História Jóia rara - CAMREN - Surreal

POV'S LAUREN

Soltei um grunhido de pura frustração e caminhei até o banheiro, tirei a roupa e entrei no box. Camila mexe comigo de um jeito que nunca ninguém conseguiu e isso é surreal, muito surreal. O fato de que estou gostando de alguem que é o oposto de mim é surreal!

A minha vida nesse momento está sendo surreal!

(...)

Depois do banho troquei de roupa rapidamente dando tempo só de pentear o meu cabelo e deixa-lo secar naturalmente. Na mesa da cozinha Zayn está tomando o seu café calmo e sereno, Verô com um suco de laranja que Normani acabara de fazer.

— Alguém sabe que horas que são? – sentei-me na mesa.

— Bom dia, Lauren. Eu estou bem muito obrigada por perguntar – Verônica debochou.

— Sete e quarenta e dois. – respondeu Zayn. Agradeci e revirei os olhos para Verô.

— Você demorou um pouco para acordar... – Verô deixou a frase no ar. Gelei na cadeira, só de pensar que ela possa ter me ouvido enquanto... Sonhava. É algo constrangedor.

— Tive alguns pesadelos – consegui não gaguejar, ponto pra mim. Verô olhou desconfiada e voltou a tomar o seu suco.

Recebi uma mensagem de Camila, estranhei, ela só manda mensagens em casos de extrema importância. Pediu para que eu fosse para a porta de entrada. Caminhei até lá em seguida e a vi de costas. Ela estava com o seu chapéu preto, calças apertadas e uma camiseta jeans. 

Cheguei por trás e tapei seus olhos ficando nas pontas dos pés. 

Ela riu.

— Deixa eu adivinhar... É uma menina muito estressada?... Ai, caramba! – reclamou quando recebeu um beliscão da minha parte.

— Tenta de novo

— Ok, hã... Uma menina de olhos verdes que mais parecem uma jóia? – ela vira ficando de frente comigo. Ah, como que eu fico com ela me olhando assim? 

Sorri com as bochechas coradas e enlaço o seu pescoço com os braços. 

Camila corre os olhos pelo os arredores e depois que não vê ninguém me beija com calma, sem pressa alguma. Do jeito que eu gosto, ou passei a gostar depois que Camila me beijou do tal jeito.

Está nos braços de Camila é seguro, é como se fosse os braços do meu irmão Shawn, minha mãe, Clara. São os braços que me passam segurança. Mesmo que por alguns minutos eu me sinto segura com Camila. 

— Tudo bem? – ela pergunta serena.

Melhor agora...

Murmuro algo contra o seu peito e me deixo relaxar alí. 

Como que a vida pode dar uma volta tão inacreditável na sua vida e em poucos dias? Se fosse em algumas semanas atrás eu jamais me imaginária nos braços de alguém como Camila. Mas quando você vive, o momento é único. 

— Eu tenho que ir – ela murmura.

— Fica... – gemo manhosamente e seguro firme em sua camisa/jaqueta.

— Eu queria ficar, más eu preciso realmente ir. E eu queria avisar que só volto depois do almoço. – deixei os ombros caírem em frustração, Camila sorriu insegura.

Eu queria passar o restante de liberdade que tínhamos, más eu sei o quanto o trabalho é importante para ela. Meu pai chegaria em poucas horas e Camila certamente irá busca-lo. 

— Isso é muito tempo e já não vamos mais nos ver quando o meu pai chegar – Praticamente choraminguei nos braços da mulher a minha frente. Eu estava tão sensível desde que o meu pai viajou e Camila estava sendo tão gentil e carinhosa nesses últimos dias que só pensar em ficar longe dela me dá um aperto no coração. E isso me assusta muito.

— Eu sei, mas vamos dar um jeito nisso. Toma, fica com isso e me espera – ela me entregou o chapéu e beijou a ponta do meu nariz. O meu coração aqueceu com esse simples ato. Camila não existe...

Sabe quando você sente um completo bobo diante de alguém? Eu estou me sentindo assim depois dessa cena.

— Agora eu preciso ir – ela diz desanimada e beija a minha testa com carinho, fecho os olhos sentindo a sensação boa que me é transmitido toda vez que ela faz isso. — Se cuida

     [...]

Eu estava indo em direção ao estábulo deixar estelar, depois de uma boa cavalgada pelo os arredores. Deixei Zayn e Verô na casa e aproveitei para passar um tempo sozinha para pensar melhor no quê está acontecendo na minha vida. 

As coisas boas que estão acontecendo.

Peguei o chapéu que estava o tempo todo na minha cabeça e sorri lembrando de Camila e o quão importante ela está sendo na minha vida nesse momento. Deixei estelar no estábulo e cumprimentei alguns peões que transitavam por alí. 

POV'S CAMILA

— Karla – Mike me cumprimentou com um abraço caloroso. 

— Oi Karla – Shawn estava só sorrisos para o meu lado.

— Sr Jauregui, como foi a viagem? – ajudei com algumas malas e caminhamos juntos até a caminhonete. Já era mais de meio dia, o vôo acabou atrasando um pouco então teríamos que ir um pouco rápido.

(...)

Shawn já dormia no banco de trás e Mike e eu estávamos conversando tranquilamente até que ele toca no assunto delicado:

— E Lauren, se comportou bem? – Ah, muito bem... — Sei que pareço um exagerado, más ela ainda é uma menina mesmo já sendo maior de idade e com uma mente bem evoluída.

— Sim, claro, não foi tão ruim assim ela é uma pessoa incrível. Não me deu trabalho – Só alguns...

— Creio que os amigos dela ainda estejam lá, Zayn é um bom rapaz – Senti o meu estômago revirar, não só pelo o fato de que ainda não comi nada, más como ele encaixou o loiro na conversa. Claro, ele não tem culpa de não saber que eu estou com a filha dele.

(...)

Mike levou algumas malas para dentro e pediu para que eu acordasse o filho que parecia desmaiado no banco de trás. 

— Ô garoto, acorda! – sacudi ele. Se remexeu, mas não acordou. – Acorda! 

Dei-lhe um tapa no seu rosto fazendo ele acordar no segundo seguinte.

— Ai, você bem que poderia me acordar com um beijinho. – debochou com um bico nos lábios e com a cara toda amassada, revirei os olhos e o segui até a casa. Esse homem é insuportável quando quer. Quando entrei na sala, Mike e Lauren estavam abraçados. Me deixei sorrir com a cena. Lauren mesmo demostrando uma pessoa dura e insensível é no fundo sensível até de mais. Zayn e Verô foram o próximos a abraçar o mais velho. Subi com uma mala que aposto que é do Shawn, ótimo. Esse bobo não presta nem pra levar a própria mala.

(...)

— Obrigado, Karlinha. – agradece quando deixo a mala azul no canto da parede. — Eu estava com saudades de você.

Reviro os olhos antes de me virar e sua direção e encontrar ele sem camisa, Ah, lá vamos nós de novo...

— Veste uma camisa, garoto – se ele soubesse o quanto  isso é broxante.

[N/A: Ata]

— Até parece que você não gosta – disse com as mãos no abdômen e com aquele sorriso debochado nos lábios. Shawn é um cara legal, mas ele não conhece a palavra limites.

— Eu tenho mais o que fazer, licença – saí dalí antes que aquele idiota apronte qualquer outra coisa.

Desci a escada e fui para o escritório de Mike, tínhamos coisas para resolver e alguns papéis que só ele poderia assinar. Bati três vezes na porta e abri.

— Ah, é você Karla. Entre – Lauren estava com ele. Ela sorriu de lado e piscou.

— Você ja pode me passar os papéis que... – o som do celular de Mike ressoa no cômodo antes que ele possa terminar. – É importante, tenho que atender – avisa e deixa o escritório.

Sorri para a menina que logo veio para mais perto de mim. deixei um selinho inocente em seus lábios e sorri.

— Você acha que devemos falar pra ele agora? – tirei o sorriso do rosto e desviei o olhar. Hora ou outra teríamos que fazer isso, más a sensação de que teríamos que acabar com isso que conseguimos construir em pouco tempo ainda me assombra. 

— Eu não sei – murmurei incerta. — Más se você quiser...

— Vamos aproveitar que estamos em um clima bom – abraçou a minha cintura e beijou o meu pescoço.

— Quando ele voltar podemos tentar – sugeri. Ela sorriu e assentiu, coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da sua orelha que havia caido. Segurei em seu queixo e a beijei com calma, se tínhamos que fazer isso iremos fazer juntas.

Escutamos o barulho na porta e logo nos separamos.

— Era Alejandro – ele avisa sorridente e da a volta na sua grande mesa para sentar em seguida. 

— Pai, tem algo que precisamos conversar – Lauren começa. O frio na barriga se faz presente e eu me remexo incomodada.

— E o que seria? – Mike franze a testa e torce o canto da boca.