos de uma Plebéia

08:30

O alarme de Emi começa a tocar as 7:30 a.m. Entretanto, a jovem se encontra tão envolvida em seu sono, não ouvindo o seu despertador. Minutos se passam, e nada de Emi acordar. Este ato de irresponsabilidade, já está se tornando rotineiro na vida da jovem. Não que ela esteja se afastando de seus estudos, ao contrário, está virando a noite nos livros compensando as horas que passa trabalhando para o Club. A admiração que a garota possuia em ser decoradora, já se encontrava nas nuvens. Ser responsável pela decoração do chá das cerejeiras dos rapazes, está sendo bastante desgastante para ela.

Após inúmeros disparos do alarme, Emi acorda, percebendo que perdeu o horário novamente. Olhando para o relógio e vendo que se encontra bastante atrasada, a garota simplismente veste sua farda, amarra o cabelo em um rabo de cavalo, pega o caderno do dia, junto com o estojo e sai correndo para a sala de aula, Seu desespero é intenso, que nem percebe que deixa a porta de seu quarto aberta.

...

Chegando na frente da sala de aula, Emi estica o corpo, ficando de ponta de pé, para observar de quem é a aula no momento. Por infelicidade, se trata da professora mais rígida do colégio. Engolindo seco, a jovem abre a porta, direçionando a visão de todos para ela. Emi fica estatalada com medo e vergonha, pois nunca foi fã de chegar atrasada nos lugares.

-O-ohayo... -se apresenta, curvando.

-Senhorita Emi, por acaso esqueçeu a hora de suas aulas? -questiona a professora, parando sua aula no momento.

Todos ficam em silêncio, alfinetando seus olhares na jovem. Emi olha para o fundo, percebendo que Toma não foi novamente para aula, lhe deixando preocupada.

"Ela vai levar uma bronca...tô nem ai.", cochicha Ambre, para sua amiga ao lado.

-Gomen... não haverá próxima vez. -se desculpa Emi, super envergonhada. Lever bronca de professores, era a última coisa que podia ocorrer em sua vida.

-Você tem razão, não haverá próxima vez. Pois, a partir de hoje, não poderá assistir minhas aulas. -pune a professora, assinando um documento de suspensão. Emi ao ouvir, sente suas pernas tremerem, seu coração parar e seu mundo cair. Todas estas reações, apontam para uma única coisa: o risco de perder a sua bolsa de estudo.

-Professora, me dê uma chance...eu fui dormir tarde, estudando para sua aula. Por favor, não me suspenda. -clama Emi, começando a lacrimejar.

-Emi, você é uma ótima aluna. Estudiosa, participativa. Acredito que realmente esteja estudando a noite, porém, não posso permitir que seus atrasos passem em branco...se este fosse o primeiro, eu relevaria. Mas... -abre a cardeneta de frequência. -Você está com sete atrasos em apenas um mês. Me desculpe, mas este problema não é meu.

A professora se aproxima de Emi, entregando-lhe a carta de suspensão, guiando-a para fora da sala. A jovem, senta em um banco, no corredor, sem acreditar no que acabara de ocorrer. Em estado de choque, a garota lê a carta, começando a chorar em seguida. Seus desespero se torna imenso,dando para ouvir seus soluços de choro por todo o corredor. O celular começa a tocar, sem olhar do que se trata, Emi segue para a sala do Club.

Chegando, a jovem entra na sala em silêncio, fechando a porta em seguida. Sem muita conversa, Emi senta no sofá, a espera de algum patrão, junto com a ordem. A garota dopra a carta, com a intensão de guarda em seu caderno. Porém, Okyou é mais rápido e toma de sua mão, antes mesmo dela perceber.

-O que será isto? -provoca o cabeludo, sem desdobrar a carta. -Será uma carta de seu admirador secreto? Juro que esse foi mais rápido que eu.

Emi se levanta, cabisbaixa. -Me devolva! Isto não lhe pertençe! -ordena a jovem, tentando tomar a carta. 

Okyou percebe que Emi não se encontra bem, aproveitando sua aproximidade, abraçando-a. Mesmo sentindo se remexer para sair do abraço, o cabeludo lhe mantém firme. Emi começa a chorar.

-O que houve, meu pequeno roxinol? -acariçia seu cabelo, ficando triste ao ouvir o choro da garota. -Algum cafageste lhe assediou? xingou?lhe feriu? -se afasta de Emi, segurando em seu rosto.

-Levei suspensão. -responde a jovem, um pouco chorosa. A expressão de Okyou é um tanto surpresa, o cabeludo faz olhar de desaprovação para a estudante, afastando-se dela entregando a carta.

-Hum... -cruza os braços. -Se eu fosse voçê, se preparava para ouvir o surto do Ikki. Eu não queria estar na sua pele neste exato momento. -fala sério Okyou, beijando a testa de Emi, sainda do Club. A jovem sente um leve frio na barriga, as palvras de seu amigo, foram fortes para ela. Sem ter o que fazer, Emi deita no sofá, esperando a chegada de Ikki, adormeçendo.

...

-Emi...Emi! -chama Toma, cutucando a garota.

Emi acorda assutada, pulando do sofá. Uma forte dor de cabeça lhe ataca, ao olhar para o salão, percebe que já se encontra noite. Seu cochilo se transformou em dormida. Se tocando que Toma lhe acordou, Emi se vira para frente, percebendo que todos os rapazes estavam reunidos em uma mesa, com um suposto papel amassado, estirado. Se tocando do que se trata, Emi se aproxima dos patrões, notando que é a carta de suspensão.

-Pelo que vejo, foi foi suspendida da cadeira que tem maior peso em seu ano letivo...pode nos explicar isto? -comenta Ikki, questionando-a em seguida.

Emi fica gélida com o olhar prateado e frio de Ikki. Os demais, se encontram olhando-a do mesmo jeito.

-Estou estudando a noite, devido a isso, não estou ouvindo o despertador.

-Justifcativa plausível, mas, o seu erro acarreta prejuízos para nós. -comenta Kent, mexendo em seu tablet. -Não poderemos usa-la como propaganda. Não ficaria bonito para o nosso Club, propagando uma aluna rebelde.

Emi engole seco, sua vontade de socar Kent no momento.

-Pois bem, como vimos aqui, não foi a sua primeira vez que faz este ato de irresponsabilidade. -comenta Ikki, se levantando. -Emi, você não vai ficar naquele domitório...irá morar comigo agora.

Emi fica super corada ao ouvir.

-Ei! -levanta Toma, inconformado.

-Se acalmem, apenas estou fazendo isto para ela não perder a hora e continuar com seus estudos noturnos. -comenta Ikki, olhando para Emi. -Já mandei esvaziar seu dormitório.

-N-não devia ter tomado esta iniciativa, sem ao menos me contatar antes! -berra Emi, sento interceptada por Shin.

-Pare de reclamar e perceba que querendo ou não, você irá com o Ikki. -comenta Shin, dando um peteleco na testa de Emi. -Talvéz assim você tire seu queijo.

Emi fica hiper corada.

Terminando de anotar a despesa da semana, os rapazes organizam suas coisas para sair. Emi, recolhe seu caderno, indo em direção à porta, sendo interceptada com o chamado de Ikki. Os demais se despedem da jovem, beijando sua bochecha.

-Espere um pouco, irei ao sanitário. -ordena Ikki, terminando de arrumar sua pasta.

-Mas, vou para o dormitório. Não tem mais nada para fazer aqui no club hoje...ou não? -indaga Emi, sentando à mesa, obedeçando o mandado de seu chefe.

-... -nada comente o rapaz, indo ao sanitário. A jovem fica com cara de tacho, devido ao vácuo levado.

Cinco, dez, vinte minutos se passam e nada de Ikki retornar. Agitada, Emi se levanta e vai ao banheiro, tomar satisfação por que ele tanto demora, assustando-se ai vê-lo na sua frente, ao cruzar o corredor.

-Se eu quisesse que fosse comigo ao banheiro, eu mesmo pedia. -insinua Ikki, com o olhar frio para Emi.

-Eu apenas ia ver o que tanto você estava fazendo... esperar vinte minutos não é fácil! -indaga Emi, fazendo bico emburrada.

Sem demonstrar preocupação, Ikki pega sua pasta, desliga a luz da sala do Club. Ao retirar a chave de seu bolso, joga a pasta para Emi segurar, enquanto fecha a porta do club.

"Baka...", pensa a jovem, segurando a pasta.

...

Próximo do local onde estava o casal, Ambre e suas amigas se aproximam em direção ao sanitário feminino.Ao verem Ikki junto com Emi, as três se escondem em uma sala ao lado, deixando a porta entreaberta para verem específicamente os dois. As bisbilhoteiras e principalmente Ambre, ficam chocada por saberem que a plebéia do colégio tem contato com o cara mais famoso da instituição.

-Pareçe que a bronca que levou da professora,não lhe atingiu... - fala a que se encontra, sendo apoio para Ambre.

-Hum...essa putiane está querendo jogar comigo... -sussurra Ambre, secando-a com um olhar assassino.

-Não vejo problema em ela ser amiga do Ikki, se olhar bem, formam um lindo casal. *-* -fala a mais paciente e meiga das três. As outras duas, a encara com um olhar reprovador, deixando-a com um pouco de medo.

-Essa viralata não sabe  do que somos capaz. - fala Ambre, sorrindo maliciosamente.

-O que você irá fazer, Ambre? -pergunta as outras duas.

-Hum, vou me divertir um pouco...

As três continuam observando o casal, até o momento que se retiram de suas vistas.

...

-AH!!! - berra Emi, no corredor, parando os passos. -Não acredito que você deu minhas roupas para a doação ;-; , eram as minhas favoritas! 

-Seja mais civilizada e fale mais baixo. -repreende Ikki, ignorando a agitação da jovem.

Emi fica emburrada, seguindo Ikki para o estacionamento. Um carro de classe, já se encontra à espera dos dois. Ikki abre a porta traseira do automóvel, para que Emi entrasse, entrando em seguida. O motorista dá partida à casa do rapaz.

A jovem fica durante todo o caminho, pensando em sua mãe. Duas semanas tinham se passado e não recebeu nenhuma notícia de sua matriarca, o silêncio está lhe matando por dentro. O motorista chega ao local, Ikki sai primeiro do automóvel e Emi em seguida. Ao ver a grandiosidade da casa, a jovem fica adamirada por tamanha beleza e riqueza que Ikki possui. Lembrando que não gostou da idéia de morar na casa dele, Emi fica emburrada novamente.

Ikki liga os sensores e alarmes do local, entrando em sua casa. Ao chegar na sala principal, senta no sofá, começando a retirar seus sapatos. Emi, senta em uma cadeira, observando em silêncio.

-Não adianta ficar fazendo esta cara, por que não vai me fazer mudar de idéia. - comenta Ikki, dando uma piscada para a garota, rindo em seguida.

-hum! -vira o rosto, um pouco corada.

Ao retirar suas meias, Ikki se levanta, pega sua pasta que estava sendo segurada por Emi, colocando-a sobre a mesa.

-Venha, venha conheçer seu quarto. -fala o rapaz, seguindo caminho.

-Hai. -se levanta a jovem, seguindo-o. -Sua casa é linda...

-Obrigado, mas não gosto que diga que esta casa é minha. -repreende Ikki, parando na frente de uma porta, levantando a maçaneta. -Este será seu quarto. -fala, ligando a luz do cômodo.

Emi ao entrar, fica irradiada por tamanha arrumação e beleza, achando tudo estranho no momento, recuando os passos.

-Perai, como assim? Como assim, esse quarto será meu? -questiona, sem entender.

-Fácil, você irá usar, dormir neste quarto. -fala o rapaz, sem entender a reação de Emi.

-Eu sei... mas, isto pareçe que você já sabia ou esperava que eu viesse para cá. -comenta, corada.

Ikki, olha em seu olhos, acariçiando seu rosto.

-Esqueçeu que você é minha namorada? - comenta, dando um beijo em sua bochecha.

-Mas...mas, não era só naquela noite? -fica confusa, a jovem.

-Sim, mas os meus pais viram as fotos que tiramos no evento e virão esta semana, nos visitar. -responde Ikki, sorridente.

-Como é que é!!?? - berra Emi, afastando-se. -Essa mentira já foi longe demais! Me perdoe, mas diga aos seus pais que não somos namorados! -desorientada, sem perceber que Ikki estava próximo a ela novamente.

-Você tem razão... - concorda o rapaz, puxando-a contra seu corpo, aproximando seus lábios com os dela. -Mas quem disse que não podemos ser? -solta um leve riso, beijando-a intensamente. 

Emi dá leves batidas em seus ombros, em sinal para que parasse o beijo imediatamente. Óbvio que Ikki não obedeçe, assim, a jovem se sente envolvida com o beijo, permitindo que continue. Emi não sabe explicar o que sente pelo rapaz, sua presença lhe irrita, entretanto lhe conforta, lhe envolvendo em uma história que jamais pensou em viver. 

Ikki pressiona mais forte o seu corpo contra o dela, sentindo o batimento cardíaco da jovem. Continuando a beija-la, joga as coisas que estavam sobre o seu birô, sentando Emi no móvel. A garota se deixa envolver perdidamente, deixando que a língua de Ikki desvende todos os cantos de sua boca, seu beijo é o ópio de seu prazer. Ikki para o bejo, olhando o estado que Emi se encontra.

-Adoro esse seu olhar... -encosta sua testa com a dela.

-I-Ikki... -sussurra Emi, ofegante. -Não sei explicar muito bem o que sinto...mas não suporto ficar longe de você. -se entrega a jovem, corada.

-Ah, Emi... eu te amo minha linda. -declara Ikki, voltando a beija-la.

Enquanto Emi abraça Ikki durante o beijo, as mãos hábeis do rapaz, desaboto-a a blusa da jovem. 

-Amor... quer continuar? -para a ação, Ikki.

-S-sim. - responde corada, sorrindo.

A consciência de Emi, já se encontra nas nuvens, dando adeus. Após um dia complicado, a jovem não consegue entender como vai acabar o seu dia deste jeito. Ainda por cima, na casa de Ikki, agarrada a ele, e prestes a perder sua virgindade. O coração da jovem se encontra a mil, esta noite promete ser inesquecível.

Continua...