História Jóia rara - CAMREN - Talvez errada...

POV'S NARRADOR

Ter a morena de olhos verdes nos braços era uma coisa que nunca passou pela a cabeça de Camila, claro que era só um momento de fragilidade da mulher, ela só estava ajudando, estava?

Medo de escuro a morena tinha, era algo que ela não escondia de ninguém e quem ficava com ela nesses momentos era seu irmão, Shawn.

Só que ele não estava com ela agora e nem era ele quem ela estava abraçando.

Quando caiu em si, pensou em soltar a peã de imediato más o corpo aconchegante e quentinho que agora lhe acolhia parecia a melhor saída no momento. 

Minutos se passaram e nenhuma das duas ousaram falar nenhuma palavra se quer, Camila não queria estragar o "momento" e Lauren não conseguia ao menos se mover, Camila tentou não fazer movimento bruscos quando pegou o celular para ver as horas.

       00:30

Merda! 

Camila sabia que levantaria cedo naquele dia, e ninguém melhor do que ela sabia como é difícil trabalhar morrendo de sono.

POV'S CAMILA

Percebi que a mulher ao meu lado dormia e aproveitei  pra me desvencilhar dos seus braços. Corri para o quarto onde Gabriel dormia tranquilo. Fui até o outro quarto e olhei se estava organizado.

Só enquanto eu voltava para a sala bati duas vezes o pé, eu sou um desastre ambulante. Fui mancando até o sofá e fiquei parada pensando se levava ou não a dona até o quarto.

Deixar ela nesse sofá eu não iria.

Tomei cuidado ao pegar ela em meus braços. Caminhei com cuidado até o quarto onde ela ficaria, e abri a porta com o pé e quando eu tinha acabado de deixar ela na cama a luz voltou.

— Amém. – corri até o interruptor e desliguei a luz, deixando só a do abajur ligada.

Voltei até o outro quarto e deitei pra pelo menos dormir um pouco.

  POV'S LAUREN

Quando eu acordei já pela a manhã reconheci que não estava na meu quarto e nem na minha casa, fiquei desesperada e então fleshs da noite passada surgiram na minha cabeça.

Gabriel...

Chuva forte...

Casa da Camila...

Queda de energia...

E eu agarrada no corpo da Camila...

Pera aí? Eu estava na casa da Camila?

— Puta que... – xinguei baixinho e levantei da cama em um pulo. Calcei a minha bota que estava no pé da cama e olhei o meu estado no espelho.

Argh! Preciso de um banho!

Abri a porta do quarto e vi que a casa já estava com todas as luzes acesas, na medida em que eu chegava perto da cozinha era possível escutar murmúrios vindo de lá.

— Bom dia. – minha voz fez com que a atenção fosse toda voltada à mim. 

— Bom dia, tia! – Gabriel respondeu docemente. 

Sorri para o garotinho.

— Camila... Será que eu poderia usar o seu banheiro? – perguntei sem jeito, tinha uma mulher junto a eles que eu não sabia quem era e ela me encarava sem pudor algum.

— Claro, fica no fim do corredor. – ela disse e voltou a tomar café.

POV'S CAMILA

6:00 o meu despertador tocou, peguei o meu celular e desliguei ele. Tomei um banho rápido e troquei de roupa mais rápido ainda, tinha que arrumar o café pro gabriel e também pra Dinah.

Peguei uma jarra com leite e a garrafa de café e coloquei em cima da mesa, logo a porta da casa é aberta e revela uma Dinah com duas sacolas de pão.

— Pra que isso tudo? – perguntei sugestiva. 

— Nossa, esperava um "obrigado" – ela disse com uma falsa cara de ofendida.

— Bom dia, tia Camila. Bom dia, Dinah. – Gabriel entrou na cozinha esfregando os olhinhos.

— Bom dia, campeão! – Dinah pegou ele no colo e girou no ar.

— Tiaaa, me ajuda! – Gabriel gargalhou alto tentando se soltar dos braços de Dinah.

— Vamos tomar café, crianças. – cada um sentou em uma cadeira e seguiram tomando o café da manhã.

— Como choveu muito ontem, nos podemos ir hoj... – a fala de Dinah é cortada e eu fiquei sem entender.

— Bom dia. – aquela voz... Porra! Tinha esquecido que essa mulher ainda tava na minha casa. Virei para ela que estava na entrada da cozinha encarando o chão.

— Bom dia, tia. – Gabriel falou tão natural, era como se isso acontecesse todos os dias.

Ela sorriu tão lindamente para ele que eu poderia derreter alí mesmo.

Dinah encarava a mulher sem piscar, chutei a perna dela por de baixo da mesa.

— Camila... Será que eu poderia usar o seu banheiro? – ela perguntou sem jeito.

— Claro, fica no fim do corredor. – respondi. Vi que ela sumiu no corredor e relaxei o corpo na cadeira.

— Puta... – repreendi Dinah por causa do Gabriel que ainda estava na mesa. – Caralho, você... Você dormiu com a patroa? Sua puta! – ela sussurrou. Neguei com a cabeça quando entendi o que ela quis dizer.

— Ta louca? Claro que não, Dinah! – sussurrei de volta. 

— Karla, Karla... – ela começou a encher meu saco. Levantei e coloquei o copo sujo na pia. — Quero ser como você quando crescer! – Dinah disse rindo. Apenas ignorei é isso todo o santo dia.

— Não quer ficar e tomar café conosco? – perguntei pra Lauren quando vi que ela iria sem se despedir.

— Obrigado, quem sabe na próxima! – ela sorriu de lado e caminhou até onde Gabriel estava e beijou as bochechas do pequeno e Acenou para Dinah.

— Eu te acompanho até a porta. – fui com ela até a porta de casa e fiquei encarando os meus pés descalços.

— Obrigada por tudo, Camila. – ela agradeceu.

— Eu que agradeço, Gabriel não saberia voltar pra casa sozinho. – encarei aqueles olhos verdes.

— Não foi nada. Só evite de deixa-lo sozinho por aí. Tenha um bom dia. – ela respondeu e saiu na direção do meu pequeno estábulo.

— Eita, mulherzinha difícil! – voltei pra dentro de casa.

POV'S LAUREN

Quando cheguei em casa foi um bombardeio louco de perguntas.

— Pai, eu estou bem! – tentava convencer o meu pai de que eu estava bem. 

— Onde você ficou esse tempo todo? – ele perguntou preocupado.

— Na casa da Camila. E se me der licença, eu vou pro meu quarto agora. – eu sábia que o meu pai estava preocupado, más eu ja sou adulta e sei o que eu faço.

Subi a escada e  cheguei no meu quarto o mais rápido possível, me despi e entrei na banheira pra tomar um banho de verdade.

Espalhei a espuma que o sabão fazia em meu corpo e fui lembrando dos braços fortes de Camila me apertando.

     [...]

Uma vez que eu tinha terminado o meu banho resolvi fazer uma ligação.

— Veja só! Ela lembrou que tem amigos. – a voz de Verónica soou do outro lado da linha.

Como eu fui fazer um intercâmbio na casa da Verónica e seu irmão zayn, fui melhorando o meu inglês e eles aprendendo um pouco do português também.

— Menos Verónica, bem menos! – cortei aquele drama da minha amiga. – Como que ta as coisas por aí? E o Zayn? – eu estava com muita saudades dos dois.

— Por aqui ta tudo ótimo e o zayn está com muitas saudades de você! – eu não ia chorar. – Adivinha quem vai para o Brasil na semana que vem? – poderia ver o sorriso sapeca da minha amiga.

— Não brinca, Verónica! 

— Isso mesmo! Em uma semana estaremos em solo brasileiro! – ela falou eufórica.

— Estarei esperando ansiosamente! 

Ficamos mais um bom tempo conversando sobre coisas aleatórias.

— Tchau, eu te amo.

— Eu também te amo.

Finalizei a chamada de quase duas horas e fui olhar a sacada, peões trabalhando, cavalos e mais peões!

Até que Camila aparece em meu campo de visão, impecável em cima de seu cavalo, o cabelo voando na medida em que seu corpo pulava a cada galope.

Incrível como ela não se encaixava no perfil de outros peões.

Quando em desci pra dar uma volta ela estava conversando com mais ou menos quatro peões, um deles falava alto com Camila.

— Apenas faça, Bradley! – era visível o desconforto de Camila. Quando ela saiu da pequena roda pude escutar o tal Bradley:

— Essa desgraçada ta se achando muito. – ele falou com tanta ira que até eu fiquei assustada. — Eu vi a filha do patrão saindo da casa dela hoje. Acha que só porque comeu ela...

Depois dessa eu não escutei mais nada. Meu sangue ferveu na hora.

Eu não iria pedir satisfação do Bradley e sim dela.

Fui em passos largos até onde Camila estava.

— Olha aqui. – apontei o meu dedo na cara dela. — Você não tem o direito de sair falando qualquer coisa de mim, entendeu?

Eu estava pronta pra dá com a minha mão na cara dela, más ela foi mais rápida e segurou meu antebraço.