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História Xeque Mate: Cidade Cinzenta - Pupilas Dilatadas.


Escrita por: BecHudson

Notas do Autor


Mais um capitulo para vocês, com um pouco mais de interação com o mundo recém conhecido de Dennis Cooper ^^

Capítulo 2 - Pupilas Dilatadas.


Fanfic / Fanfiction Xeque Mate: Cidade Cinzenta - Pupilas Dilatadas.

O corpo de Dennis estava estirado na pequena e desconfortável cadeira de espera, ele estava em uma sala toda branca e organizada, o que era curioso já que só havia homens como policiais por ali, e ele sempre imaginara que policiais eram extremamente desleixados e fediam a cigarro, o que era totalmente o contrario do local, apenas um dos policiais parecia fumar, e sempre fora da delegacia.

A sala em que estava tinha uma mesa grande com papeis separados por cores, Dennis até tinha colocado seus pés em cima da mesa em determinado momento, mas foi repreendido por um policial parrudo de voz grave e agonizantemente rouca. Nas paredes tinham murais com partes de jornas pregados com pinos coloridos, pela distancia Dennis não conseguia ler do que se tratavam, mas supôs que seriam casos ainda não resolvidos, o que foi uma surpresa sendo que não imaginava que uma cidade parada como Grayslim ocorresse grandes casos fora da visão dos Cooper, então pressupôs que seriam no máximo casos de animais domésticos desaparecidos.

Olhou para o relógio de ponteiro que ficava em cima da mesa - já que seu celular havia sido confiscado - e já eram duas da madrugada, sua mãe com certeza viria busca-lo ''cuspindo fogo'', pensou.

- Posso pelo menos ir no banheiro? - Perguntou com uma falsa inocência.

- Eu te conheço bem o suficiente para saber que se você for não vai voltar. - Respondeu o policial mais baixo, aquele era Leopoldo Vargas, era mais baixo que Dennis e quando andava parecia um anão de jardim, ele sempre suavizava para o lado do feiticeiro todas as vezes que o encontrava aprontando algo, como na vez em que pegou Dennis no flagra aos quatorze anos dopando as tortas de Célia Patel para o concurso de tortas, mas daquela vez não foi ele quem o trouxe para a delegacia. - Teve sorte que o agente Phillips esta começando agora e não foi muito duro com você.

- Claro, meu salvador, será que devo beija-lo por esse ato heroico? - Disse em seu tom sarcástico cruzando os braços e esticando suas pernas.

- Proposta tentadora - Era a voz daquele homem que trouxe Dennis e Kennedy para aquela delegacia, agora que a luz permitia era possível ver melhor seu rosto, ele era consideravelmente jovem, deveria ter seus 27 anos, seus olhos azuis eram ágeis e pareciam captar tudo que acontecia em volta, sua barba era bem feita e seu corpo parecia estar sempre de encontro com uma academia. Dennis nada respondeu, apenas fixou seu olhar no policial que dava a volta pela pequena sala e ficava de frente a ele, seus olhos se encontraram e o feiticeiro o encarava com uma expressão neutra e desleixada, dando a entender que não estava aberto a piadinhas vindas dele. - A mãe dele ainda não chegou?

O tom como a pergunta saiu da boca do policial incomodou Dennis, como se estivesse se referindo a um adolescente mimado, o que estava longe de ser a realidade do garoto, mas pela primeira vez naquele dia a mão de sua consciência repousou sobre seu ombro o impedindo de falar qualquer coisa e apenas esboçando um resmungo inaudível.

No entanto não foi preciso que Leopoldo respondesse, pois como os passos de uma besta monstruosa, foi possível perceber aproximação eminente de uma fera, mais conhecida como Minerva Cooper, e quando sua figura sombria apareceu diante da porta o corpo de Dennis encolheu na cadeira e ele não quis olhar para trás, mas conseguia ver o olhar dos dois policiais estáticos, e a voz autoritária daquela mulher veio arrastando qualquer outro ruído da delegacia deixando tudo em completo silencio.

- Sinto muito pelo incomodo agentes da lei. - Sua voz saiu calma e complacente, o que significava que ela estava dez vezes mais irritada do que realmente parecia estar. - Acredito que depois de uma conversa com Dennis ele não voltara a incomodar.

- Então esta tudo resolvido... - Leopoldo queria acabar logo com aquilo, pois sabia como Minerva poderia ser temperamental, e sabia que a relação dela com o filho era das piores possíveis.

- Ele por acaso estava acompanhado? - Perguntou para o policial mais jovem ignorando Leopoldo.

Dennis sabia aonde tudo aquilo iria dar, olhou para o policial e tinha certeza absoluta que ele iria contar com quem ele estava, com Kennedy, que estavam sozinhos, não poderia deixar isso acontecer, caso contrario sua mãe o degolaria vivo, então antes mesmo que o policial abrisse a boca Dennis lançou um feitiço em um sopro fino e fraco, quando começou a pensar nas palavras magicamente o policial as repetiu.

- Havia muitos adolescentes reunidos, mas quando encontramos seu filho ele estava sozinho.

E ela pareceu ficar satisfeita com a resposta.

- Vamos Dennis. - Ordenou de forma ríspida.

- Tchau, Leopoldo. - Se despediu enquanto levantava da cadeira desconfortável e pegava seu celular em cima da mesa de madeira onde Leopoldo havia acabado de coloca-lo. Antes de sair da sala olhou pela ultima vez para o policial mais jovem, o qual só sabia que o sobrenome era Phillips, sua raiva por aquele homem só cresceu quando ele lhe lançou uma piscada de olho amigável.

Quando saiu daquela sala passou pelos diversos outros policiais, foi quando percebeu que não havia somente homens ali, havia uma mulher também, mas ela não se parecia com uma policial, estava mais para detetive ou advogada, ela estava sobre uma mesa folhando documentos.

- A partir de agora a vigilância vai triplicar. - Comentou Minerva retendo novamente a atenção do filho, ela continuava andando em sua frente enquanto o filho vinha logo atrás olhando para pontos aleatórios, assim que puseram seus pés para fora da delegacia ela se permitiu falar em um tom menos contido. - Onde já se viu, eu agora ter que buscar filho meu em delegacia, Arthur nunca me faria passar por uma vergonha dessas.

Dennis nada disse, não por estar sem respostas, na verdade em sua cabeça borbulhavam mil e uma respostas que poderia dar para aquela situação que era sempre recorrente, o enaltecimento em cima de seu irmão gêmeo, mas naquela madrugada ele já estava cansado, não queria se desgastar mais, sua melhor respostas para o momento era o silencio.

Ao chegarem em casa tudo estava no mais completo silencio, todos já deveriam estar em seus respectivos quartos em sonos profundos, Dennis entrou primeiro enquanto sua mãe ajeitava a chave na porta e atravessou o pequeno espaço que ficava entre a porta da cozinha a sala e a porta do quarto de seu avó, a cada passo que dava era um som que sua botina fazia sobre o chão de madeira, subiu as escadas sem nem ao menos dar uma ultima olhada para sua mãe, e a mesma também não disse mais nada desde a saída da delegacia.

Chegando em seu quarto ele se jogou sobre a cama exatamente da mesma forma que estava, seu feitiço do boneco inflável já havia desaparecido, provavelmente quando sua mãe o descobriu, as luzes estavam apagadas e então ele se virou ficando de barriga para cima na cama e começou a admirar as estrelas neons que colou no teto, quando tinha dez anos nas noites escuras sentia como se estivesse acampando fora de casa, nos tempos atuais a única coisa que sentia era uma vontade incontrolável de arrancar aquelas estrelas, mas não conseguia, o feitiço que usou aos dez anos para prende-las lá era extremamente forte, e se recusava a pedir ajuda de seu irmão para algo tão banal.

Olhou para o seu despertador na escrivaninha e já eram duas e quarenta e quatro da madrugada, não tinha muito tempo para dormir, já que aquele dia seria dia das crianças, e a lanchonete do Sr. Peter abriria mais cedo, e ele teria que estar lá as seis em ponto, portanto colocou seu despertador para desperta-lo cinco da madrugada, o que daria uns quarenta e cinco minutos para se arrumar e uns quinze até chegar na lanchonete.

Antes de pegar no sono ouviu o som delicado de batidinhas na porta de vidro, já sabia quem era, Felpudo, o gato de rua que Dennis adotou para si, era um gato de pelagem branca e macia - o que era bastante curioso, já que ele passava a maior parte do tempo vagando pela cidade e mesmo assim seus pelos continuavam brancos como a neve - e tinha olhos heterocromáticos, um de um azul cintilante e outro cor de mel, era um gato muito independente então não requisitava de muitos cuidados, o que era perfeito para o feiticeiro já que sua mãe abominava gatos e então ele não precisava de muito para esconde-lo, já que o gato só o visitava durante as noites.

Assim que abriu a porta de vidro o gato olhou para ele e entrou dentro do quarto com um ar elegante e espaçoso,  Dennis se agachou e fez um carinho leve nele e então voltou para sua cama se jogando nela, já o gato veio logo em seguida se ajeitando atrás de suas costas e assim dormindo.

 

 

Dennis foi acordado pelo bipe inquieto de seu despertador, que também havia acordado o gato que já estava parado em frente a porta de vidro aguardando que abrissem para ele sair.

- Queria estar morto. - Dizia entre gemidos de descontentamento enquanto se levantava para abrir a porta para o gato. - Até de noite Felpudo.

O quadrupede em resposta olhou para ele de forma misteriosa e intensa então deu as costas e sumiu entre a neblina matinal da cidade.

Já Dennis tinha ainda muita coisa para fazer, andou como um zumbi até o banheiro e se entregou a um banho de água quente, seu corpo precisava daquilo para relaxar, seus músculos estavam tensos pelo estresse da noite passada e da madrugada, sem mencionar as poucas horas de sono, mas por sorte ele tinha uma carta na manga.

Depois do banho saiu do banheiro completamente nu e vagou pela sua pequena estante de livros, que na realidade só tinha quadrinhos e algumas revistas velhas, havia livros que ele roubava de Arthur por motivos específicos, mas a maioria o irmão já havia pego de volta, exceto um, um de porte médio e não muito fino, sua capa era verde escuro quase apagado e em letras douradas estava escrito ''Livro de Feitiços Básicos'', havia ao todo cinco livros de feitiços que sua mãe deu para seu irmão gêmeo, o primeiro era o Livro de Feitiços Básicos, logo em seguida o Livro de Encantamentos, Livro de Transfiguração, Livro de Feitiços Avançados e finalmente o Livro de Feitiços Proibidos, saber que todos esses exemplares estavam na mão de seu irmão deixava seu sangue fervendo, mas as vezes ele conseguia ''pegar emprestado'' um deles, já que sua mãe se recusava a dar livros de feitiços para ele e sua irmã mais nova.

Começou a folha-lo em busca de algo que o deixasse acordado, e lá havia o feitiço perfeito, colocou o dedo em frente ao rosto e recitou as palavras enquanto girava seu dedo.

- Como cafeína aumenta minha adrenalina.

De inicio sentiu um leve incomodo em seu corpo, depois sentiu o cheiro delicioso de café coado, para então finalmente sentir seus músculos darem leves contorções e seu sono e cansaço desaparecerem por completo, correu até o espelho do banheiro para analisar seu rosto sem mais aquelas bolças de quem não dormiu bem, mas encontrou algo gritantemente estranho, o feitiço havia feito suas pupilas se dilatarem de forma bastante visível, suas íris ainda podiam ser vistas, mas era inquestionável aquela pupila dilatada, ele deu um suspiro e disse para si mesmo.

- Ninguém vai perceber.

Convencendo a si mesmo daquilo ele deu as costas e voltou para seu armário escolher uma roupa para ir ao trabalho, normalmente Dennis gostava de usar roupas que destacassem seu estilo, mas para ir ao trabalho ele sempre escolhia as roupas mais simples, já que elas sempre eram escondidas pelo avental, portanto vestiu uma camiseta verde clara e uma bermuda jeans, acompanhada de uma botina marrom.

Pegou sua mochila jeans amarrotada e abriu a porta de seu quarto com muita cautela, tudo ainda estava escuro e silencioso, então a passos leves desceu as escadas e saiu de casa, por sorte não havia esbarrado com nenhum familiar, muito menos com sua mãe, e enquanto fechava o portão de ferro enferrujado se lembrou que ainda teria que ligar para Enzo para saber se ele estava bem e perguntar como havia fugido.

O caminho até a lanchonete do Sr. Peter era calmo e curto, ainda mais as seis da manhã de um sábado, onde todos demoravam para acordar, exceto pelo Sr. Peter, que naquele dia das crianças queria preparar sua lanchonete para fazer uma festa infantil que atraísse mais clientes, com cama elástica, piscina de bolinhas e outros diversos entretenimentos infantis.

Porém a lanchonete ainda estava com suas janelas fechadas, exceto pela porta por onde vez ou outra um homem alto e parrudo entrava e saia para colocar caixas recém tiradas de seu caminhão, olhando para aquilo e vendo o tamanho das caixas Dennis sabia o que significava e não pode evitar de resmungar baixinho, significava mais trabalho para ele, e organizar festas infantis era em sua visão o pior trabalho possível, ele mal gostava de atender grupos de adolescentes de 16 anos, muito menos uma penca de crianças.

O Sr. Peter saiu da lanchonete olhando atentamente para rua debaixo de seus óculos fundo de garrafa que deixavam seus olhos gritantemente maiores, seus cabelos castanhos estavam gradativamente sendo substituídos por fios brancos, e sua barba de fim de tarde era sempre a mesma, seu corpo encurvado para frente deixava amostra sua dor de coluna que o impedia de fazer tarefas pesadas, que sobravam para Dennis. Seus olhos viram o feiticeiro se aproximar e de seus lábios foi possível ver um sorriso neutro, ele olhou para seu relógio de pulso e esboçou surpresa.

- Dennis Cooper chegando ao trabalho em ponto, será que devo aceitar isso como um milagre ou mau pressentimento sobre as vendas de hoje?

- Há... Há... Há... Muito engraçado. - Disse debochadamente.

Sr. Peter iria dizer mais alguma coisa, mas então focou de forma bastante inconveniente nos olhos de Dennis.

- E essas pupilas dilatadas meu filho? Andou cheirando cocaína foi?

Dennis nada respondeu, apenas passou direto pelo seu chefe e adentrou a lanchonete, com as cortinas fechadas aquele lugar ficava escuro e muito pouco convidativo, então tratou de dar um jeito nisso abrindo todas elas, como ainda era muito cedo não ficou tão iluminado quanto achou que ficaria, mas ainda sim era melhor do que escuro como estava.

- Acho que hoje o tempo vai ser bonito, por isso estava pensando em colocar algumas mesas do lado de fora. - Disse Peter entrando na lanchonete e analisando tudo ao redor. - Deus... Como esse lugar esta imundo, e olha que limpamos tudo ontem.

- Você quis dizer EU limpei tudo ontem né?! E tempo bonito não combina com Grayslim, essa cidade nunca viu um sol se quer, por isso todo mundo por aqui é tão pálido.

- Não é verdade, já ouve um tempo que esta cidade foi ensolarada... - Balbuciou ele com um ar distante e nostálgico, para logo em seguida ser cortado com uma piada. - Depois disso você nasceu.

- A era que minha mãe deve chamar de ''o nascimento da penumbra''. - A voz de Dennis veio embriagada, mas logo ele voltou a sua postura desinteressada. - Arthur a luz e eu a escuridão.

- Sua mãe não deve dizer esse tipo de coisa, você só esta exagerando, como ela não poderia gostar de você, você é o filho que mais se parece com seu pai.

O garoto deu uma risada seca e enquanto ajeitava seu avental em volta da cintura perguntou de forma vaga.

- Você sempre menciona meu pai, mas nunca fala sobre ele por completo.

- Seu pai e eu nunca tivemos uma relação de amizade, eu conversava com ele casualmente, e ele era muito divertido, era o único que colocava a megera da Célia em seu devido lugar, muito provavelmente é por isso que ela te odiou desde o momento que pôs aqueles olhos religiosos dela sobre você, com certeza te viu como a própria reencarnação do diabo.

Os dois riram com o comentário, além de Enzo o Sr. Peter e sua outra amiga, Betty eram os únicos com quem Dennis podia conversar sobre sua relação tênue de ódio e desprezo por Célia Patel, uma senhora que já tinha seus sessenta anos e era conhecida por sempre se gabar de sua família bem sucedida e devota a Deus.

Depois da conversa o Sr. Peter foi ajudar o homem que continuava descarregando o caminhão com as peças dos brinquedos que seriam montados na parte de fora enquanto Dennis foi limpando a parte de dentro, o chão precisava ser encerado, só que ele não sabia explicar o porque, já que havia passado pano no mesmo no dia anterior, como aquele lugar poderia ter ficado tão sujo de um dia para o outro? Foi quando a resposta veio como um lampejo sobre sua cabeça, sua mãe, ele nem ao menos tinha prova, porém sabia que com certeza ela havia lançado um feitiço na madruga para que este lugar ficasse imundo e ele tivesse que trabalhar ainda mais, com certeza aquilo fazia parte de seu castigo que só estava começando...

 

 

Já passava das nove e a lanchonete havia acabo de abrir, muitos pais começavam a trazer seus filhos e alguns traziam os adolescentes da família que vinham enterrados com seus rostos sobre os celulares e os fones de ouvido em um ato claro de proteção contra interação social.

Dennis colocou patins sobre os pés e começou a ir de mesa em mesa anotando e entregando os pedidos, além dele e o Sr. Peter tinha mais duas pessoas que trabalhavam na lanchonete, mais especificamente na cozinha, um garoto alto e magricelo de cabelos castanhos e o rosto cheio de espinhas chamado Fred, e uma garota baixinha de cabelo longo e escuro, pele bronzeada e olhos cor de mel chamada Amanda, mas como eles só cozinhavam eles não precisavam tomar conta de toda lanchonete e muito menos limpa-la.

- Dennis! - Chamou o Sr. Peter. - Vá no estoque e pegue mais cadeiras e mesas, vamos precisar de mais que isso, porque hoje vai render.

O garoto olhou para seu chefe com a expressão cansada, mas não tinha como se recusar a fazer, afinal ele era seu chefe e aquele era seu trabalho, por tanto de má vontade ele deslizou com os patins até uma porta que ficava na parte de trás da lanchonete, e antes de abrir ouviu ruídos vindos de lá de dentro, não conseguia ouvir direito do que se tratava pelo barulho que estava do lado de fora, com as crianças pulando na cama elástica ali perto, então aproximou seu ouvido da porta e escutou uma voz jovem abafada dizendo um nome entre gemidos.

- Fo-Forte... - Era o que dizia a voz.

Logo em seguida veio o som de rangidos, não precisava pensar muito para descobrir o que estava acontecendo ali dentro, mas Dennis se questionou se abria ou não abria aquela porta, afinal poderia acabar constrangendo muito quem quer que estivesse ali dentro... E exatamente com este pensamento foi que ele abriu a porta com tudo, revelando uma sala maior do que aparentava ser com varias cadeiras e mesas, e em cima de uma das mesas estava um garoto de cabelo ruivo e olhos verdes, ele tinha seu rosto vermelho e soado, seu cabelo estava bagunçado e um pouco grudado sobre sua testa, ele estava com a calça e a cueca abaixada até o tornozelo enquanto logo atrás dele estava o policial parrudo de voz grossa ele viu na delegacia naquela madrugada.

A sala exalava um cheiro já familiar para Dennis, o cheiro de sexo, e assim que os dois viram o garoto ali parado na porta recém aberta se separaram e começaram a ajeitar suas roupas em desespero.

Sem perceber Dennis começou a esboçar um sorriso malicioso e maligno em seu rosto, pois reconheceu o ruivo, era o filho mais novo de Célia Patel, e descobrir que a família perfeita não era tão perfeita era o prato mais delicioso que ele poderia saborear naquela manhã.

- P-por favor, não conte pra ninguém. - Implorou o garoto já em lagrimas.

De repente seu sorriso se foi e ele se concentrou no policial, saber que ele estava transando com o filho de Célia poderia ser uma informação muito útil futuramente, portanto não mediu esforços em parecer complacente.

- Claro que não. - Recitou em um tom calmo e sereno, como o de uma senhora que acaba de lhe oferecer biscoitos. - Só não fiquem por ai fazendo esse tipo de coisa, podem ser descobertos.

O policial ergueu uma de suas sobrancelhas e pensou em comentar na ironia que aquilo representava vindo da boca de Dennis, já que ele sabia o que o garoto estava fazendo naquela rua estreita na noite anterior, mas antes que pudesse falar qualquer coisa o ruivo já o estava puxando para fora daquela sala. Quando o policial passou por Dennis o mesmo se deu ao direito de lhe lançar um olhar sugestivo, como se pretendesse dizer em seu olhar algo como ''agora eu tenho você nas minhas mãos'' ou coisa do tipo, e sabia que sua mensagem havia sido recebida.



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