POV'S LAUREN
Cheguei até a cozinha com Camila em meu encalço, parei, virei em sua direção e cruzei os braços. Ela pegou o protetor que de fato estava onde ela havia dito e me encarou com dúvida.
— Aqui está. – ela disse e o fez deslizar no mármore da mesa até chegar em mim. Peguei o frasco sem muita delicadeza.
— Obrigada. – agradeço com ironia, causando uma reação engraçada nela(?). — Por que está rindo?
— Por que você é assim? – ela questiona ignorando a minha pergunta.
— Você é tão estúpida, Camila. Vontade de bater nessa sua cara linda. – acabo desviando o olhar para evitar sorrir, Camila é tão estúpida que me faz rir da sua estupidez.
— Está com ciúmes da Ariana? – ela pergunta com a voz baixa, ficando perigosamente perto, sem deixar brechas para que eu escapasse da sua sedução barata.
— Ah, me poupe Camila! – digo fazendo pouco caso, Camila me avalia com os seus olhos e curva os lábios em um sorriso safado. — Olhe para mim e veja se eu tenho com o que me preocupar com aquela ali.
— Realmente você não tem com o que se preocupar. – ela diz e aproveita o meu momento vitorioso para ficar muito, muito perto. — Até porque... Ela não faz o meu tipo. – ela completa sussurrando em minha orelha. Debocho do seu comentário e nego.
— Desde quando vocês caipiras tem gostos? – pergunto com um sorriso desafiador nos lábios, brincando com a mulher a minha frente que me encara com uma expressão surpresa e desconfiada.
— Desde que a laçada seja certeira, já era. – ela responde com aquele sorriso descarado.
— Não usa essas gírias que eu não entendo. – digo em deboche, más realmente eu não entendo algumas gírias caipiras. Mesmo vivendo com uma.
— Enfim. Morena dos olhos verdes fazem o meu tipo. – ela diz galanteadora, mexendo em meu cabelo.
— Você é tão barata, Cabello. Não vale nada mesmo. – acerto um tapa em sua mão e me distancio dela, negando a sua tentativa falha de me jogar um xaveco.
— Ou, más é sério, os seus olhos são lindos. – ela diz e corre até mim, me puxando e beijando o meu rosto com carinho. — São verdes como o gramado lá da fazenda, lembra?
Confirmo com um balançar de cabeça e deixo que os seu braços me envolvessem.
— Ficou mais calma? – ela pergunta com graça, reviro os olhos e nego. — Ah, vai, não fica assim. Os seus amigos estão lá fora, estão se divertindo enquanto você está aqui, brigando comigo e negando carinho. – ela diz e faz uma pausa dramática, fazendo eu rir e grudar totalmente o seu corpo ao meu. — Ariana é legal, más é por você que o meu coração acelera. – completa com carinho, aquecendo o meu peito com as suas palavras.
— Você consegue me deixar boba com uma frase tão clichê. – revelo e beijo os seus lábios, depois as bochechas e todo o seu rosto. — Eu odeio você, caipira. – suspiro apaixonada e descanso a minha cabeça em seu peito, esperando o dia em que o "eu te odeio" se troque por um "eu te amo" sincero.
— Oi casal. – Veronica entra na cozinha e acena, indo mexer na geladeira a procura de algo. — Não tem biscoito?
— No armário ao lado do açúcar. – Camila responde.
— Não, aquilo é bolacha. Não tem biscoitos. – respondo antes que Veronica de decepcione ao encontrar nada.
— Aquilo não é bolacha, é biscoito. Ao lado do açúcar, querida. – Camila diz e eu nego, fazendo Veronica parar com uma expressão confusa.
— Camila, aquilo não é biscoito, é bolacha. – digo em protesto e bato o pé no chão, irritada com a teimosia da outra.
— Bolacha é salgada, biscoito é recheado, igual ao que COMPRAMOS. – ela fez questão de falar alto e me olhar desafiadora.
— Gente, biscoito ou bolacha?! Tanto faz, eu vou comer da mesma forma. – Veronica nos interrompe e pega o pacote de biscoito/bolacha.
Camila e eu demos de ombros.
— Ah, Camz, você nos dar licença? – peço com carinho ao me lembrar de algo que eu não deveria ter esquecido.
— Ok, vou está lá fora. Chame se precisar de algo. – ela diz e eu a beijo em agradecimento.
— Me diga que você comprou o que eu pedi! – virei para Veronica e ela assentiu me fazendo relaxar.
— Vou buscar. – ela avisa e vai até a sala, voltando rapidamente para a cozinha com os comprimidos em mãos. — Para que isso serve?
— Evita um mini Cabello de botas e chapéu. – respondo e pego um copo de água, engolindo a pílula. — Seria lindo, más não agora.
Veronica me olha boquiaberta e eu pergunto o que houve.
— Camila pode engravidar você?
— Eu não perguntei, más é bom ficar atenta. – dou de ombros e sento em uma das cadeiras.
— E você já deixa ela entrar assim, sem nada, e se ela tem alguma doença?! – ela pergunta assustada.
— Credo, Verô! Camila não tem e se tivesse ela falaria. Ela disse que é sadia como um cavalo. – respondo lembrando das suas palavras fazendo Veronica gargalhar.
— Eu não entendi, más achei engraçado. – ela diz debilmente. — Más bem que você deveria perguntar.
— Perguntar o que? – Camila chega na cozinha nos pegando de surpresa, ela balança a latinha de energético a espera de uma resposta. Olho para Veronica e ela olha para mim.
— Você é capaz de engravidar alguém? – Veronica é curta e direta, fazendo eu me encolher na cadeira. Camila fica pensativa.
— Eu não sei... Sabe que eu nunca perguntei isso à um médico. – ela diz e mexe nos cabelos soltos. Veronica assente e ergue as sobrancelhas para mim. — Espera... AI MEU DEUS!
Ela berra e solta a lata, assustando Verô e eu. Camila fica estática no canto com olhos espantados.
— O que aconteceu? – Pergunto confusa, Camila fica com cara de choro e eu fico preocupada. — Camila?
— Eu acho que ela vai desmaiar. – Verô diz ao seu lado e eu fico de pé.
— Você está gravida? – ela pergunta e é segundos para ela cair nos braços de Veronica.
Eu não sei se paro para ajudar ou se fico rindo da estupidez de Camila. Eu, gravida? É pra rir mesmo.
— Más é uma frouxa mesmo. – comento rindo e indo ajudar Veronica. Levamos Camila com muita dificuldade até o sofá da sala e largamos ela lá.
— É sério isso? – Veronica pergunta e eu confirmo me segurando para não rir. – Lauren, você arruma cada uma que só Jesus... – Veronica debocha.
[n/a: Realmente, Lauren arruma cada @ que meu Deus. ]
Aos poucos Camila acorda e quando tem noção de espaço ela fica sentada no sofá.
— Por que você caiu feito uma banana? – pergunto ao sentar ao seu lado, ela nega e me encara, depois a minha barriga descoberta.
— Vamos ter um filho? – ela pergunta assustada. — Vamos ter um pequeno Cabello-Jauregui? – ela pergunta agora com um sorriso grande, uma pena ter que desfazer ele.
— Não, Camz, Veronica e eu só queríamos saber se você podia engravidar alguém. Acabou que você interpretou errado, desculpa. – seguro a sua mão ao explicar tudo, ela abre e fecha a boca com uma expressão decepcionada.
— Ah, eu... Nossa. – ela diz e passa a mão na testa. — Não vamos ter um filho?
— Não vamos ter um filho. – respondo e ela assente em compreensão.
— Eu até imaginei um pequeno com os seus olhos, brincando no campo da fazenda de botas e com um chapéu. – ela fala com um sorriso lindo nos lábios. Deixo escapar um sorriso ao visualizar a cena.
— Meu Deus, eu teria um afilhado de botas e chapéu, igual um caipira! – Veronica fala e só então lembro que ela estava na sala junto a nós.
— Gente, eu não vou ter um filho, não vai ter botas e nem chapéu. – falo e levanto, encerrando o assunto. Camila também fica de pé.
— Eu preciso tomar um banho e deitar um pouco. – ela diz e sobe as escadas correndo. Fico sem entender absolutamente nada.
— Parece que ela não gostou da ideia de não ter um filho com você. – Veronica comenta divertida com o ar preocupado.
A ideia de ter um filho com Camila é algo insano, não temos nada oficial ainda, mesmo sabendo que da maneira que ela é minha, eu sou dela. Más ter um filho agora é algo que nem consigo imaginar.
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