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História Jogos Vorazes: Distrito 08 - Em meio ao caos


Escrita por: Mateusgabrielro

Notas do Autor


Desculpe pela demora galera. Finalmente consegui e esse capitulo ficou muito bom. Espero que gostem. E para uma certa pessoa. A Maxine aparece!

Capítulo 27 - Em meio ao caos


... Até que tudo começou, ouvi vários assobios vindos de direções diferentes. Eu não fazia a menor ideia do que estava acontecendo.

- E oque você fez quando tudo começou? - Ronald me pergunta.

- Peguei a mão de Alanis e corri na direção do carro. Era muita gente, não sabia nem em que direção correr. - Falo sinceramente.

- Então quando tudo começou você correu com sua irmã para o carro?

- Sim. - Respondo diretamente.

- E depois?

- Quando eu vi o carro faltava pouco para chegar nele. Mas antes de conseguir alcançar, fomos raptados.

- Por quem? Como era a aparência dele? - Ronald faz outra pergunta.

- Ele era moreno, alto e tinha uma barbicha. E tinha outros dois homens com ele.

- Você conhecia esses homens? Sabe o nome deles? - Ele se aproxima.

Fico nervoso e quase gaguejo. Gaguejar não trará segurança ao Ronald, e tudo pode ir pelos ares.

- Eu não sei. Nunca os vi na minha vida. - Digo mentindo. Eu sabia seus nomes. Mas dizer pode estragar todo o plano também.

- Prossiga. - Ronald volta para sua posição.

Ele me obriga a contar tudo o que aconteceu. É difícil enganá-lo, suas perguntas são diretas e investigativas. Posso ter falhado algumas vezes, mas não vi nenhuma expressão de desconfiança vinda dele. Não conto nada sobre o discurso, o treinamento ou sequer os Ivos. Tudo que disse é que fui raptado e torturado para que revela-se informações sobre a Capital e me torna-se um revoltante. Isso explicou mentirosamente os ferimentos que tenho no olho e na costela. E sim. Ronald reparou que tenho um minucioso incomodo na costela direita. Isso me impressionou perturbadoramente.

- Quem os salvou depois da explosão do Edifício da Justiça?  - Ele diz fazendo outro pergunta.

- Foi Thomas - Douglas -. Um pacificador que também estava sendo mantido refém que nos salvou. Sem ele acredito que eu teria morrido sufocado. - Digo.

- Foi ele também que estava dirigindo o camburão até serem capturados pela frota? - Ronald tenta me fazer vacilar com todos os tipos de perguntas.

- Sim. Confesso que ele é um ótimo soldado. Deu prioridade a mim e a minha irmã e abateu alguns revoltantes. Nos tirou das celas antes mesmo de vocês. - O ataque da Capital foi brutal, se eu realmente estivesse preso no edifício, estaria morto agora.

Ronald não gosta do que falo. Ele olha no relógio e termina com suas perguntas.

- Estaremos conectando os fatos com o local utilizado pelos revoltantes. O Edifício da Justiça. As suas versões e as de sua irmã serão averiguadas. E se forem compatíveis, também serão averiguadas de acordo com a investigação no Edifício da Justiça. - Ronald diz com descaso. - Até o fim do processo vocês poderão voltar para casa, e serão escoltados por pacificadores. 24 horas por dia.

Medidas precisas da Capital. Agora tudo vai mudar de novo. - Penso.

- A mansão de vocês no Vilarejo dos Vitoriosos será vigiada. Não se preocupe, nada vai acontecer com você ou sua irmã George. Eu lhe asseguro. - Ele diz se levantando e estendendo a mão.

Chega a ser comovente em como ele quer ver minha segurança. Mas me preocupo se todo esse esforço for totalmente destinado a segurança e não a vigilância. O que está parecendo ser.
Levanto e aperto sua mão. Ela é bem maior e mais calejada que a minha. Olho nos olhos dele e aperto com força. Assim como ele.

Abro a porta para sair da sala, e antes mesmo de poder respirar qualquer ar de liberdade. Dois pacificadores entram na frente e me barram.

- Venha conosco senhor Clavery.

Fico com cara de bobo, e obedeço suas ordens. Ao longo do corredor, sou levado novamente a pista de pouso. As aeronaves estão desligadas e algumas ainda tentam pousar. O fogo que antes brilhava no céu vindo do Edifício da Justiça se transformou em fumaça densa e dançante. Fico observando a fumaça, quando olho de volta para o chão vejo uma fila de pessoas algemas. São os revoltantes. Eles estão sendo retirados dos aerodeslizadores que acabaram de pousar. Suas expressões são assustadas e sem esperança. Tento encontrar alguém que conheço. Passando os olhos por cada uma das pessoas. Detecto o rosto de James, o carrasco que tive de enfrentar. Ele me olha sem piscar. Com seus cabelos esfumaçados.
Os pacificadores me levam até a escada de um aerodeslizador aberta. Alanis e Douglas estão sentados, pensativos.

- Para onde vão nos levar? - Pergunto virando para os pacificadores.

- Para casa. - Ele me diz empurrando levemente minhas costas para que eu entre.

O aerodeslizador fecha a porta e as turbinas ligam. Douglas e Alanis não dizem nada sobre a interrogatório. Também não quero falar sobre tal assunto.

Após dez minutos sinto a nave descer e desligar. As portas baixam e a escada é ativada. Os pacificadores tiram minha algema e permitem que eu saia. Estou no Vilarejo dos Vitoriosos, vejo minha mansão e vou ansioso para dentro dela.
Uma escolta de pacificadores ficam pelo lado de fora. Vigiando cada canto da casa com seus rifles em mãos. Alanis entra e sobe as escadas sem olhar para mim. Douglas segue somente até a sala.

- Ficarei aqui para vigiar o interior da casa. - Douglas diz.

- O que acha que vai acontecer? - Pergunto.

- Não se preocupe. Tudo vai dar certo. - Ele diz apontando para o canto do teto. Indicando uma câmera.

- Espero. - Digo, cortando a pergunta que eu faria em seguida.

Vou para o quarto de Alanis, não sei fazer o que, talvez conversar. Preciso vê-la.
Bato na porta e em seguida abro. Alanis está deitada de frente para a janela e de costas para a porta.

- Alanis, está acordada?

Ela demora uma pouco.

- Sim.

- Está tudo bem? - Minha voz suave. - Você entrou sem falar nada. Foi tudo certo no interrogatório?

- Estou bem. Só quero ficar sozinha. - Ela diz sem se mexer.

Dou alguns tapinhas na madeira dos umbrais, mordo o canto do lábio e saio.

Tomo um banho e tiro do meu corpo toda a sujeira e pó. Meu cabelo está duro e ressecado por conta da fumaça. Tenho algumas queimaduras nos braços e nos dedos. As queimaduras do dedos certamente deixarão cicatrizes. Uso um shampoo da Capital. Excelente, deixa meu cabelo liso e sedoso.
Deito na minha cama e fico sem dormir. O sono foge de mim esta noite e acabo pensando em tudo que ocorreu no dia. Não parece que à algumas horas atrás um levante estava sendo feito. E alguns minutos depois sendo destruído. A Capital é minuciosa e eliminou cada vestígio do levante. Paul está morto e não sei onde Edgar e Ronor estão. Podem estar sendo torturados neste exato momento. Ou sendo mandados para a Capital como Avox. As investigações já estarão prontas até amanhã. Assim como minha possível morte. Ronor e Edgar com certeza foram pegos. Voltar por Ronor foi burrice vinda de Edgar. Mas eu também faria se fosse minha irmã. E são nesses pensamentos que caio no sono.

Depois de acordar, desço e tomo café. Douglas permanece o tempo todo escorado do lado da janela espiando o lado de fora. Alanis também está a mesa. O clima fica estranho entre nós. Ninguém fala com ninguém e todos muito pensativos.

- Queria não me arrepender de entrar nos jogos. - Alanis diz revirando o omelete. - Mas me arrependo.

Não consigo dizer nada para ela. Fico quieto.

- Pensei que seriamos heróis. Libertadores. Salvaríamos milhares. - Ela ri de si mesma com desanimo. - Mas fui ingênua e infantil. Sonhei com uma coisa impossível. - Ela para de mexer no omelete e olha profundamente nos meus olhos. - As pessoas estão cheias de frieza e maldade, não existe mais amor entre os humanos. E nós também fomos corrompidos. Eu estou quase sem esperanças.

- Não podemos parar agora Alanis. Estamos perto de vencer. - Digo tentando encorajar mais a mim mesmo do que à ela.

- Estou usando minhas ultimas forças para tentar acreditar. Mas está cada vez mais difícil lutar. - Alanis cruza os braços abraçando a si mesma. - Tudo que batalhamos até agora resultou em mais destruição.

Alanis baixa a cabeça e pela primeira vez depois da arena, à vejo sem esperanças. Parece que tudo luta contra nós. Na arena éramos motivo de chacota e ninguém acreditava que venceríamos um dia. E depois de tudo que tive que passar, chego aqui e me encontro novamente sem esperanças. Talvez a esperança não exista realmente. Ou talvez, nós é que não sabemos usá-la. Quero encontrar um novo motivo para lutar. Não por alguém, não por algo, mas sim um porque. Preciso encontrar um porque lutar. Katniss luta por Prim. Ela à motiva. E eu luto pelo meu distrito, por pessoas inocentes. Ainda preciso encontrar o porque. E a resposta está dentro de mim. Sei disso.

- Sei que não deveria me intrometer senhor, mas acredito que a permanência nesta casa não está deixando vocês melhores. Talvez uma volta na cidade os acalme. - Douglas diz com os braços atrás das costas, respeitosamente.

Não comi nada do que está no meu prato. Os dias anteriores foram difíceis e isso está me afetando.

- Talvez seja bom. Mas podemos andar pelo distrito depois de tudo que aconteceu ontem?

- Foi ordenado que os trabalhadores voltassem ao trabalho mesmo depois do incidente de ontem. - Diz Douglas.

- Mas eles foram presos. - Alanis diz levantando a cabeça e saindo de seu transe.

- Apenas os organizadores da rebelião foram mantidos em cárcere. O restante dos revoltantes foi mandado de volta para suas casas.

- Mas porquê fariam isso? - Alanis pergunta.

- Eu não sei.

Douglas responde com a voz baixa e preocupada. Mesmo sendo um Ivo sem emoções ele ainda expressa um pouco de humanidade. Ele conseguiu voltar ao seu posto de pacificador. Disfarçando ser Thomas Welington. Além de nos monitorar. Isso facilita que conversemos sobre novos planos e fugas. Mas também causa uma possível desconfiança da Capital.
A porta reage com som de batidas. Douglas atende.

- Olá. Gostaria de falar com George e Alanis Clavery. - Uma voz feminina. Não consigo ver a pessoa que fala, ela está pelo lado de fora.

Douglas olha para a pessoa por um tempo. Ele é muito alto e olha para baixo.

- Entre. - Ele diz.

O barulho do salto é emitido pelo contato com o piso de madeira. Vestindo uma saia preta estilo lápis, uma blusa social branca e saltos pretos. Uma garota ruiva de cabelos longos e lisos e bochechas rosadas. Seus olhos são verdes como os montes no caminho da Capital. Ela tem impressão de superior. Continuo sentado esperando ela chegar até a mesa.

- Olá, bom dia. - A garota diz. - É um grande prazer conhecer vocês.

Ela estende a mão para mim. Aperto sua mão, assim como Alanis em seguida.

- Meu nome é Maxine Worlloock, sou secretaria de Valter Naros, o comandante da operação contra o levante. Vim da Capital para levar alguns relatórios e depoimentos do ocorrido de ontem. - Ela coloca as mãos na frente do corpo. - Acredito que vocês devem estar um pouco traumatizados pelo que passaram.

- Nem tanto. - Digo. - Já passamos por coisas piores.

- Acho que nada pode ser pior do que a arena. - Comenta Alanis. - Quantos anos você tem?

- 19. - Maxine responde.

- E já é secretaria de um homem como Valter Naros? - Alanis fica surpresa.

- Cheguei onde estou pelo meu potencial. Mas também tive que fazer meus sacrifícios. - A frase causa mistério. - Sei que posso estar incomodando mas não estou aqui apenas para conhece-los. O comandante está ao seu aguardo na Base de Pouso.

Maxine é formal e equilibrada. Suas palavras são medidas e corretas. Cada frase é milimetricamente calculada. Uma garota delicada com um cérebro altamente armado.

- Parece que depois desse rapto todos querem nos ver. - Diz Alanis.

- Vocês são muito importantes para a Capital. Uma operação muito complexa foi destinada exclusivamente para salvar vocês. Considerem-se especiais. - Ela sorri discretamente. - Vocês fazem parte de algo muito maior do que podem imaginar.

Raspo o dedo na madeira da mesa. Especiais? Parece que o plano de Ronor funcionou. Snow realmente não desconfia de nada. Agora se inicia uma nova missão. Um novo destino. Somos aliados de Snow, e secretamente, Tordos. Agentes duplos. Essa seria a palavra apropriada para mim e minha irmã. Preciso prosseguir. Mesmo que Alanis desista devo carregá-la, encorajá-la. No inicio ela foi quem me encorajou, agora é minha vez.

Entro no carro que espera na frente da mansão. Douglas dirige e Maxine fica no passageiro. O Vilarejo dos Vitoriosos está cercado de pacificadores. De certo modo me sinto protegido. Porém protegido pelo inimigo. Outros dois carros acompanham como escolta. Dois camburões ficam estacionados nos portões do vilarejo.

- Como está a Capital com tudo o que aconteceu aqui? - Alanis pergunta.

- Estamos tentando manter a calma. Mas os rebeldes vão cair antes mesmo do prazo que determinamos. - Responde Maxine. - Já conseguimos neutralizar diversas bases, e temos a localização de muitas outras.

Então tem mais. Muitas outras rebeliões. E se não fomos o primeiro distrito?

- Mas todos os rebeldes tem bases? - Eu pergunto.

- Em sua maioria não. Eles se organizam escondidos. Enquanto trabalham, em suas casas e até mesmo em publico. É difícil conseguir localiza-los, mas depois que conseguimos, é inevitável a derrota.

- Espero que consigam pará-los. - Alanis diz juntando as mãos.

Por mais que queiramos saber mais sobre os levantes. Precisamos manter o disfarce, manter nossa posição contra a rebelião. Isso irá garantir nossa sobrevivência, e também, nossa vitória.

- Eles podem ser uma ameaça, mas não são motivo de...

Um estrondo estremece o chão e o carro para imediatamente. A fábrica que estava a quilômetros de distância, vai pelos ares. Uma fumaça densa e negra sobe para as nuvens, destroços se espalham pela cidade toda. Os vidros do carro tremem e até meus órgãos internos gemem. Hoje a fábrica estava aberta. Milhares de pessoas estavam trabalhando nessa fábrica. Abro a porta e saio desolado. Indignado. Um negro intenso toma conta do céu. Uma névoa de morte.

- Meu Deus. - Sussurro com os olhos arregalados para o cenário.

Um barulho fino, cortante, passa por cima de nossas cabeças. Um projetil atinge mais uma vez a fábrica, e ela detona outra vez. Me abaixo quando o impulso chega até o carro. Várias partículas de concreto esbarram no vidro. Um bombardeio.
Ninguém consegue dizer uma sequer palavra. Douglas fica embasbacado assim, como eu e Alanis. Maxine é a única que não esboça surpresa. Olho para ela e ela fica normal. Os prédios próximos a fábrica são danificados, e um deles começa a cair de lado. Outro som cortante atravessa as nuvens e bate contra os destroços. Dessa vez uma fumaça flamejante se espalha pela zona de bombardeio e queima tudo. Milhares de mortes, milhões na verdade. Pessoas inocentes, homens, mulheres, crianças e idosos. E... Mas é claro.

Lá, haviam, revoltantes. Tordos!


Notas Finais


Qualquer erro de português comentem aqui em baixo viu. Compartilhem e comentem. Abraço!


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