POV'S CAMILA
Devolvi a pequena caixa ao meu bolso e fiquei de pé. Pensei se seria uma boa ideia subir e tentar explicar, más eu voltei a sentar no degrau frio daquela escada. Respirei fundo pela a milésima vez naquela noite e voltei a ficar de pé, segura de que agora eu iria realmente até o quarto. Subi sem muita pressa e bati cautelosamente na madeira da porta. Ela não abriu, então eu mesma fiz isso. Lauren estava de frente ao espelho, passava um lenço no rosto e já estava vestida para dormir. Entrei e fechei a porta atrás de mim e ela continuou o que estava fazendo. Em silêncio sentei na cama e comecei a tirar a minha bota uma por uma. Depois levantei e peguei a caixa que já não me alegrava, abri elas e devagar me aproximei.
— Comprei isso pra você. – falei com desânimo e mostrei as alianças, Lauren apenas olhou por breve três segundos e deu de ombros. — Eu achei que... sei lá, você poderia usá-la. E o que você viu era apenas a Sabrina me entregando isso. Ela trabalha com essas coisas, enfim... Desculpa. Eu vou tomar banho agora. – avisei e deixei ao lado do seu celular. Lauren Me ignorou completamente e então eu fui até o banheiro.
POV'S LAUREN
Eu sou tão estúpida!
Peguei aquela caixinha delicada em minhas mãos e vi as alianças prateadas. Camila havia comprado e pelo o jeito custou caro. E o que eu fiz? Não dei a mínima. Nesse momento a culpa estava me corroendo e a vontade de entrar naquele banheiro só crescia. Eu deveria me desculpar com Camila e dizer que eu sentia muito pelo o modo que eu estava agindo. Deixei a caixinha intacta no lugar onde Camila havia deixado quando escutei a porta do banheiro sendo destrancada. Ela saiu silenciosamente já de roupas trocadas. Olhei atentamente o momento em que ela pegou o travesseiro e abriu a porta.
— Onde você vai? – perguntei temendo a sua reposta, ela parou e me fitou.
— Eu não quero dormir com você assim, eu já me expliquei e já pedi desculpa. – ela respondeu. — Eu vou pro quarto de hóspede. – ela disse e saiu fechando a porta. Abri e fechei a boca, más não saia nada que poderia impedir.
Camila parecia decepcionada e dessa vez era comigo.
Senti algo estranho no peito a deitar naquela cama e não sentir os seus braços me envolverem como todas as noites. Eu não estava conseguindo dormir. Não ousei desligar a luz que clareava todo o quarto por motivos óbvios. Eu estava me sentindo culpada por estragar a nossa noite, por ignorar Camila e principalmente por ter desconfiado dela. Camila me prova todos os dias que me ama mesmo com o meu jeito explosivo.
E isso as vezes é decepcionante. É decepcionante saber que por minha culpa ela deixou a fazenda, lugar onde ela mais ama na vida. É decepcionante vê-la dando tudo para que essa relação dê certo enquanto eu sinto que estou fazendo o contrário disso. E mais decepcionante que tudo isso é vê-la decepcionada com algo, comigo.
Com receio caminhei até a porta e abri, fui em passos lentos até a porta que me separava de Camila. Abri sem fazer barulho e entrei no quarto. A janela aberta me possibilitou de ver Camila dormindo na cama totalmente encolhida.
— Lo? – ela sussurrou baixinho quando deitei ao seu lado.
— Me desculpa? – perguntei arrependida, Camila me encarou com dificuldades e esboçou um sorriso de lado. — Eu sei que fui uma idiota a noite toda e que decepcionei você, eu sinto muito. – murmurei com a voz embargada e senti Camila me envolver.
— Tudo bem, não precisa ficar assim. – ela disse me acalmando. — Realmente você me deixou triste por não confiar em mim e isso é horrível porque eu amo você e já deixei isso bem claro.
Ela disse o que me fez sentir-me uma completa estúpida.
— Eu também amo você, más eu sou insegura e tenho medo de um dia você me deixar, as pessoas fazem isso e eu não sei o que fazer se um dia você...
— Eu nunca vou deixar você, entendeu? – ela disse me cortando, assenti em silêncio e funguei contra o seu peito. — Você já me bateu, já me xingou e mesmo assim eu continuei e consegui você. A minha maior conquista foi conseguir que você ficasse comigo mesmo que no início eu achasse algo impossível.
— Você deveria me odiar. – falei encarando os seus olhos e mesmo com a luz fraca da lua que invadia o quarto eu poderia ver os seus olhos castanhos que me traziam paz.
— Aconteceu o contrário, eu amo você. – ela disse e tocou o meu nariz e depois selou os nossos lábios.
Eu poderia responder que eu também a amo, más eu sinto que não era necessário e que eu não conseguiria transmitir tudo que Camila merecia. E mesmo que tudo que eu ofereça seja insuficiente e que com certeza algum dia isso terá consequências, eu sempre vou me lembrar que eu amo Camila e dei tudo de bom que eu tinha à ela e que nunca me esqueceria disso.
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