História Jóia rara - CAMREN - Brotinho.

POV'S CAMILA

A minha reação foi algo natural. Primeiro eu achei que Lauren estava realmente grávida, más ai ela vem e me diz que não. Uma parte de mim ficou aliviada com isso e a outra apenas ficou triste. E eu vi nos olhos dela que nunca teríamos um filho, pelo menos ela não teria comigo.

A minha situação financeira é estável, más não significa que eu daria tudo que Lauren merece. Um filho então, ela deve abominar essa ideia. 

Subi a escada correndo, com o vômito já querendo escapar de mim. Entrei depressa no banheiro e fui colocando tudo pra fora, talvez esse desmaio havia me feito mal. Fiquei mais um tempo ali no banheiro, colocando tudo e mais um pouco pra fora. Resolvi logo ficar para tomar um banho e escovar os dentes. Troquei de roupa e deitei de bruços na cama, fiquei refletindo sobre algo importante.

POV'S LAUREN

Depois de um certo tempo, Camila estava me preocupando. Subi até o quarto e bati na porta.

— Ta aberta. – a voz preguiçosa e grave de Camila avisa. 

Entro no quarto e me deparo com Camila deitada em nossa cama, sorrindo tristemente em minha direção.

— Tudo bem? – perguntei com a voz baixa, sentando na cama e tocando em seu cabelo. 

— Sim, eu só fiquei um pouco enjoada depois que acordei no sofá. – ela diz e senta de maneira preguiçosa na cama, ficando com as costas contra a cabeceira da cama. 

Fui para o meio da cama e sentei ali, analisando Camila. 

— Não quer tomar um remédio? – perguntei e ela negou. — Você ficou triste comigo? 

— Por que eu ficaria triste com você? – ela pergunta confusa. 

— Porque você queria ter um bebê e eu não posso porque não estou grávida. 

— Lo. Eu não estou chateada ou triste com você, aliás, isso não é um querer meu, isso é uma dádiva, entende? – ela pergunta e eu assinto meio incerta.

— É, eu acho que sim. – sorrio de lado. — Más você entende que eu não quero ser mãe agora, entende? Não temos nada concreto...

— Você quer namorar comigo? – ela pergunta e fica de joelhos em minha frente, segura a minha mão e me olha com os olhos transbordando de paixão. Fico petrificada com a sua abordagem repentina.

— Não quero que faça isso só porque acha que tem obrigação. – respondo e Camila larga a minha mão.

— Nós moramos juntas, eu amo você e nunca vi alguém acordar tão linda na manhã seguinte, nem mesmo quando você toma banho e fica com os cabelos molhados. Você deve ser a única mulher nesse mundo que fica linda quando acorda e quando está sem maquiagem. E inacreditavelmente você é quem eu beijo, você é quem acorda todos os dias ao meu lado e Deus, como eu agradeço por isso. Então, você ainda tem dúvidas se eu estou fazendo isso por obrigação? Você acha que eu não lhe pediria em namoro se eu não amasse você? – ela despeja o seu caminhão de palavras que me tocaram olhando em meus olhos, passando toda a sua emoção. Senti uma sensação ótima ao ouvir aquilo.

— Você me ama? – pergunto a única coisa que fui capaz de absorver. 

— Muito, cada pedacinho seu. – ela responde e volta a segurar a minha mão. 

— Eu nem sei o que falar pra você. – confesso e solto uma risadinha nervosa em sua direção. Camila sorri iluminando todo o quarto, fazendo com que o meu coração fique palpitando descontroladamente em meu peito.

— Só diga sim. E tudo que passamos juntas valerá a pena. – ela diz sorrindo largo.

— Sim, meu Deus, é claro que sim! – me jogo em seus braços fazendo nós duas cair abraçadas na cama, Camila gargalha e eu beijo todo o seu rosto.

— E fique sabendo que quando tivermos um brotinho, ele será o mais lindo e feliz. – ela diz em meu ouvido, cheia de emoção em sua voz. 

— Um brotinho que terá todo o amor e cuidado. – completo e aperto Camila em meus braços.

E em minutos após tudo aquilo, estávamos conversando sobre ter um "brotinho". Camila ficou tão boba só com essas idéias que nem quero ver quando ela tiver um filho, vai ser muito babona!

[...]

Veronica, Zayn e os outros se foram ao entardecer. De noite, Camila avisou que sairia para comprar algo no mercado e já fazia meia hora que ela estava fora, fiquei preocupada com o horário e sentei no sofá, esperando Camila.

— Cheguei! – Camila avisa ao destrancar a porta e passar pela a mesma com algumas sacolas em mãos. Cruzo os braços e arqueio uma das sobrancelhas em sua direção.         — Xiii, o quanto eu estou encrencada? – ela pergunta ao largar as sacolas e coloca as mãos na cintura.

— Muito. Onde você estava? 

— No mercado. 

— Até a essa hora? – pergunto e mostro o meu celular. 

— Tinha muita gente e você sabe, caixas lesados, fila grande e demora para chegar em casa. – ela diz e faz uma careta engraçada.  

— Hum. Tudo bem. – respondo e ajudo ela levar as sacolas para a cozinha. — Por que comprou tudo isso? – pergunto ao tirar as coisas. Camila havia comprado muita coisa desnecessária, tais como: alguns bonequinhos, comida congelada e preservativos.

 Rapidamente ela puxa as pequenas embalagens de papel laminado e guarda no bolso da calça, sorrindo com malicia.

— Idiota. – sussurro e nego. — O que é isso? – pergunto quando encontro um papel decorado, parecia um convite e era decorado com muitas bandeirinhas. 

— Ah, você ja foi em uma festa junina? Arraial? – ela questiona e eu dou de ombros meio esquecida.

— Se fui eu acho que foi muito nova. 

— Bem, iremos em uma amanhã. – ela diz e balança o panfleto. 

— O que tem em um arraial? – pergunto por não me recordar muito bem sobre festas regionais.

— Uma arraial tem de tudo, desde a barraca do beijo à dança das quadrilhas. – ela responde sorrindo. 

— Ok, eu acho que topo ir com você. – respondi sem muita espectativas, certamente seria mais uma daquelas festas onde você é obrigado a falar com todos.

— Será o maior arraiá que você já viu na sua vida, sô! – ela diz divertida, arrastando a voz e falando engraçado, com o sotaque do interior. Reviro os olhos com a sua atitude e saio gargalhando pela a casa.