POV'S CAMILA
Eu não dormi. Simplesmente fiquei a noite inteira velando o sono da mulher ao meu lado. Lauren parecia em paz e dormia serenamente, uma coisa muito linda de se ver. Mesmo com a noite conturbada de ontem eu não consigo ficar longe dela, não mais. E por mais que eu me chateasse com tudo que ela disse e demonstrou, no final do dia era fato que eu ainda a chamaria para dormir em meus braços. Lauren é a pessoa que amo, a pessoa que eu escolhi amar daqui pra frente. Passar a noite em claro foi uma forma que encontrei para pensar bem na minha vida e em tudo que vem acontecendo. O meu envolvimento com Lauren, a discórdia em sua família, a fazenda que deixamos para trás e os nossos sentimentos. Tudo veio atona muito rápido, pelo menos da minha parte. Lauren pode não demonstrar na mesma intensidade mas eu sei que ela também sente algo por mim.
Lauren me quebra todos os dias desde que eu a vi pela a primeira vez, em uma foto no escritório de Mike.
Flashback on:
Era uma sexta feira e tudo estava correndo muito rápido na fazenda, Dinah estava fora e isso dificultou muito mais e Mike mandou que eu buscasse um envelope que chegaria nos correios a essa manhã.
— Aqui está. – deixei o envelope de cor amarela em cima da sua mesa, Mike agradeceu e colocou um sorriso no rosto quando tirou fora o que tinha dentro do envelope. Não entendi nada, normalmente o que chega em envelopes são documentos. — O que tem neles?
— São apenas fotos, fotos da minha filha, Lauren. – ele disse sorridente.
E Lauren, o seu pai ama você de verdade e eu pude ver isso nesse dia e em todos os outros em que você esteve na fazenda.
Naquele momento eu apenas dei de ombros, eu não te conhecia e muito menos vi uma foto sua.
— Olhe como ela é linda. – ele disse ao me entregar uma das fotos, peguei meio incerta e então pela a primeira vez vi você, Lauren Jauregui. Você vestia roupas simples e estava sentada em uma varanda, os seus olhos foram o que me chamaram toda a atenção. Era como se você estivesse me olhando de maneira profunda.
— É mesmo. – respondi e devolvi de maneira rápida a sua foto, uma sensação tinha me atingido. — Eu já vou indo. – avisei e sai daquela sala com um sorriso pequeno nos lábios.
Flashback off
Desde então eu guardo a sete chaves cada traço dessa mulher que agora dormia ao meu lado, algo que jamais eu esqueceria mesmo que se passasse anos.
— Eu sou capaz de fazer tudo por você. – Sussurrei baixo para que ela não acordasse e tirei uma mecha do seu cabelo que caia em seu rosto.
Infelizmente eu não tive o prazer de conhecer Clara, essa mulher que deu a luz ao ser mais perfeito da terra, ao menos para mim. Mesmo não tendo conhecido ela, Mike sempre me falava dela e o quanto ele a amava. E eu sempre gostei de ouvir as suas histórias e tudo que eles passaram juntos, era algo inspirador e me levou a querer algo parecido. Ele não falava muito da sua perda, mas eu via a sua tristeza ao falar dela.
Afinal, ele perdeu a pessoa mais importante que ele tinha, quem não ficaria triste?
[...]
POV'S LAUREN
Acordei pela a manhã ao sentir algo me incomodando e eu sabia que era os primeiros raios solares. Virei para o lado oposto e encontrei Camila ainda dormindo, ela parecia bem exausta. Fui para mais perto do seu corpo e escondi o meu rosto em seu pescoço, busquei o seu braço e o coloquei em minha cintura até ficarmos bem próximas uma da outra. O calor do seu corpo me passava algo bom e seguro e eu precisava disso agora, segurança. É inacreditável essa capacidade que ela tinha mesmo dormindo, me passava segurança e conseguia que eu me sentisse amada como nunca fui em toda a minha vida. E eu sinto que nada nessa vida poderia ser comparado a isso. Nada e nem ninguém que entrar na minha vida será igual Camila Cabello.
(...)
Camila e eu levantamos alguns minutos depois que eu havia acordado, agora estávamos preparando o nosso café da manhã juntas, num clima muito apaixonante e único.
— O que achou? – ela disse alegre ao mostrar o seu prato que tinha banana amassada com muita aveia e leite em pó. Fiz uma careta, aquilo não estava com uma cara muito boa.
— Você gosta muito de banana. – respondi de uma maneira simples que não falasse que aquilo estava uma gororoba.
Ela me olhou com desconfiança e pegou uma colher, enfiou no seu prato e tirou uma colher bem farta do sei lá o que.
— Você não vai comer isso, vai? – perguntei incrédula e com nojo ao ver tudo misturado.
— Vou, ué. Algum problema?
— Isso ai está um nojo, Camila! – empurrei o seu prato para longe antes que eu vomitasse, porque enjoada eu ja estava só de olhar aquilo. Ela fez a desentendida e levou a colher até a boca.
— Viu, uma delicia! – ela disse e suspirou como se estivesse realmente satisfeita ao comer aquilo. — Experimenta só.
— Não, muito obrigada. – respondi de imediato e empurrei a colher para longe.
— Sobra mais pra mim. – ela deu de ombros e voltou a comer a sua gororoba.
Não podemos negar que a cozinha é o lugar preferido das duas, principalmente de Camila. Aqui na cozinha ela vira uma verdadeira chefe de cozinha e faz pratos caseiros maravilhosos, mas tem vezes que ela faz coisas do tipo essas que ela acabou de comer. Independente de tudo, eu adoro vê-la cozinhando, é algo mágico e até divertido. Ela disse que iria me ensinar a cozinhar a qualquer dia, mal posso esperar.
— Você está me olhando muito desde que chegamos aqui na cozinha. – Camila murmurou e então notei que eu a observava, caí na realidade e sorri. Eu poderia mentir e dizer que ela estava um pecado vestida apenas com uma das suas calças de moletom e um top de cor preta. Mas a verdade é que Camila me fascina e consegue prender a minha atenção apenas por respirar.
— Eu amo você. – respondi e não me importei com o que ela acabou de comer, lhe dei um selinho demorado. Ela estava sentada em umas das cadeiras da bancada e eu estava em pé ao seu lado, o que facilitou ela me abraçar pela a cintura e tocar a minha pele por baixo da camiseta que eu vestia. O acesso era fácil por conta do que eu vestia, uma camiseta grande de alguma banda que eu não me lembro e uma calcinha da cor preta. Estávamos bem a vontade hoje.
— Eu também te amo. – ela disse e sorriu de uma maneira linda. Segurei o seu rosto com as minhas mãos e lhe dei outro beijo rápido, apenas um roçar de lábios, uma troca de carinho.
Me sentir amada sempre foi algo do qual gostei e eu gosto de receber carinho e Camila é ótima como namorada. Nunca pensei que namorar uma mulher seria tão bom. Ou talvez namorar com Camila seja.
— Eu estava pensando... – comecei ao nos separar e enlacei os meus braços em seu pescoço, ela me olhou com uma expressão confusa. — Podemos ir à praia, o que acha? – perguntei com expectativas, fazia muito tempo que eu queria ir à praia e ter uma bem atrás da minha casa era quase como um insulto não poder ir até lá.
— Vou poder ver você só de biquíni? – ela perguntou com malícia e apertou a minha cintura, neguei e acertei um tapinha no seu braço.
— Você não presta. Mas sim, você vai me ver de biquíni. – respondi no mesmo tom de malícia e deixei um beijo molhado em seu pescoço e fui deixando muitos outros até chegar em sua orelha. — E depois vai poder tirá-lo também. – Sussurrei com a voz rouca e carregada de tesão, depois rocei os nossos quadris um no outro, o atrito foi algo gostoso devido a falta de tecidos e Camila já estava dura e a sua ereção já estava bem visível.
— Eu gostei de saber disso. – ela disse tentando esconder o volume que estava entre as suas pernas, algo impossível. Resolvi parar e ficar um pouco longe.
Se Camila quisesse algo ela já teria me colocado de quatro e nesse exato momento ela estaria me comendo bem gostoso e não tentando esconder.
— Vai chamar os seus amigos? – ela perguntou ao me afastar, sentei na cadeira ao seu lado e assenti.
— A ideia partiu deles então é bem provável que cheguem em alguns minutos. – respondi e voltei a comer o que eu havia preparado, bom, o que Camila preparou para mim.
— Ok, eu gosto de ter eles por aqui, são bem animados. – ela disse, fazendo com que eu parasse de comer. Ariana. Só vinha isso na minha cabeça, mas eu vou me controlar. Nada de ciúmes, nada de brigas, Camila te ama e ponto. Repeti isso como um mantra até ficar mais calma. Sorri de maneira forçada e revirei os olhos quando olhei para o lado oposto.
[...]
— Eu amo o Brasil! – Veronica disse animada quando chegamos em uma parte isolada da praia onde estávamos.
— Eu também! – Camila disse debilmente e largou a minha mão para poder colocar as coisas sobre a areia do lugar.
Ariana esticou a sua canga por ali e sentou. Zayn e Camila armaram algumas cadeiras e fincaram o guarda sol bem ao meio.
— Alguém tem protetor? – Ariana perguntou sem graça e Camila levantou a mão. — Pode me emprestar?
— Claro. – Camila murmurou antes de buscar o protetor que ela havia trazido para MIM. Deixou nas mãos de Ariana e sentou em uma das cadeiras. Felizmente Ariana pediu que Zayn passasse nela, porque se ela pedisse isso à Camila... Nem sei o que eu faria. Mas nada de ciúmes.
E é claro que Camila também conseguiu uma cadeira para mim bem ao seu lado, sentei e peguei os meus óculos de sol e os coloquei.
— Vai ficar de roupas?
— É melhor assim. – Camila respondeu.
Eu entendo a sua vontade e Camila já se explicou que ainda é muito insegura quando o assunto é o seu corpo.
— Fique apenas de short jeans, não é preciso tirar tudo. – sussurrei e Camila assentiu, tirou a sua camisa e deixou por ali. — Você é linda. – Segurei em sua mão e lhe dei um selinho. Camila sorriu de maneira única e suavizou a sua expressão.
— Enquanto vocês ficam namorando eu vou até lá. – Vero disse apontando pro mar onde Ariana e Zayn já estavam, esses são bem rápidos.
— Eu vim aqui pegar algumas marquinhas e de quebra um bronzeado. – falei ao levantar e tirar o short que eu vestia revelando um biquíni roxo. Camila sorriu com malicia e ficou atenta a todos os meus movimentos, fiquei de costas para ela e coloquei a minha canga para poder deitar.
— Gostosa! – ela disse e em seguida senti o lado direito da minha bunda esquentar. Virei de imediato e a olhei com o olhos cerrados. — Quer ajuda pra passar o protetor? – ela perguntou sem desfazer o sorriso sacana no canto dos lábios.
— Quero. Mas sem gracinhas, ouviu?!
— Sim, dona. – ela respondeu ao ficar posicionada atrás de mim. Joguei o meu cabelo para o lado e logo senti as mãos dela junto ao líquido passearem pelas minhas costas. Não é atoa que Camila trabalha tão bem com as mãos, Zeus, ela é maravilhosa. Nem dei bola para a maneira que ela me chamou, eu estava mais entretida nos seus movimentos. — Terminei.
— Obrigada. – agradeci e virei para poder lhe beijar, Camila sorriu e juntou os nossos lábios em um selinho carinhoso.
(...)
— A sua namorada é ridícula. – Ouço Veronica debochar, tirei a minha atenção do livro que eu estava lendo e a encaro. — Olha, ela está pegando conchas. – ela disse e gargalhou junto De Zayn que apenas ouvia tudo quieto.
Finalmente olhei para onde Camila estava e a única coisa que fiz foi sorrir, ela estava junto de algumas crianças e mostrava alguma conchas à elas, Camila é um amorzinho mesmo.
— Essa foi a mulher responsável que você escolheu amar, Jauregui? – Veronica perguntou, ela estava brincando então eu nem dei bola.
— Não enche, Veronica. – respondi e voltei a ler o meu livro. Camila estava se divertindo também e é isso que importa.
— Eu aposto que ela faz tudo que você pede. – Veronica disse e eu a encarei mais uma vez, ela me olhava com uma das sobrancelhas arqueadas e logo Zayn fez o mesmo.
— Não é verdade. – respondi convicta e os gêmeos trocaram olhares.
— Veremos. – Os dois disseram em um coro sincronizado.
— Ei, Caipira! – Veronica gritou e Camila apenas acenou, se despediu das crianças e pareceu guardar as conchas nos bolsos antes caminhar em nossa direção. Encarei aquilo sugestiva e Veronica apenas pediu tempo.
— O que foi? – Camila estava confusa e eu também.
— Lauren quer que você compre algumas garrafas de água mineral, pode fazer isso? – Veronica disse e eu arregalei os olhos, Camila encarou um dos quiosques que ficavam longe pra cacete de onde estávamos. Tentei impedir, mas Zayn foi mais rápido.
— Faria isso por ela? – O moreno perguntou e Camila assentiu. Não Camila, não seja tão trouxa!
— Mas e a água que a gente trouxe? – Camila perguntou confusa e eu suspirei aliviada.
— Já deve está quente. – Veronica insistiu. Camila deu de ombros e pegou a sua camiseta.
— Eu já volto! – Camila disse animada e se aproximou para selar os nosso lábios, sorri sem vontade alguma.
— Viu? Uma completa trouxa por você. – Veronica disse quando Camila já estava a caminho do quiosque.
— Cala a boca, Veronica! – Se eu estava irritada por conta disso? Eu estava, muito.
— Você sabe que uma hora ou outra vai ter que voltar pra Nova York. – Vero disse e eu assenti com desânimo.
— Camila vai comigo. – respondi simples e sorri com ideia de ter Camila junto a mim em Nova York.
— De maneira alguma! – Veronica disse em reprovação, a olhei confusa pela a sua reação. — Lauren, você não pode levá-la, seria como tirar um animal do seu habitat natural. Camila nunca ficaria acostumada em Nova York. – Veronica argumentou e sim, ela tinha uma parcela de razão.
Levar Camila comigo era algo que eu já planejava, mas eu sabia que eu estaria tirando ela da sua zona de conforto. Mas eu não aguentaria ficar longe dela nem mais um segundo, Camila virou uma parte de mim.
— E o que eu faço? Eu não quero deixá-la. – Respondi em desespero, os gêmeos voltaram a trocar olhares.
— Namoro a distância? – Vero sugeriu.
— Isso nunca daria certo. – Zayn respondeu e revirou os olhos. Apertei o livro em minhas mãos e encarei o mar sem ter o que dizer.
Eu querendo ou não tinha que voltar para Nova York, eu tenho uma vida lá. Mas também não quero deixar uma parte dela aqui, não posso deixar Camila.
— Já sabe o que vai fazer? – Ouço Veronica mas não sou capaz de responder tal coisa.
— Eu a amo tanto que não sou capaz de tirá-la daqui. Você tem razão, eu não posso levar Camila para longe disso aqui. Ela ja fez tanto por mim, por nós... Eu não posso. – Murmurei com um aperto no coração recebendo os olhares tristes dos meus amigos.
— Você precisa resolver isso. – Zayn disse e eu respirei pesadamente.
— Voltei! – Uma Camila ofegante e bem animada chegou com algumas garrafas de água. — Eu trouxe isso para você. – ela disse e estendeu uma única lata de refrigerante em minha direção, sorri agradecida e peguei.
— Obrigada, Camz. – falei baixo e deixei a lata de lado vendo ela distribuindo para os outros. Zayn e Veronica me olharam ambos com sorrisos convencidos, balançando as suas garrafas.
Camila tirou a sua camisa e voltou a ficar somente com o seu top e short jeans.
— Não vai entrar?
— Você vem comigo?
— Claro. – Camila sorriu e esperou até que eu ficasse de pé ao seu lado, deixei o livro e o óculos de lado e caminhamos de mãos dadas até a beira. As águas estavam calmas, sem muitas ondas e não ventava. Camila entrou primeiro e eu pude vê-la nadando devido a água cristalina. Eu queria pegar a minha câmera e registrar o momento exato em que ela voltou para a superfície, cabelos molhados e um sorriso lindo ao me chamar. Não demorei em nadar até onde ela estava.
— Eu não disse ainda mas você está linda assim. – Ela disse sorrindo, fiquei bem a sua frente e abracei ela. — Eu tenho algo para você. – Ela disse despertando a minha curiosidade.
— O que é? – perguntei sorrindo, eu adoro quando Camila me dá presentes.
Ela pareceu procurar algo nos bolsos e enfim sorriu ao mostrar uma concha, uma concha com o formato que lembrava um pequeno coração.
— Eu estava escrevendo o seu nome na areia e então uma pequena onda veio e apagou, mas me trouxe isso. – Ela disse e pegou a minha mão, deixou a pequena concha na palma dela e fez com que eu fechasse ela. — Você deve guardá-la e por favor, não quebre o meu coração porque ela está representando ele daqui pra frente e agora você o tem por completo.
Eu fiquei sem palavras para dizer algo, Camila sorria e eu apenas retribuía isso a ela. As suas palavra foram tão sinceras que soaram como um pedido mudo para que eu parasse de magoa-la e eu vou fazer de tudo para que isso não aconteça, se for preciso ir e deixar Camila eu iria fazer, mas por enquanto eu apenas quero dar todo o meu amor à ela. Mas está ficando tóxico ao ponto dela suplicar para que eu parasse de magoá-la, e eu não seria capaz de condenar Camila a tal coisa. Eu não quero ser um peso em sua vida e muito menos ser uma decepção para ela.
— Eu não vou, eu juro. – assegurei a ela e a abracei forte. Ficamos abraçadas. E eu jurei a mim mesma que eu não iria quebrar o coração de ninguém mais.
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